Epidemiologia da doença do olho seco: estudo de campo utilizando um questionário de sintomas
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17150/tde-08022021-142708/ |
Resumo: | Foi realizado estudo transversal, de base populacional, para conhecer a prevalência e os fatores demográficos dos sintomas de doença do olho seco (DOS) em uma área rural e outra urbana no sudeste do Brasil, bem como os possíveis fatores associados. Um questionário de sintomas da doença do olho seco (QSDOS) foi aplicado em entrevista a 600 participantes com idade a partir de 40 anos, por meio de visitas domiciliares, sendo 420 residentes da região urbana (oeste de Ribeirão Preto-SP) e 180 da região rural (Cássia dos Coqueiros-SP). Uma amostra aleatória de 173 participantes de ambas as regiões (n = 128 e 45, área urbana e rural, respectivamente) foi submetida a exame oftalmológico para investigar a previsibilidade do questionário. Observou-se que a prevalência de sintomas de DOS é maior na área urbana do que na rural (38.1% e 20%, respectivamente; p<0.0001) e maior no sexo feminino do que no sexo masculino (37.5% e 21.5%, respectivamente; p<0.0001). Houve associação entre a sétima década de vida e a positividade do QSDOS [odds ratio (OR) = 1.47; intervalo de confiança de 95% (IC95%) = 1.01- 2.13]. Quando utilizada a análise de regressão logística na área urbana, três fatores de risco apresentaram correlação com sintomas de DOS: dislipidemia (OR=3.38, IC95% = 2.05-5.62), uso de telas de dispositivos eletrônicos >2 h/dia (OR=6.59, IC95% = 3.14-14.75) e pterígio (OR=2.61, IC95% = 1.50-4.57); e na área rural, dois fatores de risco apresentaram correlação com sintomas de DOS: dislipidemia (OR=2.30, IC95% = 1.04-5.16) e cirurgia ocular (OR=3.35, IC95% = 1.47-7.63). O QSDOS apresentou sensibilidade de 78.5% e especificidade de 71.1% para os parâmetros clínicos adotados neste estudo. Concluiu-se que a prevalência de sintomas de DOS na população adulta é maior na região urbana do que na rural, mais frequente em mulheres e em idosos. Verificou-se que a população rural e urbana apresentam diferentes fatores de risco para sintomas de DOS e que a dislipidemia é um fator de risco comum para esses sintomas nas duas áreas analisadas. |
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Epidemiologia da doença do olho seco: estudo de campo utilizando um questionário de sintomasEpidemiology of dry eye disease: Field study using a symptom questionnaireDry eye syndromesEpidemiologiaEpidemiologyEye diseasesFatores de riscoOftalmopatiasRisk factorsSíndromes do olho secoFoi realizado estudo transversal, de base populacional, para conhecer a prevalência e os fatores demográficos dos sintomas de doença do olho seco (DOS) em uma área rural e outra urbana no sudeste do Brasil, bem como os possíveis fatores associados. Um questionário de sintomas da doença do olho seco (QSDOS) foi aplicado em entrevista a 600 participantes com idade a partir de 40 anos, por meio de visitas domiciliares, sendo 420 residentes da região urbana (oeste de Ribeirão Preto-SP) e 180 da região rural (Cássia dos Coqueiros-SP). Uma amostra aleatória de 173 participantes de ambas as regiões (n = 128 e 45, área urbana e rural, respectivamente) foi submetida a exame oftalmológico para investigar a previsibilidade do questionário. Observou-se que a prevalência de sintomas de DOS é maior na área urbana do que na rural (38.1% e 20%, respectivamente; p<0.0001) e maior no sexo feminino do que no sexo masculino (37.5% e 21.5%, respectivamente; p<0.0001). Houve associação entre a sétima década de vida e a positividade do QSDOS [odds ratio (OR) = 1.47; intervalo de confiança de 95% (IC95%) = 1.01- 2.13]. Quando utilizada a análise de regressão logística na área urbana, três fatores de risco apresentaram correlação com sintomas de DOS: dislipidemia (OR=3.38, IC95% = 2.05-5.62), uso de telas de dispositivos eletrônicos >2 h/dia (OR=6.59, IC95% = 3.14-14.75) e pterígio (OR=2.61, IC95% = 1.50-4.57); e na área rural, dois fatores de risco apresentaram correlação com sintomas de DOS: dislipidemia (OR=2.30, IC95% = 1.04-5.16) e cirurgia ocular (OR=3.35, IC95% = 1.47-7.63). O QSDOS apresentou sensibilidade de 78.5% e especificidade de 71.1% para os parâmetros clínicos adotados neste estudo. Concluiu-se que a prevalência de sintomas de DOS na população adulta é maior na região urbana do que na rural, mais frequente em mulheres e em idosos. Verificou-se que a população rural e urbana apresentam diferentes fatores de risco para sintomas de DOS e que a dislipidemia é um fator de risco comum para esses sintomas nas duas áreas analisadas.We conducted a cross-sectional, population-based study to determine the prevalence and demographic factors of dry eye disease symptoms (DEDS) in a rural and urban area in southeastern Brazil and the possible associated factors. A dry eye disease symptoms questionnaire (DEDSQ) was used to conduct an interview with 600 participants aged 40 or over, through home visits to 420 residents of the urban region (west of Ribeirão Preto-SP) and 180 residents of the rural zone (Cássia dos Coqueiros- SP). A random sample of 173 participants from both areas (n = 128 and 45, urban and rural areas, respectively) participated in an eye examination to investigate the questionnaire\'s predictability. The prevalence of DEDS was higher in urban than in rural areas (38.1% and 20%, respectively; p<0.0001) and was higher in women than in men (37.5% and 21.5%, respectively; p<0.0001). There was an association between the seventh decade of life and the positive DEDSQ [odds ratio (OR) = 1.47; 95% confidence interval (95%CI) = 1.01-2.13]. When using logistic regression analysis, in the urban area, three risk factors correlated with DEDS: dyslipidemia (OR = 3.38, 95% CI = 2.05-5.62), use of electronic device screens > 2 h / day (OR=6.59, 95%CI = 3.14-14.75) and pterygium (OR=2.61, 95%CI = 1.50-4.57); and in the rural area, two risk factors correlated with DEDS: dyslipidemia (OR = 2.30, 95%CI = 1.04-5.16) and eye surgery (OR=3.35, 95% CI = 1.47-7.63). The DEDSQ showed a sensitivity of 78.5% and specificity of 71.1% for the clinical parameters adopted in this study. We conclude that the prevalence of DEDS in the adult population is higher in the urban than in the rural region, more frequent in women and the elderly. We observed that the rural and urban people present different risk factors for DEDS and that dyslipidemia is a common risk factor for these symptoms in the two areas analyzed.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPRocha, Eduardo MelaniPereira, Leidiane Adriano2020-11-18info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17150/tde-08022021-142708/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2021-03-26T16:03:02Zoai:teses.usp.br:tde-08022021-142708Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212021-03-26T16:03:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Foi realizado estudo transversal, de base populacional, para conhecer a prevalência e os fatores demográficos dos sintomas de doença do olho seco (DOS) em uma área rural e outra urbana no sudeste do Brasil, bem como os possíveis fatores associados. Um questionário de sintomas da doença do olho seco (QSDOS) foi aplicado em entrevista a 600 participantes com idade a partir de 40 anos, por meio de visitas domiciliares, sendo 420 residentes da região urbana (oeste de Ribeirão Preto-SP) e 180 da região rural (Cássia dos Coqueiros-SP). Uma amostra aleatória de 173 participantes de ambas as regiões (n = 128 e 45, área urbana e rural, respectivamente) foi submetida a exame oftalmológico para investigar a previsibilidade do questionário. Observou-se que a prevalência de sintomas de DOS é maior na área urbana do que na rural (38.1% e 20%, respectivamente; p<0.0001) e maior no sexo feminino do que no sexo masculino (37.5% e 21.5%, respectivamente; p<0.0001). Houve associação entre a sétima década de vida e a positividade do QSDOS [odds ratio (OR) = 1.47; intervalo de confiança de 95% (IC95%) = 1.01- 2.13]. Quando utilizada a análise de regressão logística na área urbana, três fatores de risco apresentaram correlação com sintomas de DOS: dislipidemia (OR=3.38, IC95% = 2.05-5.62), uso de telas de dispositivos eletrônicos >2 h/dia (OR=6.59, IC95% = 3.14-14.75) e pterígio (OR=2.61, IC95% = 1.50-4.57); e na área rural, dois fatores de risco apresentaram correlação com sintomas de DOS: dislipidemia (OR=2.30, IC95% = 1.04-5.16) e cirurgia ocular (OR=3.35, IC95% = 1.47-7.63). O QSDOS apresentou sensibilidade de 78.5% e especificidade de 71.1% para os parâmetros clínicos adotados neste estudo. Concluiu-se que a prevalência de sintomas de DOS na população adulta é maior na região urbana do que na rural, mais frequente em mulheres e em idosos. Verificou-se que a população rural e urbana apresentam diferentes fatores de risco para sintomas de DOS e que a dislipidemia é um fator de risco comum para esses sintomas nas duas áreas analisadas. |
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