Avaliação da hipercloremia e outros marcadores bioquímicos na evolução de pacientes pediátricos submetidos a transplante hepático
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5141/tde-26092023-124841/ |
Resumo: | Conhecer diferentes marcadores relacionados a pior prognóstico e complicações do pós-operatório de transplante hepático pode melhorar a condução clínica desses pacientes e otimizar alocação de recursos. Ainda são pouco conhecidos os efeitos de diferentes distúrbios eletrolíticos em pacientes pediátricos transplantados hepáticos. Objetivou-se avaliar a relação entre hipercloremia a admissão em unidade de terapia intensiva (UTI) e outros marcadores bioquímicos e escores de disfunção orgânica, no prognóstico desses pacientes. Foi realizado um estudo coorte retrospectivo incluindo pacientes submetidos a transplante hepático no ICR-HCFMUSP no período de 2015 a 2019. Pacientes que preenchiam os critérios de inclusão e não os de exclusão foram incluídos no estudo, sendo seguidos pelo período de permanência na UTI, divididos em dois grupos conforme os valores de SCL, hipercloremia e não-hipercloremia. Dados de base, incluindo idade, sexo, escores PELD, MELD e PIM-3, entre outros, foram obtidos. Sequencialmente, no pós-operatório, foram analisados valores de diferentes eletrólitos séricos, marcadores bioquímicos e indicadores de disfunção orgânica. O desfecho primário principal foi tempo de permanência em UTI. Outros desfechos de interesse incluíram: mortalidade em até 28 dias, PELOD-2 sequencial, ocorrência e estágio de LRA pelo KDIGO, tempo livre de ventilação mecânica e tempo livre de droga vasoativa. Foi realizada análise estatística, incluindo diferentes testes como Chi-quadrado, testes exatos, teste t, testes de Mann-Whitney, equações de estimação generalizadas (EEG), comparações múltiplas de Bonferroni, além de análise de sobrevida e regressões de Cox e logísticas (bivariadas e múltiplas). Foi considerado um erro tipo 1 ou alfa de 5% para significância estatística. Um total de 143 pacientes foram incluídos no estudo. O diagnóstico de base mais prevalente foi atresia de vias biliares (62,9%). Vinte e sete pacientes evoluíram a óbito (18,9%), com disfunção do enxerto constituindo a principal causa de morte (29,6%). Quanto a avaliação longitudinal dos dados, os escores PELOD-2, VIS, além do lactato arterial e do ânion-gap corrigido pela albumina apresentaram comportamento médio diferente entre os grupos hipercloremia e não-hipercloremia. Quanto ao tempo de internação, a análise de sobrevida mostrou, após ajustes para variáveis de confusão, que a presença de hiponatremia durante a internação (HR 0,416; IC95% 0,279-0,621; p < 0,001) e os valores de PIM-3 (HR 0,522; IC95% 0,353-0,772; p = 0,001) associaram-se a menores chances de alta vivo. Os valores de PIM-3 apresentaram associação significativa com mortalidade em 28 dias, mesmo após ajuste para as demais variáveis (HR 1,592; IC95% 1,165-2,177; p = 0,004). No mesmo contexto, o risco de ventilação mecânica foi 53,8% menor em pacientes submetidos a transplante intervivos (p = 0,014) e cada 1% de aumento na mortalidade predita por PIM-3 elevou o risco de ventilação mecânica em 47,5%, independente das demais variáveis (p = 0,006). O risco de necessidade de drogas vasoativas (DVA) foi 50,1% menor em pacientes submetidos a transplante hepático intervivos (p = 0,024) e cada 1% de aumento na mortalidade predita por PIM-3 elevou o risco de necessidade de DVA em 52%, independente das demais variáveis (p = 0,003). Cinquenta e dois pacientes do total apresentaram LRA (36,3%). Nas análises ajustadas para diferentes fatores de confusão, a presença de hipernatremia (ORajustado 3,49; IC95% 1,32-9,23; p = 0,012), de hiponatremia (ORajustado 4,24; IC95% 1,52-11,85; p = 0,006) e os valores de PIM-3 (OR 3,052; IC95% 1,56-5,97; p = 0,001) apresentaram associação significativa com o desenvolvimento de LRA moderada/grave (KDIGO 2 e 3). O índice de angina renal (RAI) foi avaliado com 12 horas de internação em UTI quanto sua performance para predição de LRA moderada/grave com 72 horas de internação por meio de curva ROC (AUC = 0,7528) com valor de corte ideal maior ou igual a 10 (índice Youden = 0,40). A presença de hipercloremia a admissão não se associou a nenhum dos desfechos de interesse do estudo. As diferenças no comportamento evolutivo da lactatemia arterial entre pacientes com e sem hipercloremia se concentraram no primeiro dia de internação, quando avaliados conjuntamente com os valores longitudinais dos escores PELOD-2, mais elevados em pacientes não-hiperclorêmicos, pode-se supor que valores de SCL reflitam uma ressuscitação fluídica inicial mais vigorosa. As disnatremias e os valores de mortalidade predita por PIM-3 associaram-se a maiores incidências de LRA moderada/grave em nossa casuística. O RAI mostrou boa performance discriminatória individual para desenvolvimento de LRA moderada/grave com 72 horas de internação |
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Avaliação da hipercloremia e outros marcadores bioquímicos na evolução de pacientes pediátricos submetidos a transplante hepáticoEvaluation of hyperchloremia and other biochemical markers in the evolution of pediatric patients undergoing liver transplantationAcute kidney injuryChildChlorideCloretoCriançaDesequilíbrio hidroeletrolíticoInjúria renal agudaLiver transplantationPediatric intensive care unitPrognosisPrognósticoSódioSodiumTransplante de fígadoUnidade de terapia intensiva pediátricaWater-electrolyte imbalancesConhecer diferentes marcadores relacionados a pior prognóstico e complicações do pós-operatório de transplante hepático pode melhorar a condução clínica desses pacientes e otimizar alocação de recursos. Ainda são pouco conhecidos os efeitos de diferentes distúrbios eletrolíticos em pacientes pediátricos transplantados hepáticos. Objetivou-se avaliar a relação entre hipercloremia a admissão em unidade de terapia intensiva (UTI) e outros marcadores bioquímicos e escores de disfunção orgânica, no prognóstico desses pacientes. Foi realizado um estudo coorte retrospectivo incluindo pacientes submetidos a transplante hepático no ICR-HCFMUSP no período de 2015 a 2019. Pacientes que preenchiam os critérios de inclusão e não os de exclusão foram incluídos no estudo, sendo seguidos pelo período de permanência na UTI, divididos em dois grupos conforme os valores de SCL, hipercloremia e não-hipercloremia. Dados de base, incluindo idade, sexo, escores PELD, MELD e PIM-3, entre outros, foram obtidos. Sequencialmente, no pós-operatório, foram analisados valores de diferentes eletrólitos séricos, marcadores bioquímicos e indicadores de disfunção orgânica. O desfecho primário principal foi tempo de permanência em UTI. Outros desfechos de interesse incluíram: mortalidade em até 28 dias, PELOD-2 sequencial, ocorrência e estágio de LRA pelo KDIGO, tempo livre de ventilação mecânica e tempo livre de droga vasoativa. Foi realizada análise estatística, incluindo diferentes testes como Chi-quadrado, testes exatos, teste t, testes de Mann-Whitney, equações de estimação generalizadas (EEG), comparações múltiplas de Bonferroni, além de análise de sobrevida e regressões de Cox e logísticas (bivariadas e múltiplas). Foi considerado um erro tipo 1 ou alfa de 5% para significância estatística. Um total de 143 pacientes foram incluídos no estudo. O diagnóstico de base mais prevalente foi atresia de vias biliares (62,9%). Vinte e sete pacientes evoluíram a óbito (18,9%), com disfunção do enxerto constituindo a principal causa de morte (29,6%). Quanto a avaliação longitudinal dos dados, os escores PELOD-2, VIS, além do lactato arterial e do ânion-gap corrigido pela albumina apresentaram comportamento médio diferente entre os grupos hipercloremia e não-hipercloremia. Quanto ao tempo de internação, a análise de sobrevida mostrou, após ajustes para variáveis de confusão, que a presença de hiponatremia durante a internação (HR 0,416; IC95% 0,279-0,621; p < 0,001) e os valores de PIM-3 (HR 0,522; IC95% 0,353-0,772; p = 0,001) associaram-se a menores chances de alta vivo. Os valores de PIM-3 apresentaram associação significativa com mortalidade em 28 dias, mesmo após ajuste para as demais variáveis (HR 1,592; IC95% 1,165-2,177; p = 0,004). No mesmo contexto, o risco de ventilação mecânica foi 53,8% menor em pacientes submetidos a transplante intervivos (p = 0,014) e cada 1% de aumento na mortalidade predita por PIM-3 elevou o risco de ventilação mecânica em 47,5%, independente das demais variáveis (p = 0,006). O risco de necessidade de drogas vasoativas (DVA) foi 50,1% menor em pacientes submetidos a transplante hepático intervivos (p = 0,024) e cada 1% de aumento na mortalidade predita por PIM-3 elevou o risco de necessidade de DVA em 52%, independente das demais variáveis (p = 0,003). Cinquenta e dois pacientes do total apresentaram LRA (36,3%). Nas análises ajustadas para diferentes fatores de confusão, a presença de hipernatremia (ORajustado 3,49; IC95% 1,32-9,23; p = 0,012), de hiponatremia (ORajustado 4,24; IC95% 1,52-11,85; p = 0,006) e os valores de PIM-3 (OR 3,052; IC95% 1,56-5,97; p = 0,001) apresentaram associação significativa com o desenvolvimento de LRA moderada/grave (KDIGO 2 e 3). O índice de angina renal (RAI) foi avaliado com 12 horas de internação em UTI quanto sua performance para predição de LRA moderada/grave com 72 horas de internação por meio de curva ROC (AUC = 0,7528) com valor de corte ideal maior ou igual a 10 (índice Youden = 0,40). A presença de hipercloremia a admissão não se associou a nenhum dos desfechos de interesse do estudo. As diferenças no comportamento evolutivo da lactatemia arterial entre pacientes com e sem hipercloremia se concentraram no primeiro dia de internação, quando avaliados conjuntamente com os valores longitudinais dos escores PELOD-2, mais elevados em pacientes não-hiperclorêmicos, pode-se supor que valores de SCL reflitam uma ressuscitação fluídica inicial mais vigorosa. As disnatremias e os valores de mortalidade predita por PIM-3 associaram-se a maiores incidências de LRA moderada/grave em nossa casuística. O RAI mostrou boa performance discriminatória individual para desenvolvimento de LRA moderada/grave com 72 horas de internaçãoThe knowledge of different markers related to worse prognosis and postoperative complications in liver transplant patients can improve the clinical management of these patients and optimize resource allocation. The effects of different electrolyte disorders in pediatric liver transplant patients are still poorly understood. The objective of this study was to evaluate the relationship between hyperchloremia at admission to the intensive care unit (ICU) and other biochemical markers and organic dysfunction scores in the prognosis of these patients. A retrospective cohort study was carried out including patients undergoing liver transplantation at ICR-HCFMUSP from 2015 to 2019. Patients who met the inclusion criteria and not the exclusion criteria were included in the study and followed up during the ICU stay, divided into two groups according to serum chloride levels (SCL), hyperchloremia and non-hyperchloremia. Baseline data, including age, gender, PELD, MELD, and PIM-3 scores, among others, were obtained. Subsequently, postoperative values of different serum electrolytes, biochemical markers, and organic dysfunction indicators were analyzed. The primary outcome was the length of ICU stay. Other outcomes of interest included: mortality within 28 days, sequential PELOD-2, occurrence, and stage of LRA by KDIGO, time free of mechanical ventilation, and time free of vasoactive drugs. Statistical analysis was performed, including different tests such as Chi-square, exact tests, t-test, Mann-Whitney tests, generalized estimation equations (EEG), Bonferroni\'s multiple comparisons, as well as survival analysis and Cox and logistic regression (bivariate and multiple). A type 1 or alpha error of 5% was considered for statistical significance. A total of 143 patients were included in the study. The most prevalent baseline diagnosis was biliary atresia (62.9%). Twenty-seven patients died (18.9%), with graft dysfunction being the main cause of death (29.6%). Regarding the longitudinal evaluation of data, the PELOD-2 scores, VIS, as well as arterial lactate and albumin-corrected anion-gap showed different mean behavior between hyperchloremia and non-hyperchloremia groups. Regarding length of hospital stay, survival analysis showed, after adjustment for confounding variables, that the presence of hyponatremia during hospitalization (HR 0.416, 95% CI 0.279-0.621; p <0.001) and PIM-3 values (HR 0.522, 95% CI 0.353-0.772; p = 0.001) were associated with lower chances of alive discharge. PIM-3 values were significantly associated with 28-day mortality, even after adjustment for other variables (HR 1.592, 95% CI 1.165-2.177; p = 0.004). In the same context, the risk of mechanical ventilation was 53.8% lower in patients undergoing living donor liver transplantation (p = 0.014), and every 1% increase in predicted mortality by PIM-3 increased the risk of mechanical ventilation by 47.5%, independent of other variables (p = 0.006). The risk of vasoactive drug (DVA) use was 50.1% lower in patients undergoing living donor liver transplantation (p = 0.024), and every 1% increase in predicted mortality by PIM-3 increased the risk of DVA use by 52%, independent of other variables (p = 0.003). A total of 52 patients presented LRA (36.3%). In adjusted analyses for different confounding factors, the presence of hypernatremia (adjusted OR 3.49, 95% CI 1.32-9.23; p = 0.012), hyponatremia (adjusted OR 4.24, 95% CI 1.52-11.85; p = 0.006), and PIM-3 values (OR 3.052, 95% CI 1.56-5.97; p = 0.001) showed significant association with the development of moderate/severe AKI (KDIGO 2 and 3). The renal angina index (RAI) was evaluated with 12 hours of ICU admission regarding its performance for predicting moderate/severe AKI with 72 hours of hospitalization through ROC curve (AUC = 0.7528) with an ideal cutoff value of 10 or higher (Youden index = 0.40). The presence of hyperchloremia at admission did not associate with any of the study\'s outcomes of interest. Differences in the arterial lactate evolution between patients with and without hyperchloremia were concentrated on the first day of hospitalization when evaluated together with the longitudinal values of the PELOD-2 scores, higher in non-hyperchloremic patients, suggesting that SCL values reflect a more vigorous initial fluid resuscitation. Dysnatremias and PIM-3 predicted mortality values were associated with higher incidences of moderate/severe AKI in our casuistry. The RAI showed good individual discriminative performance for the development of moderate/severe AKI with 72 hours of hospitalizationBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPDelgado, Artur FigueiredoLuglio, Michele2023-06-21info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5141/tde-26092023-124841/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2023-10-10T17:14:03Zoai:teses.usp.br:tde-26092023-124841Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-10-10T17:14:03Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Avaliação da hipercloremia e outros marcadores bioquímicos na evolução de pacientes pediátricos submetidos a transplante hepático Luglio, Michele Acute kidney injury Child Chloride Cloreto Criança Desequilíbrio hidroeletrolítico Injúria renal aguda Liver transplantation Pediatric intensive care unit Prognosis Prognóstico Sódio Sodium Transplante de fígado Unidade de terapia intensiva pediátrica Water-electrolyte imbalances |
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Conhecer diferentes marcadores relacionados a pior prognóstico e complicações do pós-operatório de transplante hepático pode melhorar a condução clínica desses pacientes e otimizar alocação de recursos. Ainda são pouco conhecidos os efeitos de diferentes distúrbios eletrolíticos em pacientes pediátricos transplantados hepáticos. Objetivou-se avaliar a relação entre hipercloremia a admissão em unidade de terapia intensiva (UTI) e outros marcadores bioquímicos e escores de disfunção orgânica, no prognóstico desses pacientes. Foi realizado um estudo coorte retrospectivo incluindo pacientes submetidos a transplante hepático no ICR-HCFMUSP no período de 2015 a 2019. Pacientes que preenchiam os critérios de inclusão e não os de exclusão foram incluídos no estudo, sendo seguidos pelo período de permanência na UTI, divididos em dois grupos conforme os valores de SCL, hipercloremia e não-hipercloremia. Dados de base, incluindo idade, sexo, escores PELD, MELD e PIM-3, entre outros, foram obtidos. Sequencialmente, no pós-operatório, foram analisados valores de diferentes eletrólitos séricos, marcadores bioquímicos e indicadores de disfunção orgânica. O desfecho primário principal foi tempo de permanência em UTI. Outros desfechos de interesse incluíram: mortalidade em até 28 dias, PELOD-2 sequencial, ocorrência e estágio de LRA pelo KDIGO, tempo livre de ventilação mecânica e tempo livre de droga vasoativa. Foi realizada análise estatística, incluindo diferentes testes como Chi-quadrado, testes exatos, teste t, testes de Mann-Whitney, equações de estimação generalizadas (EEG), comparações múltiplas de Bonferroni, além de análise de sobrevida e regressões de Cox e logísticas (bivariadas e múltiplas). Foi considerado um erro tipo 1 ou alfa de 5% para significância estatística. Um total de 143 pacientes foram incluídos no estudo. O diagnóstico de base mais prevalente foi atresia de vias biliares (62,9%). Vinte e sete pacientes evoluíram a óbito (18,9%), com disfunção do enxerto constituindo a principal causa de morte (29,6%). Quanto a avaliação longitudinal dos dados, os escores PELOD-2, VIS, além do lactato arterial e do ânion-gap corrigido pela albumina apresentaram comportamento médio diferente entre os grupos hipercloremia e não-hipercloremia. Quanto ao tempo de internação, a análise de sobrevida mostrou, após ajustes para variáveis de confusão, que a presença de hiponatremia durante a internação (HR 0,416; IC95% 0,279-0,621; p < 0,001) e os valores de PIM-3 (HR 0,522; IC95% 0,353-0,772; p = 0,001) associaram-se a menores chances de alta vivo. Os valores de PIM-3 apresentaram associação significativa com mortalidade em 28 dias, mesmo após ajuste para as demais variáveis (HR 1,592; IC95% 1,165-2,177; p = 0,004). No mesmo contexto, o risco de ventilação mecânica foi 53,8% menor em pacientes submetidos a transplante intervivos (p = 0,014) e cada 1% de aumento na mortalidade predita por PIM-3 elevou o risco de ventilação mecânica em 47,5%, independente das demais variáveis (p = 0,006). O risco de necessidade de drogas vasoativas (DVA) foi 50,1% menor em pacientes submetidos a transplante hepático intervivos (p = 0,024) e cada 1% de aumento na mortalidade predita por PIM-3 elevou o risco de necessidade de DVA em 52%, independente das demais variáveis (p = 0,003). Cinquenta e dois pacientes do total apresentaram LRA (36,3%). Nas análises ajustadas para diferentes fatores de confusão, a presença de hipernatremia (ORajustado 3,49; IC95% 1,32-9,23; p = 0,012), de hiponatremia (ORajustado 4,24; IC95% 1,52-11,85; p = 0,006) e os valores de PIM-3 (OR 3,052; IC95% 1,56-5,97; p = 0,001) apresentaram associação significativa com o desenvolvimento de LRA moderada/grave (KDIGO 2 e 3). O índice de angina renal (RAI) foi avaliado com 12 horas de internação em UTI quanto sua performance para predição de LRA moderada/grave com 72 horas de internação por meio de curva ROC (AUC = 0,7528) com valor de corte ideal maior ou igual a 10 (índice Youden = 0,40). A presença de hipercloremia a admissão não se associou a nenhum dos desfechos de interesse do estudo. As diferenças no comportamento evolutivo da lactatemia arterial entre pacientes com e sem hipercloremia se concentraram no primeiro dia de internação, quando avaliados conjuntamente com os valores longitudinais dos escores PELOD-2, mais elevados em pacientes não-hiperclorêmicos, pode-se supor que valores de SCL reflitam uma ressuscitação fluídica inicial mais vigorosa. As disnatremias e os valores de mortalidade predita por PIM-3 associaram-se a maiores incidências de LRA moderada/grave em nossa casuística. O RAI mostrou boa performance discriminatória individual para desenvolvimento de LRA moderada/grave com 72 horas de internação |
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