Cinética da redução carbotérmica de cromita brasileira (concentrado Jacurici).
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2002 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3133/tde-02082024-140558/ |
Resumo: | Ferro-cromo pode ser considerado um dos mais importantes insumos metalúrgicos devido ao seu uso na produção de aços inoxidáveis e aços ferramenta. Ferro-cromo alto carbono é normalmente produzido em forno elétrico de redução. A manipulação de minérios de cromo (cromita) sempre produz uma grande quantidade de finos que devem ser utilizados no processo de redução. Se tais finos são carregados diretamente no forno, eles prejudicam seu comportamento elétrico assim como a permeabilidade da carga. A prática da pré-redução desses finos em fornos rotativos pode melhorar o balanço de custos de todo o processo de redução pela troca de energia elétrica por um combustível de mais barato. Por outro lado, dependendo da formação geológica da mina, as cromitas podem ser muito diferentes entre si. Tais diferenças serão refletidas na sua composição química e no grau de alteração dos minérios. Conseqüentemente, o comportamento desses minérios durante a redução é também diferente de maneira que uma revisão da literatura pode dar informações limitadas sobre um minério específico. O presente trabalho determina o comportamento de uma cromita brasileira (concentrado Jacurici) quanto à redução carbotérmica através de análise termogravimétrica (com análise dos gases de redução por um espectrômetro de massa) e através de ensaios interrompidos. Os resultados das experiências em termobalança mostraram que o mecanismo de controle do processo ocorre em duas etapas, o primeiro deles controlado por reação química e um último controlado por difusão na camada de produto com energias de ativação aparentes de 271 kJ/mol e 365 kJ/mol, respectivamente. Esses valores são compatíveis com o controle pela reação de Boudouard e com o controle por difusão. ) As análises dos gases de redução mostraram relações pCO/pCO2 inferiores àquelas previstas teoricamente pela reação de Boudouard no início da etapa isotérmica dos ensaios alcançando o valor teórico após um certo tempo de redução. Isto significa que o processo pode ser controlado por reação química no início da etapa, mas a seguir, não é controlado pela reação de Boudouard. Considerando um mecanismo de controle misto, as energias de ativação aparentes foram de 351 kJ/mol e 376 kJ/mol, respectivamente para o controle por reação química e difusão. Os resultados dos ensaios interrompidos mostraram que alterando a quantidade e o tamanho de partícula do redutor não altera a velocidade do processo. Conseqüentemente, o processo nessa condição não é controlado pela reação de Boudouard. A energia de ativação aparente considerando controle único por difusão foi de 342 kJ/mol. Considerando um mecanismo de controle misto, as energias de ativação aparentes foram de 310 kJ/mol e 317 kJ/mol, respectivamente para o controle por reação química e difusão. As análises metalográficas de amostras dos ensaios interrompidos confirmaram o mecanismo iônico proposto por Soykan. Adicionalmente, um padrão geométrico de precipitação de Fe metálico foi encontrado nos estágios iniciais de redução a altas temperaturas. Este fato sugere que há sítios preferenciais de precipitação, associados à orientação cristalográfica da cromita. |
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Cinética da redução carbotérmica de cromita brasileira (concentrado Jacurici).Kinetics of carbothermic reduction of brazilian chromite (Jacurici concentrate).ChromeCinéticaCromosKineticsMinériosOresReduçãoReductionFerro-cromo pode ser considerado um dos mais importantes insumos metalúrgicos devido ao seu uso na produção de aços inoxidáveis e aços ferramenta. Ferro-cromo alto carbono é normalmente produzido em forno elétrico de redução. A manipulação de minérios de cromo (cromita) sempre produz uma grande quantidade de finos que devem ser utilizados no processo de redução. Se tais finos são carregados diretamente no forno, eles prejudicam seu comportamento elétrico assim como a permeabilidade da carga. A prática da pré-redução desses finos em fornos rotativos pode melhorar o balanço de custos de todo o processo de redução pela troca de energia elétrica por um combustível de mais barato. Por outro lado, dependendo da formação geológica da mina, as cromitas podem ser muito diferentes entre si. Tais diferenças serão refletidas na sua composição química e no grau de alteração dos minérios. Conseqüentemente, o comportamento desses minérios durante a redução é também diferente de maneira que uma revisão da literatura pode dar informações limitadas sobre um minério específico. O presente trabalho determina o comportamento de uma cromita brasileira (concentrado Jacurici) quanto à redução carbotérmica através de análise termogravimétrica (com análise dos gases de redução por um espectrômetro de massa) e através de ensaios interrompidos. Os resultados das experiências em termobalança mostraram que o mecanismo de controle do processo ocorre em duas etapas, o primeiro deles controlado por reação química e um último controlado por difusão na camada de produto com energias de ativação aparentes de 271 kJ/mol e 365 kJ/mol, respectivamente. Esses valores são compatíveis com o controle pela reação de Boudouard e com o controle por difusão. ) As análises dos gases de redução mostraram relações pCO/pCO2 inferiores àquelas previstas teoricamente pela reação de Boudouard no início da etapa isotérmica dos ensaios alcançando o valor teórico após um certo tempo de redução. Isto significa que o processo pode ser controlado por reação química no início da etapa, mas a seguir, não é controlado pela reação de Boudouard. Considerando um mecanismo de controle misto, as energias de ativação aparentes foram de 351 kJ/mol e 376 kJ/mol, respectivamente para o controle por reação química e difusão. Os resultados dos ensaios interrompidos mostraram que alterando a quantidade e o tamanho de partícula do redutor não altera a velocidade do processo. Conseqüentemente, o processo nessa condição não é controlado pela reação de Boudouard. A energia de ativação aparente considerando controle único por difusão foi de 342 kJ/mol. Considerando um mecanismo de controle misto, as energias de ativação aparentes foram de 310 kJ/mol e 317 kJ/mol, respectivamente para o controle por reação química e difusão. As análises metalográficas de amostras dos ensaios interrompidos confirmaram o mecanismo iônico proposto por Soykan. Adicionalmente, um padrão geométrico de precipitação de Fe metálico foi encontrado nos estágios iniciais de redução a altas temperaturas. Este fato sugere que há sítios preferenciais de precipitação, associados à orientação cristalográfica da cromita.Ferrochromium can be considered as one of the most important alloying materials due to its use in the production of stainless steels and tool steels. High-carbon ferrochromium is normally produced in submerged-arc furnaces. The mining of chromites ores always produces a large amount of fines that should be used in the reduction process. If these fines are charged directly in the arc furnace they impair its electrical behavior as well as the permeability of the charge. The pre-reducing practice of these fines in rotary kilns can improve the cost effectiveness of the whole reducing process replacing partially the electrical power by a cheaper combustible. On the other hand, chromites ores are very different depending on the geological formation of the mine. The differences reflect on their chemical composition as well as on the weathering degree. The behavior of them during reduction is also distinct so a literature review can only give limited information about a specific ore. The present work determines the carbothermic reducing behavior of Brazilian chromites fines (Jacurici concentrate) through a thermo gravimetric analysis, coupled to a mass spectrometer and through interrupted experiments. According to the thermo gravimetric experiments, the results showed that a two steps mechanism (chemical reaction and solid state diffusion in the product layer) controls the process, with apparent activation energies of 271 kJ/mol and 365 kJ/mol, respectively. These valuesare well matched with the process control by Boudouard reaction and by diffusion in the product layer. ) From the gas analysis results, as the pCO/pCO2 ratios were lower than the theoretical value from Boudouard reaction at the beginning of the isothermal step of the experiments and then reached that the theoretical value, the main conclusion was that at the beginning the process could be controlled by chemical reaction and then the process starts to be controlled by diffusion in the product layer. By considering a mixing mechanism control, the apparent activation energies of 351 kJ/mol and 376 kJ/mol were found, respectively for chemical reaction and diffusion controls. According to the interrupted experiments, the results showed that as altering the reductant amount as well as its particle size no changes could be observed in the reduction rate. This means that the process could not be controlled by the Boudouard reaction. The apparent activation energy, considering the diffusion in the product layer as the only controlling mechanism for the process, was 342 kJ/mol. By considering a mixing mechanism control, the apparent activation energies of 310 kJ/mol and 317 kJ/mol were found, respectively for chemical reaction and diffusion controls. Metallographic analyses of samples of interrupted experiments have confirmed the ionic mechanism proposed by Soykan. Additionally, a geometric pattern of the reduced metallic iron precipitated was identified duringthe early stages at high temperatures. This fact suggests that there are preferential sites of precipitation probably associated to the crystallographic orientation of the chromite crystals.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPTakano, CyroBeneduce Neto, Flávio2002-06-05info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3133/tde-02082024-140558/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-08-02T18:08:02Zoai:teses.usp.br:tde-02082024-140558Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-08-02T18:08:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Ferro-cromo pode ser considerado um dos mais importantes insumos metalúrgicos devido ao seu uso na produção de aços inoxidáveis e aços ferramenta. Ferro-cromo alto carbono é normalmente produzido em forno elétrico de redução. A manipulação de minérios de cromo (cromita) sempre produz uma grande quantidade de finos que devem ser utilizados no processo de redução. Se tais finos são carregados diretamente no forno, eles prejudicam seu comportamento elétrico assim como a permeabilidade da carga. A prática da pré-redução desses finos em fornos rotativos pode melhorar o balanço de custos de todo o processo de redução pela troca de energia elétrica por um combustível de mais barato. Por outro lado, dependendo da formação geológica da mina, as cromitas podem ser muito diferentes entre si. Tais diferenças serão refletidas na sua composição química e no grau de alteração dos minérios. Conseqüentemente, o comportamento desses minérios durante a redução é também diferente de maneira que uma revisão da literatura pode dar informações limitadas sobre um minério específico. O presente trabalho determina o comportamento de uma cromita brasileira (concentrado Jacurici) quanto à redução carbotérmica através de análise termogravimétrica (com análise dos gases de redução por um espectrômetro de massa) e através de ensaios interrompidos. Os resultados das experiências em termobalança mostraram que o mecanismo de controle do processo ocorre em duas etapas, o primeiro deles controlado por reação química e um último controlado por difusão na camada de produto com energias de ativação aparentes de 271 kJ/mol e 365 kJ/mol, respectivamente. Esses valores são compatíveis com o controle pela reação de Boudouard e com o controle por difusão. ) As análises dos gases de redução mostraram relações pCO/pCO2 inferiores àquelas previstas teoricamente pela reação de Boudouard no início da etapa isotérmica dos ensaios alcançando o valor teórico após um certo tempo de redução. Isto significa que o processo pode ser controlado por reação química no início da etapa, mas a seguir, não é controlado pela reação de Boudouard. Considerando um mecanismo de controle misto, as energias de ativação aparentes foram de 351 kJ/mol e 376 kJ/mol, respectivamente para o controle por reação química e difusão. Os resultados dos ensaios interrompidos mostraram que alterando a quantidade e o tamanho de partícula do redutor não altera a velocidade do processo. Conseqüentemente, o processo nessa condição não é controlado pela reação de Boudouard. A energia de ativação aparente considerando controle único por difusão foi de 342 kJ/mol. Considerando um mecanismo de controle misto, as energias de ativação aparentes foram de 310 kJ/mol e 317 kJ/mol, respectivamente para o controle por reação química e difusão. As análises metalográficas de amostras dos ensaios interrompidos confirmaram o mecanismo iônico proposto por Soykan. Adicionalmente, um padrão geométrico de precipitação de Fe metálico foi encontrado nos estágios iniciais de redução a altas temperaturas. Este fato sugere que há sítios preferenciais de precipitação, associados à orientação cristalográfica da cromita. |
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