Estudos basicos para o melhoramento da goiabeira (Psidium guajava, L)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Soubihe Sobrinho, José
Data de Publicação: 1951
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/0/tde-20231122-092757/
Resumo: O presente trabalho faz parte de um plano de colaboração entre a Secção de Citricultura e Frutas Tropicais do Instituto Agronômico de Campinas e a Secção de Genética da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, no que diz respeito ao melhoramento das plantas frutíferas da família Myrtaceae. 2. Pelas provas tiradas da história, pela variação ou diversidade genética de populações selvagens, pela distribuição geográfica, chegou-se à conclusão de que a goiabeira é muito provavelmente de origem americana. 3. Fizeram-se estudos botânicos detalhados sobre a estrutura, anatomia, biologia e o sistema de ramificação da inflorescência. Verificou-se pela estrutura, que o gineceu é gamocarpelar, ovário ínfero, tri a tetralocular, numerosos óvulos, placentação parietal laminar; androceu formado de numerosíssimos estames, 2 tecas; existem numerosa glândulas de óleo essencial por toda a flor. Apurou-se, pela anatomia, que os vasos liberolenhosos são do tipo colateral fechado; o óvulo e anátropo, a megasporogênese é normal, dando saco embrionário de 8 núcleos; a microsporogenêse também é normal; os grãos de pólen são pequenos. O tecido condutor da estigma e estilete e bem diferenciado; há ainda um tecido lacunoso na base do estilete, de função desconhecida; ausência de glândulas nectaríferas; verificou-se, pela biologia da flor, que a abertura desta se dá nas primeiras horas da manhã e que as abelhas são os primeiros insetos a visitá-la; a flor, ao abrir, já está polinizada, predominando, portanto, a autofecundação; este é um ponto de capital importância, pois nos dá as bases para o melhoramento. O sistema de ramificação da inflorescência é do tipo dicásio; o inflorescência apresenta um, dois ou três botões, nas seguintes percentagens: 60%, 15% e 17%; verificou-se que praticamente, só o botão principal produz frutos; por isso, ao se fazer cruzamento, devem-se evitar os botões laterais. 4. A percentagem de frutificação foi de 22,0, que e considerada boa para uma planta frutífera; discutiu-se este valor em confronto com o das percentagens obtidas para certas Rosaceas, como cerejas, ameixas e maças. Mostrou-se a variação encontrada na coloração da casca, na forma e no peso do fruto; na espessura e na coloração da polpa, no sabor do fruto, etc.; as cores da casca são verde-amarelada, amarelo-clara e amarelo-avermelhada. A forma pode ser redonda, piriforme (com pescoço longo ou curto); oval, perfeitamente elíptica, e oblonga. Os frutos, quanto ao peso, foram classificados em grandes (200 a 100g), médios (100 a 60g) e pequenos (menores de 60g). A polpa e chamada grossa quando ultrapassa 1 cm da espessura, e fina, no caso contrario. A cor da polpa pode ser branca, creme, amarela, rosa e vermelha. O aroma é suave e penetrante, pouco apreciado; o sabor varia de doce, insipido, levemente acido e acido. Analisou-se a percentagem de vitamina C e verificou-se que nos tipos nativos varia de 54,0 a 130,8mg por 100g de frutos frescos; encontrou-se um teor elevado na variedade Rolfs, importada dos Estados Unidos, que acusou uma média de 400mg por 100g. Analisou-se estatisticamente a variação de 5 caracteres de valor econômico, como o comprimento, largura, peso total do fruto, peso da polpa e peso das sementes; foi possível, dos 16 tipos analisados, escolherem-se cinco melhores: três de formas redonda e de polpa vermelha, um de forma piriforme e de polpa branca e um de forma redonda e de polpa branca. 5. Pelos estudos básicos efetuados, 3 processos de melhoramento podem ser utilizados: a) homogeneização dos tipos, seja por autofecundação (processo sexual), seja por enxertia (processo assexual); b) recombinação de novos tipos por cruzamento e fixação, no caso de gens recessivos, por seleção em F2 ou após retrocruzamento e, no caso de gens dominantes, preferivelmente por enxertia; c) poliploidia, tendo-se já tratado sementes e “seedligs”
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