Desamparo aprendido e imunização em humanos: avaliação metodológica/conceitual e uma proposta experimental

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Samelo, Mariana Januário
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47132/tde-05122012-144420/
Resumo: Nos estudos do desamparo aprendido em humanos os resultados experimentais tem sido inconsistentes. Isso provavelmente devido a ocorrencia, na sessao de incontrolabilidade, entre outras variaveis, de contiguidades sistematicas entre o termino do estimulo aversivo e a resposta imediatamente precedente, mimetizando uma condicao de controle, embora acidental. Com o objetivo geral de estabelecer um procedimento que permitisse controle experimental suficiente para que fosse analisado o efeito de uma historia de incontrolabilidade sobre a aprendizagem de uma nova resposta operante em sujeitos humanos, bem como a prevencao (imunizacao) desse efeito, foram realizados tres experimentos. O primeiro deles demonstrou o controle operante sob tres contingencias de reforcamento negativo (sequencias variaveis, labirinto e discriminacao de formas geometricas), o que permitiu verificar o efeito da ausencia de controle sobre uma nova aprendizagem operante (Experimento 2 desamparo aprendido) e o efeito da ausencia de controle, apos historia de controle, sobre uma nova aprendizagem operante (Experimento 3 imunizacao). No Experimento 2, dois grupos de participantes foram expostos a sons aversivos (Grupos C e I) e um nao foi manipulado (Grupo N). Para os participantes do Grupo C, a interrupcao de um som agudo era contingente a emissao de sequencias variaveis; para os participantes do Grupo I, a duracao do som era independente das respostas emitidas. Os sujeitos do Grupo Incontrolavel foram divididos em dois subgrupos de acordo com a presenca ou a ausencia de indicacoes na tela (Ip e I). Na sessao de incontrolabilidade foram manipuladas algumas variaveis a fim de evitar a selecao acidental da resposta mensurada (duracao do estimulo; numero de tentativas; custo da resposta e instrucao inicial). Apos essa fase, todos os participantes foram submetidos a uma contingencia de resolucao de um labirinto associado a um som. No Experimento 3, um Grupo Precontrole (P) foi acrescido a triade do Experimento 2. A contingencia de fuga discriminação foi realizada na fase pre-tratamento sendo associada a um som. Na fase de teste os participantes dos Grupos C, N e P apresentaram menor latencia e maior numero de respostas corretas em comparacao aos grupos incontrolaveis. Entre esses ultimos, foi verificada uma correlacao negativa entre a frequencia de contiguidades no tratamento e o desempenho no teste. Os participantes do Grupo I apresentaram baixa frequencia de contiguidades no tratamento e latencias e falhas mais elevadas no teste; os do Grupo Ip mostraram padrao intermediario. Esses resultados replicam o desamparo aprendido e a imunizacao desse efeito em humanos, sugerindo que os pocedimentos estabelecidos foram adequados para o estudo desses dois efeitos e demonstram o papel da selecao acidental, durante a sessao de incontrolabilidade, como impeditivo da verificacao do efeito no teste (Grupo Ip). O papel das indicacoes na tela, os parametros utilizados e a presenca de contiguidades sistematicas foram discutidos
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Com o objetivo geral de estabelecer um procedimento que permitisse controle experimental suficiente para que fosse analisado o efeito de uma historia de incontrolabilidade sobre a aprendizagem de uma nova resposta operante em sujeitos humanos, bem como a prevencao (imunizacao) desse efeito, foram realizados tres experimentos. O primeiro deles demonstrou o controle operante sob tres contingencias de reforcamento negativo (sequencias variaveis, labirinto e discriminacao de formas geometricas), o que permitiu verificar o efeito da ausencia de controle sobre uma nova aprendizagem operante (Experimento 2 desamparo aprendido) e o efeito da ausencia de controle, apos historia de controle, sobre uma nova aprendizagem operante (Experimento 3 imunizacao). No Experimento 2, dois grupos de participantes foram expostos a sons aversivos (Grupos C e I) e um nao foi manipulado (Grupo N). Para os participantes do Grupo C, a interrupcao de um som agudo era contingente a emissao de sequencias variaveis; para os participantes do Grupo I, a duracao do som era independente das respostas emitidas. Os sujeitos do Grupo Incontrolavel foram divididos em dois subgrupos de acordo com a presenca ou a ausencia de indicacoes na tela (Ip e I). Na sessao de incontrolabilidade foram manipuladas algumas variaveis a fim de evitar a selecao acidental da resposta mensurada (duracao do estimulo; numero de tentativas; custo da resposta e instrucao inicial). Apos essa fase, todos os participantes foram submetidos a uma contingencia de resolucao de um labirinto associado a um som. No Experimento 3, um Grupo Precontrole (P) foi acrescido a triade do Experimento 2. A contingencia de fuga discriminação foi realizada na fase pre-tratamento sendo associada a um som. Na fase de teste os participantes dos Grupos C, N e P apresentaram menor latencia e maior numero de respostas corretas em comparacao aos grupos incontrolaveis. Entre esses ultimos, foi verificada uma correlacao negativa entre a frequencia de contiguidades no tratamento e o desempenho no teste. Os participantes do Grupo I apresentaram baixa frequencia de contiguidades no tratamento e latencias e falhas mais elevadas no teste; os do Grupo Ip mostraram padrao intermediario. Esses resultados replicam o desamparo aprendido e a imunizacao desse efeito em humanos, sugerindo que os pocedimentos estabelecidos foram adequados para o estudo desses dois efeitos e demonstram o papel da selecao acidental, durante a sessao de incontrolabilidade, como impeditivo da verificacao do efeito no teste (Grupo Ip). O papel das indicacoes na tela, os parametros utilizados e a presenca de contiguidades sistematicas foram discutidosThe results of learned helplessness studies with humans have been inconsistent. This is probably due to the systematic contiguity between the end of the aversive stimulus and the immediately preceding response during the uncontrollability session, which mimics an accidental control condition. Three experiments were conducted to establish a procedure with adequate experimental control to analyze the effects of an uncontrollability history upon learning of a new operant response in humans, as well as the prevention (immunization) of this effect. The first experiment demonstrated operant control under three negative reinforcement contingencies (variable sequences, maze, and discrimination of geometric forms), which allowed verifying the effect of the absence of control upon learning of a new operant response (Experiment 2 learned helplessness) and the effect of the absence of control, after a history of controllability, upon learning of a new operant response (Experiment 3 immunization). During the uncontrollability session, a number of variables were manipulated to avoid the accidental selection of the response being measured (duration of the stimulus, number of trials, response cost, and initial instructions). In Experiment 2, two groups were exposed to aversive tones (groups C and U) and one group was not (group N). For group C, the interruption of a high-pitch tone was contingent on the emission of variable sequences; for group U, the duration of the tone was response independent. Group U was further divided into two subgroups, according to the presence or absence of a hint on the screen (Up and U). After this manipulation, all participants had to solve a maze that was presented along with a tone. In Experiment 3, a pre-control group (P) was added to the ones in Experiment 2. The escape contingency for discriminating geometric forms was presented in the pre-treatment phase along with a tone. The results of the test phase indicated shorter latencies and a greater number of responses for groups C, N, and P, in comparison to the uncontrollable groups. For the latter groups, there was a negative correlation between the frequency of contiguities in the treatment phase and performance during the test phase. There was a low frequency of contiguities during treatment, and longer latencies and more errors during the test for Group U; an intermediate pattern was observed for Group Up. These results replicate the learned helplessness and immunization effects in humans, and suggest that this procedure is adequate to study these phenomena. The results also indicate that accidental selection during the uncontrollability session may eliminate the learned helplessness effect during the test (Group Up). The effects of the hints on the screen, the schedule parameters, and the presence of systematic contiguities are further discussedBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPHunziker, Maria Helena LeiteSamelo, Mariana Januário2012-09-03info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47132/tde-05122012-144420/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:34Zoai:teses.usp.br:tde-05122012-144420Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:34Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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