Petrologia e aspectos tectônicos do Complexo Granítico Quixada-Quixeramobim, CE

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Almeida, Afonso Rodrigues de
Data de Publicação: 1995
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44135/tde-12082015-141200/
Resumo: O Complexo Granítico Quixadá - Quixeramobim, situado na porção central do Estado do Ceará, distante cerca de 160 Km a sudoeste de Fortaleza, está constituído por dois batólitos: o Quixadá e o Quixeramobim. O primeiro, situado na porção setentrional do Complexo, exibe uma área aflorante com forma de pêra de cerca de 260 Km2, está constituído por uma suíte cálcio-alcalina de alto potássio, composta por dioritos, monzonitos (dominantes) e sienitos, todos porfiríticos, com megacristais de plagioclásio e feldspatos potássicos imersos em uma matriz de cor preta esverdeada granulação média a grossa, composta essencialmente por anfibólios e biotita. Os dioritos ocorrem principalmente na forma de encraves elipsoidais e diques sinplutônicos, sua forma diapírica é ressaltada pelas foliações internas paralelas aos contatos e às foliações externas, formando na sua porção norte, um \"trend\" circular, indicando um baloneamento \"in situ\". Seus litotipos são essencialmente intermediários e metaluminosos, ricos em álcalis, MgO (\'K IND. 2\'O/MgO \'APROXIMADAMENTE A\'l), CaO Sr, Ba, e ETRL, caracterizando-os como uma suite shoshonítica pós-colisional. O batólito Quixeramobim com cerca de 1600 Km2 de área está constituido por seis grandes subdivisões litológicas ou facies; o Muxuré Novo, o Muxuré Velho, o Água Doce, o Serra Branca, o Uruquê, o Mobilizados Tardios e os Sub-Facies Boa Fé e Uruquê Transicional Muxuré Novo. Os facies Muxuré Novo, Serra Branca e o Sub-Facies Boa Fé constituem uma suite cálcio-alcalina de médio potássio, composta por quartzo-dioritos, tonalitos, granodioritos (dominantes) e monzogranitos a biotita e anfibólio. Eles são diferenciados por seu padrão textural porfirítico, com o Serra Branca apresentando fenocristais de feldspatos variando de 20 a 6 cm, o Muxuré Novo com fenocristais variando de 6 a 1,5 cm e o Boa Fé exibindo fenocristais aproximadamente equidimensionais em torno de 2,5 cm. Os litotipos do Água Doce constituem uma suíte cálcio-alcalina de baixo potássio, composta essencialmente por quartzo-dioritos e tonalitos de cor cinza azulado, granulação média, afiricos, com biotita e anfibólios como minerais máficos essenciais. O facies Uruquê, está composto essencialmente por granodioritos e monzogranitos a biotita. São rochas leucocráticas, de cor cinza claro a cinza amarelado, granulação média a fina e afiricas. Juntamente com os encraves microgranulares compõem uma suite calcio-alcalina de médio potássio. o facies Muxuré velho, uma suite tonalítica de variável potássio, está presente na forma de encraves e diques sinplutônicos, inclusos no seio dos litotipos dos demais facies. São rochas de cor escura e de granulação média a fina geralmente contendo xenocristais de feldspatos potássicos. Seus litotipos são essencialmente metaluminosos, ricos em álcalis, Sr, Ba, e ETRL, e pobres em CaO e MgO caracterizando-os como uma suite cálcio-alcalina tardi-colisional. A geometria dos batólitos Quixeramobim junto com a que mostra o vizinho Senador Pompeu, bem como o grande número de lâminas de rochas encaixantes adentrando ao batólito Quixeramobim sugerem que estes batólitos ascenderam através de fraturas extensionais geradas durante o movimento sinistral da zona de cisalhamento senador Pompeu. Uma rotação no campo de esforços regionais ocasionou a inversão dos movimentos da zona de cisalhamento Senador Pompeu, imprimindo nos litotipos do batólito Quixeramobim uma deformação no estado sólido, caracterizada pela presença de planos S-C, sombras de recristalização assimétrica etc., cujos indicadores cinemáticos indicam que o último movimento dúctil, foi de natureza destral, também responsável pela abertura de fraturas extensionais, por onde ascenderam os magmas Quixadá e pelo desenvolvimento da zona de cisalhamento Quixeramobim, através do arrasto das rochas encaixantes contra o batólito Quixeramobim. Os litotipos Quixeramobim exibem teores de SiO2 que variam de 5l a 73%, são essencialmente metaluminosos, ricos em alcalis, Sr, Ba e ETRL e pobres em ETRP, MgO e CaO. Seus teores em ETRL são de 2 a 3 vezes mais altos que os exibidos por suites cálcio-alcalinas normais. A ocorrência universal de encraves microgranulares e diques sinplutônicos descontínuos em ambos os batólitos, sugere que o mecanismo de mistura de magmas foi de primordial importância na geração destes batólitos. Em Quixeramobim, as inclinações das curvas de mistura indicam uma participação de magmas crustais em torno de 65%, e os mantélicos participando com 35%. Em Quixadá parece não haver a participação de magmas crustais. Os altos teores de Sr, Ba e ETRL, com anomalias de Eu ausentes e baixos teores de ETRP, sugerem que os magmas mantélicos são o resultado da fusão de um manto litosférico metassomatisado enriquecido em ETRL, controlada principalmente por hornblenda e flogopita. Em Quixada, magmas potássicos leves, cujas fusões foram controladas por flogopitas, parecem ter sido os primeiros a invadirem a crosta, seguidos e inundados imediatamente por magmas mais magnesianos, cujas fusões foram controladas principalmente por hornblenda. A mistura dos magmas, em ambos os casos, ocorreu quando os magmas estavam essencialmente liquidos, com baixos percentuais de cristais. Os líquido resultantes da mistura evoluiram por cristalização fracionada com um mecanismo de cristalização \"side wall\" se adaptando perfeitamente ao batólito Quixeramobim. Modelamento matemático utilizando ETR e K, Rb, Ba e Sr sugere que 45% de fracionamento de uma associação mineralógica similar ao facies Muxuré Novo, a partir de uma fonte similar ao água Doce, gera líquidos ricos em álcalis, menos densos, que cristalizam para formar uma carapaça Serra Branca. Injeções intermitentes de magmas máficos Muxuré Velho, são os responsáveis por manter a câmara magmática suficientemente aquecida para a formação dos megacristais. Magmas residuais correspondem ao facies Uruquê. O batólito Quixadá não exibe zoneamento conspícuo, com os seus litotipos distribuídos conforme mecanismos de diferenciação local. Modelamento matemático em K, Rb, Ba e Sr, sugere que os granitos finos filonianos correspondem a líquidos endógenos intersticiais, resultantes do fracionamento da granito que agora constitui a sua rocha encaixante adjacente à fratura na qual eles são encontrados.
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Os dioritos ocorrem principalmente na forma de encraves elipsoidais e diques sinplutônicos, sua forma diapírica é ressaltada pelas foliações internas paralelas aos contatos e às foliações externas, formando na sua porção norte, um \"trend\" circular, indicando um baloneamento \"in situ\". Seus litotipos são essencialmente intermediários e metaluminosos, ricos em álcalis, MgO (\'K IND. 2\'O/MgO \'APROXIMADAMENTE A\'l), CaO Sr, Ba, e ETRL, caracterizando-os como uma suite shoshonítica pós-colisional. O batólito Quixeramobim com cerca de 1600 Km2 de área está constituido por seis grandes subdivisões litológicas ou facies; o Muxuré Novo, o Muxuré Velho, o Água Doce, o Serra Branca, o Uruquê, o Mobilizados Tardios e os Sub-Facies Boa Fé e Uruquê Transicional Muxuré Novo. Os facies Muxuré Novo, Serra Branca e o Sub-Facies Boa Fé constituem uma suite cálcio-alcalina de médio potássio, composta por quartzo-dioritos, tonalitos, granodioritos (dominantes) e monzogranitos a biotita e anfibólio. 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A ocorrência universal de encraves microgranulares e diques sinplutônicos descontínuos em ambos os batólitos, sugere que o mecanismo de mistura de magmas foi de primordial importância na geração destes batólitos. Em Quixeramobim, as inclinações das curvas de mistura indicam uma participação de magmas crustais em torno de 65%, e os mantélicos participando com 35%. Em Quixadá parece não haver a participação de magmas crustais. Os altos teores de Sr, Ba e ETRL, com anomalias de Eu ausentes e baixos teores de ETRP, sugerem que os magmas mantélicos são o resultado da fusão de um manto litosférico metassomatisado enriquecido em ETRL, controlada principalmente por hornblenda e flogopita. Em Quixada, magmas potássicos leves, cujas fusões foram controladas por flogopitas, parecem ter sido os primeiros a invadirem a crosta, seguidos e inundados imediatamente por magmas mais magnesianos, cujas fusões foram controladas principalmente por hornblenda. A mistura dos magmas, em ambos os casos, ocorreu quando os magmas estavam essencialmente liquidos, com baixos percentuais de cristais. Os líquido resultantes da mistura evoluiram por cristalização fracionada com um mecanismo de cristalização \"side wall\" se adaptando perfeitamente ao batólito Quixeramobim. Modelamento matemático utilizando ETR e K, Rb, Ba e Sr sugere que 45% de fracionamento de uma associação mineralógica similar ao facies Muxuré Novo, a partir de uma fonte similar ao água Doce, gera líquidos ricos em álcalis, menos densos, que cristalizam para formar uma carapaça Serra Branca. Injeções intermitentes de magmas máficos Muxuré Velho, são os responsáveis por manter a câmara magmática suficientemente aquecida para a formação dos megacristais. Magmas residuais correspondem ao facies Uruquê. O batólito Quixadá não exibe zoneamento conspícuo, com os seus litotipos distribuídos conforme mecanismos de diferenciação local. Modelamento matemático em K, Rb, Ba e Sr, sugere que os granitos finos filonianos correspondem a líquidos endógenos intersticiais, resultantes do fracionamento da granito que agora constitui a sua rocha encaixante adjacente à fratura na qual eles são encontrados.The granitoid Quixadá-Quixeramobim complex, centrally located in the state of Ceará, northeastern Brazil, some 160 Km to the SW of Fortaleza, is made up by the northern Quixadá and the southern Quixeramobim batholiths. The first, with ca. 260 km2 of outcrops, is pear-shaped and constituted by a high-K calc-alkaline series showing mainly diorites, syenites and predominate monzonites, all strongly porphyritic, with K-feldspar and plagioclase set up in a black-greenish, medium-coarse grained matrix with biotite and amphiboles. Diorites occur mainly as a ellipsoidal enclaves and synplutonic dikes. The diapiric outlines of the whole batholith is enhanced by internal foliations set parallel to the contacts, forming at its northern part a circular pattern suggestive of \"in situ\" ballooning. The rocks are essentially intermediate and meta-aluminous types, enriched in alkalis, MgO (\'K IND.2\'O/MgO \'APROXIMADAMENTE IGUAL A\' l), CaO, Sr, Ba and LREE, chemically akin to a shoshonitic post-collisional suite. The Quixeramobim batholith, covering about 1600 \'Km IND.2\', shows six main petrographics divisions or facies, informally called Muxuré Velho, Muxuré Novo, Água Doce, Serra Branca, Uruquê and Late Mobilizates and the secondary units Boa Fé and Uruquê transitional Muxuré Novo. The Muxuré Novo, Serra Branca facies and the Boa Fé subunits constitute a medium-K calc-alkaline series, made up by quartz-diorites, tonalites, predominant granodiorites and monzogranites, all with bitotite and hornblende. Sizes and forms of feldspars vary in these facies from lathlike (20 to 6 cm, Serra Branca; 6 to 1,5 cm, Muxuré Novo) to almost equidimensional (ca. 2,5 cm; Boa Fé). The Água Doce rocks are mainly aphyric, greyish-bluish, medium-grained, low-K calc-alkaline types showing predominant quartz-diorites and tonalites, with biotites and sometimes amphiboles. The Uruquê facies is constituted by leucocratic, light grey to yellowish grey, aphyric, medium-grained biotite granodiorites and monzogranites; they form a together with their enclaves, a medium-K calc-alkaline series. The Muxuré Velho facies, a tonalite series with variable K contents is found as enclaves and synplutonic dikes within the other granitoids facies; they are dark grey, medium-fine grained types, usually containing K-feldspar xenocrysts. As a whole, the Quixeramobim rocks, with SiO2, contents between 51 and 73%, are meta-aluminous, enriched in alkalies, Sr, Ba and LREE and poor in HREE, MgO and CaO. LREE abundances are 2 to 3 times those usually found in normal calc-alkaline suites. The outline of the Quixeramobim batholith (as well as that of the nearby Senador Pompeu batholith), coupled with the large number of sheets of country rocks found within the granites, suggests that the batholits were formed by sequential intrusions along extensional fractures generated during the sinistral movement of the large Senador Pompeu shear zone. An inversion in the shear movement occurred later on as characterized by the presence and orientation of S-C planes, asymmetric recrystallization shadows, etc. The last movement generated another set of extensional fractures, now serving as pathways for the invasion of the Quixadá magmas, and was also responsible for the development of the Quixeramobim shear zone, dragging wall rocks against the already emplaced Quixeramobim batholith. The ubiquitous þresence of enclaves and synplutonic dikes in both batholiths suggests that magma mixing played a significant part in rock genesis. In Quixeramobim, the inclination of mixing curves, as observed in variation diagrams, points to a contribution of about 65% of crustal magmas to the final composition, the remainder being attributed to mantle-derived magnas. The Quixadá rocks seem to be made up entirely by mantle-derived magmas. The high contents of Sr, Ba and LREE, with no anomaly of Eu and low abundances of HREE, indicate that the mantle derived magmas that occur in Quixeramobim batholith, were formed by melting controlled by hornblende of a metasomatized lithosferic mantle. In Quixadá, the first magmas to invade the crust were less dense magmas potassic magmas. generated by a melting process controlled by phlogopite, followed by more magnesian magmas derived of a hornblende-bearing protolith. Mixing of magmas occurred at a stage when they were mainly liquid. The mixed magmas evolved later by crystal fractionation, with the mechanism \"side-wall\" crystallization well adapted to Quixeramobim batholith. Fractionation modeling using REE, K, Rb, Ba, and Sr suggests that a source similar to Água Doce facies can generate Muxuré Novo magmas, in turn producing, by a 35-45%. fractionation, a less dense and alkali-rich liquid that form the outer shell of Serra Branca types. Regular injections of the more basic magmas Muxuré Velho liquids add heat to the crystallizing magma chambers, allowing for growth of megacrysts. Extract of residual magmas formed the Uruquê rocks. The Quixadá batholith does not exhibit a conspicuous zoning pattern. Fractionation modeling using K, Rb, Sr and Ba indicates that its finer-grained late granites correspond to the composition of interstitial liquids, extracted from the larger masses of crystallizing early granites, into which they were emplaced.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPUlbrich, Horstpeter Herberto Gustavo JoseAlmeida, Afonso Rodrigues de1995-12-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44135/tde-12082015-141200/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:11:57Zoai:teses.usp.br:tde-12082015-141200Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:11:57Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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Seus litotipos são essencialmente intermediários e metaluminosos, ricos em álcalis, MgO (\'K IND. 2\'O/MgO \'APROXIMADAMENTE A\'l), CaO Sr, Ba, e ETRL, caracterizando-os como uma suite shoshonítica pós-colisional. O batólito Quixeramobim com cerca de 1600 Km2 de área está constituido por seis grandes subdivisões litológicas ou facies; o Muxuré Novo, o Muxuré Velho, o Água Doce, o Serra Branca, o Uruquê, o Mobilizados Tardios e os Sub-Facies Boa Fé e Uruquê Transicional Muxuré Novo. Os facies Muxuré Novo, Serra Branca e o Sub-Facies Boa Fé constituem uma suite cálcio-alcalina de médio potássio, composta por quartzo-dioritos, tonalitos, granodioritos (dominantes) e monzogranitos a biotita e anfibólio. Eles são diferenciados por seu padrão textural porfirítico, com o Serra Branca apresentando fenocristais de feldspatos variando de 20 a 6 cm, o Muxuré Novo com fenocristais variando de 6 a 1,5 cm e o Boa Fé exibindo fenocristais aproximadamente equidimensionais em torno de 2,5 cm. Os litotipos do Água Doce constituem uma suíte cálcio-alcalina de baixo potássio, composta essencialmente por quartzo-dioritos e tonalitos de cor cinza azulado, granulação média, afiricos, com biotita e anfibólios como minerais máficos essenciais. O facies Uruquê, está composto essencialmente por granodioritos e monzogranitos a biotita. São rochas leucocráticas, de cor cinza claro a cinza amarelado, granulação média a fina e afiricas. Juntamente com os encraves microgranulares compõem uma suite calcio-alcalina de médio potássio. o facies Muxuré velho, uma suite tonalítica de variável potássio, está presente na forma de encraves e diques sinplutônicos, inclusos no seio dos litotipos dos demais facies. São rochas de cor escura e de granulação média a fina geralmente contendo xenocristais de feldspatos potássicos. Seus litotipos são essencialmente metaluminosos, ricos em álcalis, Sr, Ba, e ETRL, e pobres em CaO e MgO caracterizando-os como uma suite cálcio-alcalina tardi-colisional. A geometria dos batólitos Quixeramobim junto com a que mostra o vizinho Senador Pompeu, bem como o grande número de lâminas de rochas encaixantes adentrando ao batólito Quixeramobim sugerem que estes batólitos ascenderam através de fraturas extensionais geradas durante o movimento sinistral da zona de cisalhamento senador Pompeu. Uma rotação no campo de esforços regionais ocasionou a inversão dos movimentos da zona de cisalhamento Senador Pompeu, imprimindo nos litotipos do batólito Quixeramobim uma deformação no estado sólido, caracterizada pela presença de planos S-C, sombras de recristalização assimétrica etc., cujos indicadores cinemáticos indicam que o último movimento dúctil, foi de natureza destral, também responsável pela abertura de fraturas extensionais, por onde ascenderam os magmas Quixadá e pelo desenvolvimento da zona de cisalhamento Quixeramobim, através do arrasto das rochas encaixantes contra o batólito Quixeramobim. Os litotipos Quixeramobim exibem teores de SiO2 que variam de 5l a 73%, são essencialmente metaluminosos, ricos em alcalis, Sr, Ba e ETRL e pobres em ETRP, MgO e CaO. Seus teores em ETRL são de 2 a 3 vezes mais altos que os exibidos por suites cálcio-alcalinas normais. A ocorrência universal de encraves microgranulares e diques sinplutônicos descontínuos em ambos os batólitos, sugere que o mecanismo de mistura de magmas foi de primordial importância na geração destes batólitos. Em Quixeramobim, as inclinações das curvas de mistura indicam uma participação de magmas crustais em torno de 65%, e os mantélicos participando com 35%. Em Quixadá parece não haver a participação de magmas crustais. Os altos teores de Sr, Ba e ETRL, com anomalias de Eu ausentes e baixos teores de ETRP, sugerem que os magmas mantélicos são o resultado da fusão de um manto litosférico metassomatisado enriquecido em ETRL, controlada principalmente por hornblenda e flogopita. 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