Qualidade de vida da pessoa idosa: comparação Brasil - Portugal
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2012 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7141/tde-20022013-152628/ |
Resumo: | Avaliar a qualidade de vida vem assumindo importância cada vez mais relevante nos últimos anos, particularmente no que diz respeito a sua mensuração, quer individual quer coletivamente. Quando constatamos que a população idosa no mundo está aumentando significativamente, assim como as políticas públicas internacionais construídas para atender às necessidades de saúde dessa população, fica evidente a importância de se realizarem estudos sobre a saúde e a qualidade de vida dos idosos, que envolvam diferentes países e, mais ainda, do ponto de vista deles próprios. Nesse contexto, esta investigação teve como objetivo avaliar e comparar a qualidade de vida dos idosos brasileiros e portugueses. Trata-se de um estudo quantitativo, exploratório, descritivo, comparativo e com delineamento transversal, em dois diferentes cenários: o município de Marília (Brasil) e o município do Porto (Portugal). Foram sujeitos deste estudo 349 idosos brasileiros e 100 idosos portugueses, usuários do serviço público de atenção básica, com autonomia física e psicológica e com idade igual ou superior a 60 anos. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas, com os instrumentos de qualidade de vida denominados WHOQOL-BREF e WHOQOL-OLD da Organização Mundial da Saúde. A qualidade de vida geral, medida pelo WHOQOL-BREF, mostrou-nos que o escore médio dos idosos do Brasil foi 63,32 e dos idosos de Portugal foi 51,13. As médias dos escores melhor avaliados por domínios e por ordem crescente, no Brasil e em Portugal, respectivamente, foram: Brasil: meio ambiente (56,30), físico (63,46), psicológico (66,07) e relações sociais (66,52). Portugal: físico (47,71), psicológico (57,13), meio ambiente (60,03) e relações sociais (61,17). A qualidade de vida dos idosos brasileiros também foi avaliada por meio do instrumento WHOQOL-OLD e os escores avaliativos por faceta, em ordem crescente foram: autonomia (58,66), participação social (59,68), atividades passadas, presentes e futuras (64,40), intimidade (67,51), funcionamento dos sentidos (73,81) e morte e morrer (75,37). Os idosos, tanto no Brasil quanto em Portugal, avaliaram positivamente a qualidade de vida em todos os domínios e facetas do WHOQOL e as variáveis que mais contribuíram para esta avaliação positiva foram relações pessoais, apoio que recebem dos amigos, ambiente físico onde moram, cuidados de saúde que recebem e o meio de transporte que utilizam. Concluímos que, comparativamente, a qualidade de vida foi mais bem avaliada pelos idosos do Brasil do que pelos idosos de Portugal. Tendo em vista que o WHOQOL é um instrumento cuja avaliação é feita segundo a percepção do participante sobre sua posição na vida, no contexto da cultura e sistemas de valores nos quais vive, ou seja, a partir da sua subjetividade, o fator subjetivo presente nesta avaliação, exige que se considerem os fatores sociais, culturais e econômicos que caracterizam cada população e consequentemente influenciam a percepção sobre a qualidade de vida. Desse modo, as diferenças sociais e demográficas encontradas nesse estudo, entre os idosos do Brasil e Portugal, podem ajudar a compreender as diferentes avaliações de qualidade de vida. Entende-se que o intercâmbio de conhecimento e de práticas de saúde, desenvolvido em diferentes países e voltado para os idosos, pode contribuir para a melhoria da qualidade de vida dessa população específica. |
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Trata-se de um estudo quantitativo, exploratório, descritivo, comparativo e com delineamento transversal, em dois diferentes cenários: o município de Marília (Brasil) e o município do Porto (Portugal). Foram sujeitos deste estudo 349 idosos brasileiros e 100 idosos portugueses, usuários do serviço público de atenção básica, com autonomia física e psicológica e com idade igual ou superior a 60 anos. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas, com os instrumentos de qualidade de vida denominados WHOQOL-BREF e WHOQOL-OLD da Organização Mundial da Saúde. A qualidade de vida geral, medida pelo WHOQOL-BREF, mostrou-nos que o escore médio dos idosos do Brasil foi 63,32 e dos idosos de Portugal foi 51,13. As médias dos escores melhor avaliados por domínios e por ordem crescente, no Brasil e em Portugal, respectivamente, foram: Brasil: meio ambiente (56,30), físico (63,46), psicológico (66,07) e relações sociais (66,52). Portugal: físico (47,71), psicológico (57,13), meio ambiente (60,03) e relações sociais (61,17). A qualidade de vida dos idosos brasileiros também foi avaliada por meio do instrumento WHOQOL-OLD e os escores avaliativos por faceta, em ordem crescente foram: autonomia (58,66), participação social (59,68), atividades passadas, presentes e futuras (64,40), intimidade (67,51), funcionamento dos sentidos (73,81) e morte e morrer (75,37). Os idosos, tanto no Brasil quanto em Portugal, avaliaram positivamente a qualidade de vida em todos os domínios e facetas do WHOQOL e as variáveis que mais contribuíram para esta avaliação positiva foram relações pessoais, apoio que recebem dos amigos, ambiente físico onde moram, cuidados de saúde que recebem e o meio de transporte que utilizam. Concluímos que, comparativamente, a qualidade de vida foi mais bem avaliada pelos idosos do Brasil do que pelos idosos de Portugal. Tendo em vista que o WHOQOL é um instrumento cuja avaliação é feita segundo a percepção do participante sobre sua posição na vida, no contexto da cultura e sistemas de valores nos quais vive, ou seja, a partir da sua subjetividade, o fator subjetivo presente nesta avaliação, exige que se considerem os fatores sociais, culturais e econômicos que caracterizam cada população e consequentemente influenciam a percepção sobre a qualidade de vida. Desse modo, as diferenças sociais e demográficas encontradas nesse estudo, entre os idosos do Brasil e Portugal, podem ajudar a compreender as diferentes avaliações de qualidade de vida. Entende-se que o intercâmbio de conhecimento e de práticas de saúde, desenvolvido em diferentes países e voltado para os idosos, pode contribuir para a melhoria da qualidade de vida dessa população específica.Assessing the quality of life is becoming an increasingly relevant topic in recent years, particularly with regard to its measurement, both individually and collectively. When it was verified that the elderly population in the world is increasing significantly as well as international public policies built to meet the health needs of this population, it became evident the importance of further studies on the health and life quality of the elderly, involving different countries and, more, from their own standpoint. In this context, this investigation aimed to evaluate and compare the quality of life of Brazilian and Portuguese elderly people. This is a quantitative, exploratory, descriptive, comparative and cross-sectional study, in two different scenarios: the city of Marília (Brazil) and the city of Porto (Portugal). Study participants were 349 Brazilian elderly people and 100 Portuguese elderly people, users of basic public service, with physical and psychological autonomy and aged 60 or over 60. Data collection was conducted through interviews, with tools of life quality named WHOQOL-BREF and WHOQOL-OLD from the World Health Organization. The quality of general life, measured by WHOQIL-BREF, showed that the average score of elderly people in Brazil was 63.32 and in Portugal it was 51.13. The average of the best evaluated scores, by fields and in an ascending order, in Brazil and in Portugal was, respectively: Brazil: environment (56.30), physical (63.46), psychological (66.07) and social relations (66.52). Portugal: physical (47.71), psychological (57.13), environment (60.03), and social relations (61.17). Life quality of elderly Brazilian people was also assessed using WHOQOL-OLD and the evaluative scores for facet, in ascending order were: autonomy (58.66), social participation (59.68), past, present and future activities (64.40), intimacy (67.51), functioning of senses (73.81) and death and dying (75.37). The elderly, both in Brazil and in Portugal, evaluated positively the life quality in all areas and facets of WHOQOL and the variables that contributed most to this positive assessment were personal relations, support from friends, physical environment where they live, health care they receive, and means of transportation they use. It was concluded that, in comparison, life quality was better assessed by the elderly in Brazil than by the elderly in Portugal. Considering that WHOQOL is a tool whose evaluation is done according to participants perception on their position in life, on the context of culture, and on the lived value systems, that is, from its subjectivity, the subjective factor present in this evaluation requires consideration of social, cultural and economic factors that characterize each population and consequently influence the perception of life quality. Thus, the social and demographic differences found in this study, between the elderly in Brazil and in Portugal, can help to understand the different assessments of life quality. It is understood that the exchange of knowledge and health practices, developed in different countries and aimed at the elderly, can contribute to improving quality of life in this specific population.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPFracolli, Lislaine AparecidaErmel, Regina Celia2012-12-19info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7141/tde-20022013-152628/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:35Zoai:teses.usp.br:tde-20022013-152628Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:35Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Avaliar a qualidade de vida vem assumindo importância cada vez mais relevante nos últimos anos, particularmente no que diz respeito a sua mensuração, quer individual quer coletivamente. Quando constatamos que a população idosa no mundo está aumentando significativamente, assim como as políticas públicas internacionais construídas para atender às necessidades de saúde dessa população, fica evidente a importância de se realizarem estudos sobre a saúde e a qualidade de vida dos idosos, que envolvam diferentes países e, mais ainda, do ponto de vista deles próprios. Nesse contexto, esta investigação teve como objetivo avaliar e comparar a qualidade de vida dos idosos brasileiros e portugueses. Trata-se de um estudo quantitativo, exploratório, descritivo, comparativo e com delineamento transversal, em dois diferentes cenários: o município de Marília (Brasil) e o município do Porto (Portugal). Foram sujeitos deste estudo 349 idosos brasileiros e 100 idosos portugueses, usuários do serviço público de atenção básica, com autonomia física e psicológica e com idade igual ou superior a 60 anos. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas, com os instrumentos de qualidade de vida denominados WHOQOL-BREF e WHOQOL-OLD da Organização Mundial da Saúde. A qualidade de vida geral, medida pelo WHOQOL-BREF, mostrou-nos que o escore médio dos idosos do Brasil foi 63,32 e dos idosos de Portugal foi 51,13. As médias dos escores melhor avaliados por domínios e por ordem crescente, no Brasil e em Portugal, respectivamente, foram: Brasil: meio ambiente (56,30), físico (63,46), psicológico (66,07) e relações sociais (66,52). Portugal: físico (47,71), psicológico (57,13), meio ambiente (60,03) e relações sociais (61,17). A qualidade de vida dos idosos brasileiros também foi avaliada por meio do instrumento WHOQOL-OLD e os escores avaliativos por faceta, em ordem crescente foram: autonomia (58,66), participação social (59,68), atividades passadas, presentes e futuras (64,40), intimidade (67,51), funcionamento dos sentidos (73,81) e morte e morrer (75,37). Os idosos, tanto no Brasil quanto em Portugal, avaliaram positivamente a qualidade de vida em todos os domínios e facetas do WHOQOL e as variáveis que mais contribuíram para esta avaliação positiva foram relações pessoais, apoio que recebem dos amigos, ambiente físico onde moram, cuidados de saúde que recebem e o meio de transporte que utilizam. Concluímos que, comparativamente, a qualidade de vida foi mais bem avaliada pelos idosos do Brasil do que pelos idosos de Portugal. Tendo em vista que o WHOQOL é um instrumento cuja avaliação é feita segundo a percepção do participante sobre sua posição na vida, no contexto da cultura e sistemas de valores nos quais vive, ou seja, a partir da sua subjetividade, o fator subjetivo presente nesta avaliação, exige que se considerem os fatores sociais, culturais e econômicos que caracterizam cada população e consequentemente influenciam a percepção sobre a qualidade de vida. Desse modo, as diferenças sociais e demográficas encontradas nesse estudo, entre os idosos do Brasil e Portugal, podem ajudar a compreender as diferentes avaliações de qualidade de vida. Entende-se que o intercâmbio de conhecimento e de práticas de saúde, desenvolvido em diferentes países e voltado para os idosos, pode contribuir para a melhoria da qualidade de vida dessa população específica. |
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