Canabinoides previnem nocicepção na neuralgia trigeminal via receptores TRPV1

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Escobar-Espinal, Daniela Maria
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/58/58138/tde-25102023-160313/
Resumo: A neuralgia trigeminal (TN) é uma dor orofacial altamente intensa e debilitante. O tratamento padrão ouro para a TN é a carbamazepina. Este medicamento antiepilético proporciona alívio da dor, mas permanece sendo um dos maiores desafios terapêuticos devido ao número de efeitos colaterais. Para estudar o potencial antinociceptivo do canabidiol (CBD) e seu análogo fluorado PECS-101 (anteriormente HUF-101), uma lesão crônica unilateral por constrição do nervo infraorbital (IoN-CCI) em ratos Wistar machos foi realizada. Sete dias de tratamento com CBD (30 mg/kg), PECS-101 (3, 10 e 30 mg/kg) ou carbamazepina (10 e 30 mg/kg) reduziram as respostas à alodinia e hiperaglesia. Ao contrário da carbamazepina, o CBD e o PECS-101 não prejudicaram a atividade motora. O alívio das respostas de hipersensibilidade é associado à modulação do receptor potencial transitório de vanilóide tipo 1 (TRPV1) no núcleo espinhal trigeminal. O CBD (30 mg/kg) e o PECS-101 (10 e 30 mg/kg) reverteram a expressão aumentada do TRPV1 induzida pelo IoN-CCI nesta região. Usando uma estratégia farmacológica, estabelecemos uma combinação do antagonista seletivo do TRPV1 (capsazepina - CPZ - 5 mg/kg) com doses subeficazes de CBD (3 e 10 mg/kg), esta combinação foi capaz de reverter as respostas de alodinia e hiperaglesia induzidas pelo IoNCCI. Esse efeito foi acompanhado por uma redução na expressão de proteína TRPV1 no núcleo espinhal trigeminal. Nossos resultados sugerem que o CBD e o PECS-101 podem beneficiar a neuralgia trigeminal sem causar comprometimento da coordenação motora. O PECS-101 foi mais potente contra as respostas hiperconciptivas e de comprometimento motor induzidas pela TN em comparação com o CBD e a carbamazepina. O efeito antinociceptivo desses canabinoides é, pelo menos em parte, mediado pelos receptores TRPV1 na parte caudal do núcleo espinhal trigeminal, a primeira estação de processamento da dor orofacial no sistema nervoso central.
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