Achados clínicos, dermatoscópicos e histopatológicos das axilas de mulheres com alopecia fibrosante frontal
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5133/tde-14062023-163445/ |
Resumo: | Introdução: A alopecia fibrosante frontal (AFF) caracteriza uma forma de alopecia inflamatória e cicatricial, descrita originalmente por Kossard em 1994. Em 1997, na sua segunda publicação sobre AFF, Kossard descreveu o acometimento da AFF para além da alopecia em faixa na região frontal e rarefação dos supercílios, evidenciando mostrando, concomitantemente, a rarefação de pelos corporais. Desde então, o envolvimento dos pelos corporais na AFF é relatado na literatura, sendo a axila o local mais afetado. No entanto, o acometimento dos pelos corporais na AFF ainda é pouco investigado. Objetivos: Descrever os achados clínicos, dermatoscópicos e histopatológicos das axilas de um grupo de mulheres com AFF. Os objetivos secundários incluíram: comparar os achados dermatoscópicos das axilas de um grupo de mulheres com AFF com um grupo de mulheres sem AFF, pareadas por grupos etários e fototipos; avaliar a associação entre a perda de referida dos pelos axilares de pacientes com AFF com a idade e com densidade de pelos da axila à dermatoscopia e ao exame histopatológico; avaliar a associação entre o grau de inflamação perifolicular do couro cabeludo e a presença da inflamação perifolicular da axila, ao exame histopatológico e também a associação entre a inflamação perifolicular da axila, ao exame histopatológico, com a perda de pelos axilares referida pelas pacientes. Metodologia: Trata-se de um estudo observacional descritivo sobre os achados clínicos, dermatoscópicos e histopatológicos das axilas de um grupo de mulheres com AFF atendidas no ambulatório especializado em tricoses da Divisão de Dermatologia do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP). Foram selecionadas pacientes do sexo feminino com suspeita clínica de AFF, cujos parâmetros citados foram documentados em formulários padronizados. Associadamente, foi realizado um estudo observacional tipo casocontrole sobre as alterações dermatoscópicas das axilas deste grupo de pacientes com AFF comparado a um grupo de mulheres sem AFF. As variáveis foram correlacionadas através de método estatístico. Resultado: Trinta mulheres com diagnóstico clínico e histopatológico de AFF foram incluídas no estudo. Além de pápulas da face e perda dos cílios em 93,3% (28/30) e 33,3% (10/30) das pacientes, respectivamente, 90,0% (27/30) relatou perda dos pelos corporais e 56,7% (17/30) perda referida dos pelos axilares. Todas as pacientes negaram sintomas axilares. A dermatoscopia da axila das pacientes com AFF revelou a presença de pelos axilares em 93,3% (28/30) dos casos e todas as pacientes apresentaram a presença de aberturas foliculares sem pelos. Mais de um fio por óstio folicular foi observado em 70% (21/30) das pacientes e variabilidade do diâmetro das hastes em 83,3% (25/30) dos casos. Em relação aos sinais inflamatórios dermatoscópicos, halo acastanhado peripilar esteve presente em 83,3% (25/30) das pacientes, descamação peripilar em 56,7% (17/30), a descamação difusa em 63,3% (19/30) e rede pigmentar da epiderme em 73,3% (22/30) dos casos. A mediana da densidade capilar, calculada através de imagens dermatoscópicas digitais realizadas com FotoFinder®, foi de 16 fios por cm2. Ao comparar os achados dermatoscópicos das axilas das mulheres com AFF (casos) com os achados dermatoscópicos das axilas de mulheres não-doentes (controles), pareadas por grupos etários e fototipos, a chance de ocorrência de halos acastanhados peripilares entre casos foi maior que o dobro da chance de ocorrência desses halos entre controles (OR=2,7; IC95% 1,2-6,2; p=0,029). As demais variáveis não se mostraram estatisticamente associadas à AFF. Maior idade foi um fator associado a perda referida dos pelos axilares nas pacientes com AFF. A perda referida dos pelos axilares também foi associada a menor densidade média dos pelos à dermatoscopia e menor densidade de folículos pilosos no exame histopatológico, quando comparado às pacientes com AFF sem perda referida dos pelos axilares. Ao exame histopatológico, não houve associação entre o grau de inflamação perifolicular do couro cabeludo e a intensidade da inflamação perifolicular da axila (p>0,999) e a presença de infiltrado inflamatório no exame histopatológico da axila não mostrou ser um fator determinante para a perda referida de pelos axilares. Conclusão: Os achados dermatoscópicos e histológicos das axilas de um grupo de mulheres com AFF foram descritos de forma inédita. A dermatoscopia da axila das pacientes com AFF revelou que os halos acastanhados peripilares podem ser uma pista diagnóstica para a AFF na região axilar. A histopatologia da axila mostrou sinais de alopecia inflamatória e cicatricial. No entanto, devido a falta de dados da literatura sobre as características histológicas da axila não-doente, não podemos afirmar que tais alterações caracterizam achados típicos de AFF na axila. A perda referida dos pelos axilares, um dado clínico subjetivo, foi correspondente aos dados objetivos de menor densidade dos pelos, à dermatoscopia, e menor densidade de folículos pilosos, ao exame histopatológico. Os achados clínicos, dermatoscópicos e histopatológicos encontrados no presente estudo permitem descrever o acometimento axilar de pacientes com AFF e realizar o diagnóstico diferencial com outras dermatoses com acometimento dessa topografia |
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Achados clínicos, dermatoscópicos e histopatológicos das axilas de mulheres com alopecia fibrosante frontalClinical, dermoscopic and histopathological findings of the axilla of women with frontal fibrosing alopeciaAlopeciaAlopeciaAxilaAxillaCabeloDermatoscopiaDermoscopyHairHistologiaHistologyInflamaçãoInflammationIntrodução: A alopecia fibrosante frontal (AFF) caracteriza uma forma de alopecia inflamatória e cicatricial, descrita originalmente por Kossard em 1994. Em 1997, na sua segunda publicação sobre AFF, Kossard descreveu o acometimento da AFF para além da alopecia em faixa na região frontal e rarefação dos supercílios, evidenciando mostrando, concomitantemente, a rarefação de pelos corporais. Desde então, o envolvimento dos pelos corporais na AFF é relatado na literatura, sendo a axila o local mais afetado. No entanto, o acometimento dos pelos corporais na AFF ainda é pouco investigado. Objetivos: Descrever os achados clínicos, dermatoscópicos e histopatológicos das axilas de um grupo de mulheres com AFF. Os objetivos secundários incluíram: comparar os achados dermatoscópicos das axilas de um grupo de mulheres com AFF com um grupo de mulheres sem AFF, pareadas por grupos etários e fototipos; avaliar a associação entre a perda de referida dos pelos axilares de pacientes com AFF com a idade e com densidade de pelos da axila à dermatoscopia e ao exame histopatológico; avaliar a associação entre o grau de inflamação perifolicular do couro cabeludo e a presença da inflamação perifolicular da axila, ao exame histopatológico e também a associação entre a inflamação perifolicular da axila, ao exame histopatológico, com a perda de pelos axilares referida pelas pacientes. Metodologia: Trata-se de um estudo observacional descritivo sobre os achados clínicos, dermatoscópicos e histopatológicos das axilas de um grupo de mulheres com AFF atendidas no ambulatório especializado em tricoses da Divisão de Dermatologia do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP). Foram selecionadas pacientes do sexo feminino com suspeita clínica de AFF, cujos parâmetros citados foram documentados em formulários padronizados. Associadamente, foi realizado um estudo observacional tipo casocontrole sobre as alterações dermatoscópicas das axilas deste grupo de pacientes com AFF comparado a um grupo de mulheres sem AFF. As variáveis foram correlacionadas através de método estatístico. Resultado: Trinta mulheres com diagnóstico clínico e histopatológico de AFF foram incluídas no estudo. Além de pápulas da face e perda dos cílios em 93,3% (28/30) e 33,3% (10/30) das pacientes, respectivamente, 90,0% (27/30) relatou perda dos pelos corporais e 56,7% (17/30) perda referida dos pelos axilares. Todas as pacientes negaram sintomas axilares. A dermatoscopia da axila das pacientes com AFF revelou a presença de pelos axilares em 93,3% (28/30) dos casos e todas as pacientes apresentaram a presença de aberturas foliculares sem pelos. Mais de um fio por óstio folicular foi observado em 70% (21/30) das pacientes e variabilidade do diâmetro das hastes em 83,3% (25/30) dos casos. Em relação aos sinais inflamatórios dermatoscópicos, halo acastanhado peripilar esteve presente em 83,3% (25/30) das pacientes, descamação peripilar em 56,7% (17/30), a descamação difusa em 63,3% (19/30) e rede pigmentar da epiderme em 73,3% (22/30) dos casos. A mediana da densidade capilar, calculada através de imagens dermatoscópicas digitais realizadas com FotoFinder®, foi de 16 fios por cm2. Ao comparar os achados dermatoscópicos das axilas das mulheres com AFF (casos) com os achados dermatoscópicos das axilas de mulheres não-doentes (controles), pareadas por grupos etários e fototipos, a chance de ocorrência de halos acastanhados peripilares entre casos foi maior que o dobro da chance de ocorrência desses halos entre controles (OR=2,7; IC95% 1,2-6,2; p=0,029). As demais variáveis não se mostraram estatisticamente associadas à AFF. Maior idade foi um fator associado a perda referida dos pelos axilares nas pacientes com AFF. A perda referida dos pelos axilares também foi associada a menor densidade média dos pelos à dermatoscopia e menor densidade de folículos pilosos no exame histopatológico, quando comparado às pacientes com AFF sem perda referida dos pelos axilares. Ao exame histopatológico, não houve associação entre o grau de inflamação perifolicular do couro cabeludo e a intensidade da inflamação perifolicular da axila (p>0,999) e a presença de infiltrado inflamatório no exame histopatológico da axila não mostrou ser um fator determinante para a perda referida de pelos axilares. Conclusão: Os achados dermatoscópicos e histológicos das axilas de um grupo de mulheres com AFF foram descritos de forma inédita. A dermatoscopia da axila das pacientes com AFF revelou que os halos acastanhados peripilares podem ser uma pista diagnóstica para a AFF na região axilar. A histopatologia da axila mostrou sinais de alopecia inflamatória e cicatricial. No entanto, devido a falta de dados da literatura sobre as características histológicas da axila não-doente, não podemos afirmar que tais alterações caracterizam achados típicos de AFF na axila. A perda referida dos pelos axilares, um dado clínico subjetivo, foi correspondente aos dados objetivos de menor densidade dos pelos, à dermatoscopia, e menor densidade de folículos pilosos, ao exame histopatológico. Os achados clínicos, dermatoscópicos e histopatológicos encontrados no presente estudo permitem descrever o acometimento axilar de pacientes com AFF e realizar o diagnóstico diferencial com outras dermatoses com acometimento dessa topografiaIntroduction: Frontal fibrosing alopecia (FFA) characterizes a form of inflammatory and cicatricial alopecia, originally described by Kossard in 1994. In 1997, in his second publication on FFA, Kossard described the involvement of FFA in addition to banded alopecia in the frontal region and rarefaction of the eyebrows, showing, concomitantly, the rarefaction of body hair. Since then, the involvement of body hair in FFA has been reported in the literature, with the axilla being the most affected site. However, the involvement of body hair in FFA is still poorly investigated. Objectives: To describe the clinical, dermoscopic and histopathological findings of the axillary hair of a group of women with FFA. Secondary objectives included: comparing the dermoscopic findings of the axilla of a group of women with FFA with a group of women without FFA, matched for age groups and phototypes; to evaluate the association between referred loss of axillary hair in patients with FFA with age and axillary hair density at dermoscopy and histopathological examination; to evaluate the association between the degree of perifollicular inflammation of the scalp and the presence of perifollicular inflammation of the axilla at histopathological examination and also the association between perifollicular inflammation of the axilla with the loss of axillary hair reported by patients. Methodology: This is a descriptive observational study on the clinical, dermoscopic and histopathological findings of the armpits of a group of women with FFA treated at the outpatient clinic specialized in trichoses of the Dermatology Division of the Clinic Hospital of the University of São Paulo (HCFMUSP). Female patients with clinical suspicion of FFA were selected, whose cited parameters were documented in standardized forms. Additionally, an observational case-control study was carried out on the dermoscopic alterations of the axillary hair in this group of patients with FFA compared to a group of women without FFA. Variables were correlated using a statistical method. Results: Thirty women with a clinical and histopathological diagnosis of FFA were included in the study. In addition to facial papules and loss of eyelashes in 93,3% (28/30) and 33,3% (10/30) of patients, respectively, 90,0% (27/30) reported loss of body hair and 56,7% (17/30) reported loss of axillary hair. All patients denied axillary symptoms. Dermoscopy of the axilla in patients with FFA revealed the presence of axillary hair in 93,3% (28/30) of the cases and all patients had hairless follicular openings. More than one hair shaft per follicular ostium was observed in 70% (21/30) of the patients and variability in the diameter of the hair in 83,3% (25/30) of the cases. Regarding dermoscopic inflammatory signs, peripillary brownish halo was present in 83,3% (25/30) of patients, peripillary desquamation in 56,7% (17/30), diffuse desquamation in 63,3% (19/30) and pigmented network of the epidermis in 73,3% (22/30) of the cases. The median capillary density, calculated using digital dermoscopic images performed with FotoFinder®, was 16 hairs per cm2. When comparing the dermoscopic findings of the axilla of women with FFA (cases) with the dermoscopic findings of the axilla of non-ill women (controls), matched by age groups and phototypes, the chance of occurrence of brownish peripillary halos between cases was greater than the twice the chance of occurrence of these halos among controls (OR=2.7; 95%CI 1.2-6.2; p=0.029). The other variables were not statistically associated with the FFA. Greater age was a factor associated with reported loss of axillary hair in patients with FFA. Reported loss of axillary hair was also associated with lower mean hair density at dermoscopy and lower density of hair follicles at histopathological examination when compared to patient, with FFA without reported loss of axillary hair. On histopathological examination, there was no association between the degree of perifollicular inflammation of the scalp and the intensity of perifollicular inflammation in the armpit (p>0.999) and the presence of inflammatory infiltrate in the histopathological examination of the armpit did not prove to be a determining factor for the reported loss of axillary hair. Conclusion: The dermoscopic and histological findings of the axilla of a group of women with FFA were described in an unprecedented way. Dermoscopy of the axilla in patients with FFA revealed that brownish peripillary halos may be a diagnostic clue for FFA in the axillary region. Histopathology of the armpit showed signs of inflammatory and cicatricial alopecia. However, due to the lack of data in the literature on the histological characteristics of the non-diseased axilla, we cannot state that such alterations characterize typical FFA findings in the axilla. The reported loss of axillary hair, a subjective clinical datum, corresponded to the objective data of lower hair density, at dermoscopy, and lower density of hair follicles, at histopathological examination. The clinical, dermoscopic and histopathological findings found in the present study allow describing the axillary involvement of patients with FFA and make the differential diagnosis with other dermatoses that affect this topographyBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPRomiti, RicardoAlmeida, Andréia Munck de2023-03-30info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5133/tde-14062023-163445/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2023-07-03T16:36:20Zoai:teses.usp.br:tde-14062023-163445Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-07-03T16:36:20Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Introdução: A alopecia fibrosante frontal (AFF) caracteriza uma forma de alopecia inflamatória e cicatricial, descrita originalmente por Kossard em 1994. Em 1997, na sua segunda publicação sobre AFF, Kossard descreveu o acometimento da AFF para além da alopecia em faixa na região frontal e rarefação dos supercílios, evidenciando mostrando, concomitantemente, a rarefação de pelos corporais. Desde então, o envolvimento dos pelos corporais na AFF é relatado na literatura, sendo a axila o local mais afetado. No entanto, o acometimento dos pelos corporais na AFF ainda é pouco investigado. Objetivos: Descrever os achados clínicos, dermatoscópicos e histopatológicos das axilas de um grupo de mulheres com AFF. Os objetivos secundários incluíram: comparar os achados dermatoscópicos das axilas de um grupo de mulheres com AFF com um grupo de mulheres sem AFF, pareadas por grupos etários e fototipos; avaliar a associação entre a perda de referida dos pelos axilares de pacientes com AFF com a idade e com densidade de pelos da axila à dermatoscopia e ao exame histopatológico; avaliar a associação entre o grau de inflamação perifolicular do couro cabeludo e a presença da inflamação perifolicular da axila, ao exame histopatológico e também a associação entre a inflamação perifolicular da axila, ao exame histopatológico, com a perda de pelos axilares referida pelas pacientes. Metodologia: Trata-se de um estudo observacional descritivo sobre os achados clínicos, dermatoscópicos e histopatológicos das axilas de um grupo de mulheres com AFF atendidas no ambulatório especializado em tricoses da Divisão de Dermatologia do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP). Foram selecionadas pacientes do sexo feminino com suspeita clínica de AFF, cujos parâmetros citados foram documentados em formulários padronizados. Associadamente, foi realizado um estudo observacional tipo casocontrole sobre as alterações dermatoscópicas das axilas deste grupo de pacientes com AFF comparado a um grupo de mulheres sem AFF. As variáveis foram correlacionadas através de método estatístico. Resultado: Trinta mulheres com diagnóstico clínico e histopatológico de AFF foram incluídas no estudo. Além de pápulas da face e perda dos cílios em 93,3% (28/30) e 33,3% (10/30) das pacientes, respectivamente, 90,0% (27/30) relatou perda dos pelos corporais e 56,7% (17/30) perda referida dos pelos axilares. Todas as pacientes negaram sintomas axilares. A dermatoscopia da axila das pacientes com AFF revelou a presença de pelos axilares em 93,3% (28/30) dos casos e todas as pacientes apresentaram a presença de aberturas foliculares sem pelos. Mais de um fio por óstio folicular foi observado em 70% (21/30) das pacientes e variabilidade do diâmetro das hastes em 83,3% (25/30) dos casos. Em relação aos sinais inflamatórios dermatoscópicos, halo acastanhado peripilar esteve presente em 83,3% (25/30) das pacientes, descamação peripilar em 56,7% (17/30), a descamação difusa em 63,3% (19/30) e rede pigmentar da epiderme em 73,3% (22/30) dos casos. A mediana da densidade capilar, calculada através de imagens dermatoscópicas digitais realizadas com FotoFinder®, foi de 16 fios por cm2. Ao comparar os achados dermatoscópicos das axilas das mulheres com AFF (casos) com os achados dermatoscópicos das axilas de mulheres não-doentes (controles), pareadas por grupos etários e fototipos, a chance de ocorrência de halos acastanhados peripilares entre casos foi maior que o dobro da chance de ocorrência desses halos entre controles (OR=2,7; IC95% 1,2-6,2; p=0,029). As demais variáveis não se mostraram estatisticamente associadas à AFF. Maior idade foi um fator associado a perda referida dos pelos axilares nas pacientes com AFF. A perda referida dos pelos axilares também foi associada a menor densidade média dos pelos à dermatoscopia e menor densidade de folículos pilosos no exame histopatológico, quando comparado às pacientes com AFF sem perda referida dos pelos axilares. Ao exame histopatológico, não houve associação entre o grau de inflamação perifolicular do couro cabeludo e a intensidade da inflamação perifolicular da axila (p>0,999) e a presença de infiltrado inflamatório no exame histopatológico da axila não mostrou ser um fator determinante para a perda referida de pelos axilares. Conclusão: Os achados dermatoscópicos e histológicos das axilas de um grupo de mulheres com AFF foram descritos de forma inédita. A dermatoscopia da axila das pacientes com AFF revelou que os halos acastanhados peripilares podem ser uma pista diagnóstica para a AFF na região axilar. A histopatologia da axila mostrou sinais de alopecia inflamatória e cicatricial. No entanto, devido a falta de dados da literatura sobre as características histológicas da axila não-doente, não podemos afirmar que tais alterações caracterizam achados típicos de AFF na axila. A perda referida dos pelos axilares, um dado clínico subjetivo, foi correspondente aos dados objetivos de menor densidade dos pelos, à dermatoscopia, e menor densidade de folículos pilosos, ao exame histopatológico. Os achados clínicos, dermatoscópicos e histopatológicos encontrados no presente estudo permitem descrever o acometimento axilar de pacientes com AFF e realizar o diagnóstico diferencial com outras dermatoses com acometimento dessa topografia |
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