Estudo descritivo das alterações ecocardiográficas em portadores da síndrome da imunodeficiência adquirida

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Matioli, Maria Gorett Washington
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6132/tde-13112008-114834/
Resumo: Introdução: A morbi-mortalidade pelo vírus da imunodeficiência humana adquirida (HIV) tem diminuído desde que foi adotada a terapia com antiretroviral de alta potência (HAART). No entanto, esta terapia contribuiu para o aumento de doenças cardiovasculares. O risco cardiovascular pode aumentar tanto em conseqüência das alterações do metabolismo lipídico, pela ação direta de alguns antiretrovirais, como pelo aumento da expectativa de vida, submetendo os portadores de aids ao risco de adquirir doenças cardiovasculares próprias do envelhecimento. Objetivos: Estimar a prevalência das alterações ecocardiográficas em pacientes com aids e descrever essa ocorrência segundo características demográficas e relacionadas à doença. Métodos: Estudo transversal com uma amostra de pacientes internados e dois outros grupos provenientes de ambulatórios de dois serviços de referência para aids da cidade de São Paulo. Pacientes internados e ambulatoriais encaminhados a exame constituem o grupo com indicação clinica de realizar o ecocardiograma sendo o outro formado por pacientes em tratamento ambulatorial, encaminhado a exame como parte do grupo controle. A participação foi voluntária. O estudo consta de pesquisa de dados secundários, por meio de consulta aos prontuários e de exame ecocardiográfico. Informações referentes à doença como tempo de HIV e aids, carga viral e dosagem de CD4, uso de drogas ilícitas, tempo de tratamento e tipo de antiretroviral, foram coletadas diretamente do prontuário dos participantes. As alterações cardiovasculares foram pesquisadas pelo ecocardiograma, exame não invasivo e que permite identificar alterações morfológicas e funcionais do coração. Resultados: Foram estudados 54 pacientes dos quais 75,9% do sexo masculino. A idade média dos participantes foi de 40 anos. Foram formados 3 grupos sendo 20,4% originados do ambulatório e sem indicação para o ecocardiograma, 40,7% de indivíduos hospitalizados e 38,9% oriundos do ambulatório, ambos com indicação de realizar o ecocardiograma. O tempo médio de infecção pelo HIV foi de 8,4 anos enquanto que de aids foi de 5,3 anos. Noventa por cento dos participantes usavam HAART e a média de tempo de uso desses medicamentos foi de 6,7 anos. A prevalência de pelo menos uma das alterações ecocardiográficas foi de 88,9% sendo que 75,9% dos participantes apresentaram dislipidemia. As alterações ecocardiográficas estiveram associadas ao tipo de encaminhamento do paciente, sendo mais freqüentes no grupo hospitalizado. Outras associações foram identificadas, como dislipidemia e o uso atual ou prévio de inibidor de protease, independentemente da idade ou sexo. Conclusões: A elevada prevalência das alterações ecocardiográficas encontradas neste estudo indica a necessidade da inclusão desse exame no seguimento médico dos portadores de HIV. O ideal seria um exame antes do início da terapia antiretroviral e outros com periodicidade de 6 meses visando à detecção e tratamento das cardiopatias.
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Objetivos: Estimar a prevalência das alterações ecocardiográficas em pacientes com aids e descrever essa ocorrência segundo características demográficas e relacionadas à doença. Métodos: Estudo transversal com uma amostra de pacientes internados e dois outros grupos provenientes de ambulatórios de dois serviços de referência para aids da cidade de São Paulo. Pacientes internados e ambulatoriais encaminhados a exame constituem o grupo com indicação clinica de realizar o ecocardiograma sendo o outro formado por pacientes em tratamento ambulatorial, encaminhado a exame como parte do grupo controle. A participação foi voluntária. O estudo consta de pesquisa de dados secundários, por meio de consulta aos prontuários e de exame ecocardiográfico. Informações referentes à doença como tempo de HIV e aids, carga viral e dosagem de CD4, uso de drogas ilícitas, tempo de tratamento e tipo de antiretroviral, foram coletadas diretamente do prontuário dos participantes. As alterações cardiovasculares foram pesquisadas pelo ecocardiograma, exame não invasivo e que permite identificar alterações morfológicas e funcionais do coração. Resultados: Foram estudados 54 pacientes dos quais 75,9% do sexo masculino. A idade média dos participantes foi de 40 anos. Foram formados 3 grupos sendo 20,4% originados do ambulatório e sem indicação para o ecocardiograma, 40,7% de indivíduos hospitalizados e 38,9% oriundos do ambulatório, ambos com indicação de realizar o ecocardiograma. O tempo médio de infecção pelo HIV foi de 8,4 anos enquanto que de aids foi de 5,3 anos. Noventa por cento dos participantes usavam HAART e a média de tempo de uso desses medicamentos foi de 6,7 anos. A prevalência de pelo menos uma das alterações ecocardiográficas foi de 88,9% sendo que 75,9% dos participantes apresentaram dislipidemia. As alterações ecocardiográficas estiveram associadas ao tipo de encaminhamento do paciente, sendo mais freqüentes no grupo hospitalizado. Outras associações foram identificadas, como dislipidemia e o uso atual ou prévio de inibidor de protease, independentemente da idade ou sexo. Conclusões: A elevada prevalência das alterações ecocardiográficas encontradas neste estudo indica a necessidade da inclusão desse exame no seguimento médico dos portadores de HIV. O ideal seria um exame antes do início da terapia antiretroviral e outros com periodicidade de 6 meses visando à detecção e tratamento das cardiopatias.Introduction: The morbid-mortality due to the acquired human immunodeficiency virus (HIV) has decreased since the highly active antiretroviral therapy (HAART) was adopted. However, this therapy has contributed to the increase of cardiovascular diseases. The cardiovascular risk can increase both in consequence of the lipidic metabolism alterations, by the direct action of some antiretrovirals, and by the increase in life expectation, which subjects AIDS carriers to the risk of acquiring cardiovascular diseases proper from advanced age. Objectives: To estimate the prevalence of echocardiographic alterations in patients with AIDS and describe this occurrence according to demographic characteristics related to the disease. Method: Transversal study with a sample of hospitalized patients and two other groups from outpatient departments of two reference AIDS services in the city of São Paulo. Hospitalized and outpatient individuals who were set out for exams constitute the group with clinical indication to carry out the echocardiogram, being the other group formed by patients in outpatient departments treatment, who were set out for exams as part of the control group. The participation was voluntary. The study is a secondary data research, carried out through hospital medical records consultation and realization of echocardiogram. Information related to the illness like time with HIV and AIDS, viral load and CD4 counts, use of illicit drugs, time of treatment and antiretroviral type, were collected directly from the patients medical records. The cardiovascular alterations were searched by the echocardiogram, which is a non-invasive exam that permits to identify morphological and functional heart alterations. Results: Fifty-four patients were studied, from which 75.9% were men. The mean age of patients was 40 years old. Three groups were formed, being 20.4% from outpatient departments and without indication for the echocardiogram, 40.7% hospitalized individuals and 38.9% from outpatient departments, both with indication to carry out the echocardiogram. The mean time of HIV infection was 8.4 years, while the mean time with AIDS was 5.3 years. 90% of the participants used HAART and the mean time using these medicines was 6.7 years. The prevalence of at least one of the echocardiographic alterations was 88.9%, and 75.9% of participants presented dyslipidemia. The echocardiographic alterations were associated to the kind of patient treatment, and they were more frequent in the hospitalized group. Other associations were identified, like dyslipidemia and current or previous use of protease inhibitor, independently of age or sex. Conclusions: The high prevalence of echocardiographic alterations found in this study indicates the need to include this exam in the medical follow-up of HIV carriers. It would be ideal if an exam was carried out before the beginning of antiretroviral therapy and other ones were made within a 6-month periodicity, aiming to detect and treat the cardiopathies.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPBuchalla, Cassia MariaMatioli, Maria Gorett Washington2008-10-09info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6132/tde-13112008-114834/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:09:57Zoai:teses.usp.br:tde-13112008-114834Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:09:57Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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