Verdades e mitos na interpretação da demonstração do valor adicionado
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2010 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12136/tde-15102010-201125/ |
Resumo: | O relacionamento entre empresas e sociedade faz emergir a necessidade de prestação de contas a distintos grupos de interesse e a DVA apresenta-se como ferramenta importante, ao apresentar informações relevantes a diferentes stakeholders. Este trabalho discute a interpretação dessa demonstração a partir do que se concebe no senso comum, propondo-se a identificar e caracterizar mitos originados numa leitura simplista da DVA, bem como verificar o impacto do setor de atuação sobre a análise. A plataforma teórica edifica-se sobre a teoria dos stakeholders que, para determinar grupos efetivamente relevantes à entidade, se distingue nos atributos: poder, legitimidade e urgência. Analisa a DVA em sua gênese e desenvolvimentos posteriores até os dias atuais. Para responder à questão de pesquisa, Quais as verdades e os mitos contidos na interpretação da Demonstração do Valor Adicionado?, tomou-se como base uma amostra composta de informações contábeis de 6.286 empresas não financeiras, oriundas de diversos setores, extraídas do banco de dados mantido pela Fipecafi e utilizado como fonte para o ranking das Melhores e Maiores, da Revista Exame. O estudo abrange os anos de 2004 a 2009. Os resultados demonstraram haver correlação positiva e moderada entre valor adicionado e lucro líquido ajustado, indicando que elevações do lucro podem estar acompanhadas de aumentos do valor adicionado; nesse caso, a segregação setorial não apontou resultados distintos em relação à amostra global, apenas realçando a tendência observada. As correlações de Spearman indicaram a existência de relacionamento estatístico entre o valor adicionado destinado aos empregados e o destinado aos acionistas, sob a forma de juros sobre capital próprio e dividendos, embora essa associação negativa tenha se apresentado em nível moderado. Nesse caso, a consideração dos setores de atuação apontou algumas diferenças, como, por exemplo, para o setor 1, constituído basicamente por empresas comerciais, no qual não se identificou significativo nível de associação. Nos demais setores, identificou-se uma associação negativa e moderada entre as variáveis testadas. Os resultados globais dos testes de médias indicaram não haver indícios de que as destinações do valor adicionado se comportassem de modo constante, exceção feita ao item lucro retido; entretanto, a separação por setores trouxe novas informações, sobretudo para os setores 1 (comércio em geral); 3 (serviços) e 4 (energia), cujas distribuições não apresentaram, na média, diferenças expressivas. A aplicação de modelos lineares generalizados destacou que somente a variável rentabilidade ajustada ao patrimônio líquido (Rent) foi significativa no modelo, em todos os anos da análise, tendo apresentado sinal negativo. Apenas, em 2007, a variável crescimento de vendas (Cresc) mostrou-se significativa no modelo e, também, com sinal negativo. As correlações de Spearman indicaram a existência de associação positiva e fraca, entre 2004 e 2007, e moderada, em 2008 e 2009. A consideração dos setores não conferiu novos contornos aos achados, apenas um destaque em relação ao setor 4 (formado por empresas de energia elétrica), em que ocorreu uma elevação dos níveis de associação: de parâmetro fraco para moderado. Assim, os resultados dos testes estatísticos permitiram um real aprofundamento da análise da DVA, de modo a desvendar alguns mitos, pelo menos, no que possa ser aplicável à amostra utilizada. |
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Verdades e mitos na interpretação da demonstração do valor adicionadoTruths and lies in the interpretation of the Value Added StatementContabilidade socialSocial accountingStakeholderStakeholderValor adicionadoValue addedO relacionamento entre empresas e sociedade faz emergir a necessidade de prestação de contas a distintos grupos de interesse e a DVA apresenta-se como ferramenta importante, ao apresentar informações relevantes a diferentes stakeholders. Este trabalho discute a interpretação dessa demonstração a partir do que se concebe no senso comum, propondo-se a identificar e caracterizar mitos originados numa leitura simplista da DVA, bem como verificar o impacto do setor de atuação sobre a análise. A plataforma teórica edifica-se sobre a teoria dos stakeholders que, para determinar grupos efetivamente relevantes à entidade, se distingue nos atributos: poder, legitimidade e urgência. Analisa a DVA em sua gênese e desenvolvimentos posteriores até os dias atuais. Para responder à questão de pesquisa, Quais as verdades e os mitos contidos na interpretação da Demonstração do Valor Adicionado?, tomou-se como base uma amostra composta de informações contábeis de 6.286 empresas não financeiras, oriundas de diversos setores, extraídas do banco de dados mantido pela Fipecafi e utilizado como fonte para o ranking das Melhores e Maiores, da Revista Exame. O estudo abrange os anos de 2004 a 2009. Os resultados demonstraram haver correlação positiva e moderada entre valor adicionado e lucro líquido ajustado, indicando que elevações do lucro podem estar acompanhadas de aumentos do valor adicionado; nesse caso, a segregação setorial não apontou resultados distintos em relação à amostra global, apenas realçando a tendência observada. As correlações de Spearman indicaram a existência de relacionamento estatístico entre o valor adicionado destinado aos empregados e o destinado aos acionistas, sob a forma de juros sobre capital próprio e dividendos, embora essa associação negativa tenha se apresentado em nível moderado. Nesse caso, a consideração dos setores de atuação apontou algumas diferenças, como, por exemplo, para o setor 1, constituído basicamente por empresas comerciais, no qual não se identificou significativo nível de associação. Nos demais setores, identificou-se uma associação negativa e moderada entre as variáveis testadas. Os resultados globais dos testes de médias indicaram não haver indícios de que as destinações do valor adicionado se comportassem de modo constante, exceção feita ao item lucro retido; entretanto, a separação por setores trouxe novas informações, sobretudo para os setores 1 (comércio em geral); 3 (serviços) e 4 (energia), cujas distribuições não apresentaram, na média, diferenças expressivas. A aplicação de modelos lineares generalizados destacou que somente a variável rentabilidade ajustada ao patrimônio líquido (Rent) foi significativa no modelo, em todos os anos da análise, tendo apresentado sinal negativo. Apenas, em 2007, a variável crescimento de vendas (Cresc) mostrou-se significativa no modelo e, também, com sinal negativo. As correlações de Spearman indicaram a existência de associação positiva e fraca, entre 2004 e 2007, e moderada, em 2008 e 2009. A consideração dos setores não conferiu novos contornos aos achados, apenas um destaque em relação ao setor 4 (formado por empresas de energia elétrica), em que ocorreu uma elevação dos níveis de associação: de parâmetro fraco para moderado. Assim, os resultados dos testes estatísticos permitiram um real aprofundamento da análise da DVA, de modo a desvendar alguns mitos, pelo menos, no que possa ser aplicável à amostra utilizada.The relationship between entities and the society brings to the fore a need for a public accountability to specific groups. VAS proves to be an important tool to achieve this need when demonstrating relevant information to various stakeholders. This study aims to discuss the VAS interpretation from the common sense knowledge, consequently identifying and characterizing the myths derived from a simplistic VAS interpretation, as well as checking the impact of a product sector over this analysis. The stakeholders theory on power, legitimacy and urgency as means to identify the most relevant groups for an entity is the theoretical basis for this study. Moreover, this paper analyses the VAS origin and its development down to our day. From Fipecafi database, which ranks Maiores e Melhores, published by Exame magazine, accounting information of 6,286 sample entities, from different sectors, with the exception of non-financial enterprises, was selected to answer the question: What are the truths and myths within the Value Added Statement interpretation? This study spans the years 2004 to 2009. The results disclosed a positive and moderate correlation between added value and adjusted net profits, indicating that higher profits may be accompanied by higher added value. In this case, an isolated sector did not display a distinct result in relation to the overall sample, but simply emphasized the tendency identified above. Spearmans rank correlation coefficient identified a statistical connection between the added value dispensed to employees and to the stakeholders in the form of interest on own equity and dividend, although such negative relation was presented in a moderate level. In this case some differences were identified when studying the product sectors, such as found in sector 1, made up mainly of commercial enterprises, where no significant level of association was identified. Tested variables displayed a negative and moderate association within other sectors. In addition, except for retained earnings, overall results of main tests showed no sign of the applied added value behaving. However, when sectors were isolated, new information was brought to light, specially in sectors 1 commerce; 3 service; and 4 energy. In their distribution, no significant differences were found. Overall linear models highlighted that only the Rent variable had a significant outcome to the model during the whole period of time, and with a negative result. The Cresc variable had an important outcome, only in 2007, with a negative result as well. The Spearmans rho general outcome indicated a positive and weak association from 2004 to 2007, and a moderate one, for the 2008 and 2009 period. The analysis of the sectors did not add new information to the finds, except for sector 4, the energy segment, which the association level raised from weak to moderate. To sum up, the outcome of the statistical tests has led to a much deeper VAS analysis, at least unveiling some myths related to the sample analyzedBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSantos, Ariovaldo dosVieira, Patricia dos Santos2010-09-17info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12136/tde-15102010-201125/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:12Zoai:teses.usp.br:tde-15102010-201125Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:12Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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