Estudo do sistema reprodutor masculino do Lobo-Marinho-do- Sul (Arctocephalus australis)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Machado, Alex Sander Dias
Data de Publicação: 2006
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10132/tde-05042007-122702/
Resumo: O Lobo-Marinho-do-Sul (Arctocephalus australis), carnívoro, caniforme, membro da superfamília dos Focóides, família Otaridae, é o mais comum mamífero marinho pertencente à fauna brasileira. É freqüentemente avistado, nos meses de outono e inverno na costa do Brasil, desde o Rio de Janeiro até o Rio Grande do Sul. Ainda é discutido se algum dia este animal já possuiu colônias reprodutivas neste país. É histórica a grande pressão antrópica que esta espécie recebeu, sendo explorado pelas populações litorâneas, para aproveitamento de sua pele, óleo e carne desde a antiguidade. No Uruguai, foram por muitos séculos abatidos em números que variavam em torno de 10 mil animais por ano, com o intuito de aproveitamento de sua pele para a confecção de casacos e testículos, para confecção de elixires no Oriente. Porém, deixou de ser explorado comercialmente naquele país na década de 80 e desde então seu número vem aumentando, e por isso especula-se sobre o surgimento de novos sítios reprodutivos em ilhas pedregosas, típicas de sua preferência. É possível até que estuários como o de Cananéia no litoral sul do Estado de São Paulo - BR, possam receber esta espécie nos meses de verão, o que, de acordo com a sazonalidade de sua reprodução, ocorre nesta época. Esse novo "pólo reprodutivo" pode representar um desbravamento de novas áreas (ou mesmo retorno a antigas áreas) pela espécie. É ainda muito escassa a literatura sobre esta espécie e poucos pesquisadores brasileiros a conhecem. Este trabalho buscou através da coleta de indivíduos (cinco jovens e um adulto) em óbito recente, por causas naturais, contribuir com conhecimentos anatômicos, histológicos, ultraestruturais e imuno-histoquímicos do sistema reprodutor masculino do Arctocephalus australis de animais jovens e adultos. Os resultados demonstraram muitas vezes a singularidade da espécie estudada: expressiva queratinização da camada córnea do epitélio escrotal e forte coloração negra nesta região; diferença estrutural existente entre as túnicas albugínea do testículo e do pênis: na primeira observaram-se fibras elásticas bem distribuídas e ausência destas fibras na segunda; ausência de ampolas nos ductos deferentes; uretra pélvica pequena; bulbo do pênis ventral aos pilares penianos e posicionamento singular do seu osso peniano; glande do pênis petaliforme. Encontramos um grande grau de adaptação do sistema reprodutor do macho ao da fêmea, nas duas idades estudadas, demonstrando que a evolução foi direcionada para o ciclo reprodutivo do tipo monoéstrico-estacional, de modo a otimizar a cópula e o volume do ejaculado, garantindo a deposição do sêmem o mais próximo possível do óstio uterino externo da fêmea, e conseqüentemente uma maior taxa de concepção.
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No Uruguai, foram por muitos séculos abatidos em números que variavam em torno de 10 mil animais por ano, com o intuito de aproveitamento de sua pele para a confecção de casacos e testículos, para confecção de elixires no Oriente. Porém, deixou de ser explorado comercialmente naquele país na década de 80 e desde então seu número vem aumentando, e por isso especula-se sobre o surgimento de novos sítios reprodutivos em ilhas pedregosas, típicas de sua preferência. É possível até que estuários como o de Cananéia no litoral sul do Estado de São Paulo - BR, possam receber esta espécie nos meses de verão, o que, de acordo com a sazonalidade de sua reprodução, ocorre nesta época. Esse novo "pólo reprodutivo" pode representar um desbravamento de novas áreas (ou mesmo retorno a antigas áreas) pela espécie. É ainda muito escassa a literatura sobre esta espécie e poucos pesquisadores brasileiros a conhecem. Este trabalho buscou através da coleta de indivíduos (cinco jovens e um adulto) em óbito recente, por causas naturais, contribuir com conhecimentos anatômicos, histológicos, ultraestruturais e imuno-histoquímicos do sistema reprodutor masculino do Arctocephalus australis de animais jovens e adultos. Os resultados demonstraram muitas vezes a singularidade da espécie estudada: expressiva queratinização da camada córnea do epitélio escrotal e forte coloração negra nesta região; diferença estrutural existente entre as túnicas albugínea do testículo e do pênis: na primeira observaram-se fibras elásticas bem distribuídas e ausência destas fibras na segunda; ausência de ampolas nos ductos deferentes; uretra pélvica pequena; bulbo do pênis ventral aos pilares penianos e posicionamento singular do seu osso peniano; glande do pênis petaliforme. Encontramos um grande grau de adaptação do sistema reprodutor do macho ao da fêmea, nas duas idades estudadas, demonstrando que a evolução foi direcionada para o ciclo reprodutivo do tipo monoéstrico-estacional, de modo a otimizar a cópula e o volume do ejaculado, garantindo a deposição do sêmem o mais próximo possível do óstio uterino externo da fêmea, e conseqüentemente uma maior taxa de concepção.The Southern-Fur-Seal (Arctocephalus australis) Carnivora, Caniform, member of the Superfamily Focoidae, Family Otaridae, is the most common marine mammal in brazilian sees, frequently seen in the months of autumn and winter in the coast from Rio de Janeiro until Rio Grande do Sul. There are controversies if some day A. australis already possessed reproductive colonies in this country. The great antropic pressure over the species is historical, being explored by cost populations because of its skin, oil, and meat. In Uruguay, it was slaughtered for many centuries in numbers that reached 10 000 animals per year: the skin was used for the confection of coats and testis, for elixir in the East. However, since the beginning of the decade of 80, commercial exploitation stopped and its number started increasing. Therefore one speculates on the sprouting of new reproductive places in stony islands, typical of its preference, and it is possible that estuaries like Cananéia, in the south coast of the State of São Paulo - BR, started to receiving this species in the summer months, what is in accordance with the reproductive season, which occurs at this time of the year. It can represent an opening of new areas (or even a return the old areas) for the species. Literature is still very scarce on this species and few brazilian researchers know about it. For developing this work, six recent dead for natural causes individuals (five young and one adult) were collected and the reproductive tract was submitted to anatomical, histological, ultrastructural and immunohistochemistry approaches aiming to improve the knowledge about the male reproductive system of the Arctocephalus australis of two ages. Results pointed towards peculiarities of the studied species: expressive keratinization of scrotal epithelium; structural differences between the tunica albuginea in the testis and penis: only in the testis elastic fibers could be observed; no ductus deferens ampulae, small pelvic urethra; glans penis in flower shape. We found a great degree of adaptation of the reproductive system of the male to the one of the female, in the two ages studied, demonstrating that the evolutive orientation was in direction of sazonal-monoestric reproductive cycle, in order to optimize copulation and the volume of the semen, guaranteeing the deposition of the semen as next as possible to the external female uterine ostium and consequently a bigger tax of conception.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPPapa, Paula de CarvalhoMachado, Alex Sander Dias2006-05-31info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10132/tde-05042007-122702/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:09:51Zoai:teses.usp.br:tde-05042007-122702Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:09:51Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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