Detecção de Plasmodium spp. por meio do DNA ambiental (eDNA) associado à interação ecológica entre macaco bugio (Alouatta guariba clamitans) e besouros coprófagos (Coleoptera, Scarabaeidae) em áreas de transmissão de malária símia na Mata Atlântica
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/99/99131/tde-14102020-090518/ |
Resumo: | Símios são primatas protegidos e de difícil acesso, contudo interagem com o ambiente, liberando materiais que poderiam ser usados numa pesquisa indireta de sua eventual infecção malárica. A Serra da Cantareira em São Paulo tem histórico de malária associada ao símio Alouatta guariba clamitans e ao vetor Anopheles (Kerteszia) cruzii. Pesquisa recente evidenciou o DNA de plasmódios nas fezes dos bugios da área e observou a presença de besouros coprófagos. Com a hipótese de que o DNA dos plasmódios poderia contaminar estes besouros coprófagos que seriam potenciais indicadores indiretos da circulação de plasmódios nos símios, esse estudo visou coletar fezes de bugios e identificar os besouros Scarabaeinae associados em três parques de São Paulo, Parque Estadual da Cantareira (PEC), Parque Estadual Alberto Löfgren (PEAL) e Instituto de Botânica (IBot). Realizamos coletas mensais entre dezembro de 2016 a junho de 2019, perfazendo um total de 225 amostras de fezes e 230 de besouros. A origem símia das fezes foi confirmada pela presença do gene cyt b de Alouatta em 54% das amostras de fezes coletadas e em 69% do conteúdo intestinal dos besouros. Na detecção molecular para Plasmodium, encontramos positividade em 2,7% nas fezes dos bugios de todos os parques, PEC e PEAL 6/149 e IBot 0/76. Os conteúdos intestinais de besouro apresentaram uma positividade de 7%, PEC e PEAL 11/143 e IBot 5/87. Os besouros nos quais foram detectados o DNA do plasmódio foram: Onthophagus haematopus e Canthon aff. Ibarragrassoi e a espécie Onthophagus haematopus apresentou maior positividade para plasmódios no conteúdo intestinal. Nossos dados sugerem que é possível que os besouros funcionem como um filtro biológico que retira contaminantes e interferentes e aumenta a eficiência de detecção molecular de plasmódio. Os resultados demonstraram que os besouros Onthophagus haematopus e Canthon aff ibarragrassoi estão associados às fezes de bugio e poderão ser utilizados como bioindicadores de Plasmodium, evidenciando a circulação de macacos infectados em áreas com transmissão zoonótica. Essa nova abordagem ambiental sem agredir os símios protegidos, poderá auxiliar as atividades de Vigilância da malária em área de Mata Atlântica. |
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Detecção de Plasmodium spp. por meio do DNA ambiental (eDNA) associado à interação ecológica entre macaco bugio (Alouatta guariba clamitans) e besouros coprófagos (Coleoptera, Scarabaeidae) em áreas de transmissão de malária símia na Mata AtlânticaDetection of Plasmodium spp. by environmental DNA (eDNA) associated with the interaction among howler monkeys (Alouatta guariba clamitans) and coprophage beetles (Coleoptera, Scarabaeidae) in areas of malaria transmission in the Atlantic ForestAlouatta - Atlantic ForestAlouatta - Mata AtlânticaBioindicadoresBioindicatorsPlasmodiumPlasmodiumScarabaeidaeScarabaeidaeSímios são primatas protegidos e de difícil acesso, contudo interagem com o ambiente, liberando materiais que poderiam ser usados numa pesquisa indireta de sua eventual infecção malárica. A Serra da Cantareira em São Paulo tem histórico de malária associada ao símio Alouatta guariba clamitans e ao vetor Anopheles (Kerteszia) cruzii. Pesquisa recente evidenciou o DNA de plasmódios nas fezes dos bugios da área e observou a presença de besouros coprófagos. Com a hipótese de que o DNA dos plasmódios poderia contaminar estes besouros coprófagos que seriam potenciais indicadores indiretos da circulação de plasmódios nos símios, esse estudo visou coletar fezes de bugios e identificar os besouros Scarabaeinae associados em três parques de São Paulo, Parque Estadual da Cantareira (PEC), Parque Estadual Alberto Löfgren (PEAL) e Instituto de Botânica (IBot). Realizamos coletas mensais entre dezembro de 2016 a junho de 2019, perfazendo um total de 225 amostras de fezes e 230 de besouros. A origem símia das fezes foi confirmada pela presença do gene cyt b de Alouatta em 54% das amostras de fezes coletadas e em 69% do conteúdo intestinal dos besouros. Na detecção molecular para Plasmodium, encontramos positividade em 2,7% nas fezes dos bugios de todos os parques, PEC e PEAL 6/149 e IBot 0/76. Os conteúdos intestinais de besouro apresentaram uma positividade de 7%, PEC e PEAL 11/143 e IBot 5/87. Os besouros nos quais foram detectados o DNA do plasmódio foram: Onthophagus haematopus e Canthon aff. Ibarragrassoi e a espécie Onthophagus haematopus apresentou maior positividade para plasmódios no conteúdo intestinal. Nossos dados sugerem que é possível que os besouros funcionem como um filtro biológico que retira contaminantes e interferentes e aumenta a eficiência de detecção molecular de plasmódio. Os resultados demonstraram que os besouros Onthophagus haematopus e Canthon aff ibarragrassoi estão associados às fezes de bugio e poderão ser utilizados como bioindicadores de Plasmodium, evidenciando a circulação de macacos infectados em áreas com transmissão zoonótica. Essa nova abordagem ambiental sem agredir os símios protegidos, poderá auxiliar as atividades de Vigilância da malária em área de Mata Atlântica.Simians are protected primates of which blood sample collection is hard to perfform, however their feces might be used to the indirect screening of malarial infection. Serra da Cantareira, located in São Paulo, has a history of malaria associated with the simian Alouatta guariba clamitans and the vector Anopheles (Kerteszia) cruzii. Plasmodium DNA has recently been detected in the feces of howler monkeys from this area. Besides, coprophage beetles were also found. In order to confirm the hypothesis that these coprophage beetles could carry Plasmodium DNA and therephore could be considered indirect indicators of Plasmodium circulation in simians, the present study aimed to identify Scarabaeinae beetles associated with feces of howler monkeys from three parks in São Paulo: Cantareira State Park (PEC), Alberto Löfgren State Park (PEAL) and Botanical Institute (IBot). A total of 225 fecal samples and 230 beetles were collected from december/2016 to june/2019. The simian origin of the feces was confirmed by the presence of the cyt b gene of Alouatta in 54% of the stool samples and in 69% of the intestinal content of the beetles. Plasmodium was detected in 2,7% of the stool samples of howler monkeys (4% in PEC and PEAL and 0% in IBot) and 7% of the intestinal content of beetles (7,7% in PEC and PEAL and 5,7% in IBot). Plasmodium DNA was detected in the beetles Canthon aff. Ibarragrassoi and Onthophagus haematopus, although the last specie showed greater positivity. Our data suggests it is possible that beetles work as biologycal filters that remove contaminants from the ingested feces and enhace the efficiency of Plasmodium molecular detection. The results showed that the beetles Onthophagus haematopus and Canthon aff ibarragrassoi are associated with the feces of howler monkeys and that they can be used as Plasmodium bioindicators, showing the circulation of infected monkeys in areas with zoonotic transmission. This new environmental approach could be used during Malaria Surveillance in the Atlantic Forest without harming protected simians.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPAndrade Junior, Heitor Franco deSilva, Fabiana Santos2020-02-10info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/99/99131/tde-14102020-090518/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2020-10-26T20:19:02Zoai:teses.usp.br:tde-14102020-090518Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212020-10-26T20:19:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Detecção de Plasmodium spp. por meio do DNA ambiental (eDNA) associado à interação ecológica entre macaco bugio (Alouatta guariba clamitans) e besouros coprófagos (Coleoptera, Scarabaeidae) em áreas de transmissão de malária símia na Mata Atlântica |
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Símios são primatas protegidos e de difícil acesso, contudo interagem com o ambiente, liberando materiais que poderiam ser usados numa pesquisa indireta de sua eventual infecção malárica. A Serra da Cantareira em São Paulo tem histórico de malária associada ao símio Alouatta guariba clamitans e ao vetor Anopheles (Kerteszia) cruzii. Pesquisa recente evidenciou o DNA de plasmódios nas fezes dos bugios da área e observou a presença de besouros coprófagos. Com a hipótese de que o DNA dos plasmódios poderia contaminar estes besouros coprófagos que seriam potenciais indicadores indiretos da circulação de plasmódios nos símios, esse estudo visou coletar fezes de bugios e identificar os besouros Scarabaeinae associados em três parques de São Paulo, Parque Estadual da Cantareira (PEC), Parque Estadual Alberto Löfgren (PEAL) e Instituto de Botânica (IBot). Realizamos coletas mensais entre dezembro de 2016 a junho de 2019, perfazendo um total de 225 amostras de fezes e 230 de besouros. A origem símia das fezes foi confirmada pela presença do gene cyt b de Alouatta em 54% das amostras de fezes coletadas e em 69% do conteúdo intestinal dos besouros. Na detecção molecular para Plasmodium, encontramos positividade em 2,7% nas fezes dos bugios de todos os parques, PEC e PEAL 6/149 e IBot 0/76. Os conteúdos intestinais de besouro apresentaram uma positividade de 7%, PEC e PEAL 11/143 e IBot 5/87. Os besouros nos quais foram detectados o DNA do plasmódio foram: Onthophagus haematopus e Canthon aff. Ibarragrassoi e a espécie Onthophagus haematopus apresentou maior positividade para plasmódios no conteúdo intestinal. Nossos dados sugerem que é possível que os besouros funcionem como um filtro biológico que retira contaminantes e interferentes e aumenta a eficiência de detecção molecular de plasmódio. Os resultados demonstraram que os besouros Onthophagus haematopus e Canthon aff ibarragrassoi estão associados às fezes de bugio e poderão ser utilizados como bioindicadores de Plasmodium, evidenciando a circulação de macacos infectados em áreas com transmissão zoonótica. Essa nova abordagem ambiental sem agredir os símios protegidos, poderá auxiliar as atividades de Vigilância da malária em área de Mata Atlântica. |
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