Entremeios e entretempos: aproximações do filme Shoah de Claude Lanzmann
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2006 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8152/tde-08092022-082911/ |
Resumo: | A proposta dessa dissertação é analisar o filme Shoah, de Claude Lanzmann, atentando para o problema da representação e da natureza da obra da arte quando esta tem como objeto um acontecimento histórico. O diretor Claude Lanzmann afirma que seu filme não é representacional e que não dá conta de um conteúdo histórico e sim trata da impossibilidade de nomeação desse conteúdo. A partir dessa declaração, que funciona como um princípio constitutivo do filme, organizou-se um intenso debate centrado na questão da possibilidade ou da impossibilidade de representação do horror e dos compromissos éticos levantados quando o objeto artístico encontra-se com o objeto histórico. Pretendemos a partir dos conceitos de mimese e verossimilhança, localizar esse debate e apresentar alguns apontamentos para discussão sobre a natureza de um filme que trata de uma questão histórica e, a partir disso, pensar qual é o campo da Arte e no que este se difere do campo da História. Pretendemos mostrar como o filme de Lanzmann, mais do que em torno da memória da shoá, constrói-se a partir do testemunho que, apesar de absolutamente necessário, é, entretanto, sempre incompleto. O testemunho está fundado na sua necessidade de expressão: aquele que testemunha viveu algo que o tomou, e deve lidar com isso através da sua narração que, o filme nos mostra, não dá conta da experiência. Por fim, pretendemos verificar, através da análise do texto fílmico, como o filme se constrói e como essa construção cria uma gramática que permite lidar, artisticamente, com o horror e sua memória sem banalizar a sua magnitude e sem cair de maneira facilitada no discurso tão usado e abusado da necessidade da lembrança |
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