Avaliação do comprometimento ósseo sistêmico e localizado em mulheres pré-menopausadas com artrite reumatoide de longa duração

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Perez, Mariana Ortega
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5140/tde-28092021-101733/
Resumo: Introdução: dois padrões de envolvimento ósseo são descritos na artrite reumatoide (AR), sistêmico e localizado. O envolvimento ósseo sistêmico é caracterizado por perda da massa óssea generalizada, osteoporose e risco de fraturas, e o localizado por osteopenia periarticular, cistos e erosões ósseas. A tomografia computadorizada quantitativa periférica de alta resolução (HR-pQCT) é uma metodologia de imagem capaz de avaliar a densidade mineral óssea volumétrica e microarquitetura óssea no rádio e tíbia distais, e lesões localizadas periarticulares catabólicas (erosões) e anabólicas (osteófitos) nas artropatias inflamatórias. Objetivos: avaliar mulheres na pré-menopausa com AR de longa duração e explorar a relação entre parâmetros de comprometimento ósseo sistêmico e localizado analisados simultaneamente por HR-pQCT. Métodos: oitenta mulheres consecutivas na pré-menopausa com AR foram avaliadas. A densidade mineral óssea volumétrica (vBMD), microarquitetura e análise de elemento finito foram realizados por HR-pQCT do rádio e tíbia distais e comparados com parâmetros de 160 controles femininos saudáveis pareados por idade e índice de massa corpórea. O envolvimento ósseo localizado foi avaliado por HR-pQCT na 2ª e 3ª articulações metacarpofalângicas e 2ª e 3ª interfalângicas proximais para identificar erosões e osteófitos. Resultados: a média de idade das pacientes foi de 39,4 ± 6,7 anos e o tempo de doença de 9,8 ± 5,3 anos. Paciente com AR apresentaram comprometimento de parâmetros trabeculares, corticais e de resistência óssea, comparado com controles saudáveis (p < 0,05). Erosões ósseas foram encontradas em 75% das pacientes e osteófitos em 41,3%, ambos localizados principalmente na cabeça metacarpofalângica. Foi observada associação entre erosão e osteófito (p = 0,001). Comparando pacientes com erosão e sem erosão, tanto no rádio quanto na tíbia, menor vBMD cortical (rádio: 980 ± 72 mgHA/cm3 versus 1021 ± 47 mgHA/cm3 , p = 0,03; e tíbia: 978 ± 34 mgHA/cm3 versus 1003 ± 34 mgHA/cm3 , p = 0,04, respectivamente) e maior porosidade cortical (rádio: 2,8 ± 2,5% versus 1,8 ± 1,6%, p = 0,04; e tíbia: 3,7 ± 1,6% versus 2,7 ± 1,6%, p = 0,01, respectivamente) foram observadas nas pacientes com erosão. No rádio, o volume de osteófito foi correlacionado positivamente com vBMD trabecular (0,392, p = 0,02), número de trabéculas (0,381, p = 0,03) e rigidez óssea (0,411, p = 0,02), e correlacionado negativamente com separação trabecular (-0,364, p = 0,04). Conclusão: este estudo demonstrou que mulheres pré-menopausadas com AR de longa duração apresentaram fragilidade óssea sistêmica em sítios periféricos. Observou-se também que as erosões ósseas foram associadas à fragilidade do osso cortical no rádio e tíbia, e os osteófitos correlacionados com reparo do osso trabecular no rádio.
id USP_2c46faa433c398cecda89e3e48b353f4
oai_identifier_str oai:teses.usp.br:tde-28092021-101733
network_acronym_str USP
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository_id_str 2721
spelling Avaliação do comprometimento ósseo sistêmico e localizado em mulheres pré-menopausadas com artrite reumatoide de longa duraçãoEvaluation of systemic and localized bone involvement in premenopausal women with long-standing rheumatoid arthritisartrite reumatoidebone erosionbone microarchitectureerosão ósseahigh-resolution peripheral quantitative computed tomographymicroarquitetura ósseaosteófitoosteophyterheumatoid arthritistomografia computadorizada quantitativa periférica de alta resoluçãoIntrodução: dois padrões de envolvimento ósseo são descritos na artrite reumatoide (AR), sistêmico e localizado. O envolvimento ósseo sistêmico é caracterizado por perda da massa óssea generalizada, osteoporose e risco de fraturas, e o localizado por osteopenia periarticular, cistos e erosões ósseas. A tomografia computadorizada quantitativa periférica de alta resolução (HR-pQCT) é uma metodologia de imagem capaz de avaliar a densidade mineral óssea volumétrica e microarquitetura óssea no rádio e tíbia distais, e lesões localizadas periarticulares catabólicas (erosões) e anabólicas (osteófitos) nas artropatias inflamatórias. Objetivos: avaliar mulheres na pré-menopausa com AR de longa duração e explorar a relação entre parâmetros de comprometimento ósseo sistêmico e localizado analisados simultaneamente por HR-pQCT. Métodos: oitenta mulheres consecutivas na pré-menopausa com AR foram avaliadas. A densidade mineral óssea volumétrica (vBMD), microarquitetura e análise de elemento finito foram realizados por HR-pQCT do rádio e tíbia distais e comparados com parâmetros de 160 controles femininos saudáveis pareados por idade e índice de massa corpórea. O envolvimento ósseo localizado foi avaliado por HR-pQCT na 2ª e 3ª articulações metacarpofalângicas e 2ª e 3ª interfalângicas proximais para identificar erosões e osteófitos. Resultados: a média de idade das pacientes foi de 39,4 ± 6,7 anos e o tempo de doença de 9,8 ± 5,3 anos. Paciente com AR apresentaram comprometimento de parâmetros trabeculares, corticais e de resistência óssea, comparado com controles saudáveis (p < 0,05). Erosões ósseas foram encontradas em 75% das pacientes e osteófitos em 41,3%, ambos localizados principalmente na cabeça metacarpofalângica. Foi observada associação entre erosão e osteófito (p = 0,001). Comparando pacientes com erosão e sem erosão, tanto no rádio quanto na tíbia, menor vBMD cortical (rádio: 980 ± 72 mgHA/cm3 versus 1021 ± 47 mgHA/cm3 , p = 0,03; e tíbia: 978 ± 34 mgHA/cm3 versus 1003 ± 34 mgHA/cm3 , p = 0,04, respectivamente) e maior porosidade cortical (rádio: 2,8 ± 2,5% versus 1,8 ± 1,6%, p = 0,04; e tíbia: 3,7 ± 1,6% versus 2,7 ± 1,6%, p = 0,01, respectivamente) foram observadas nas pacientes com erosão. No rádio, o volume de osteófito foi correlacionado positivamente com vBMD trabecular (0,392, p = 0,02), número de trabéculas (0,381, p = 0,03) e rigidez óssea (0,411, p = 0,02), e correlacionado negativamente com separação trabecular (-0,364, p = 0,04). Conclusão: este estudo demonstrou que mulheres pré-menopausadas com AR de longa duração apresentaram fragilidade óssea sistêmica em sítios periféricos. Observou-se também que as erosões ósseas foram associadas à fragilidade do osso cortical no rádio e tíbia, e os osteófitos correlacionados com reparo do osso trabecular no rádio.Introduction: two patterns of bone involvement are described in rheumatoid arthritis (RA), systemic and localized. Systemic bone involvement is characterized by generalized bone mass loss, osteoporosis and increased risk of fractures, while localized bone involvement by periarticular osteopenia, bone cysts and bone erosions. High resolution peripheral quantitative computed tomography (HR-pQCT) is an imaging methodology capable of evaluating volumetric bone mineral density and bone microarchitecture at the distal radius and tibia, and localized periarticular lesions, catabolic (erosion) and anabolic (osteophytes) in inflammatory arthropathies. Objectives: to evaluate premenopausal women with long-standing RA and to explore the relationship between parameters of systemic and localized bone involvement assessed simultaneously using HR-pQCT. Methods: eighty consecutive RA premenopausal women were evaluated. Volumetric bone mineral density (vBMD), microarchitecture and finite element analysis were performed using HR-pQCT at the distal radius and tibia and compared with parameters from 160 female healthy controls matched by age and body mass index. Localized bone involvement was also assessed using HRpQCT in the 2nd and 3rd metacarpophalangeal and 2nd and 3rd proximal interphalangeal joints to identify erosions and osteophytes. Results: the mean age of patients was 39.4 ± 6.7 years, and the disease duration was 9.8 ± 5.3 years. Bone erosions were found in 75% of patients, and osteophytes were found in 41.3%, both of which were mainly located in the metacarpophalangeal head. An association between erosion and osteophyte was observed (p = 0.001). RA patients had impaired trabecular, cortical and bone strength parameters compared with healthy controls at the radius and tibia (p < 0.05). Comparing patients with and without erosions, at the radius and tibia, a lower cortical vBMD (radius: 980 ± 72 mgHA/cm3 versus 1021 ± 47 mgHA/cm3 , p = 0.03; and tibia: 978 ± 34 mgHA/cm3 versus 1003 ± 34 mgHA/cm3 , p = 0.04, respectively) and higher cortical porosity (radius: 2.8 ± 2.5% versus 1.8 ± 1.6%, p = 0.04; and tibia: 3.7 ± 1.6% versus 2.7 ± 1.6%, p=0.01, respectively) were observed in patients with erosion. At the radius, osteophyte volume was positively correlated with trabecular vBMD (0.392, p = 0.02), trabecular number (0.381, p = 0.03) and stiffness (0.411, p = 0.02), and negatively correlated with trabecular separation (-0.364, p = 0.04). Conclusion: this study showed that premenopausal women with long-standing RA had systemic bone fragility at peripheral sites. It was observed that erosions were associated with cortical bone fragility at the radius and tibia, and osteophytes correlated with repair of trabecular bone at the radius.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPPereira, Rosa Maria RodriguesPerez, Mariana Ortega2021-05-03info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5140/tde-28092021-101733/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-08-05T17:39:02Zoai:teses.usp.br:tde-28092021-101733Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-08-05T17:39:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.none.fl_str_mv Avaliação do comprometimento ósseo sistêmico e localizado em mulheres pré-menopausadas com artrite reumatoide de longa duração
Evaluation of systemic and localized bone involvement in premenopausal women with long-standing rheumatoid arthritis
title Avaliação do comprometimento ósseo sistêmico e localizado em mulheres pré-menopausadas com artrite reumatoide de longa duração
spellingShingle Avaliação do comprometimento ósseo sistêmico e localizado em mulheres pré-menopausadas com artrite reumatoide de longa duração
Perez, Mariana Ortega
artrite reumatoide
bone erosion
bone microarchitecture
erosão óssea
high-resolution peripheral quantitative computed tomography
microarquitetura óssea
osteófito
osteophyte
rheumatoid arthritis
tomografia computadorizada quantitativa periférica de alta resolução
title_short Avaliação do comprometimento ósseo sistêmico e localizado em mulheres pré-menopausadas com artrite reumatoide de longa duração
title_full Avaliação do comprometimento ósseo sistêmico e localizado em mulheres pré-menopausadas com artrite reumatoide de longa duração
title_fullStr Avaliação do comprometimento ósseo sistêmico e localizado em mulheres pré-menopausadas com artrite reumatoide de longa duração
title_full_unstemmed Avaliação do comprometimento ósseo sistêmico e localizado em mulheres pré-menopausadas com artrite reumatoide de longa duração
title_sort Avaliação do comprometimento ósseo sistêmico e localizado em mulheres pré-menopausadas com artrite reumatoide de longa duração
author Perez, Mariana Ortega
author_facet Perez, Mariana Ortega
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Pereira, Rosa Maria Rodrigues
dc.contributor.author.fl_str_mv Perez, Mariana Ortega
dc.subject.por.fl_str_mv artrite reumatoide
bone erosion
bone microarchitecture
erosão óssea
high-resolution peripheral quantitative computed tomography
microarquitetura óssea
osteófito
osteophyte
rheumatoid arthritis
tomografia computadorizada quantitativa periférica de alta resolução
topic artrite reumatoide
bone erosion
bone microarchitecture
erosão óssea
high-resolution peripheral quantitative computed tomography
microarquitetura óssea
osteófito
osteophyte
rheumatoid arthritis
tomografia computadorizada quantitativa periférica de alta resolução
description Introdução: dois padrões de envolvimento ósseo são descritos na artrite reumatoide (AR), sistêmico e localizado. O envolvimento ósseo sistêmico é caracterizado por perda da massa óssea generalizada, osteoporose e risco de fraturas, e o localizado por osteopenia periarticular, cistos e erosões ósseas. A tomografia computadorizada quantitativa periférica de alta resolução (HR-pQCT) é uma metodologia de imagem capaz de avaliar a densidade mineral óssea volumétrica e microarquitetura óssea no rádio e tíbia distais, e lesões localizadas periarticulares catabólicas (erosões) e anabólicas (osteófitos) nas artropatias inflamatórias. Objetivos: avaliar mulheres na pré-menopausa com AR de longa duração e explorar a relação entre parâmetros de comprometimento ósseo sistêmico e localizado analisados simultaneamente por HR-pQCT. Métodos: oitenta mulheres consecutivas na pré-menopausa com AR foram avaliadas. A densidade mineral óssea volumétrica (vBMD), microarquitetura e análise de elemento finito foram realizados por HR-pQCT do rádio e tíbia distais e comparados com parâmetros de 160 controles femininos saudáveis pareados por idade e índice de massa corpórea. O envolvimento ósseo localizado foi avaliado por HR-pQCT na 2ª e 3ª articulações metacarpofalângicas e 2ª e 3ª interfalângicas proximais para identificar erosões e osteófitos. Resultados: a média de idade das pacientes foi de 39,4 ± 6,7 anos e o tempo de doença de 9,8 ± 5,3 anos. Paciente com AR apresentaram comprometimento de parâmetros trabeculares, corticais e de resistência óssea, comparado com controles saudáveis (p < 0,05). Erosões ósseas foram encontradas em 75% das pacientes e osteófitos em 41,3%, ambos localizados principalmente na cabeça metacarpofalângica. Foi observada associação entre erosão e osteófito (p = 0,001). Comparando pacientes com erosão e sem erosão, tanto no rádio quanto na tíbia, menor vBMD cortical (rádio: 980 ± 72 mgHA/cm3 versus 1021 ± 47 mgHA/cm3 , p = 0,03; e tíbia: 978 ± 34 mgHA/cm3 versus 1003 ± 34 mgHA/cm3 , p = 0,04, respectivamente) e maior porosidade cortical (rádio: 2,8 ± 2,5% versus 1,8 ± 1,6%, p = 0,04; e tíbia: 3,7 ± 1,6% versus 2,7 ± 1,6%, p = 0,01, respectivamente) foram observadas nas pacientes com erosão. No rádio, o volume de osteófito foi correlacionado positivamente com vBMD trabecular (0,392, p = 0,02), número de trabéculas (0,381, p = 0,03) e rigidez óssea (0,411, p = 0,02), e correlacionado negativamente com separação trabecular (-0,364, p = 0,04). Conclusão: este estudo demonstrou que mulheres pré-menopausadas com AR de longa duração apresentaram fragilidade óssea sistêmica em sítios periféricos. Observou-se também que as erosões ósseas foram associadas à fragilidade do osso cortical no rádio e tíbia, e os osteófitos correlacionados com reparo do osso trabecular no rádio.
publishDate 2021
dc.date.none.fl_str_mv 2021-05-03
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5140/tde-28092021-101733/
url https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5140/tde-28092021-101733/
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv
dc.rights.driver.fl_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.coverage.none.fl_str_mv
dc.publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
dc.source.none.fl_str_mv
reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv virginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.br
_version_ 1809091159561076736