Criopreservação do concentrado de plaquetas com uso de DMSO à 5%
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17155/tde-19072018-140901/ |
Resumo: | O curto período de armazenamento dos concentrados de plaquetas (CP), de 5 a 7 dias, torna esse hemocomponente crítico para os serviços de hemoterapia. A criopreservação se apresenta então como uma possibilidade para a manutenção dos estoques por período mais prolongado. Essa prática exige a adição de substância crioprotetora e a adequação do volume em relação à concentração de plaquetas. O CP obtido por aférese (CPAF) é um hemocomponente proveniente de um único doador, coletado em sistema automatizado, que equivale a 6-8 unidades de CP obtidas da coleta de doadores convencional. Objetivo: Avaliar o efeito da criopreservação de CPAF no quinto dia do armazenamento, por meio de análises imunofenotípicas e funcionais das plaquetas, utilizando o crioprotetor dimetilsulfóxido (DMSO) a 5%, em freezer a -80°C e descongelamento em banho maria a 37°C, sem a remoção do crioprotetor. Material e Métodos: Foram analisadas 20 unidades de CPAF em quatro fases diferentes do processo: Fase I (pré-redução de volume), Fase II (pós-repouso, agitação e adição do DMSO), Fase III (pós-descongelamento) e Fase IV (após duas horas de descongelamento e agitação). Todas as bolsas foram avaliadas quanto à presença do \"swirling\" plaquetário, e análise microbiológica, contagem de plaquetas e leucócitos, determinação do volume plaquetário médio (VPM), análise do pH, dosagem de desidrogenase lática (DHL) e glicose, a ativação plaquetária por meio de citometria de fluxo com os marcadores CD61, CD62P e anexina V e para a avaliação funcional, as técnicas de microagregação plaquetária e retração do coágulo. Os resultados de cada fase foram analisados e comparados, considerando resultados p< 0,05 de significância estatística, avaliada pelos testes de Wilcoxon e Teste-T pareado. Resultados: Todos os CPs criopreservados apresentaram na inspeção visual presença de \"swirling\" e ausência de grumos. O pH manteve-se com mediana de 7,185 (6,076-7,528) pra fase III, análise microbiológica foi negativa em todas as unidades criopreservadas, o número mediano de plaquetas caiu de 3,04x1011/U na Fase II para 2,27x1011/U na fase III (redução de 25,32%). A ativação plaquetária na fase II foi de 23% CD62P+ para 44% CD62P+ na fase III (p=0,067). O marcador anexina V estava expresso em 13% das plaquetas na fase II e em 11% na fase III, (p=0,33). A LDH aumentou de 747 U/L (4-3079) para 1.428 U/L (662-2303) da fase II para a fase III, respectivamente (p=0,055). A glicose diminuiu em todas as fases (p<0,0001). Os testes de função plaquetária revelaram que a plaquetas descongeladas mantêm sua função. Conclusão: Os resultados obtidos mostraram que, embora tenham ocorrido ativação e redução significativa do número de plaquetas, o produto final conservou quantidade suficiente de plaquetas, cujas funções foram mantidas, o que torna viável a utilização do hemocomponente CP criopreservado. Sugere ainda que os CPAF possam ser criopreservados no quinto dia de armazenamento, com o uso do DMSO a 5%, ideal para que não se faça necessário sua remoção pós-descongelamento. |
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Criopreservação do concentrado de plaquetas com uso de DMSO à 5%Cryopreservation of the concentration of platelets with use of DMSO at 5%Criopreservação; Plaquetas; Aférese; DMSO; Concentrado de plaquetasCryopreservation; Platelets; Apheresis; DMSO; Platelet concentrateO curto período de armazenamento dos concentrados de plaquetas (CP), de 5 a 7 dias, torna esse hemocomponente crítico para os serviços de hemoterapia. A criopreservação se apresenta então como uma possibilidade para a manutenção dos estoques por período mais prolongado. Essa prática exige a adição de substância crioprotetora e a adequação do volume em relação à concentração de plaquetas. O CP obtido por aférese (CPAF) é um hemocomponente proveniente de um único doador, coletado em sistema automatizado, que equivale a 6-8 unidades de CP obtidas da coleta de doadores convencional. Objetivo: Avaliar o efeito da criopreservação de CPAF no quinto dia do armazenamento, por meio de análises imunofenotípicas e funcionais das plaquetas, utilizando o crioprotetor dimetilsulfóxido (DMSO) a 5%, em freezer a -80°C e descongelamento em banho maria a 37°C, sem a remoção do crioprotetor. Material e Métodos: Foram analisadas 20 unidades de CPAF em quatro fases diferentes do processo: Fase I (pré-redução de volume), Fase II (pós-repouso, agitação e adição do DMSO), Fase III (pós-descongelamento) e Fase IV (após duas horas de descongelamento e agitação). Todas as bolsas foram avaliadas quanto à presença do \"swirling\" plaquetário, e análise microbiológica, contagem de plaquetas e leucócitos, determinação do volume plaquetário médio (VPM), análise do pH, dosagem de desidrogenase lática (DHL) e glicose, a ativação plaquetária por meio de citometria de fluxo com os marcadores CD61, CD62P e anexina V e para a avaliação funcional, as técnicas de microagregação plaquetária e retração do coágulo. Os resultados de cada fase foram analisados e comparados, considerando resultados p< 0,05 de significância estatística, avaliada pelos testes de Wilcoxon e Teste-T pareado. Resultados: Todos os CPs criopreservados apresentaram na inspeção visual presença de \"swirling\" e ausência de grumos. O pH manteve-se com mediana de 7,185 (6,076-7,528) pra fase III, análise microbiológica foi negativa em todas as unidades criopreservadas, o número mediano de plaquetas caiu de 3,04x1011/U na Fase II para 2,27x1011/U na fase III (redução de 25,32%). A ativação plaquetária na fase II foi de 23% CD62P+ para 44% CD62P+ na fase III (p=0,067). O marcador anexina V estava expresso em 13% das plaquetas na fase II e em 11% na fase III, (p=0,33). A LDH aumentou de 747 U/L (4-3079) para 1.428 U/L (662-2303) da fase II para a fase III, respectivamente (p=0,055). A glicose diminuiu em todas as fases (p<0,0001). Os testes de função plaquetária revelaram que a plaquetas descongeladas mantêm sua função. Conclusão: Os resultados obtidos mostraram que, embora tenham ocorrido ativação e redução significativa do número de plaquetas, o produto final conservou quantidade suficiente de plaquetas, cujas funções foram mantidas, o que torna viável a utilização do hemocomponente CP criopreservado. Sugere ainda que os CPAF possam ser criopreservados no quinto dia de armazenamento, com o uso do DMSO a 5%, ideal para que não se faça necessário sua remoção pós-descongelamento.The concentration time of the platelet concentrates (CP), from 5 to 7 days, makes this blood component critical for hemotherapy services. Cryopreservation presents itself as a possibility of maintaining stocks for a longer period. This practice requires an additional cryoprotectant and a suitability of volume in relation to platelet concentration. The CP collected by the same (CPAF) is a blood component of a single dosage, being collected in an automated system, which is equivalent to 6-8 CP units from the collection of conventional donors. Objective: To evaluate the effect of CPAF cryopreservation on the fifth day of storage, by means of immunophenotypic and functional platelet analysis using the 5% DMSO cryoprotectant in a freezer at -80 ° C and thawing in a Maria bath at 37 ° C, without removal of the cryoprotectant. Material and Methods: 20 units of CPAF were analyzed in four different phases of the process: Phase I (pre-reduction of volume), Phase II (post-rest, agitation and DMSO addition), Phase III (post-thaw) and Phase IV (after two hours of thawing and shaking). All units were evaluated for platelet swirling and microbiological analysis, platelet and leukocyte counts, determination of mean platelet volume (MVP), pH analysis, lactate dehydrogenase (LDH) and glucose, platelet activation by means of flow cytometry with the markers CD61, CD62P and annexin V and for the functional evaluation, platelet microaggregation and clot retraction techniques. The results of each phase were analyzed and compared, considering results p <0.05 of statistical significance, evaluated by the Wilcoxon and Paired T-test. Results: All cryopreserved CPs presented visual presence of \"swirling\" and absence of lumps. The pH was maintained at a median of 7.185 (6.076- 7.528) for phase III, microbiological analysis was negative in all cryopreserved units, the median number of platelets fell from 3.04x1011/U in Phase II to 2.27x1011/U in phase III (reduction of 25.32%). Phase II platelet activation was 23% CD62P + to 44% CD62P + in phase III (p=0.067). The annexin V marker was expressed in 13% of platelets in phase II and 11% in phase III (p=0.33). LDH increased from 747 U/L (4-3,079) to 1,428 U / L (662-2303) from phase II to phase III, respectively (p<0,0055). Glucose decreased in all phases (p <0.0001). Platelet function tests have revealed that thawed platelets maintain their function. Conclusion: The results showed that, although activation and significant reduction of platelet count occurred, the end product preserved sufficient quantity of platelets, whose functions were maintained, which makes the use of the cryopreserved CP blood component viable. It also suggests that CPAFs can be cryopreserved on the fifth day of storage using 5% DMSO, so that their post-thaw removal is not required.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSantis, Gil Cunha deRoque, Letícia Sarni2018-05-04info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17155/tde-19072018-140901/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2018-10-03T01:45:28Zoai:teses.usp.br:tde-19072018-140901Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212018-10-03T01:45:28Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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O curto período de armazenamento dos concentrados de plaquetas (CP), de 5 a 7 dias, torna esse hemocomponente crítico para os serviços de hemoterapia. A criopreservação se apresenta então como uma possibilidade para a manutenção dos estoques por período mais prolongado. Essa prática exige a adição de substância crioprotetora e a adequação do volume em relação à concentração de plaquetas. O CP obtido por aférese (CPAF) é um hemocomponente proveniente de um único doador, coletado em sistema automatizado, que equivale a 6-8 unidades de CP obtidas da coleta de doadores convencional. Objetivo: Avaliar o efeito da criopreservação de CPAF no quinto dia do armazenamento, por meio de análises imunofenotípicas e funcionais das plaquetas, utilizando o crioprotetor dimetilsulfóxido (DMSO) a 5%, em freezer a -80°C e descongelamento em banho maria a 37°C, sem a remoção do crioprotetor. Material e Métodos: Foram analisadas 20 unidades de CPAF em quatro fases diferentes do processo: Fase I (pré-redução de volume), Fase II (pós-repouso, agitação e adição do DMSO), Fase III (pós-descongelamento) e Fase IV (após duas horas de descongelamento e agitação). Todas as bolsas foram avaliadas quanto à presença do \"swirling\" plaquetário, e análise microbiológica, contagem de plaquetas e leucócitos, determinação do volume plaquetário médio (VPM), análise do pH, dosagem de desidrogenase lática (DHL) e glicose, a ativação plaquetária por meio de citometria de fluxo com os marcadores CD61, CD62P e anexina V e para a avaliação funcional, as técnicas de microagregação plaquetária e retração do coágulo. Os resultados de cada fase foram analisados e comparados, considerando resultados p< 0,05 de significância estatística, avaliada pelos testes de Wilcoxon e Teste-T pareado. Resultados: Todos os CPs criopreservados apresentaram na inspeção visual presença de \"swirling\" e ausência de grumos. O pH manteve-se com mediana de 7,185 (6,076-7,528) pra fase III, análise microbiológica foi negativa em todas as unidades criopreservadas, o número mediano de plaquetas caiu de 3,04x1011/U na Fase II para 2,27x1011/U na fase III (redução de 25,32%). A ativação plaquetária na fase II foi de 23% CD62P+ para 44% CD62P+ na fase III (p=0,067). O marcador anexina V estava expresso em 13% das plaquetas na fase II e em 11% na fase III, (p=0,33). A LDH aumentou de 747 U/L (4-3079) para 1.428 U/L (662-2303) da fase II para a fase III, respectivamente (p=0,055). A glicose diminuiu em todas as fases (p<0,0001). Os testes de função plaquetária revelaram que a plaquetas descongeladas mantêm sua função. Conclusão: Os resultados obtidos mostraram que, embora tenham ocorrido ativação e redução significativa do número de plaquetas, o produto final conservou quantidade suficiente de plaquetas, cujas funções foram mantidas, o que torna viável a utilização do hemocomponente CP criopreservado. Sugere ainda que os CPAF possam ser criopreservados no quinto dia de armazenamento, com o uso do DMSO a 5%, ideal para que não se faça necessário sua remoção pós-descongelamento. |
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