Modelamento metalogenético dos depósitos de zinco de Vazante, Fagundes e Ambrósia, associados ao Grupo Vazante, Minas Gerais
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2002 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44133/tde-08062013-111126/ |
Resumo: | A região de Vazante-Paracatu representa o maior distrito zincífero conhecido no país, e inclue vários depósitos importantes, tais como, Vazante, Morro Agudo, Ambrósia e Fagundes, entre outros. Fagundes é um depósito \"stratabound\", caracterizado por forte silicificação, que antecede a mineralização, dolomitização, texturas de preenchimento de espaços abertos e texturas zonadas, refletindo oscilações no conteúdo de elementos traço na esfalerita. A esfalerita dos estágios diagenéticos a tardi-diagenéticos de mineralização apresenta baixo conteúdo de ferro (0.20 to 0.80%), relativamente baixa razão Zn/Cd ratios (89 - 305) e altos conteúdos de Ge (até 2200 ppm), que podem indicar afinidade com salmouras oxidadas. Veios e brechas tardias refletem estágios intermediários de mobilização, possivelmente relacionados com deformação dúctil-rúptil. A mineralização de Ambrósia é epigenética e, predominantemente, controlada por falha, sendo hospedada por dolomitos brechados, tectonicamente imbricados a filitos e ardósias. As feições típicas de alteração dos dolomitos hospedeiros da mineralização incluem recristalização, silicificação localizada, e substituição por dolomita baroque e dolomita ferrosa. Pirita, marcassita e esfalerita com galena subordinada ocorrem em veios, usualmente brechados. A esfalerita de Ambrósia apresenta os conteúdos mais altos de Fe (0.21 to 2.54%), as menores concentrações de elementos menores e traços, e as razões Zn/Cd mais elevadas (1510) em relação à esfalerita de Vazante e Fagundes, sugerindo processos de substituição hidrotermal relacionados com a interação de fluidos tardios. O depósito de Vazante difere dos demais depósitos da Faixa Vazante-Paracatu, principalmente devido à mineralogia do minério willemítico. As relações entre a formação da willemita e o desenvolvimento de microestruturas, sugere que a mineralização willemítica e o desenvolvimento da Zona de Falha de Vazante são episódios coevos. Os estágios diagenéticos a tardi-diagenéticos de mineralização característicos de Morro Agudo e Fagundes, associam-se ao escape, principalmente ao longo de falhas, de fluidos quentes (> 250°C), moderadamente salinos e oxidados, com baixa razão Zn/Cd, que adquiriram metais, e tornaram-se radiogênicos durante a migração por seqüências clásticas nas partes mais profundas do sistema hidrotermal. A deposição do minério é resultante da mistura desses fluidos metalíferos, com baixo conteúdo de enxofre reduzido, com fluidos de temperatura moderada (140 a 190°C), salinidade elevada (15 a > 23% peso equiv. NaCl), relativamente reduzidos, com composição próxima à do sistema H2O-\'NaCl IND.2-\'CaCl IND.2\'. Esses fluidos são semelhantes a salmouras bacinais e representam fontes potenciais de \'H IND.2\'S. O processo de mistura é progressivo e resulta em tendências covariantes entre os valores de \'delta\'\'POT.34\'S dos sulfetos e do conteúdo de elementos menores e traços na esfalerita, refletindo a predominância de uma fonte de enxofre isotopicamente mais leve e aumento do conteúdo de Fe e das razões Zn/Cd nos estágios finais de evolução do sistema mineralizante, relacionados a estilos epigenéticos de mineralização. Estes estágios tardios vinculam-se a pulsos tardios de fluidos expulsos da bacia, devido aos esforços compressivos finais associados ao desenvolvimento da faixa de dobramentos. No depósito de Vazante, a assinatura dos isótopos de enxofre e conteúdo de elementos menores e traços na esfalerita indicam grande homogeneidade que não pode ser explicada por processos de mistura de fluidos. Assim, a evolução fluidal em Vazante é controlada predominantemente por interação fluido-rocha, envolvendo os fluidos metalíferos oxidados, de mais alta temperatura (< 250°C) e baixo conteúdo de enxofre reduzido. A mistura entre esses fluidos metalíferos quentes e fluidos meteóricos canalizados na zona de cisalhamento, possibilitou o estabelecimento de condições de alta f\'\'O IND.2\'/f\'\'S IND.2\', responsáveis pela mineralização willemítica de Vazante. |
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Modelamento metalogenético dos depósitos de zinco de Vazante, Fagundes e Ambrósia, associados ao Grupo Vazante, Minas GeraisGeoquímicaMetalogêneseNot available.A região de Vazante-Paracatu representa o maior distrito zincífero conhecido no país, e inclue vários depósitos importantes, tais como, Vazante, Morro Agudo, Ambrósia e Fagundes, entre outros. Fagundes é um depósito \"stratabound\", caracterizado por forte silicificação, que antecede a mineralização, dolomitização, texturas de preenchimento de espaços abertos e texturas zonadas, refletindo oscilações no conteúdo de elementos traço na esfalerita. A esfalerita dos estágios diagenéticos a tardi-diagenéticos de mineralização apresenta baixo conteúdo de ferro (0.20 to 0.80%), relativamente baixa razão Zn/Cd ratios (89 - 305) e altos conteúdos de Ge (até 2200 ppm), que podem indicar afinidade com salmouras oxidadas. Veios e brechas tardias refletem estágios intermediários de mobilização, possivelmente relacionados com deformação dúctil-rúptil. A mineralização de Ambrósia é epigenética e, predominantemente, controlada por falha, sendo hospedada por dolomitos brechados, tectonicamente imbricados a filitos e ardósias. As feições típicas de alteração dos dolomitos hospedeiros da mineralização incluem recristalização, silicificação localizada, e substituição por dolomita baroque e dolomita ferrosa. Pirita, marcassita e esfalerita com galena subordinada ocorrem em veios, usualmente brechados. A esfalerita de Ambrósia apresenta os conteúdos mais altos de Fe (0.21 to 2.54%), as menores concentrações de elementos menores e traços, e as razões Zn/Cd mais elevadas (1510) em relação à esfalerita de Vazante e Fagundes, sugerindo processos de substituição hidrotermal relacionados com a interação de fluidos tardios. O depósito de Vazante difere dos demais depósitos da Faixa Vazante-Paracatu, principalmente devido à mineralogia do minério willemítico. As relações entre a formação da willemita e o desenvolvimento de microestruturas, sugere que a mineralização willemítica e o desenvolvimento da Zona de Falha de Vazante são episódios coevos. Os estágios diagenéticos a tardi-diagenéticos de mineralização característicos de Morro Agudo e Fagundes, associam-se ao escape, principalmente ao longo de falhas, de fluidos quentes (> 250°C), moderadamente salinos e oxidados, com baixa razão Zn/Cd, que adquiriram metais, e tornaram-se radiogênicos durante a migração por seqüências clásticas nas partes mais profundas do sistema hidrotermal. A deposição do minério é resultante da mistura desses fluidos metalíferos, com baixo conteúdo de enxofre reduzido, com fluidos de temperatura moderada (140 a 190°C), salinidade elevada (15 a > 23% peso equiv. NaCl), relativamente reduzidos, com composição próxima à do sistema H2O-\'NaCl IND.2-\'CaCl IND.2\'. Esses fluidos são semelhantes a salmouras bacinais e representam fontes potenciais de \'H IND.2\'S. O processo de mistura é progressivo e resulta em tendências covariantes entre os valores de \'delta\'\'POT.34\'S dos sulfetos e do conteúdo de elementos menores e traços na esfalerita, refletindo a predominância de uma fonte de enxofre isotopicamente mais leve e aumento do conteúdo de Fe e das razões Zn/Cd nos estágios finais de evolução do sistema mineralizante, relacionados a estilos epigenéticos de mineralização. Estes estágios tardios vinculam-se a pulsos tardios de fluidos expulsos da bacia, devido aos esforços compressivos finais associados ao desenvolvimento da faixa de dobramentos. No depósito de Vazante, a assinatura dos isótopos de enxofre e conteúdo de elementos menores e traços na esfalerita indicam grande homogeneidade que não pode ser explicada por processos de mistura de fluidos. Assim, a evolução fluidal em Vazante é controlada predominantemente por interação fluido-rocha, envolvendo os fluidos metalíferos oxidados, de mais alta temperatura (< 250°C) e baixo conteúdo de enxofre reduzido. A mistura entre esses fluidos metalíferos quentes e fluidos meteóricos canalizados na zona de cisalhamento, possibilitou o estabelecimento de condições de alta f\'\'O IND.2\'/f\'\'S IND.2\', responsáveis pela mineralização willemítica de Vazante.The Vazante-Paracatu region represents the biggest zinc district known in Brazil, which includes various important zinc deposits such as Vazante, Morro Agudo, Ambrósia and Fagundes, among others. The deposits are hosted by metapelitic-dolomitic sequences of the Vazante Group and have contrasting geological characteristics. Fagundes is a stratabound ore type deposit, characterized by strong hydrothermal alteration, such as silicification and dolomitization, open-space filling textures and depositional growth zoning in sphalerite due to oscillatory variations in minor element concentrations. The primary sphalerite displays low Fe content (0.20 to 0.80%), relatively low Zn/Cd ratios (89 - 305) and high Ge content (up to 2200 ppm), which could indicate affinity with oxidized brines derived from a carbonate-evaporite-shale dominated basin. Later veins and breccia ore types reflect several intermediate stages of mobilization, possibly related to ductile-brittle and brittle deformation, which are responsible for obliteration of primary crystallization features accompanied by sphalerite compositional modifications. Ambrósia mineralization is mainly fault-controlled and related to brecciated dolomite, which is tectonically imbricated with black shales and slates. Observed typical features are host rock recrystallization, minor silicification, baroque dolomite and Fe-dolomite crystallization. Pyrite, marcasite, sphalerite and minor galena occur in brecciated comb-veins, and veinlets infillings. The Ambrósia sphalerite displays the highest Fe (0.21 to 2.54%) and lowest trace-metal content relative to Fagundes and Vazante, which reflect different mineralizing fluid evolutionay stages. The Ambrósia Zn/Cd average ratio (1510) in sphalerite suggests that the hydrothermal substitution processes took place due to the interaction of preexistente mineralization with a later fluid Phase. The Vazante deposit differs from all the other deposits of the district, and it appears to be due to the observed willemitic ore. The relationships between willemite formation and the development of microstructures, suggest that willemitic mineralization and deformation are synchronous episodes closely related to the Vazante shear zone. Fluid inclusions studies, about the three deposits, indicate a wide range of variability of temperatures between 280 and 180°C for pre-ore and ore-stages and 190 to 140°C for mobilization or post-mineralization. The sulfide ore deposition is related to fluid mixing between a hot, oxidized metalliferous fluid (> 250°C), which has moderate salinity, low reduced sulfur content and low Zn/Cd ratio, and a H2O-\'NaCl IND. 2\'-\'CaCl IND. 2\' brine with moderate temperature (140 a 190°C), high salinity (15 a > 23% weight equiv. NaCl) and high sulfur content. Covariant trends of \'delta\'\'POT.34\'S and trace element content in sphalerite, indicate progressive mixing process during the fluid evolution and predominance of the low-temperature brine during the epigenetic stages of mineralization. The homogeneity of \'delta\'\'POT.34\'S values and of trace element-content in sphalerite from Vazante, indicates that mixing process are not important for the Vazante sulfide deposition. The fluid-rock interaction, involving the high-temperature metalliferous fluid, represents the more important mechanism for sulfide ore deposition. ln this way, the willemitic mineralization is related to mixing of meteoric and metalliferous fluid with low reduced sulfur content, channeled into the shear zone. This scenario which might favor the f\'\'O IND.2\'/f\'\'S IND.2\' conditions required for the experimentally predicted willemitic assemblage stability.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPBettencourt, Jorge SilvaMonteiro, Lena Virginia Soares2002-08-23info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44133/tde-08062013-111126/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:36Zoai:teses.usp.br:tde-08062013-111126Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:36Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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