Educação alternativa? Estudo descritivo de uma instituição escolar particular gratuita

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Bueno, Amanda Fernandes Rosa
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59142/tde-28072017-092523/
Resumo: No Brasil verifica-se um movimento de escolas que estão sendo chamadas alternativas. Essa pesquisa teve como objetivo descrever e caracterizar uma escola cadastrada no Mapeamento Coletivo de Educação Alternativa, plataforma virtual, na qual são encontradas tais instituições. Para tanto utilizou-se a abordagem qualitativa da etnografia em educação, com os instrumentos da observação participante, entrevista e análise documental. Na escola, os alunos são reconhecidos como educandos e os professores e funcionários como educadores. Foram realizadas 53 visitas, 15 entrevistas (duas gestoras, sete educadores, três educandos, dois funcionários e uma mãe) e análise documental do Regimento Escolar, Projeto Pedagógico e Carta de Princípios. Com fundamentação teórica em Gilles Deleuze, Félix Guattari e Michel Foucault, observa-se que na escola pesquisada há diferenças no plano molar, comparadas às escolas tradicionais: denominação dos educadores e educandos, divisão dos educandos por núcleos de aprendizagem (iniciação, consolidação, desenvolvimento), ensino por projetos, pesquisas, roteiros e oficinas, dispositivos de assembleias, grupos de responsabilidade e grupos de discussão, pautados em valores (autonomia, responsabilidade, afetividade, solidariedade e respeito), etc. No plano molecular, a disciplina e a vigilância permanecem. Poucos foram os momentos observados em que a aprendizagem inventiva aparece. Os membros da escola não a consideram alternativa, mas compreendem a educação de maneira coletiva, através das relações com a Comunidade de Aprendizagem. As práticas pedagógicas da escola, segundo as gestoras, precisam ser sempre discutidas com as instâncias formais de educação, pois há resoluções que impedem o pedagógico de acontecer, mas a escola segue seu Projeto Pedagógico, documento autorizado, que valida a concepção e prática escolar. Propõe-se pensar esse Movimento da Educação Alternativa como o momento em que teorias pedagógicas voltadas para a Nova Educação ou com princípios diferentes ao da pedagogia tradicional começam a ser aderidas por mais escolas e, assim, colocadas em prática. Por fim, convida-se a pensar em transformações educacionais não mais em termos pedagógicos, mas em termos relacionais que afirmem a diferença.
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Foram realizadas 53 visitas, 15 entrevistas (duas gestoras, sete educadores, três educandos, dois funcionários e uma mãe) e análise documental do Regimento Escolar, Projeto Pedagógico e Carta de Princípios. Com fundamentação teórica em Gilles Deleuze, Félix Guattari e Michel Foucault, observa-se que na escola pesquisada há diferenças no plano molar, comparadas às escolas tradicionais: denominação dos educadores e educandos, divisão dos educandos por núcleos de aprendizagem (iniciação, consolidação, desenvolvimento), ensino por projetos, pesquisas, roteiros e oficinas, dispositivos de assembleias, grupos de responsabilidade e grupos de discussão, pautados em valores (autonomia, responsabilidade, afetividade, solidariedade e respeito), etc. No plano molecular, a disciplina e a vigilância permanecem. Poucos foram os momentos observados em que a aprendizagem inventiva aparece. Os membros da escola não a consideram alternativa, mas compreendem a educação de maneira coletiva, através das relações com a Comunidade de Aprendizagem. As práticas pedagógicas da escola, segundo as gestoras, precisam ser sempre discutidas com as instâncias formais de educação, pois há resoluções que impedem o pedagógico de acontecer, mas a escola segue seu Projeto Pedagógico, documento autorizado, que valida a concepção e prática escolar. Propõe-se pensar esse Movimento da Educação Alternativa como o momento em que teorias pedagógicas voltadas para a Nova Educação ou com princípios diferentes ao da pedagogia tradicional começam a ser aderidas por mais escolas e, assim, colocadas em prática. Por fim, convida-se a pensar em transformações educacionais não mais em termos pedagógicos, mas em termos relacionais que afirmem a diferença.In Brazil, it\'s possible to see a movement of schools that are being called alternative. This research had an objective of describing and characterizing one school registered at the Alternative Education Collective Mapping, an online platform, where such institutions are found. For this, a qualitative approach of ethnography in education was used, with the tools of participative observation, interview and documentary analysis. In the school, the students are recognized as learners and the teachers and staff as educators. A total of 53 visits and 15 interviews (two school managers, seven educators, three learners, two staff members and one parent) were made, as well as a documentary analysis of the School Statute, Pedagogical Project and Principles Statement. With a theoretical foundation based on Gilles Deleuze, Félix Guattari and Michel Foucault, its observed that in the institution that was researched, there are differences in the molar level, when compared to the traditional schools: in the denomination of educators and learners, in the division of the learners by learning core (initiation, consolidation, development), in the use of projects, research, scripts and workshops for teaching, in the devices of assemblies, responsibility groups and discussion groups, based on values (autonomy, responsibility, affectivity, solidarity and respect), etc. In the molecular level, discipline and vigilance remain. There were few moments where inventive learning appeared. The school members don\'t consider it alternative, but understand education in a collective manner, through the relationships with the Learning Community. The pedagogical practices of the school, according to the school managers, need to be discussed always with the formal instances of education, since there are resolutions that prevent the pedagogical from happening, but the school follows its Pedagogical Project, an authorized document, that validates the school conception and practice. It is proposed to think this Alternative Education Movement as the moment in which pedagogical theories focused on the New Education, or with principles that differ from the traditional education principles, start to be embraced by more schools, and therefore put into practice. Finally, an invitation is proposed to think about educational transformations no longer in pedagogical terms, but in relational terms that affirm the difference.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPAndrade, Antonio dos SantosBueno, Amanda Fernandes Rosa2017-06-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59142/tde-28072017-092523/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2018-07-19T17:03:58Zoai:teses.usp.br:tde-28072017-092523Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212018-07-19T17:03:58Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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