Avaliação estática do complexo tornozelo-pé e padrões dinâmicos da distribuição da pressão plantar de corredores com e sem fasciite plantar

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ribeiro, Ana Paula
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5163/tde-27052010-164407/
Resumo: A fasciite plantar é considerada a terceira doença mais comum em corredores. Apesar dessa alta prevalência, sua patogênese ainda é inconclusiva. Na literatura desalinhamento do retropé, mudanças na conformação do arco longitudinal plantar e um aumento da carga mecânica sobre os pés, têm sido embasados como fatores de risco para o desenvolvimento da fasciite plantar. No entanto, há uma escassez de estudos que investigaram estes fatores, durante a corrida. A maior parte da literatura investigou, especificamente, a marcha e os resultados apresentam-se controversos e ainda não claros, principalmente, em relação ao efeito da dor associada à doença. Para alívio da dor, a maioria dos tratamentos baseia-se na inserção de palmilhas, porém, há longo prazo, elas não impedem as recidivas dos sintomas. Isso pode ser justificado pela carência de bases científicas que melhor descrevam as características posturais do complexo tornozelo-pé e os padrões dinâmicos da carga plantar, durante a corrida, para que possam perpetuar uma maior eficácia deste tipo de tratamento. Assim, o objetivo geral desse estudo foi verificar a influência da fasciite plantar com e sem dor sobre o alinhamento do retropé e o arco longitudinal medial na postura ortostática bipodal, bem como a análise da distribuição da pressão plantar durante a corrida. Foram estudados 105 corredores adultos de ambos os sexos entre 20 a 55 anos. Destes 45 apresentavam fasciite plantar (30 com dor - FPS e 15 sem dor - FPA) e 60 eram corredores controles - GC. Para responder as questões científicas específicas foram realizados dois experimentos. O experimento um teve como objetivo específico avaliar a influência da fasciite plantar sintomática e assintomática sobre o alinhamento do retropé e o arco longitudinal medial durante a postura ortostática bipodal de corredores recreacionais. Para tanto, foram avaliadas, por meio da fotogrametria digital, duas medidas clínicas: ângulo do retropé e o arco longitudinal medial. O experimento dois teve como objetivo específico investigar e comparar a distribuição da pressão plantar de corredores com fasciite plantar sintomática e assintomática e corredores sem a presença da doença, durante a corrida. Para tanto, a distribuição da pressão plantar foi avaliada por meio de palmilhas capacitivas (Pedar X System) durante uma corrida de 40m a uma velocidade de 12km/h, utilizando um calçado esportivo padrão. A dor foi mensurada pela escala visual analógica. Para análise das variáveis biomecânicas da pressão o pé foi dividido em seis áreas: retropé lateral, central e medial, mediopé e antepé lateral e medial. Os principais resultados desse estudo mostraram que a fasciite plantar sintomática e assintomática não apresentou diferenças significativas no alinhamento em valgo do retropé, mas a condição de fasciite plantar influenciou no arco longitudinal medial, onde ambos os grupos com fasciite plantar (com e sem dor) apresentaram um arco mais elevado em relação ao controle. Já em relação às cargas plantares, durante a corrida, não houve diferença significativa nas variáveis: pico de pressão (p = 0,609), área de contato (p = 0,383), tempo de contato (p = 0,908) e integral da pressão (p = 0,504). Conclui-se que a fasciite plantar sintomática e assintomática não altera o alinhamento do retropé na postura ortostática bipodal e a distribuição da pressão plantar, durante a corrida. No entanto, a condição fasciite plantar, independente do sintoma de dor, associa-se com um aumento do arco longitudinal medial na população de corredores
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A maior parte da literatura investigou, especificamente, a marcha e os resultados apresentam-se controversos e ainda não claros, principalmente, em relação ao efeito da dor associada à doença. Para alívio da dor, a maioria dos tratamentos baseia-se na inserção de palmilhas, porém, há longo prazo, elas não impedem as recidivas dos sintomas. Isso pode ser justificado pela carência de bases científicas que melhor descrevam as características posturais do complexo tornozelo-pé e os padrões dinâmicos da carga plantar, durante a corrida, para que possam perpetuar uma maior eficácia deste tipo de tratamento. Assim, o objetivo geral desse estudo foi verificar a influência da fasciite plantar com e sem dor sobre o alinhamento do retropé e o arco longitudinal medial na postura ortostática bipodal, bem como a análise da distribuição da pressão plantar durante a corrida. Foram estudados 105 corredores adultos de ambos os sexos entre 20 a 55 anos. Destes 45 apresentavam fasciite plantar (30 com dor - FPS e 15 sem dor - FPA) e 60 eram corredores controles - GC. Para responder as questões científicas específicas foram realizados dois experimentos. O experimento um teve como objetivo específico avaliar a influência da fasciite plantar sintomática e assintomática sobre o alinhamento do retropé e o arco longitudinal medial durante a postura ortostática bipodal de corredores recreacionais. Para tanto, foram avaliadas, por meio da fotogrametria digital, duas medidas clínicas: ângulo do retropé e o arco longitudinal medial. O experimento dois teve como objetivo específico investigar e comparar a distribuição da pressão plantar de corredores com fasciite plantar sintomática e assintomática e corredores sem a presença da doença, durante a corrida. Para tanto, a distribuição da pressão plantar foi avaliada por meio de palmilhas capacitivas (Pedar X System) durante uma corrida de 40m a uma velocidade de 12km/h, utilizando um calçado esportivo padrão. A dor foi mensurada pela escala visual analógica. Para análise das variáveis biomecânicas da pressão o pé foi dividido em seis áreas: retropé lateral, central e medial, mediopé e antepé lateral e medial. Os principais resultados desse estudo mostraram que a fasciite plantar sintomática e assintomática não apresentou diferenças significativas no alinhamento em valgo do retropé, mas a condição de fasciite plantar influenciou no arco longitudinal medial, onde ambos os grupos com fasciite plantar (com e sem dor) apresentaram um arco mais elevado em relação ao controle. Já em relação às cargas plantares, durante a corrida, não houve diferença significativa nas variáveis: pico de pressão (p = 0,609), área de contato (p = 0,383), tempo de contato (p = 0,908) e integral da pressão (p = 0,504). Conclui-se que a fasciite plantar sintomática e assintomática não altera o alinhamento do retropé na postura ortostática bipodal e a distribuição da pressão plantar, durante a corrida. No entanto, a condição fasciite plantar, independente do sintoma de dor, associa-se com um aumento do arco longitudinal medial na população de corredoresThe plantar fasciitis has been the third most common disease in runners. Despite this high prevalence, its pathogenesis is still inconclusive. In literature, the rearfoot misalignment, changes in the conformation of longitudinal plantar arch and increased mechanical load on the feet, have been described as risk factors for developing of plantar fasciitis. However, there are few studies investigating these factors during the running. The most of the literature investigated the gait and the results are still controversial and unclear, mainly on the effect of pain associated with disease. For pain relief, most of the treatments are based on use of the insoles, however, they do not have long-term beneficial effects. This can be explained by the lack of scientific evidence that describe the characteristics of postural ankle-foot complex and dynamic load patterns on plantar surface during the running, thus, improve effectiveness this type of treatment. The general purpose of this study was to investigate the influence of plantar fasciitis with and without pain on the rearfoot alignment, longitudinal medial plantar arch in bipedal standing posture and on the plantar pressure distribution during the running. One hundred and five adult recreational runners of both sexes between 20 to 55 years old were studied. Of these, 45 had plantar fasciitis (symptomatic 30 SPF and asymptomatic 15 APF) and 60 controls runners CG. Two experiments were realized in order to respond the specific scientific questions. The first experiment had the specific purpose of verify the influence of plantar fasciitis symptomatic (with pain) and asymptomatic (without pain) on the rearfoot alignment and on the longitudinal medial plantar arch during bipedal standing posture of runners. Therefore, were evaluated by mean of digital photogrammetry, two clinical measures: the rearfoot angle and arch index. The experiment two aimed specifically to investigate and comparing the plantar pressure distribution in runners with plantar fasciitis symptomatic and asymptomatic and runners without plantar fasciitis during the running. Therefore, the plantar pressure distribution was measured by capacitive insoles (Pedar System X) during a running of 40 m at a speed of 12km/h, using a standard sport shoes. Pain was measured by visual analogue scale. For analysis of the pressure variables, the foot was divided into six areas: rearfoot lateral, central and medial; midfoot and forefoot medial and lateral. The principal results of this study showed that the symptomatic and asymptomatic plantar fasciitis do not show significant difference in the valgus rearfoot misalignment, but the condition of plantar fasciitis (symptomatic and asymptomatic) caused an increase of the longitudinal medial plantar arch compared to CG. In relation to the plantar loads during the running, there was no significant difference on pressure peak (p = 0.609), contact area (p = 0.383), contact time (p = 0.908) and pressure integral (p = 0.504). We concluded that the symptomatic and asymptomatic plantar fasciitis does not change the valgus rearfoot alignment during bipedal standing posture and the plantar pressure distribution during the running. However, the condition of symptomatic and asymptomatic plantar fasciitis showed an increase in the longitudinal medial plantar arch of recreational runnersBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPJoão, Silvia Maria AmadoRibeiro, Ana Paula2010-04-28info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5163/tde-27052010-164407/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:07Zoai:teses.usp.br:tde-27052010-164407Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:07Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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