Violência institucional contra a pessoa idosa: a contradição de quem cuida

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Berzins, Marilia Anselma Viana da Silva
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6135/tde-16112010-134244/
Resumo: Pessoas idosas são vítimas de diversas formas de violência. Esta pesquisa qualitativa, fundamentada no referencial teórico da gerontologia e na perspectiva interpretativa, estuda a velhice e a violência institucional contra pessoas idosas a partir da interpretação do conteúdo das entrevistas de 16 profissionais que trabalham no setor da emergência de um hospital público da cidade de São Paulo. Os dados foram obtidos através de entrevistas semiestruturadas, feitas a informantes selecionados de diferentes categorias profissionais. O conteúdo das entrevistas foi dividido em duas macrocategorias: velhice e violência institucional. Os profissionais entrevistados associaram velhice à fragilidade, doença, dependência e feiura. Quanto à violência institucional, o termo era inicialmente desconhecido pelos sujeitos. Ao tomarem conhecimento da definição oficial do termo, os sujeitos informaram que este tipo de violência ocorre no serviço pesquisado e que as pessoas idosas são mais vulneráveis à sua ocorrência. Os profissionais declararam que as pessoas idosas são vítimas das diversas formas de violência institucional manifestadas nas subcategorias peregrinação, falta de escuta da clientela, frieza, rispidez, falta de atenção, negligência, maus-tratos, além de outras formas de violência. O grupo de profissionais não se reconhece como agente de violência institucional, transferindo a ação violenta para a alteridade: em primeiro lugar, os próprios colegas de trabalho, e de forma genérica, para a organização do sistema de trabalho. A violência institucional é infligida a todos os usuários, independentemente da idade. Entretanto, os profissionais de saúde apontam para uma maior vulnerabilidade das pessoas idosas, apoiados no conceito e entendimento que eles têm de velhice. Assim, a pesquisa aponta para a necessidade de reconstrução cultural do conceito de velhice pelos profissionais de saúde de forma a favorecer um cuidado mais humanizado.
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