Seja feita a nossa vontade: uma leitura psicanalítica do divino e do anti-divino na Igreja Universal do Reino de Deus

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Calejuri, Natalia Alves
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-08082024-132532/
Resumo: Esta dissertação, intitulada Seja feita a nossa vontade: uma leitura psicanalítica do divino e do anti-divino na Igreja Universal do Reino de Deus teve como objetivo realizar uma interpretação dessas duas figuras (Deus e diabo) no âmbito da referida igreja: quais são as incumbências de cada uma delas, suas manifestações, o que caracteriza a pessoa que tem o Espírito Santo e como diferenciá-la da que não o tem. A autora procurou também articular a noção de salvação à de prosperidade (uma vez que elas aparecem intrinsecamente ligadas na Universal) e o que essas concepções dizem das figuras aqui estudadas. Ambas as figuras, Deus e diabo, podem parecer inescapavelmente fortes (ou quase inescapavelmente forte, no caso da última) quando a pregação é diretamente a respeito dessas figuras; mas, em se levando em consideração as pregações que falam da vida com Deus (em vez de versar abertamente sobre o caráter ou poderes de Deus e seu contrário) e os testemunhos de fiéis que afirmam viver essa vida com Deus/Espírito Santo, nota-se que ambas as figuras tanto Deus quanto o diabo são fracas: Deus (e também o diabo) está a serviço do homem, e não o contrário. Por meio da leitura de textos do alto escalão da IURD (mais precisamente de seu líder, Bispo Edir Macedo) e da visualização de vídeos de testemunhos e programas de televisão da Universal, procurei entender quem seriam e como agiriam essas figuras para, a partir daí, realizar uma interpretação a partir de operadores conceituais psicanalíticos o mais usado foi o conceito de duplo, cunhado por Otto Rank em artigo de 1917, abordado por Freud em seu texto de 1919, O inquietante, e desenvolvido mais extensamente novamente por Rank em livro homônimo de 1925. Relacionado ainda à noção de duplo, outro conceito psicanalítico que foi bastante operacional e nos ajudou na leitura aqui proposta foi o de narcisismo e, como não poderia deixar de ser, o de Supereu, compreendendo o Eu ideal e a severa instância de autoobservação que mede o Eu pela régua da perfeição de que o Eu se acreditava portador no narcisismo primário.
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Ambas as figuras, Deus e diabo, podem parecer inescapavelmente fortes (ou quase inescapavelmente forte, no caso da última) quando a pregação é diretamente a respeito dessas figuras; mas, em se levando em consideração as pregações que falam da vida com Deus (em vez de versar abertamente sobre o caráter ou poderes de Deus e seu contrário) e os testemunhos de fiéis que afirmam viver essa vida com Deus/Espírito Santo, nota-se que ambas as figuras tanto Deus quanto o diabo são fracas: Deus (e também o diabo) está a serviço do homem, e não o contrário. Por meio da leitura de textos do alto escalão da IURD (mais precisamente de seu líder, Bispo Edir Macedo) e da visualização de vídeos de testemunhos e programas de televisão da Universal, procurei entender quem seriam e como agiriam essas figuras para, a partir daí, realizar uma interpretação a partir de operadores conceituais psicanalíticos o mais usado foi o conceito de duplo, cunhado por Otto Rank em artigo de 1917, abordado por Freud em seu texto de 1919, O inquietante, e desenvolvido mais extensamente novamente por Rank em livro homônimo de 1925. Relacionado ainda à noção de duplo, outro conceito psicanalítico que foi bastante operacional e nos ajudou na leitura aqui proposta foi o de narcisismo e, como não poderia deixar de ser, o de Supereu, compreendendo o Eu ideal e a severa instância de autoobservação que mede o Eu pela régua da perfeição de que o Eu se acreditava portador no narcisismo primário.This dissertation, named Our will be done: a psychoanalytic reading of the divine and the anti-divine in the Universal Church of the Kingdom of God, aimed to construe the figures of God and the devil within the scope of that church: what are the responsibilities of each of them, their manifestations, what characterises a person who has the Holy Spirit and how to differentiate them from those who do not. The author also managed to articulate the notions of salvation and prosperity (since they seem to be intrinsically linked at UCKG) and what these conceptions say about the figures studied here. Both God and the devil might seem inescapably strong (or almost inescapably strong, in the case of the latter) when preaching concerns these figures directly; but, when taking into account the preachings that talk about life with God (instead of openly looking at the character or powers of God and its opposite) and the testimonies of people who claim to live their lives with God/Holy Spirit, it is noteworthy that both figures, God and devil, are actually weak ones: God (as well as the devil) is at the service of man, rather than the other way around. By reading texts from high-ranking members of the UCKG (more precisely its leader, Bishop Edir Macedo) and watching videos of testimonies of churchgoers and Universal Churchs television programmes, I formed a comprehension of who these figures would be and how they would act, and from then on, I carried out an interpretation based on psychoanalytic conceptual operators the one that proved most fruitful was the concept of double, coined by Otto Rank in a 1917 article, addressed by Freud in his 1919 text The Uncanny, and developed more extensively again by Rank in the book of the same name, issued in 1925. Still related to the notion of double, another psychoanalytic concept that was quite operational and helped us in the reading proposed here was that of narcissism and, as expected, that of Superego, comprising the Ego-ideal and the severe self-observation component that measures the Ego with the ruler of perfection, of which the Ego believed itself to be the bearer in primary narcissism.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPLoffredo, Ana MariaCalejuri, Natalia Alves2024-05-31info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-08082024-132532/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-08-08T20:59:02Zoai:teses.usp.br:tde-08082024-132532Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-08-08T20:59:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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