A vivência do aleitamento materno em um contexto de situação de violência por parceiro íntimo e a rede de suporte social
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-27112017-205108/ |
Resumo: | Este estudo teve como objetivo compreender o significado que mulheres em situação de VPI atribuem à sua experiência de amamentar e à rede de suporte social. Trata-se de estudo qualitativo, que teve como referenciais teóricos a Dominação Masculina e o Poder Simbólico, de Pierre Bourdieu, e a Rede de Suporte Social, de Sluzki; em relação à metodologia, os dados foram tratados por meio do Método da Interpretação dos Sentidos. Participaram do estudo 21 puérperas, que se encontravam em situação de VPI em uma das fases do ciclo gravídico-puerperal e que tinham, no mínimo, 180 dias de pós-parto. Foi obtida, por meio de entrevista, a condição sociodemográfica, econômica, familiar e da VPI. E as questões norteadoras sobre a experiência de amamentar e da VPI deram origem aos dados qualitativos. Pautou-se a estruturação da rede através da construção do Diagrama de Escolta Social. As participantes tinham entre 17 e 23 anos, apresentavam tempo de estudo médio de 9.9 anos, e 12 participantes consideraram que o companheiro controlava sua vida. Quanto à VPI na gestação, 9 participantes sofreram algum tipo de violência, enquanto que, no período puerperal, esse número subiu para 19. Sobre o AM, apenas uma seguiu em AM exclusivo até o sexto mês. Em relação à estrutura da rede, a menor contou com 3 membros, e a maior, com 10. Os relatos obtidos originaram três categorias temáticas: \"Percepção da violência no contexto de vida da mulher\", \"A violência por parceiro íntimo e as repercussões no aleitamento materno e na criança\" e a \"A estrutura e o contexto da rede de suporte social interpessoal e institucional frente à amamentação e a violência por parceiro íntimo\". Na primeira categoria, visualizou-se o ciclo da violência, a qual repercutia em sentimentos de vergonha e inferioridade, assim como em transtornos psicológicos nessas participantes. Houve manutenção da violência simbólica e a expectativa da transformação do parceiro. Os enfrentamentos frente à VPI estiveram atrelados à vontade de afastar o filho desta violência, à busca de melhores condições econômicas, assim como à denúncia do agressor. Na segunda categoria, evidenciou-se a desmotivação em amamentar devido às brigas. Relataram-se reflexos sobre a criança, como choro, dificuldades no sono e afastamento do pai. Frente ao manejo do AM, perceberam-se as dificuldades iniciais e a falta de compreensão por parte do parceiro. Na última categoria, observou-se que a rede de suporte interpessoal era composta mais por elementos femininos e que já tinham experiência com o ciclo gravídico puerperal, enquanto o companheiro foi pouco citado. Percebeu-se que a rede interpessoal era mais acessada pela participante do que a institucional, e isso ocorreu devido à falta de vinculação e à fragmentação do cuidado, que exigia da participante uma peregrinação entre os serviços institucionais, causada pela ausência de uma rede fortalecida. Diante dos achados, propõe-se maior visualização da temática no meio acadêmico, no âmbito da saúde e também no meio relacional dessas mulheres, a fim de auxiliar, fortalecer e agir para um cuidado integral, possibilitando-lhes que rompam o ciclo da VPI e consigam estabelecer melhores índices de AM |
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A vivência do aleitamento materno em um contexto de situação de violência por parceiro íntimo e a rede de suporte socialThe experience of breastfeeding in a context of intimate partner violence (IPV) and the social support networkAleitamento maternoBreastfeedingIntimate partner violencePesquisa qualitativaQualitative researchRede socialSocial networkViolência por parceiro íntimoEste estudo teve como objetivo compreender o significado que mulheres em situação de VPI atribuem à sua experiência de amamentar e à rede de suporte social. Trata-se de estudo qualitativo, que teve como referenciais teóricos a Dominação Masculina e o Poder Simbólico, de Pierre Bourdieu, e a Rede de Suporte Social, de Sluzki; em relação à metodologia, os dados foram tratados por meio do Método da Interpretação dos Sentidos. Participaram do estudo 21 puérperas, que se encontravam em situação de VPI em uma das fases do ciclo gravídico-puerperal e que tinham, no mínimo, 180 dias de pós-parto. Foi obtida, por meio de entrevista, a condição sociodemográfica, econômica, familiar e da VPI. E as questões norteadoras sobre a experiência de amamentar e da VPI deram origem aos dados qualitativos. Pautou-se a estruturação da rede através da construção do Diagrama de Escolta Social. As participantes tinham entre 17 e 23 anos, apresentavam tempo de estudo médio de 9.9 anos, e 12 participantes consideraram que o companheiro controlava sua vida. Quanto à VPI na gestação, 9 participantes sofreram algum tipo de violência, enquanto que, no período puerperal, esse número subiu para 19. Sobre o AM, apenas uma seguiu em AM exclusivo até o sexto mês. Em relação à estrutura da rede, a menor contou com 3 membros, e a maior, com 10. Os relatos obtidos originaram três categorias temáticas: \"Percepção da violência no contexto de vida da mulher\", \"A violência por parceiro íntimo e as repercussões no aleitamento materno e na criança\" e a \"A estrutura e o contexto da rede de suporte social interpessoal e institucional frente à amamentação e a violência por parceiro íntimo\". Na primeira categoria, visualizou-se o ciclo da violência, a qual repercutia em sentimentos de vergonha e inferioridade, assim como em transtornos psicológicos nessas participantes. Houve manutenção da violência simbólica e a expectativa da transformação do parceiro. Os enfrentamentos frente à VPI estiveram atrelados à vontade de afastar o filho desta violência, à busca de melhores condições econômicas, assim como à denúncia do agressor. Na segunda categoria, evidenciou-se a desmotivação em amamentar devido às brigas. Relataram-se reflexos sobre a criança, como choro, dificuldades no sono e afastamento do pai. Frente ao manejo do AM, perceberam-se as dificuldades iniciais e a falta de compreensão por parte do parceiro. Na última categoria, observou-se que a rede de suporte interpessoal era composta mais por elementos femininos e que já tinham experiência com o ciclo gravídico puerperal, enquanto o companheiro foi pouco citado. Percebeu-se que a rede interpessoal era mais acessada pela participante do que a institucional, e isso ocorreu devido à falta de vinculação e à fragmentação do cuidado, que exigia da participante uma peregrinação entre os serviços institucionais, causada pela ausência de uma rede fortalecida. Diante dos achados, propõe-se maior visualização da temática no meio acadêmico, no âmbito da saúde e também no meio relacional dessas mulheres, a fim de auxiliar, fortalecer e agir para um cuidado integral, possibilitando-lhes que rompam o ciclo da VPI e consigam estabelecer melhores índices de AMThis study aimed to understand the meaning that women in IPV situation attribute to their experience of breastfeeding and to the social support network. It is a qualitative study, whose theoretical references were Male Dominance and Symbolic Power, by Pierre Bourdieu, and the Social Support Network, by Sluzki. Regarding to the methodology, data were worked using the Method of Sense Interpretation. The participants of the study were twenty-one postpartum women in IPV situation during one of the phases of the pregnancy-puerperal cycle and who had at least 180 days postpartum. The sociodemographic, economic, family and IPV conditions were obtained through interviews. The qualitative data emerged from the guiding questions about the experience of breastfeeding and the IPV. The structuring of the network was guided by the construction of the Social Escort Diagram. Participants were between 17 and 23 years old with 9.9 years of study on average; 12 participants considered that the partner controlled their life. Regarding IPV during pregnancy, 9 participants suffered some type of violence while, in the puerperal period, this number increased to 19. About breastfeeding, only one had exclusive breastfeeding for six months. Regarding the structure of the network, the smallest had three members and the biggest had ten. The reports obtained originated three thematic categories: \"Perception of violence in the context of the woman\'s life\", \"Intimate partner violence and the repercussions on breastfeeding and on the child\", and \"The structure and context of the interpersonal and institutional social support network in the face of breastfeeding and intimate partner violence.\" In the first category the cycle of violence was visualized, which had repercussions on feelings of shame and inferiority as well as psychological disorders. Symbolic violence was maintained and there was expectation of partner\'s change. The confrontation related to IPV was linked to the desire to remove the child from this violence, the search for better economic conditions as well as the accusation of the aggressor. In the second category, the lack of motivation in breastfeeding due to fights was evidenced. Reactions of the child such as crying, difficulties in sleep and estrangement from the father were reported. Considering the management of breastfeeding, it was noticed the initial difficulties and the lack of understanding from the partner. In the last category, it was observed that the interpersonal support network was more composed of female elements that had experience with the puerperal gravid cycle, while the partner was less mentioned. It was also noticed that the interpersonal network was more accessed by the participant than the institutional network, and this was due to the lack of connection and fragmentation of the care, which required the participant to go to different institutional services caused by the lack of a strong network. In view of the findings, it is proposed a greater focus on this theme in the academic environment and in the relational environment of these women, in order to assist, strengthen and act for a comprehensive care, enabling them to break the cycle of IPV and achieve better breastfeeding ratesBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPStefanello, JulianaBaraldi, Nayara Girardi2017-08-14info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-27112017-205108/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2018-09-20T19:49:24Zoai:teses.usp.br:tde-27112017-205108Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212018-09-20T19:49:24Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Este estudo teve como objetivo compreender o significado que mulheres em situação de VPI atribuem à sua experiência de amamentar e à rede de suporte social. Trata-se de estudo qualitativo, que teve como referenciais teóricos a Dominação Masculina e o Poder Simbólico, de Pierre Bourdieu, e a Rede de Suporte Social, de Sluzki; em relação à metodologia, os dados foram tratados por meio do Método da Interpretação dos Sentidos. Participaram do estudo 21 puérperas, que se encontravam em situação de VPI em uma das fases do ciclo gravídico-puerperal e que tinham, no mínimo, 180 dias de pós-parto. Foi obtida, por meio de entrevista, a condição sociodemográfica, econômica, familiar e da VPI. E as questões norteadoras sobre a experiência de amamentar e da VPI deram origem aos dados qualitativos. Pautou-se a estruturação da rede através da construção do Diagrama de Escolta Social. As participantes tinham entre 17 e 23 anos, apresentavam tempo de estudo médio de 9.9 anos, e 12 participantes consideraram que o companheiro controlava sua vida. Quanto à VPI na gestação, 9 participantes sofreram algum tipo de violência, enquanto que, no período puerperal, esse número subiu para 19. Sobre o AM, apenas uma seguiu em AM exclusivo até o sexto mês. Em relação à estrutura da rede, a menor contou com 3 membros, e a maior, com 10. Os relatos obtidos originaram três categorias temáticas: \"Percepção da violência no contexto de vida da mulher\", \"A violência por parceiro íntimo e as repercussões no aleitamento materno e na criança\" e a \"A estrutura e o contexto da rede de suporte social interpessoal e institucional frente à amamentação e a violência por parceiro íntimo\". Na primeira categoria, visualizou-se o ciclo da violência, a qual repercutia em sentimentos de vergonha e inferioridade, assim como em transtornos psicológicos nessas participantes. Houve manutenção da violência simbólica e a expectativa da transformação do parceiro. Os enfrentamentos frente à VPI estiveram atrelados à vontade de afastar o filho desta violência, à busca de melhores condições econômicas, assim como à denúncia do agressor. Na segunda categoria, evidenciou-se a desmotivação em amamentar devido às brigas. Relataram-se reflexos sobre a criança, como choro, dificuldades no sono e afastamento do pai. Frente ao manejo do AM, perceberam-se as dificuldades iniciais e a falta de compreensão por parte do parceiro. Na última categoria, observou-se que a rede de suporte interpessoal era composta mais por elementos femininos e que já tinham experiência com o ciclo gravídico puerperal, enquanto o companheiro foi pouco citado. Percebeu-se que a rede interpessoal era mais acessada pela participante do que a institucional, e isso ocorreu devido à falta de vinculação e à fragmentação do cuidado, que exigia da participante uma peregrinação entre os serviços institucionais, causada pela ausência de uma rede fortalecida. Diante dos achados, propõe-se maior visualização da temática no meio acadêmico, no âmbito da saúde e também no meio relacional dessas mulheres, a fim de auxiliar, fortalecer e agir para um cuidado integral, possibilitando-lhes que rompam o ciclo da VPI e consigam estabelecer melhores índices de AM |
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