Adaptação do Modelo CROPGRO para simulação do crescimento e desenvolvimento do feijão Caupi (Vigna unguiculata (L.) Walp.), sob diferentes condições hídricas, no Estado do Piauí

• Autor(a) principal: Bastos, Edson Alves
• Data de Publicação: 1999
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
• Texto Completo: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11143/tde-20191220-141305/
• topic: BALANÇO HÍDRICO; CAUPI; CRESCIMENTO VEGETAL; DESENVOLVIMENTO VEGETAL; IRRIGAÇÃO; MODELOS; SIMULAÇÃO

O modelo CROPGRO, do sistema DSSAT (Decision Support System for Agrotechnology Transfer) foi adaptado para simular o crescimento e desenvolvimento do feijão Caupi (Vigna unguiculata (L.) Walp.) sob diferentes práticas de manejo, no Estado do Piauí. O modelo adaptado (CROPGRO-cowpea) foi aplicado para diferentes condições hídricas e épocas de semeadura, visando fornecer ao agricultor informações sobre um manejo econômico da irrigação. No modelo CROPGRO, foram modificados apenas parâmetros que definem os arquivos de espécie (.SPE), de cultivar (.CUL) e de ecótipo (.ECO), visando caracterizar a cultura do feijão caupi. Estas informações foram obtidas a partir da literatura e de resultados de pesquisas conduzidas na Embrapa Meio-Norte, nos municípios de Parnaíba e Teresina, Piauí, durante os anos de 1996 a 1998. Também foram criados arquivos contendo as características de solo e de clima dos referidos locais. Para calibrar o modelo, foram utilizados experimentos cujos tratamentos consistiram na aplicação de diferentes lâminas de irrigação. Nestes experimentos, foram avaliados a biomassa acumulada, o índice de área foliar, os componentes de produção e a produtividade de grãos de duas cultivares de feijão Caupi (BR 14 - Mulato e BR - 17 Gurguéia). Para avaliação do modelo, foram utilizados experimentos, em que foram aplicadas diferentes doses de fósforo e densidades de plantas. Nessa fase, foram comparados os valores observados e simulados dos componentes de produção e de produtividade de grãos. Após calibrado e avaliado, o modelo CROPGRO-cowpea foi aplicado para identificar estratégias de manejo de irrigação que proporcionassem a maior receita líquida ao produtor. Para isso, foram simulados experimentos, onde se avaliou o efeito de cinco níveis de água associados a quatro épocas de semeadura, sobre a produtividade econômica de grãos da cultivar BR 17 - Gurguéia para os municípios de Parnaíba e Teresina, Piauí. Os resultados da fase de calibração evidenciaram ajustes satisfatórios do modelo na estimativa da biomassa e do índice de área foliar para as duas cultivares, locais e anos estudados, constatados pelos elevados valores de r2 (em média, 0,95 para biomassa e 0,91 para o IAF) e baixos valores de erro absoluto médio (EAM) (em média, 350,2 kg.ha-1 para a biomassa e 0,34 para o IAF). Tanto na calibração como na avaliação do modelo, houve boas estimativas dos eventos fenológicos do feijão caupi, com erros variando de 0 a 5 dias. O modelo também apresentou uma boa performance nas simulações dos componentes de produção, exceto para o peso de 100 grãos, cujos erros de estimativa variaram de 3,4 a 49,2% (Fase de calibração) e de 2,8 a 30,8% (Fase de avaliação). Considerando os valores médios de produtividade de grãos dos dois anos (Fase de calibração), o modelo apresentou erros variando de 5,6 a 14,9% (Parnaíba) e de 3,8 a 5,3% (Teresina). Na fase de avaliação, os melhores ajustes foram obtidos para os tratamentos sem limitação de fósforo. De acordo com os resultados da aplicação do modelo para os dois locais, o manejo da irrigação que maximiza a receita líquida ao produtor de feijão Caupi é a manutenção do teor de água no solo em níveis de até 50% da capacidade de água disponível, realizando-se a semeadura em 15/06. Concluiu-se que o CROPGRO-cowpea simula satisfatoriamente o crescimento e desenvolvimento do feijão Caupi para as condições de solo e clima do Estado do Piauí e que o referido modelo constitui-se em uma importante ferramenta para auxiliar produtores rurais na busca de um manejo econômico da irrigação