Histopatologia dos mecanismos de resistência de pimentão a Leveillula taurica, agente causal de oídio

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Macêdo, Vanessa Marcele
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11135/tde-26072019-154544/
Resumo: Leveillula taurica, agente causal de oídio, é o patógeno mais importante da cultura do pimentão, tanto em cultivo protegido como em campo. A variedade `HV12 ́ é a única fonte estável de resistência de C. annuum ao fungo, amplamente utilizada em programas de melhoramento, cuja herança genética é de natureza complexa, oligogênica, com dominância parcial ou aditiva. Ainda não há estudos histopatológicos sobre a interação entre variedades de pimentão e L. taurica. Assim, o presente estudo visou comparar a anatomia do sistema dérmico, vascular e fundamental de folhas da variedade `HV12 ́ com a variedade suscetível \'Magali\' e também as respostas histopatológicas destas variedades frente à infecção por L. taurica, aos cinco, dez e vinte dias após a inoculação. As variedades apresentam semelhanças anatômicas entre si, porém \'HV12\' possui maior número médio de estômatos que \'Magali\'. Em relação à morfometria, a variedade suscetível possui maior comprimento e largura médio de estômatos. L. taurica infecta e coloniza a variedade `HV12 ́ através da emissão de haustórios em todos os tempos de infecção (5, 10 e 20 d.a.i.) demonstrando que a resistência pré-haustorial não é capaz de barrar a infecção. Na variedade `Magali ́, também visualizamos haustórios em todos os tempos estudados. No entanto, diferente da variedade resistente, verifica-se a hipertrofia de células do parênquima esponjoso de modo a descaracterizar este tecido e obstruir significativamente os espaços intercelulares. Os testes histoquímicos apontaram corpos proteicos no citoplasma das células do mesofilo em ambas as variedades, porém de maiores dimensões em \'HV12\' principalmente aos 20 d.a.i., indicando que estes podem estar relacionados a defesa. Grãos de amido foram observados somente aos 05 d.a.i. em \'Magali\', ao passo que em \'HV12\' estes foram observados em todos os tempos, indicando que o patógeno não foi capaz de desviá-los, bem como, sua capacidade de manter o metabolismo de carboidratos e a atividade de seus cloroplastos. O presente estudo refuta o conceito de que a variedade `HV12 ́ é imune ao patógeno, mostrando que L. taurica consegue estabelecer uma relação de \"compatibilidade básica\" com esta variedade e que seus mecanismos de defesa devem ser de resistência pós-haustorial.
id USP_34f5d4c0dcf3a79468a8b7f9ff8b9d47
oai_identifier_str oai:teses.usp.br:tde-26072019-154544
network_acronym_str USP
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository_id_str 2721
spelling Histopatologia dos mecanismos de resistência de pimentão a Leveillula taurica, agente causal de oídioHistopathology of the resistance mechanisms of bell pepper to Leveillula taurica, the causal agent of powdery mildewCapsicum annuumCapsicum annuumAnatomiaAnatomyDefense responsesOidiopsisOidiopsisRespostas de defesaLeveillula taurica, agente causal de oídio, é o patógeno mais importante da cultura do pimentão, tanto em cultivo protegido como em campo. A variedade `HV12 &#769; é a única fonte estável de resistência de C. annuum ao fungo, amplamente utilizada em programas de melhoramento, cuja herança genética é de natureza complexa, oligogênica, com dominância parcial ou aditiva. Ainda não há estudos histopatológicos sobre a interação entre variedades de pimentão e L. taurica. Assim, o presente estudo visou comparar a anatomia do sistema dérmico, vascular e fundamental de folhas da variedade `HV12 &#769; com a variedade suscetível \'Magali\' e também as respostas histopatológicas destas variedades frente à infecção por L. taurica, aos cinco, dez e vinte dias após a inoculação. As variedades apresentam semelhanças anatômicas entre si, porém \'HV12\' possui maior número médio de estômatos que \'Magali\'. Em relação à morfometria, a variedade suscetível possui maior comprimento e largura médio de estômatos. L. taurica infecta e coloniza a variedade `HV12 &#769; através da emissão de haustórios em todos os tempos de infecção (5, 10 e 20 d.a.i.) demonstrando que a resistência pré-haustorial não é capaz de barrar a infecção. Na variedade `Magali &#769;, também visualizamos haustórios em todos os tempos estudados. No entanto, diferente da variedade resistente, verifica-se a hipertrofia de células do parênquima esponjoso de modo a descaracterizar este tecido e obstruir significativamente os espaços intercelulares. Os testes histoquímicos apontaram corpos proteicos no citoplasma das células do mesofilo em ambas as variedades, porém de maiores dimensões em \'HV12\' principalmente aos 20 d.a.i., indicando que estes podem estar relacionados a defesa. Grãos de amido foram observados somente aos 05 d.a.i. em \'Magali\', ao passo que em \'HV12\' estes foram observados em todos os tempos, indicando que o patógeno não foi capaz de desviá-los, bem como, sua capacidade de manter o metabolismo de carboidratos e a atividade de seus cloroplastos. O presente estudo refuta o conceito de que a variedade `HV12 &#769; é imune ao patógeno, mostrando que L. taurica consegue estabelecer uma relação de \"compatibilidade básica\" com esta variedade e que seus mecanismos de defesa devem ser de resistência pós-haustorial.<span lang=EN-US>Leveillula taurica<span lang=EN-US>, causal agent of powdery mildew, is the major pathogen of the bell pepper, both in field and greenhouse crops, causing serious losses. \'HV12\' is the unique source of resistance of C. annuum to the pathogen, widely used in breeding programs and resistance studies. The inheritance of its resistance is complex, oligogenic with partial or additive dominance effects. There are no histopathological studies on the interaction between bell pepper varieties and L. taurica. Thus, the aim of the present study was to anatomically compare the leaves of \'HV12\' with those of the susceptible variety \'Magali\' as well as the histological responses on these varieties to infection with L. taurica at five, ten and twenty days after inoculation. There are no anatomical differences between the varieties, but \'HV12\' has a greater average number of stomata that \'Magali\'. In relation to morphometry, the stomata of \'Magali\' are longer and wider. L. taurica infects and colonizes \'HV12\' by emitting haustoria, which were observed at all time points (5, 10 and 20 d.a.i.) demonstrating that its resistance does not operate at the pre-haustorial stage. In `Magali\', haustoria were also observed at all times. However, unlike the resistant variety, the cells of the spongy parenchyma displayed hipertrophy to the point of obstructing the intercellular spaces of this tissue. Histochemical tests revealed protein bodies in the cytoplasm of the mesophyll cells on both varieties, but they were larger in \'HV12\' mainly at 20 d.a.i., indicating that these may be related to plant defense. Starch grains were observed only at 05 d.a.i. in \'Magali\', whereas in \'HV12\' these were observed at all times, indicating that the pathogen was not able to divert them, as well as their ability to maintain carbohydrate metabolism and the activity of their chloroplasts. The present study refutes the concept that the \'HV12\' variety is immune to the pathogen, showing that L. taurica can establish a &quot;basic compatibility&quot; relationship with this variety and that its defense mechanisms must be post-haustorial in nature.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPCamargo, Luis Eduardo AranhaMacêdo, Vanessa Marcele2019-03-25info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11135/tde-26072019-154544/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2019-08-20T23:22:58Zoai:teses.usp.br:tde-26072019-154544Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212019-08-20T23:22:58Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.none.fl_str_mv Histopatologia dos mecanismos de resistência de pimentão a Leveillula taurica, agente causal de oídio
Histopathology of the resistance mechanisms of bell pepper to Leveillula taurica, the causal agent of powdery mildew
title Histopatologia dos mecanismos de resistência de pimentão a Leveillula taurica, agente causal de oídio
spellingShingle Histopatologia dos mecanismos de resistência de pimentão a Leveillula taurica, agente causal de oídio
Macêdo, Vanessa Marcele
Capsicum annuum
Capsicum annuum
Anatomia
Anatomy
Defense responses
Oidiopsis
Oidiopsis
Respostas de defesa
title_short Histopatologia dos mecanismos de resistência de pimentão a Leveillula taurica, agente causal de oídio
title_full Histopatologia dos mecanismos de resistência de pimentão a Leveillula taurica, agente causal de oídio
title_fullStr Histopatologia dos mecanismos de resistência de pimentão a Leveillula taurica, agente causal de oídio
title_full_unstemmed Histopatologia dos mecanismos de resistência de pimentão a Leveillula taurica, agente causal de oídio
title_sort Histopatologia dos mecanismos de resistência de pimentão a Leveillula taurica, agente causal de oídio
author Macêdo, Vanessa Marcele
author_facet Macêdo, Vanessa Marcele
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Camargo, Luis Eduardo Aranha
dc.contributor.author.fl_str_mv Macêdo, Vanessa Marcele
dc.subject.por.fl_str_mv Capsicum annuum
Capsicum annuum
Anatomia
Anatomy
Defense responses
Oidiopsis
Oidiopsis
Respostas de defesa
topic Capsicum annuum
Capsicum annuum
Anatomia
Anatomy
Defense responses
Oidiopsis
Oidiopsis
Respostas de defesa
description Leveillula taurica, agente causal de oídio, é o patógeno mais importante da cultura do pimentão, tanto em cultivo protegido como em campo. A variedade `HV12 &#769; é a única fonte estável de resistência de C. annuum ao fungo, amplamente utilizada em programas de melhoramento, cuja herança genética é de natureza complexa, oligogênica, com dominância parcial ou aditiva. Ainda não há estudos histopatológicos sobre a interação entre variedades de pimentão e L. taurica. Assim, o presente estudo visou comparar a anatomia do sistema dérmico, vascular e fundamental de folhas da variedade `HV12 &#769; com a variedade suscetível \'Magali\' e também as respostas histopatológicas destas variedades frente à infecção por L. taurica, aos cinco, dez e vinte dias após a inoculação. As variedades apresentam semelhanças anatômicas entre si, porém \'HV12\' possui maior número médio de estômatos que \'Magali\'. Em relação à morfometria, a variedade suscetível possui maior comprimento e largura médio de estômatos. L. taurica infecta e coloniza a variedade `HV12 &#769; através da emissão de haustórios em todos os tempos de infecção (5, 10 e 20 d.a.i.) demonstrando que a resistência pré-haustorial não é capaz de barrar a infecção. Na variedade `Magali &#769;, também visualizamos haustórios em todos os tempos estudados. No entanto, diferente da variedade resistente, verifica-se a hipertrofia de células do parênquima esponjoso de modo a descaracterizar este tecido e obstruir significativamente os espaços intercelulares. Os testes histoquímicos apontaram corpos proteicos no citoplasma das células do mesofilo em ambas as variedades, porém de maiores dimensões em \'HV12\' principalmente aos 20 d.a.i., indicando que estes podem estar relacionados a defesa. Grãos de amido foram observados somente aos 05 d.a.i. em \'Magali\', ao passo que em \'HV12\' estes foram observados em todos os tempos, indicando que o patógeno não foi capaz de desviá-los, bem como, sua capacidade de manter o metabolismo de carboidratos e a atividade de seus cloroplastos. O presente estudo refuta o conceito de que a variedade `HV12 &#769; é imune ao patógeno, mostrando que L. taurica consegue estabelecer uma relação de \"compatibilidade básica\" com esta variedade e que seus mecanismos de defesa devem ser de resistência pós-haustorial.
publishDate 2019
dc.date.none.fl_str_mv 2019-03-25
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11135/tde-26072019-154544/
url http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11135/tde-26072019-154544/
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv
dc.rights.driver.fl_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.coverage.none.fl_str_mv
dc.publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
dc.source.none.fl_str_mv
reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv virginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.br
_version_ 1815257397282734080