Contribuição à geologia da região de São José dos Quatro Marcos - MT
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 1986 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44135/tde-21092015-151408/ |
Resumo: | O mapeamento geológico (escala 1:100.000) realizado na região de São José dos Quatro Marcos, sudoeste de Mato Grosso, revelou marcada variedade litológica. Predominam, como rochas consideradas do embasamento, gnaisses cinzentos e tonalíticos, com lentes e bandas interestratificadas de anfibolitos (\"primeira geração\") e escassas ocorrências de granulitos. Gnaisses róseos oftalmíticos, de composição granítica, são considerados granitóides porfiríticos deformados, enquanto que alguns afloramentos de rochas calco-silicáticas bandadas são representantes de sequências supracrustais deformadas e metamorfisadas. Estas rochas são invadidas por várias fácies de granitóides róseos e cinzas, tanto maciços como orientados. Petrograficamente, são tonalitos, granodioritos e granitos 3a e 3b, que aparecem no campo como blocos isolados e geralmente alternantes (i.e. maciços \"não circunscritos\"), colocados numa sequência que se inicia com tonalitos precoces e finaliza como granitos tardios. Estes granitóides mostram enclaves de gnaisses cinzentos e de anfibolitos (\"segunda geração\"). Um corpo anfibolítico de dimensões maiores, aflorando a W da área mapeada, é considerado também de \"segunda geração\". Para leste, aparecem alguns afloramentos isolados de riólitos porfiríticos, com matriz esferulítica. Todas as unidades mencionadas são descritas petrograficamente, apresentando-se adicionalmente várias dezenas de modas de gnaisses cinzentos, anfibolitos, rochas calco-silicáticas e granitóides. As observações geológicas são lançadas num \"mapa de domínios petrográficos\", que mostra a distribuição, no campo, dos tipos petrográficos dominantes. Determinações radiométricas pelo método Rb/Sr mostram idades isocrônicas de 1971 \'+ OU -\' 70 ma. (quatro amostras de um único afloramento) para gnaisses cinzentos, e 1472 \'+ OU -\' 19 ma. (seis amostras) para granitóides róseos; as razões iniciais são 0,7017 e 0,7037 respectivamente, indicando evolução a partir de materiais primitivos. Idades K/Ar em gnaisses cinzentos e anfibolitos são da ordem de 1500 ma. A área mapeada é parte integrante de uma \"faixa deformada\" de maior extensão, com os gnaisses cinzentos formando o embasamento para rochas supracrustais (calco-silicáticas), com posterior invasão de granitóides \"não circunscritos\", que marca, por volta de 1500 ma., um evento térmico-tectônico relacionado à \"reativação\" Parguazense (ciclo San Ignacio). As correlações com unidades formais definidas em áreas vizinhas, são dificultadas pela falta de mapeamento de maior detalhe. Considera-se prematura a atribuição das rochas do embasamento (gnaisses cinzentos, etc.) ao Complexo Xingu, originalmente definido na Amazônia Central. As rochas calco-silicáticas, remanescentes de sequências supracrustais mais espessas, são possíveis equivalentes de pacotes semelhantes já mapeados em áreas vizinhas, (e.g. Sequência Vulcano Sedimentar Quatro Meninas). As rochas granitóides foram geradas provavelmente por anatexia da crosta primitiva, e pertencem a \"Suíte Intrusiva Guapé\" como redefinida no presente trabalho. Os anfibolitos de corpos maiores \"segunda geração\" são os equivalentes da Suíte Intrusiva Rio Alegre, enquanto que os riólitos são prováveis cronocorrelatos do Grupo Rio Branco. |
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Petrograficamente, são tonalitos, granodioritos e granitos 3a e 3b, que aparecem no campo como blocos isolados e geralmente alternantes (i.e. maciços \"não circunscritos\"), colocados numa sequência que se inicia com tonalitos precoces e finaliza como granitos tardios. Estes granitóides mostram enclaves de gnaisses cinzentos e de anfibolitos (\"segunda geração\"). Um corpo anfibolítico de dimensões maiores, aflorando a W da área mapeada, é considerado também de \"segunda geração\". Para leste, aparecem alguns afloramentos isolados de riólitos porfiríticos, com matriz esferulítica. Todas as unidades mencionadas são descritas petrograficamente, apresentando-se adicionalmente várias dezenas de modas de gnaisses cinzentos, anfibolitos, rochas calco-silicáticas e granitóides. As observações geológicas são lançadas num \"mapa de domínios petrográficos\", que mostra a distribuição, no campo, dos tipos petrográficos dominantes. 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Considera-se prematura a atribuição das rochas do embasamento (gnaisses cinzentos, etc.) ao Complexo Xingu, originalmente definido na Amazônia Central. As rochas calco-silicáticas, remanescentes de sequências supracrustais mais espessas, são possíveis equivalentes de pacotes semelhantes já mapeados em áreas vizinhas, (e.g. Sequência Vulcano Sedimentar Quatro Meninas). As rochas granitóides foram geradas provavelmente por anatexia da crosta primitiva, e pertencem a \"Suíte Intrusiva Guapé\" como redefinida no presente trabalho. Os anfibolitos de corpos maiores \"segunda geração\" são os equivalentes da Suíte Intrusiva Rio Alegre, enquanto que os riólitos são prováveis cronocorrelatos do Grupo Rio Branco.Geologic mapping (1: 100,000) in São José dos Quatro Marcos, southwestern State of Mato Grosso, showed a remarkable lithological variety. Predominant, among basement rocks, are grey tonalitic gneisses, with interlayered \"first generation\" amphibolite lenses and bands and rare granulite occurrences. Associated pink granitic gneisses, with ophtalmitic structures are probably deformed early porphyritic granites. Sparse outcrops of banded calc-silicate rocks are rermmants of supracrustal sequences. These rocks are invaded by several facies of pink and grey granitoid types, both massive and slightly oriented, which are petrographically tonalites, granodiorites and 3a - 3b granites. These granitoids are observed in the field as isolated blocks of very variable petrography, intruded in a time sequence starting with tonalites, and ending with late pink granitoids. Granitoids show enclaves of both grey gneisses and \"second generation\" amphibolites; a larger amphibolite body, observed in the western part of the mapped area, is also considered part of this \"second generation\" sequence. To the E, scattered outcrops of porphyritic rhyolites, with a spherulitic matrix; were observed. All the mentioned units were described petrographically; several tens of modes of grey gneisses, amphibolites, calc-silicate rocks and granitoids are also presented. Geologic observations are shown in a \"map of petrographic domains\", which identifies, as objectively as possible, the distribution pattern of the rock types. Two Rb/Sr isochrons are presented, one for grey gneisses (four points of a single outcrop), yielding an age of 1971 \'+ ou -\' 70 ma., the other for the granitoid intrusives (six points), with an age of 1472 \'+ ou -\' 19 ma. Small initial ratios (0.7017 for grey gneisses, 0.7037 for granitoids), suggest that these rocks originated from metamorphism and/or partial fusion of primitive material, K/Ar ages cluster around 1500 ma. both for grey gneisses and several samples of amphibolites. The mapped area is part of a \"deformed belt\" of greater dimension; grey gneisses are considered basement rocks, upon which supracrustal sequences (calc-silicate rocks) were deposited, later invaded by a network of granitoids. The last occurrences, dated at about 1500 ma, marked a significant thermal and tectonic event, probably associated with the Parguazense \"reactivation\" (San Ignacio cycle). Correlation with other units, formally defined in nearby areas, is difficult, on account of the lack of detailed mapping of regional extent. There is no supporting data for defining the grey gneisses as \"Xingu Complex\" rocks, since this last unit was originally defined in Central Amazônia. Calc-silicate rocks are probably equivalent of thicker supracrustal sequences mapped in the vicinity (e.g. the Quatro Meninas volcanic-sedimentary sequence). The granitoid rocks, probably generated by anatexis of primitive crust, is correlated with the \"Guapé Intrusive Suite\", as here redefined. Amphibolites of the second genoration (specially the larger bodies) are probably equivalent to the \"Rio Alegre Intrusive Suite\" of basic rocks, while rhyolites are tentatively compared with the volcanic rocks of the Rio Branco Group.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPUlbrich, H. (Horstpeter)Carneiro, Maurício Antônio1986-05-16info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44135/tde-21092015-151408/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:11:58Zoai:teses.usp.br:tde-21092015-151408Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:11:58Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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