Evolução da epidemia de Aids no município de São Paulo - 1980 a 2012: uma análise espacial com múltiplas abordagens
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6132/tde-09122016-144047/ |
Resumo: | Introdução - A epidemia de HIV/Aids deve ser compreendida em todas as suas diferentes dimensões - biológica, social, cultural, política, econômica e geográfica, o que demanda a abordagem de diversas áreas do conhecimento para seu real enfrentamento. O uso de ferramentas de análise espacial permite identificar diferenciais no comportamento desse agravo nas populações e nos espaços que ocupam, o que pode auxiliar a selecionar áreas para políticas e intervenções específicas. Objetivo - Descrever a evolução da epidemia de Aids nos indivíduos com 13 anos ou mais de idade residentes no município de São Paulo, notificados no SINAN entre 1980 e junho de 2012, utilizando o referencial espacial. Métodos - 1. Estudo descritivo das variáveis sociodemográficas, clínicas e epidemiológicas dos casos de Aids. 2. Análise de varredura espacial, espaço-temporal e de variação espacial nas tendências temporais de todos os casos de Aids e de subgrupos específicos: pacientes com 50 anos de idade ou mais e óbitos por Aids, segundo áreas de ponderação. 3. Análise de regressão múltipla, para verificar a relação entre a incidência e a mortalidade por Aids padronizadas e indicadores sociais, demográficos, econômicos, educacionais, ambientais e ocupacionais do IBGE. Resultados - As taxas de incidência e de mortalidade por Aids variaram entre os dois sexos e ao longo do tempo, com tendência de queda em ambos os sexos; se concentraram na região central nos homens e apresentaram dispersão para áreas mais periféricas nas mulheres. A doença ganhou relevância nas mulheres mais idosas e naquelas com baixa escolaridade, nos homens com alta escolaridade e na faixa etária de 13 a 29 anos, bem como na categoria de exposição heterossexual em ambos os sexos e em homossexuais do sexo masculino. O tempo entre o diagnóstico e o óbito reduziu ao longo do tempo. As taxas de incidência e mortalidade apresentaram autocorrelação espacial nos anos censitários, exceto no sexo feminino em 2010. Os aglomerados espaciais no sexo masculino se concentraram mais no centro da cidade e em áreas contíguas das regiões norte e sudeste, e nas mulheres, foram mais dispersos pelo município. O período mais crítico para aglomerações da doença no sexo masculino ocorreu entre 1993 e 1999, e no feminino, de 1995 a 2003. Em ambos os sexos observou-se uma tendência temporal de periferização da Aids no município. Considerando-se os indicadores do IBGE, a incidência de Aids foi inversamente associada principalmente à proporção de domicílios particulares permanentes próprios e quitados ou em aquisição e diretamente relacionada à proporção de pessoas sem nenhuma religião ou culto ou não declarado. A taxa de mortalidade, por sua vez, também se associou negativamente à proporção de domicílios particulares permanentes próprios e quitados ou em aquisição, e positivamente à proporção de domicílios coletivos. Conclusões - Foram utilizadas diferentes metodologias na abordagem da epidemia de Aids, o que permitiu ampliar a visão sobre o agravo no município de São Paulo e fornecer subsídios para apoiar as instituições no planejamento e na definição de políticas públicas voltadas ao cuidado das pessoas vivendo com HIV/Aids. |
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Evolução da epidemia de Aids no município de São Paulo - 1980 a 2012: uma análise espacial com múltiplas abordagens[Evolution of the Aids epidemic in São Paulo - 1980-2012: a spatial analysis with using multiple approachesAcquired Immunodeficiency SyndromeAids EpidemicAnálise EspacialDistribuição EspacialEcological StudyEpidemia de AidsEstudo EcológicoGeoprocessamentoGeoprocessingSíndrome da Imunodeficiência AdquiridaSpatial AnalysisSpatial DistributionIntrodução - A epidemia de HIV/Aids deve ser compreendida em todas as suas diferentes dimensões - biológica, social, cultural, política, econômica e geográfica, o que demanda a abordagem de diversas áreas do conhecimento para seu real enfrentamento. O uso de ferramentas de análise espacial permite identificar diferenciais no comportamento desse agravo nas populações e nos espaços que ocupam, o que pode auxiliar a selecionar áreas para políticas e intervenções específicas. Objetivo - Descrever a evolução da epidemia de Aids nos indivíduos com 13 anos ou mais de idade residentes no município de São Paulo, notificados no SINAN entre 1980 e junho de 2012, utilizando o referencial espacial. Métodos - 1. Estudo descritivo das variáveis sociodemográficas, clínicas e epidemiológicas dos casos de Aids. 2. Análise de varredura espacial, espaço-temporal e de variação espacial nas tendências temporais de todos os casos de Aids e de subgrupos específicos: pacientes com 50 anos de idade ou mais e óbitos por Aids, segundo áreas de ponderação. 3. Análise de regressão múltipla, para verificar a relação entre a incidência e a mortalidade por Aids padronizadas e indicadores sociais, demográficos, econômicos, educacionais, ambientais e ocupacionais do IBGE. Resultados - As taxas de incidência e de mortalidade por Aids variaram entre os dois sexos e ao longo do tempo, com tendência de queda em ambos os sexos; se concentraram na região central nos homens e apresentaram dispersão para áreas mais periféricas nas mulheres. A doença ganhou relevância nas mulheres mais idosas e naquelas com baixa escolaridade, nos homens com alta escolaridade e na faixa etária de 13 a 29 anos, bem como na categoria de exposição heterossexual em ambos os sexos e em homossexuais do sexo masculino. O tempo entre o diagnóstico e o óbito reduziu ao longo do tempo. As taxas de incidência e mortalidade apresentaram autocorrelação espacial nos anos censitários, exceto no sexo feminino em 2010. Os aglomerados espaciais no sexo masculino se concentraram mais no centro da cidade e em áreas contíguas das regiões norte e sudeste, e nas mulheres, foram mais dispersos pelo município. O período mais crítico para aglomerações da doença no sexo masculino ocorreu entre 1993 e 1999, e no feminino, de 1995 a 2003. Em ambos os sexos observou-se uma tendência temporal de periferização da Aids no município. Considerando-se os indicadores do IBGE, a incidência de Aids foi inversamente associada principalmente à proporção de domicílios particulares permanentes próprios e quitados ou em aquisição e diretamente relacionada à proporção de pessoas sem nenhuma religião ou culto ou não declarado. A taxa de mortalidade, por sua vez, também se associou negativamente à proporção de domicílios particulares permanentes próprios e quitados ou em aquisição, e positivamente à proporção de domicílios coletivos. Conclusões - Foram utilizadas diferentes metodologias na abordagem da epidemia de Aids, o que permitiu ampliar a visão sobre o agravo no município de São Paulo e fornecer subsídios para apoiar as instituições no planejamento e na definição de políticas públicas voltadas ao cuidado das pessoas vivendo com HIV/Aids.Introduction - The HIV/AIDS must be understood in all its different dimensions - biological, social, cultural, political, economic and geographic, which demands the approach of different fields of knowledge to really face it. The use of spatial analysis tools allows the identification of differences in the behavior of this disease in populations and in the spaces they occupy, which can help to select areas for specific policies and interventions. Objective - To describe the evolution of the AIDS epidemic in individuals aged 13 years old or older, living in the city of São Paulo, who were reported in the SINAN system from 1980 to June 2012, using a spatial referential. Methods - 1. A descriptive study of sociodemographic, clinical and epidemiological variables of AIDS cases. 2. Analysis of spatial scan, spatio-temporal scan and spatial variation in temporal trends of all AIDS cases and in specific subgroups: patients aged 50 years old or older, and deaths from AIDS, according to sample areas. 3. Multiple regression analysis to investigate the relationship between the standardized incidence and mortality from AIDS and social, demographic, economic, educational, environmental and occupational indicators from IBGE. Results - The incidence and mortality rates from AIDS varied among the two sexes and over time, with a declining trend in both sexes; the rates were concentrated in the central region in men and spread to more peripheral areas in women. The disease has gained relevance in older women and in those with a lower education level, in men with a high educational level and in the age group of 13 to 29 years old, as well as in the heterosexual exposure category in both sexes and homosexual men. The time between diagnosis and death has reduced over time. The incidence and mortality rates showed spatial autocorrelation in the census years, except for females in 2010. The spatial clusters of males were more concentrated in the center of the city and in adjacent areas of the north and southeast, while females were more dispersed along the municipality. The most critical period for disease agglomeration in men occurred between 1993 and 1999, and in women from 1995 to 2003. There was a temporal trend of AIDS peripherization in the city for both sexes. Considering the IBGE indicators, the incidence of AIDS was inversely associated specially to the proportion of permanent private households, own and settled, or in acquisition, and directly related to the proportion of people without any religion or cult or not declared. The mortality rate was negatively associated to the proportion of permanent private households, own and settled, or in acquisition, and positively associated to the proportion of collective households. Conclusions - Different methodologies in the AIDS epidemic approach were used, which enabled to expand the vision of the disease in the city of São Paulo, providing information to support the institutions in the planning and definition of public policies towards the care of people living with HIV/AIDS.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPChiaravalloti Neto, FranciscoZanetta, Dirce Maria TrevisanPellini, Alessandra Cristina Guedes2016-08-23info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6132/tde-09122016-144047/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2018-12-09T05:00:15Zoai:teses.usp.br:tde-09122016-144047Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212018-12-09T05:00:15Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Introdução - A epidemia de HIV/Aids deve ser compreendida em todas as suas diferentes dimensões - biológica, social, cultural, política, econômica e geográfica, o que demanda a abordagem de diversas áreas do conhecimento para seu real enfrentamento. O uso de ferramentas de análise espacial permite identificar diferenciais no comportamento desse agravo nas populações e nos espaços que ocupam, o que pode auxiliar a selecionar áreas para políticas e intervenções específicas. Objetivo - Descrever a evolução da epidemia de Aids nos indivíduos com 13 anos ou mais de idade residentes no município de São Paulo, notificados no SINAN entre 1980 e junho de 2012, utilizando o referencial espacial. Métodos - 1. Estudo descritivo das variáveis sociodemográficas, clínicas e epidemiológicas dos casos de Aids. 2. Análise de varredura espacial, espaço-temporal e de variação espacial nas tendências temporais de todos os casos de Aids e de subgrupos específicos: pacientes com 50 anos de idade ou mais e óbitos por Aids, segundo áreas de ponderação. 3. Análise de regressão múltipla, para verificar a relação entre a incidência e a mortalidade por Aids padronizadas e indicadores sociais, demográficos, econômicos, educacionais, ambientais e ocupacionais do IBGE. Resultados - As taxas de incidência e de mortalidade por Aids variaram entre os dois sexos e ao longo do tempo, com tendência de queda em ambos os sexos; se concentraram na região central nos homens e apresentaram dispersão para áreas mais periféricas nas mulheres. A doença ganhou relevância nas mulheres mais idosas e naquelas com baixa escolaridade, nos homens com alta escolaridade e na faixa etária de 13 a 29 anos, bem como na categoria de exposição heterossexual em ambos os sexos e em homossexuais do sexo masculino. O tempo entre o diagnóstico e o óbito reduziu ao longo do tempo. As taxas de incidência e mortalidade apresentaram autocorrelação espacial nos anos censitários, exceto no sexo feminino em 2010. Os aglomerados espaciais no sexo masculino se concentraram mais no centro da cidade e em áreas contíguas das regiões norte e sudeste, e nas mulheres, foram mais dispersos pelo município. O período mais crítico para aglomerações da doença no sexo masculino ocorreu entre 1993 e 1999, e no feminino, de 1995 a 2003. Em ambos os sexos observou-se uma tendência temporal de periferização da Aids no município. Considerando-se os indicadores do IBGE, a incidência de Aids foi inversamente associada principalmente à proporção de domicílios particulares permanentes próprios e quitados ou em aquisição e diretamente relacionada à proporção de pessoas sem nenhuma religião ou culto ou não declarado. A taxa de mortalidade, por sua vez, também se associou negativamente à proporção de domicílios particulares permanentes próprios e quitados ou em aquisição, e positivamente à proporção de domicílios coletivos. Conclusões - Foram utilizadas diferentes metodologias na abordagem da epidemia de Aids, o que permitiu ampliar a visão sobre o agravo no município de São Paulo e fornecer subsídios para apoiar as instituições no planejamento e na definição de políticas públicas voltadas ao cuidado das pessoas vivendo com HIV/Aids. |
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