Análise da relação entre carga viral do vírus sincicial respiratório e rinovírus e gravidade clínica na infecção aguda de vias aéreas inferiores em lactentes hospitalizados

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Paulis, Milena De
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5141/tde-22062021-093924/
Resumo: INTRODUÇÃO: Os vírus respiratórios são os principais agentes etiológicos das infecções agudas de vias aéreas inferiores nas crianças. Em especial, na bronquiolite aguda, em que o vírus sincicial respiratório (VSR) e o rinovírus (RV) são agentes causais frequentes, particularmente em lactentes. A influência da quantificação de cargas virais sobre a gravidade da bronquiolite aguda é controversa. Este estudo analisa o papel da quantificação da carga viral na evolução clínica da bronquiolite em lactentes hospitalizados de 2013 a 2015. MÉTODOS: O estudo de coorte prospectivo incluiu crianças previamente hígidas, com idade até 6 meses e 29 dias, internadas por bronquiolite aguda. Foram incluídas 70 crianças cujos testes moleculares quantitativos (qPCR e RT-qPCR), da secreção de nasofaringe coletada até 72 horas da admissão, foram positivos exclusivamente para VSR e RV como agentes únicos ou em coinfecção VSR com RV. Foram considerados desfechos de gravidade individualmente (tempo de internação, necessidade e tempo de internação em unidade de terapia intensiva (UTI) e de suporte ventilatório e tempo de oxigênio), assim como um escore clínico, baseado em uma variável latente que considerou os principais desfechos de gravidade tendo sido categorizado em leve, moderado e grave. Para a correlação da carga viral com os desfechos de gravidade foram realizados os testes de Kruskal Wallis, análises uni e multivariadas. Também foi analisada a distribuição de indivíduos nos tercis do escore clínico. RESULTADOS: Das 70 amostras de secreção de nasofaringe incluídas, 49 (70%) foram do grupo infecção única por VSR, 9 (13%) do grupo infecção única por RV e 12 (17%) do grupo codetecção VSR com RV. A etiologia, independentemente das cargas virais, não apresentou significância estatística nas análises comparativas entre os desfechos de gravidade individualmente. Porém, considerado o escore de gravidade, a infecção isolada por VSR apresentou maior número de casos graves (36,7%), diferentemente da infecção única por RV (22,2%). Nas codetecções, a maior gravidade foi observada quando o VSR predominou sobre o RV (44,4%). A maior carga viral de VSR, na infecção única, foi associada a maior tempo de suporte ventilatório (p=0,018), dias de oxigênio (p=0,010) e dias totais de internação (p=0,014) e, uma tendência, a maior tempo de internação em UTI (p=0,050). Quando ajustada para idade e dia da coleta da secreção de nasofaringe, a maior carga viral de VSR esteve associada a todos esses desfechos. Não houve significância estatística na análise uni e multivariada para a infecção isolada por RV e codetecção quando o RV predominou sobre o VSR. Na codetecção, quando a carga viral do VSR predominou sobre o RV, houve maior tempo de administração de oxigênio (p=0,042). CONCLUSÃO: A maior carga viral do VSR, na infecção única, esteve associada à maior gravidade, assim como na coinfecção, onde houve predomínio de VSR sobre o RV
id USP_3bd6e2f4aa8bc69627c3b9d4f8085aa9
oai_identifier_str oai:teses.usp.br:tde-22062021-093924
network_acronym_str USP
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository_id_str 2721
spelling Análise da relação entre carga viral do vírus sincicial respiratório e rinovírus e gravidade clínica na infecção aguda de vias aéreas inferiores em lactentes hospitalizadosAnalysis of the relation between the viral loads of respiratory syncycial virus and rhinovirus and the clinical severity in the acute infection of the lower airways in hospitalized infantsBronchiolitisBronquioliteCarga viralCoinfecçãoCoinfectionÍndice de gravidade de doençaInfecções por vírus respiratório sincicialRespiratory syncytial virus infectionsRhinovirusRhinovirusSeverity of illness indexViral loadINTRODUÇÃO: Os vírus respiratórios são os principais agentes etiológicos das infecções agudas de vias aéreas inferiores nas crianças. Em especial, na bronquiolite aguda, em que o vírus sincicial respiratório (VSR) e o rinovírus (RV) são agentes causais frequentes, particularmente em lactentes. A influência da quantificação de cargas virais sobre a gravidade da bronquiolite aguda é controversa. Este estudo analisa o papel da quantificação da carga viral na evolução clínica da bronquiolite em lactentes hospitalizados de 2013 a 2015. MÉTODOS: O estudo de coorte prospectivo incluiu crianças previamente hígidas, com idade até 6 meses e 29 dias, internadas por bronquiolite aguda. Foram incluídas 70 crianças cujos testes moleculares quantitativos (qPCR e RT-qPCR), da secreção de nasofaringe coletada até 72 horas da admissão, foram positivos exclusivamente para VSR e RV como agentes únicos ou em coinfecção VSR com RV. Foram considerados desfechos de gravidade individualmente (tempo de internação, necessidade e tempo de internação em unidade de terapia intensiva (UTI) e de suporte ventilatório e tempo de oxigênio), assim como um escore clínico, baseado em uma variável latente que considerou os principais desfechos de gravidade tendo sido categorizado em leve, moderado e grave. Para a correlação da carga viral com os desfechos de gravidade foram realizados os testes de Kruskal Wallis, análises uni e multivariadas. Também foi analisada a distribuição de indivíduos nos tercis do escore clínico. RESULTADOS: Das 70 amostras de secreção de nasofaringe incluídas, 49 (70%) foram do grupo infecção única por VSR, 9 (13%) do grupo infecção única por RV e 12 (17%) do grupo codetecção VSR com RV. A etiologia, independentemente das cargas virais, não apresentou significância estatística nas análises comparativas entre os desfechos de gravidade individualmente. Porém, considerado o escore de gravidade, a infecção isolada por VSR apresentou maior número de casos graves (36,7%), diferentemente da infecção única por RV (22,2%). Nas codetecções, a maior gravidade foi observada quando o VSR predominou sobre o RV (44,4%). A maior carga viral de VSR, na infecção única, foi associada a maior tempo de suporte ventilatório (p=0,018), dias de oxigênio (p=0,010) e dias totais de internação (p=0,014) e, uma tendência, a maior tempo de internação em UTI (p=0,050). Quando ajustada para idade e dia da coleta da secreção de nasofaringe, a maior carga viral de VSR esteve associada a todos esses desfechos. Não houve significância estatística na análise uni e multivariada para a infecção isolada por RV e codetecção quando o RV predominou sobre o VSR. Na codetecção, quando a carga viral do VSR predominou sobre o RV, houve maior tempo de administração de oxigênio (p=0,042). CONCLUSÃO: A maior carga viral do VSR, na infecção única, esteve associada à maior gravidade, assim como na coinfecção, onde houve predomínio de VSR sobre o RVINTRODUCTION: Respiratory virus are the major etiological agents of acute infections of the airways in children, particularly in acute bronchiolitis, whose most frequent causative agents are respiratory syncycial virus (RSV) and rhinovirus (RV), especially in infants. The influence of the quantification of the viral load on the severity of the acute bronchiolitis is controversial. This study analyzes the role the quantification of the viral load plays in the clinical evolution of bronchiolitis in hospitalized infants from 2013 to 2015. METHODS: This was a prospective cohort study that included previously healthy children, at 0 - 6 months and 29 days of age, hospitalized due to acute bronchiolitis. 70 children were included, whose quantitative molecular tests (qPCR and RT-qPCR) of their nasopharyngeal aspirate, collected up to 72 hours after hospitalization, were positive exclusively to RSV and RV as single agents or with RSV and RV co-detection. This study considered the severity outcomes individually (time of hospitalization, need for and time of intensive care unit (ICU) hospitalization and ventilatory support and time on oxygen) as well as a clinical score, based on a latent variable which considered the major severity outcomes categorized as mild, moderate or severe. To correlate the viral load with the severity outcomes, Kruskal Wallis tests and univariate and multivariate analyses were carried out and the distribution of individuals in the three categories of the clinical score was analyzed. 70 samples of nasopharyngeal aspirate were included, 49 (70%) of which formed the group of single infection by RSV, 9 (13%) of which formed the group of single infection by RV and 12 (17%) formed the group of co-detection by RSV and RV. The etiology, regardless of the viral loads, did not present statistical significance in the comparative analyses in the severity outcomes individually, however, when taking into account the severity score, single RSV infection presented more severe cases (36,7%) as opposed to the single RV infection (22,2%). In the event of co-detection the severity was noticed when RSV predominated over RV (44,4%). Higher RSV viral load in single infection was associated with longer duration of ventilatory support (p=0,018), oxygen (p=0,010) and hospitalization days (p=0,014) and there was a tendency to greater time of ICU hospitalization (p=0,050). When adjusted for the age and day of collection of nasopharyngeal aspirate, higher RSV viral load was associated with all these outcomes. There was no statistical significance both in the multivariate and in the univariate analyses for single RV infections and co-detections with a predominance of RV. In co-detections, when RSV viral load predominated, there was a longer duration of oxygen therapy (p=0,042). CONCLUSION: Higher RSV viral load was associated with greater severity in isolated infections. In co-infections, the predominance of RSV over RV was associated with greater clinical severityBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPVieira, Sandra ElisabetePaulis, Milena De2020-11-25info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5141/tde-22062021-093924/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2021-06-25T17:53:02Zoai:teses.usp.br:tde-22062021-093924Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212021-06-25T17:53:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.none.fl_str_mv Análise da relação entre carga viral do vírus sincicial respiratório e rinovírus e gravidade clínica na infecção aguda de vias aéreas inferiores em lactentes hospitalizados
Analysis of the relation between the viral loads of respiratory syncycial virus and rhinovirus and the clinical severity in the acute infection of the lower airways in hospitalized infants
title Análise da relação entre carga viral do vírus sincicial respiratório e rinovírus e gravidade clínica na infecção aguda de vias aéreas inferiores em lactentes hospitalizados
spellingShingle Análise da relação entre carga viral do vírus sincicial respiratório e rinovírus e gravidade clínica na infecção aguda de vias aéreas inferiores em lactentes hospitalizados
Paulis, Milena De
Bronchiolitis
Bronquiolite
Carga viral
Coinfecção
Coinfection
Índice de gravidade de doença
Infecções por vírus respiratório sincicial
Respiratory syncytial virus infections
Rhinovirus
Rhinovirus
Severity of illness index
Viral load
title_short Análise da relação entre carga viral do vírus sincicial respiratório e rinovírus e gravidade clínica na infecção aguda de vias aéreas inferiores em lactentes hospitalizados
title_full Análise da relação entre carga viral do vírus sincicial respiratório e rinovírus e gravidade clínica na infecção aguda de vias aéreas inferiores em lactentes hospitalizados
title_fullStr Análise da relação entre carga viral do vírus sincicial respiratório e rinovírus e gravidade clínica na infecção aguda de vias aéreas inferiores em lactentes hospitalizados
title_full_unstemmed Análise da relação entre carga viral do vírus sincicial respiratório e rinovírus e gravidade clínica na infecção aguda de vias aéreas inferiores em lactentes hospitalizados
title_sort Análise da relação entre carga viral do vírus sincicial respiratório e rinovírus e gravidade clínica na infecção aguda de vias aéreas inferiores em lactentes hospitalizados
author Paulis, Milena De
author_facet Paulis, Milena De
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Vieira, Sandra Elisabete
dc.contributor.author.fl_str_mv Paulis, Milena De
dc.subject.por.fl_str_mv Bronchiolitis
Bronquiolite
Carga viral
Coinfecção
Coinfection
Índice de gravidade de doença
Infecções por vírus respiratório sincicial
Respiratory syncytial virus infections
Rhinovirus
Rhinovirus
Severity of illness index
Viral load
topic Bronchiolitis
Bronquiolite
Carga viral
Coinfecção
Coinfection
Índice de gravidade de doença
Infecções por vírus respiratório sincicial
Respiratory syncytial virus infections
Rhinovirus
Rhinovirus
Severity of illness index
Viral load
description INTRODUÇÃO: Os vírus respiratórios são os principais agentes etiológicos das infecções agudas de vias aéreas inferiores nas crianças. Em especial, na bronquiolite aguda, em que o vírus sincicial respiratório (VSR) e o rinovírus (RV) são agentes causais frequentes, particularmente em lactentes. A influência da quantificação de cargas virais sobre a gravidade da bronquiolite aguda é controversa. Este estudo analisa o papel da quantificação da carga viral na evolução clínica da bronquiolite em lactentes hospitalizados de 2013 a 2015. MÉTODOS: O estudo de coorte prospectivo incluiu crianças previamente hígidas, com idade até 6 meses e 29 dias, internadas por bronquiolite aguda. Foram incluídas 70 crianças cujos testes moleculares quantitativos (qPCR e RT-qPCR), da secreção de nasofaringe coletada até 72 horas da admissão, foram positivos exclusivamente para VSR e RV como agentes únicos ou em coinfecção VSR com RV. Foram considerados desfechos de gravidade individualmente (tempo de internação, necessidade e tempo de internação em unidade de terapia intensiva (UTI) e de suporte ventilatório e tempo de oxigênio), assim como um escore clínico, baseado em uma variável latente que considerou os principais desfechos de gravidade tendo sido categorizado em leve, moderado e grave. Para a correlação da carga viral com os desfechos de gravidade foram realizados os testes de Kruskal Wallis, análises uni e multivariadas. Também foi analisada a distribuição de indivíduos nos tercis do escore clínico. RESULTADOS: Das 70 amostras de secreção de nasofaringe incluídas, 49 (70%) foram do grupo infecção única por VSR, 9 (13%) do grupo infecção única por RV e 12 (17%) do grupo codetecção VSR com RV. A etiologia, independentemente das cargas virais, não apresentou significância estatística nas análises comparativas entre os desfechos de gravidade individualmente. Porém, considerado o escore de gravidade, a infecção isolada por VSR apresentou maior número de casos graves (36,7%), diferentemente da infecção única por RV (22,2%). Nas codetecções, a maior gravidade foi observada quando o VSR predominou sobre o RV (44,4%). A maior carga viral de VSR, na infecção única, foi associada a maior tempo de suporte ventilatório (p=0,018), dias de oxigênio (p=0,010) e dias totais de internação (p=0,014) e, uma tendência, a maior tempo de internação em UTI (p=0,050). Quando ajustada para idade e dia da coleta da secreção de nasofaringe, a maior carga viral de VSR esteve associada a todos esses desfechos. Não houve significância estatística na análise uni e multivariada para a infecção isolada por RV e codetecção quando o RV predominou sobre o VSR. Na codetecção, quando a carga viral do VSR predominou sobre o RV, houve maior tempo de administração de oxigênio (p=0,042). CONCLUSÃO: A maior carga viral do VSR, na infecção única, esteve associada à maior gravidade, assim como na coinfecção, onde houve predomínio de VSR sobre o RV
publishDate 2020
dc.date.none.fl_str_mv 2020-11-25
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5141/tde-22062021-093924/
url https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5141/tde-22062021-093924/
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv
dc.rights.driver.fl_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.coverage.none.fl_str_mv
dc.publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
dc.source.none.fl_str_mv
reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv virginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.br
_version_ 1809090988271992832