Transformação de uma cobertura laterítica por hidromorfia: estudo de uma toposseqüência da Amazônia brasileira (Humaitá-AM)
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2000 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44134/tde-19112015-093626/ |
Resumo: | A associação de solos do tipo Cambissolo-Glei pouco Húmico recobre uma extensa área da Amazônia brasileira (parte sudoeste da bacia, recoberta pelos sedimentos terciários da Formação Solimões). Nessa região, nas superfícies planas e rebaixadas dos platôs, desenvolvem-se depressões conectadas ou não aos eixos de drenagem regional. Dois tipos de cobertura vegetal associadas, floresta e campo de savana, evidenciam mudanças paleoclimáticas. Estudos anteriores associavam a presença dos Cambissolos com as áreas florestadas e do Glei com as áreas recobertas por savana. Nesta tese, após o estudo do solo na escala da bacia elementar, determinou-se que a repartição dessas duas grandes unidades de solo estão intimamente relacionadas com a topografia e discordantes em relação à distribuição vegetal: o Cambissolo desenvolve-se no platô, enquanto o Glei desenvolve-se nas depressões, estando essas áreas no campo ou na floresta (elas ficam alagadas durante oito meses por ano). O estudo detalhado de uma toposseqüência representativa desse sistema mostra que o solo do platô é argiloso, com horizonte B vermelho, porosidade média a fraca (conseqüentemente com permeabilidade média a fraca), passando na base, a 80cm de profundidade, a uma plintita cuja ocorrência é generalizada na região. Na depressão, o solo é argilo-siltoso a silto-argiloso, branco, passando, a 50cm de profundidade, a uma plintita com dominância de material branco. A organização vertical e lateral dos solos da toposseqüência evidenciou duas dinâmicas de evolução. A primeira, vertical, ocorre exclusivamente no platô e é litodependente. A segunda, lateral, desenvolve-se a partir da depressão e avança para o platô, transformando a cobertura original. Esse último processo determina o desenvolvimento e a expansão de dois horizontes brancos que evoluem a partir da argila manchada e seguem duas vias distintas de evolução: uma, através do desenvolvimento de um horizonte deferruginizado e eluvial, e outra, através do desenvolvimento de um horizonte deferruginizado que ainda conserva as características da argila manchada. Ao término do trabalho, é proposto um modelo de gênese e evolução desse sistema, que fornece a base para predizer a paisagem futura dessa grande área da Amazônia. |
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Nesta tese, após o estudo do solo na escala da bacia elementar, determinou-se que a repartição dessas duas grandes unidades de solo estão intimamente relacionadas com a topografia e discordantes em relação à distribuição vegetal: o Cambissolo desenvolve-se no platô, enquanto o Glei desenvolve-se nas depressões, estando essas áreas no campo ou na floresta (elas ficam alagadas durante oito meses por ano). O estudo detalhado de uma toposseqüência representativa desse sistema mostra que o solo do platô é argiloso, com horizonte B vermelho, porosidade média a fraca (conseqüentemente com permeabilidade média a fraca), passando na base, a 80cm de profundidade, a uma plintita cuja ocorrência é generalizada na região. Na depressão, o solo é argilo-siltoso a silto-argiloso, branco, passando, a 50cm de profundidade, a uma plintita com dominância de material branco. A organização vertical e lateral dos solos da toposseqüência evidenciou duas dinâmicas de evolução. A primeira, vertical, ocorre exclusivamente no platô e é litodependente. A segunda, lateral, desenvolve-se a partir da depressão e avança para o platô, transformando a cobertura original. Esse último processo determina o desenvolvimento e a expansão de dois horizontes brancos que evoluem a partir da argila manchada e seguem duas vias distintas de evolução: uma, através do desenvolvimento de um horizonte deferruginizado e eluvial, e outra, através do desenvolvimento de um horizonte deferruginizado que ainda conserva as características da argila manchada. Ao término do trabalho, é proposto um modelo de gênese e evolução desse sistema, que fornece a base para predizer a paisagem futura dessa grande área da Amazônia.The association of the Cambic-Gley soils covers an extensive area of the Brazilian Amazon Forest (the southwest portion of the basin is covered by the tertiary sediments of the Solimões Formation). The plain and debased surfaces of the plateaus in this region develop depressions that are connected or not to the axles of regional drainage. Two types of associated vegetation, forests and savannah fields, manifest paleoclimatic changes. Earlier studies associated the presence of Cambic soils with the forest areas and the Gley soils with the areas covered with savannah. In this thesis, after the study of the soil in the scale of the elementary basin, it was determined that the separation of these two great soil units is intimately related to the topography, and is very inconsistent with the distribution of the vegetation: the Cambic soils develops in the plateau, while the Gley develops in the depressions, and these areas are in the fields or forests (they remain flooded eight months a year). The detailed study of a representative toposequence of this system shows that the soil from the plateau is argillic, with a red B horizon, medium to weak porosity, and consequently medium to weak permeability, and in the base, at 80cm of depth, there is a plinthite which generally occurs in this region. In the depression, the soil is silty clay to silty clay loam, white, and at 50cm of depth, there is a plinthite with dominance of white materials. The vertical and lateral organization of the soils from the toposequence evidence two dynamics of evolution. The first, the vertical one, occurs only in the plateau and is lithodependent. The second, the lateral one, develops from the depression and advances in to the plateau, transforming the original cover. This last process determines the development and expansion of two white horizons that evolve from the stained clay and follow two separate ways of evolution: one through the development of a eluvial horizon with loss of iron, and the other though the development of a horizon with loss of iron that maintains the characteristics of the stained clay. At the end of the study, a model of the genesis and evolution of this system is presented, providing basis to predict the future landscape of this great area of the Amazon Forest.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPMelfi, Adolpho JoseRosolen, Vania Silvia2000-09-11info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44134/tde-19112015-093626/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:11:58Zoai:teses.usp.br:tde-19112015-093626Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:11:58Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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