Geocronologia de rochas metabásicas da Formação Água Clara: registro de uma bacia Mesoproterozóica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Weber, Werner
Data de Publicação: 2004
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44134/tde-27112015-113341/
Resumo: A bibliografia relativa às unidades pré-Cambrianas do leste Paranaense e sudeste de São Paulo é extensiva, e perfaz mais de uma centena de trabalhos e relatórios publicados. O quadro gerado é confuso e fragmentário, caracterizado por uma imensa proliferação de denominações, muitas das quais informais e resultados de trabalhos localizados, contraditórias as normas estratigráficas. Uma destas Unidades, objeto deste estudo, é a Formação Água Clara. Esta seqüência literalmente \"passeia\" entre o Mesoproterozóico e o Neoproterozóico, sendo incluída ora no Grupo Setuva ora no Grupo Açungui. O enfoque deste trabalho fundamenta-se no estudo isotópico dos corpos metabasíticos associados à Formação Água Clara e as suas relações com as encaixantes. A Formação Água Clara é constituída predominantemente por uma seqüência de rochas carbonáticas (mármores puros a impuros). Rochas calciossilicáticas, cálcio xistos, mica xistos, anfibólio xistos, quartzitos, granada-clorita-biotita xistos, metacherts, metatufos básicos e intermediários, metabasitos, anfibolitos e cornubianitos. As rochas metabásicas estudadas normalmente têm dimensões longitudinais expressivas chegando a quilométricas, com dimensões transversais de até centenas de metros. São de coloração cinza - esverdeada, apresentam granulometria fina a média e textura normalmente nematoblástica. Ocorrem termos mais isótropos que exibem textura granoblástica. São compostos por piroxênios (diopsídio ou augita), anfibólios (actinolita e hornblenda) e plagioclásios (andesina/oligoclásio). Os acessórios mais comuns são apatita, magnetita, epidoto, titanita e raramente zircão. Em lâmina observam-se texturas ofíticas e subofíticas preservadas o que indica uma provável origem ígnea para esses corpos. Os dados geoquímicos sugerem composições semelhantes a basaltos enriquecidos de cadeias meso oceânicas (E-MORB) com tendências a basaltos de ilhas oceânicas (OIB). As características de basaltos toleíticos, subalcalinos semelhantes a basaltos enriquecidos de cadeias meso oceânicas com tendência a basaltos de ilhas oceânicas (OIB), permitem sugerir como ambiente geotectônico gerador deste magmatismo básico, ambientes distensivos ou em bacias de retro arco. Os dados analíticos U-Pb (convencional, EMF e SHRIMP) obtidos para os litotipos metabásicos indicam épocas de cristalização dos zircões e conseqüente formação dessas rochas durante o mesoproterozóico, com idades do intervalo 1.590 - 1470 Ma. Os valores Neoproterozóicos obtidos provavelmente referem-se a processos de recristalização e neoformação de zircões nas rochas metabásicas, colocação de rochas de natureza granítica e resfriamento regional da Formação Água Clara.
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A Formação Água Clara é constituída predominantemente por uma seqüência de rochas carbonáticas (mármores puros a impuros). Rochas calciossilicáticas, cálcio xistos, mica xistos, anfibólio xistos, quartzitos, granada-clorita-biotita xistos, metacherts, metatufos básicos e intermediários, metabasitos, anfibolitos e cornubianitos. As rochas metabásicas estudadas normalmente têm dimensões longitudinais expressivas chegando a quilométricas, com dimensões transversais de até centenas de metros. São de coloração cinza - esverdeada, apresentam granulometria fina a média e textura normalmente nematoblástica. Ocorrem termos mais isótropos que exibem textura granoblástica. São compostos por piroxênios (diopsídio ou augita), anfibólios (actinolita e hornblenda) e plagioclásios (andesina/oligoclásio). Os acessórios mais comuns são apatita, magnetita, epidoto, titanita e raramente zircão. Em lâmina observam-se texturas ofíticas e subofíticas preservadas o que indica uma provável origem ígnea para esses corpos. Os dados geoquímicos sugerem composições semelhantes a basaltos enriquecidos de cadeias meso oceânicas (E-MORB) com tendências a basaltos de ilhas oceânicas (OIB). As características de basaltos toleíticos, subalcalinos semelhantes a basaltos enriquecidos de cadeias meso oceânicas com tendência a basaltos de ilhas oceânicas (OIB), permitem sugerir como ambiente geotectônico gerador deste magmatismo básico, ambientes distensivos ou em bacias de retro arco. Os dados analíticos U-Pb (convencional, EMF e SHRIMP) obtidos para os litotipos metabásicos indicam épocas de cristalização dos zircões e conseqüente formação dessas rochas durante o mesoproterozóico, com idades do intervalo 1.590 - 1470 Ma. Os valores Neoproterozóicos obtidos provavelmente referem-se a processos de recristalização e neoformação de zircões nas rochas metabásicas, colocação de rochas de natureza granítica e resfriamento regional da Formação Água Clara.The bibliography related to the Precambrian units of eastern Paraná and southeastern São Paulo states is extensive, and encompasses more than a hundred published papers and reports. The resulting scenario is confusing and fragmented, characterized by an immense proliferation or terms, many of them informal and applicable only locally, thus contradicting stratigraphic norms. One of these units, object of this study, is the Água Clara Formation defined by Marini et al. (1967), which is a pile of impure calcareous rocks outcropping northwest of Rio Branco do Sul - Paraná. The main objective of this work is to present U-Pb isotopic data obtained from zircons of metabasic rocks and subordinate acid and associated rocks of the Água Clara Formation in the Araçaíba region - São Paulo. The Água Clara Formation is predominantly constituted by a sequence of carbonate rocks (pure to impure marbles), calc-silicate rocks, calc schists, mica schists, amphibole schists, quartzites, garnet-chlorite-biotite schists, metacherts, basic and intermediate metatuffs, metabasites, amphibolites and cornubianites. The metabasic rocks have in general expressive longitudinal dimensions reaching kilometers in length, and are hundreds of meters wide. They are greenish gray, fine- to medium-grained, and usually present nematoblastic texture. More isotropic terms also occur, showing granoblastic texture. They are composed of pyroxenes (diopside or augite), amphiboles (actinolite and hornblende), and plagioclases (andesine/oligoclase). The most common accessories are apatite, magnetite, epidote, titanite, and rare zircon. In thin section, preserved ophitic and subophitic textures are observed, indicating a probable igneous origin. The geochemical data suggest compositions similar to enriched midoceanic ridge basalts (E-MORB) tending to oceanic island basalts (OIB). The subalkaline, tholeiitic characteristics, similar to E-MOR basalts tending to OI basalts, suggest distension or back-arc environments as the geotectonic settings for the basic magmatism. The geochronologic and geochemical characteristics and structural patterns described for the Água Clara Formation metabasic lithotypes (probably sills and/or dikes) suggest volcanism periods with associated sedimentation related to the Mesoproterozoic, with ages close to 1500 Ma. Therefore such era represents an important mark in the evolution (sedimentation/volcanism) of the Apiaí Domain. The Neoproterozoic values obtained refer to zircon recrystallization and neoformation processes (affecting metabasics/amphibolites), emplacement of rocks of granitic/acid volcanic nature and regional cooling of the Água Clara Formation.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPReis Neto, Jose Manoel dosSiga Junior, OswaldoWeber, Werner2004-10-05info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44134/tde-27112015-113341/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:11:58Zoai:teses.usp.br:tde-27112015-113341Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:11:58Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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