Uso de ureia protegida e monensina sobre parâmetros ruminais de bovinos alimentados com forragem de baixa qualidade

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Palma, André Soligo Vizeu de
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/74/74131/tde-29042021-171930/
Resumo: Produtos que consistem na proteção da ureia vêm sendo desenvolvidos para promover a liberação gradual de nitrogênio, e assim, evitar intoxicação, diminuir as perdas de nitrogênio e melhorar a sincronia entre a liberação dos nutrientes pelos processos digestivos. A monensina pode melhorar a eficiência energética do rúmen e o uso de nitrogênio, combinada a ureia protegida podem ter um efeito sinérgico. Objetivou-se avaliar a efetividade da proteção da ureia, as vantagens de sua utilização e se existe interação com a monensina, em dieta de bovinos consumindo forragem de baixa qualidade. Oito vacas Nelore fistuladas no rúmen (536 ± 101 kg) consumindo feno de Brachiaria brizantha cv. Marandu foram divididas aleatoriamente em delineamento quadrado latino 4 x 4 duplo com arranjo fatorial de tratamento com fator fonte de ureia (sem ureia, ureia comum, ureia protegida com polímero ou ureia protegida com lipídio) e fator monensina (sem ou com). Os tratamentos foram infundidos no rúmen uma vez ao dia. O consumo diário de feno foi medido, o comportamento ingestivo foi avaliado por 24 horas, o líquido ruminal foi coletado logo antes da infusão dos tratamentos e em intervalos de duas horas, até o tempo de 12 horas para ácidos graxos de cadeia curta e 22 horas para nitrogênio amoniacal, o pH ruminal foi monitorado durante 24 horas por probe, a ureia no sangue foi analisada, degradabilidade ruminal in situ da fibra em detergente neutro do feno e do nitrogênio das fontes de ureia foram estimadas usando sacos de náilon, a digestibilidade dos nutrientes foi calculada usando dióxido de titânio como marcador, a taxa de passagem usando óxido de cromo como marcador, a síntese de proteína microbiana por derivados de purina urinários e o balanço de nitrogênio foi calculado. Os dados foram analisados usando o procedimento MIXED do SAS e as médias foram comparadas por contrastes ortogonais. A ureia no sangue foi superior para os tratamentos com ureia em relação ao controle, mas não para ureia comum em relação a protegida devido a limitação na taxa de produção de ureia no fígado. Após a infusão dos tratamentos, a ureia comum promoveu maiores valores de nitrogênio amoniacal no rúmen, em relação a ureia protegida, até o tempo de 8 horas e apenas no tempo de 22 horas os valores de ureia protegida foram maiores. A taxa de degradação ruminal do nitrogênio das ureias protegidas foi alta e incompleta, o que não caracteriza a estabilidade desejada na liberação do nitrogênio. Entretanto, a retenção de nitrogênio foi maior para os tratamentos com ureia protegida, o que sugere menor impacto ambiental. Consumo de feno, degradabilidade da fibra em detergente neutro, digestibilidade, taxa de passagem e síntese de proteína microbiana não foram afetados pelos tratamentos. A monensina não teve efeito nos ácidos graxos de cadeia curta. Para dietas à base de forragem de baixa qualidade, a suplementação pontual de ureia pode gerar períodos com excesso e déficit de nitrogênio, não atingindo a sincronia nutricional desejável. Não foi observada interação entre ureia e monensina, nas condições deste estudo.
id USP_35d58c74becc06f21604355a5b7b528f
oai_identifier_str oai:teses.usp.br:tde-29042021-171930
network_acronym_str USP
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository_id_str 2721
spelling Uso de ureia protegida e monensina sobre parâmetros ruminais de bovinos alimentados com forragem de baixa qualidadeUse of coated urea and monensin on rumen parameters of cattle fed low quality forageDigestibilidadeDigestibilityIonóforoIonophoreNitrogênio não proteicoNon-protein nitrogenProteinProteínaSlow-release ureaUreia de liberação lentaProdutos que consistem na proteção da ureia vêm sendo desenvolvidos para promover a liberação gradual de nitrogênio, e assim, evitar intoxicação, diminuir as perdas de nitrogênio e melhorar a sincronia entre a liberação dos nutrientes pelos processos digestivos. A monensina pode melhorar a eficiência energética do rúmen e o uso de nitrogênio, combinada a ureia protegida podem ter um efeito sinérgico. Objetivou-se avaliar a efetividade da proteção da ureia, as vantagens de sua utilização e se existe interação com a monensina, em dieta de bovinos consumindo forragem de baixa qualidade. Oito vacas Nelore fistuladas no rúmen (536 ± 101 kg) consumindo feno de Brachiaria brizantha cv. Marandu foram divididas aleatoriamente em delineamento quadrado latino 4 x 4 duplo com arranjo fatorial de tratamento com fator fonte de ureia (sem ureia, ureia comum, ureia protegida com polímero ou ureia protegida com lipídio) e fator monensina (sem ou com). Os tratamentos foram infundidos no rúmen uma vez ao dia. O consumo diário de feno foi medido, o comportamento ingestivo foi avaliado por 24 horas, o líquido ruminal foi coletado logo antes da infusão dos tratamentos e em intervalos de duas horas, até o tempo de 12 horas para ácidos graxos de cadeia curta e 22 horas para nitrogênio amoniacal, o pH ruminal foi monitorado durante 24 horas por probe, a ureia no sangue foi analisada, degradabilidade ruminal in situ da fibra em detergente neutro do feno e do nitrogênio das fontes de ureia foram estimadas usando sacos de náilon, a digestibilidade dos nutrientes foi calculada usando dióxido de titânio como marcador, a taxa de passagem usando óxido de cromo como marcador, a síntese de proteína microbiana por derivados de purina urinários e o balanço de nitrogênio foi calculado. Os dados foram analisados usando o procedimento MIXED do SAS e as médias foram comparadas por contrastes ortogonais. A ureia no sangue foi superior para os tratamentos com ureia em relação ao controle, mas não para ureia comum em relação a protegida devido a limitação na taxa de produção de ureia no fígado. Após a infusão dos tratamentos, a ureia comum promoveu maiores valores de nitrogênio amoniacal no rúmen, em relação a ureia protegida, até o tempo de 8 horas e apenas no tempo de 22 horas os valores de ureia protegida foram maiores. A taxa de degradação ruminal do nitrogênio das ureias protegidas foi alta e incompleta, o que não caracteriza a estabilidade desejada na liberação do nitrogênio. Entretanto, a retenção de nitrogênio foi maior para os tratamentos com ureia protegida, o que sugere menor impacto ambiental. Consumo de feno, degradabilidade da fibra em detergente neutro, digestibilidade, taxa de passagem e síntese de proteína microbiana não foram afetados pelos tratamentos. A monensina não teve efeito nos ácidos graxos de cadeia curta. Para dietas à base de forragem de baixa qualidade, a suplementação pontual de ureia pode gerar períodos com excesso e déficit de nitrogênio, não atingindo a sincronia nutricional desejável. Não foi observada interação entre ureia e monensina, nas condições deste estudo.Products that consist of coated urea have been developed to promote a gradual release of nitrogen, thus preventing poisoning, reducing nitrogen losses and improving nutrient synchrony. Monensin can improve rumen energy efficiency and the use of nitrogen, and in combination, both products should have a synergistic effect. The objective was to evaluate the effectiveness of urea coat, the advantages of its use and whether there is interaction with monensin, in cattle consuming low quality forage diet. Eight rumen fistulated Nellore cows (536 ± 101 kg) consuming Brachiaria brizantha Marandu were randomly divided into a double 4 x 4 Latin square design with a factorial arrangement of treatment with urea source factor (without urea, common urea, polymer-coated urea or lipid-coated urea) and monensin factor (without or with). The treatments were infused into the rumen once daily. Daily intake was measured, the intake behavior was evaluated for 24 hours, rumen fluid was collected just before treatments infusion and at two-hour intervals, up to 12 hours for short-chain fatty acids and 22 hours for ammonia nitrogen, ruminal pH was recorded for 24 hours with a probe, blood urea was analyzed, ruminal in situ degradability of hay neutral detergent fiber and nitrogen from urea sources were estimated using nylon bags, nutrient digestibility was calculated using titanium dioxide as a marker, the passage rate using chromium oxide as a marker, and the microbial protein synthesis by urine purine derivatives. The data were analyzed using SAS MIXED procedure and the means were compared using orthogonal contrasts. Blood urea was superior for urea treatments compared to control, but not for common urea compared to coated urea due to the limited rate of urea production in the liver. After the infusion of the treatments, common urea promoted higher values of ammoniacal nitrogen in the rumen, compared to coated urea, up to 8 hours and only at time 22 hours coated urea values were higher. Coated urea nitrogen degradation rate in rumen was high and was incomplete, which does not characterize the desired nitrogen release stability. However, nitrogen retention was higher for treatments with coated urea, which suggests less environmental impact. Hay intake, neutral detergent fiber degradability, digestibility, passage rate and microbial protein synthesis were not affected by the treatments. Monensin had no effect on short-chain fatty acids. For low-quality forage-based diets, punctual urea supplementation can generate periods with nitrogen excess and deficit, not reaching the desirable nutritional synchrony. No interaction of urea and monensina was observed, under this study\'s conditions.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSaran Netto, ArlindoPalma, André Soligo Vizeu de2020-12-15info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/74/74131/tde-29042021-171930/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2021-04-29T23:34:02Zoai:teses.usp.br:tde-29042021-171930Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212021-04-29T23:34:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.none.fl_str_mv Uso de ureia protegida e monensina sobre parâmetros ruminais de bovinos alimentados com forragem de baixa qualidade
Use of coated urea and monensin on rumen parameters of cattle fed low quality forage
title Uso de ureia protegida e monensina sobre parâmetros ruminais de bovinos alimentados com forragem de baixa qualidade
spellingShingle Uso de ureia protegida e monensina sobre parâmetros ruminais de bovinos alimentados com forragem de baixa qualidade
Palma, André Soligo Vizeu de
Digestibilidade
Digestibility
Ionóforo
Ionophore
Nitrogênio não proteico
Non-protein nitrogen
Protein
Proteína
Slow-release urea
Ureia de liberação lenta
title_short Uso de ureia protegida e monensina sobre parâmetros ruminais de bovinos alimentados com forragem de baixa qualidade
title_full Uso de ureia protegida e monensina sobre parâmetros ruminais de bovinos alimentados com forragem de baixa qualidade
title_fullStr Uso de ureia protegida e monensina sobre parâmetros ruminais de bovinos alimentados com forragem de baixa qualidade
title_full_unstemmed Uso de ureia protegida e monensina sobre parâmetros ruminais de bovinos alimentados com forragem de baixa qualidade
title_sort Uso de ureia protegida e monensina sobre parâmetros ruminais de bovinos alimentados com forragem de baixa qualidade
author Palma, André Soligo Vizeu de
author_facet Palma, André Soligo Vizeu de
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Saran Netto, Arlindo
dc.contributor.author.fl_str_mv Palma, André Soligo Vizeu de
dc.subject.por.fl_str_mv Digestibilidade
Digestibility
Ionóforo
Ionophore
Nitrogênio não proteico
Non-protein nitrogen
Protein
Proteína
Slow-release urea
Ureia de liberação lenta
topic Digestibilidade
Digestibility
Ionóforo
Ionophore
Nitrogênio não proteico
Non-protein nitrogen
Protein
Proteína
Slow-release urea
Ureia de liberação lenta
description Produtos que consistem na proteção da ureia vêm sendo desenvolvidos para promover a liberação gradual de nitrogênio, e assim, evitar intoxicação, diminuir as perdas de nitrogênio e melhorar a sincronia entre a liberação dos nutrientes pelos processos digestivos. A monensina pode melhorar a eficiência energética do rúmen e o uso de nitrogênio, combinada a ureia protegida podem ter um efeito sinérgico. Objetivou-se avaliar a efetividade da proteção da ureia, as vantagens de sua utilização e se existe interação com a monensina, em dieta de bovinos consumindo forragem de baixa qualidade. Oito vacas Nelore fistuladas no rúmen (536 ± 101 kg) consumindo feno de Brachiaria brizantha cv. Marandu foram divididas aleatoriamente em delineamento quadrado latino 4 x 4 duplo com arranjo fatorial de tratamento com fator fonte de ureia (sem ureia, ureia comum, ureia protegida com polímero ou ureia protegida com lipídio) e fator monensina (sem ou com). Os tratamentos foram infundidos no rúmen uma vez ao dia. O consumo diário de feno foi medido, o comportamento ingestivo foi avaliado por 24 horas, o líquido ruminal foi coletado logo antes da infusão dos tratamentos e em intervalos de duas horas, até o tempo de 12 horas para ácidos graxos de cadeia curta e 22 horas para nitrogênio amoniacal, o pH ruminal foi monitorado durante 24 horas por probe, a ureia no sangue foi analisada, degradabilidade ruminal in situ da fibra em detergente neutro do feno e do nitrogênio das fontes de ureia foram estimadas usando sacos de náilon, a digestibilidade dos nutrientes foi calculada usando dióxido de titânio como marcador, a taxa de passagem usando óxido de cromo como marcador, a síntese de proteína microbiana por derivados de purina urinários e o balanço de nitrogênio foi calculado. Os dados foram analisados usando o procedimento MIXED do SAS e as médias foram comparadas por contrastes ortogonais. A ureia no sangue foi superior para os tratamentos com ureia em relação ao controle, mas não para ureia comum em relação a protegida devido a limitação na taxa de produção de ureia no fígado. Após a infusão dos tratamentos, a ureia comum promoveu maiores valores de nitrogênio amoniacal no rúmen, em relação a ureia protegida, até o tempo de 8 horas e apenas no tempo de 22 horas os valores de ureia protegida foram maiores. A taxa de degradação ruminal do nitrogênio das ureias protegidas foi alta e incompleta, o que não caracteriza a estabilidade desejada na liberação do nitrogênio. Entretanto, a retenção de nitrogênio foi maior para os tratamentos com ureia protegida, o que sugere menor impacto ambiental. Consumo de feno, degradabilidade da fibra em detergente neutro, digestibilidade, taxa de passagem e síntese de proteína microbiana não foram afetados pelos tratamentos. A monensina não teve efeito nos ácidos graxos de cadeia curta. Para dietas à base de forragem de baixa qualidade, a suplementação pontual de ureia pode gerar períodos com excesso e déficit de nitrogênio, não atingindo a sincronia nutricional desejável. Não foi observada interação entre ureia e monensina, nas condições deste estudo.
publishDate 2020
dc.date.none.fl_str_mv 2020-12-15
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/74/74131/tde-29042021-171930/
url https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/74/74131/tde-29042021-171930/
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv
dc.rights.driver.fl_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.coverage.none.fl_str_mv
dc.publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
dc.source.none.fl_str_mv
reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv virginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.br
_version_ 1815257450409885696