Agostinho da Silva e o Centro de Estudos Afro-Orientais (CEAO): a primeira experiência institucional dos estudos africanos no Brasil
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2010 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-07052010-120740/ |
Resumo: | Os debates sobre a identidade brasileira, entre meados do século XIX e início do XX, encaravam o negro enquanto um problema para a afirmação deste país como nação. A interpretação da precedência européia, particularmente portuguesa, era vista como solução deste problema, ao caracterizar secundária a participação de negros e índios neste processo. Essa é a razão dos primeiro estudos africanos surgirem no Brasil para explicar a viabilidade da nação diante da sua presença. Pioneiro nesses estudos, Nina Rodrigues privilegiava um tipo específico de cultura africana, conhecida como nagô. A generalização nagô para o entendimento da totalidade do continente africano marcou as gerações de pesquisadores procedentes. Entre eles, Gilberto Freyre, ampliou a defesa da ancestralidade portuguesa com o conceito de lusotropicalismo. A influência desses estudiosos influenciou praticamente todos os pesquisadores interessados nos temas africanos e afro-brasileiros da primeira metade do século XX. Entretanto, tais estudos institucionalizar-se-iam por iniciativa de Agostinho da Silva; intelectual português atuante na Renascença Portuguesa e na Seara Nova, auto-exilou-se em 1944 no Brasil país que enxergava como continuidade de um Portugal idealizado e que teria a missão de criar uma nova civilização baseada em uma comunidade luso-brasileira onde fundou e atuou em diversas entidades científicas e culturais, entre elas o Centro de Estudos Afro-Orientais na Bahia (CEAO) em 1959. Ao analisar as ações do CEAO nos primeiros anos de sua existência (1959-1961), verificamos que as influências ideológicas precedentes dos estudos afro-brasileiros fundiram-se aos ideais de Agostinho da Silva, iniciando uma série de correspondências com instituições brasileiras e estrangeiras, que muito contribuíram para o alargamento das relações internacionais brasileiras e para a continuidade e ampliação das pesquisas africanas no Brasil. |
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Agostinho da Silva e o Centro de Estudos Afro-Orientais (CEAO): a primeira experiência institucional dos estudos africanos no BrasilAgostinho da Silva and CEAO: one institutional experience of African Studies in BrazilAfrica-Brazil relationsAfrican studiesAgostinho da SilvaAgostinho da SilvaCEAOCEAOEstudos africanosNagocentrismNagocentrismoRelações África-BrasilOs debates sobre a identidade brasileira, entre meados do século XIX e início do XX, encaravam o negro enquanto um problema para a afirmação deste país como nação. A interpretação da precedência européia, particularmente portuguesa, era vista como solução deste problema, ao caracterizar secundária a participação de negros e índios neste processo. Essa é a razão dos primeiro estudos africanos surgirem no Brasil para explicar a viabilidade da nação diante da sua presença. Pioneiro nesses estudos, Nina Rodrigues privilegiava um tipo específico de cultura africana, conhecida como nagô. A generalização nagô para o entendimento da totalidade do continente africano marcou as gerações de pesquisadores procedentes. Entre eles, Gilberto Freyre, ampliou a defesa da ancestralidade portuguesa com o conceito de lusotropicalismo. A influência desses estudiosos influenciou praticamente todos os pesquisadores interessados nos temas africanos e afro-brasileiros da primeira metade do século XX. Entretanto, tais estudos institucionalizar-se-iam por iniciativa de Agostinho da Silva; intelectual português atuante na Renascença Portuguesa e na Seara Nova, auto-exilou-se em 1944 no Brasil país que enxergava como continuidade de um Portugal idealizado e que teria a missão de criar uma nova civilização baseada em uma comunidade luso-brasileira onde fundou e atuou em diversas entidades científicas e culturais, entre elas o Centro de Estudos Afro-Orientais na Bahia (CEAO) em 1959. Ao analisar as ações do CEAO nos primeiros anos de sua existência (1959-1961), verificamos que as influências ideológicas precedentes dos estudos afro-brasileiros fundiram-se aos ideais de Agostinho da Silva, iniciando uma série de correspondências com instituições brasileiras e estrangeiras, que muito contribuíram para o alargamento das relações internacionais brasileiras e para a continuidade e ampliação das pesquisas africanas no Brasil.Discussions about brazilian identity, between the mid-nineteenth and early twentieth centuries, saw the Negro as a problem for the affirmation of this country as a nation. The interpretation of european precedence, particularly portuguese, was seen as a solution to this problem, to characterize secondary participation of blacks and indians in this process. This is why the first african studies in Brazil appear to explain the viability of the nation in his presence. A pioneer in these studies, Nina Rodrigues favored a \"type\" specific of African culture, known as nagô. The spread nagô to the understanding of the entire African continent marked the coming generations of researchers. Among them, Gilberto Freyre, expanded the defense of portuguese ancestry with the concept of lusotropicalism. The influence of these scholars has influenced virtually all researchers interested in African issues in the first half of the twentieth century. However, these studies institutionalize would be the initiative of Agostinho da Silva, portuguese intellectual active in the Portuguese Renaissance and Seara Nova, self-exiled in 1944 in Brazil a country he saw as a continuation of an idealized Portugal, would have to task of creating a new civilization based on a luso-brazilian community where he founded and served in various scientific and cultural entities, including the Center for Afro-Oriental Studies (CEAO) in Bahia, 1959. By analyzing the actions of CEAO during the first years of its existence (1959-1961), we find that the ideological influences of previous studies african-Brazilians were merged with the ideals of Agostinho da Silva, began a series of matches with Brazilian and foreign institutions, which greatly contributed to the expansion of Brazil\'s international relations and the continuity and expansion of African studies in Brazil.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPWissenbach, Maria Cristina CortezOliveira Junior, Gilson Brandão de2010-04-23info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-07052010-120740/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:05Zoai:teses.usp.br:tde-07052010-120740Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:05Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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