Custos da defesa química em opiliões (Arachnida: Opiliones)
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2015 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41134/tde-15032016-144120/ |
Resumo: | As formas de defesa encontradas na natureza são incrivelmente diversas e envolvem estratégias que minimizam as chances de encontro com o predador ou as chances de escape diante de um ataque. A liberação de substâncias químicas é uma forma de defesa amplamente difundida entre artrópodes e vários estudos já demonstraram sua eficiência contra o ataque de predadores. Apesar de trazerem benefícios óbvios em termos de defesa, a produção de vários desses compostos químicos deve ser custosa para as presas. Esta tese teve como objetivo geral explorar os custos da produção de defesas químicas em um grupo particular de artrópodes, os opiliões. No capítulo 1, investigamos como a produção de ovos pode comprometer a produção de defesas químicas (benzoquinonas) e quais as conseqüências da redução do volume de secreção liberada sobre a capacidade de defesa das fêmeas de Acutisoma longipes. Nossos resultados apontam que a quantidade de secreção produzida por fêmeas ovígeras é quase 50% inferior à das fêmeas não-ovígeras. Como conseqüência, a secreção liberada por fêmeas ovígeras é menos eficiente em deter formigas e aranhas do que a secreção liberada por fêmeas não-ovígeras. No capítulo 2, investigamos como a quantidade e a qualidade da dieta influenciam a produção de defesas químicas (benzoquinonas) em Magnispina neptunus. Demonstramos que a produção de defesas químicas é condição dependente, pois indivíduos bem alimentados produziram mais secreção que indivíduos mal alimentados. Entretanto, indivíduos que receberam aporte extra dos precursores da secreção não incrementaram nem a quantidade total nem a concentração da secreção. Por fim, o capítulo 3 teve como objetivo investigar possíveis demandas conflitantes (trade-offs) entre o esforço de acasalamento (produção de armamentos) e o esforço somático (defesas químicas) de machos e fêmeas em um clado de opiliões neotropicais. Usando uma abordagem comparativa, mostramos que fêmeas produzem mais defesas químicas (benzoquinonas) que machos, mas não há uma relação negativa entre o dimorfismo sexual morfológico e o dimorfismo na quantidade de defesas químicas produzidas por machos e fêmeas. Coletivamente, os resultados obtidos aqui apontam que a produção de defesas químicas em opiliões é custosa e que está sujeita a demandas conflitantes com outros componentes de aptidão. |
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Custos da defesa química em opiliões (Arachnida: Opiliones)Costs of chemical defense in harvestmen (Arachnida: Opiliones)BenzoquinonaBenzoquinoneComposição da dietaDiet compositionDimorfismo sexualDisponibilidade de alimentoFood availabilityHistória de vidaLive-historySexual dimorphismTrade-offTrade-offAs formas de defesa encontradas na natureza são incrivelmente diversas e envolvem estratégias que minimizam as chances de encontro com o predador ou as chances de escape diante de um ataque. A liberação de substâncias químicas é uma forma de defesa amplamente difundida entre artrópodes e vários estudos já demonstraram sua eficiência contra o ataque de predadores. Apesar de trazerem benefícios óbvios em termos de defesa, a produção de vários desses compostos químicos deve ser custosa para as presas. Esta tese teve como objetivo geral explorar os custos da produção de defesas químicas em um grupo particular de artrópodes, os opiliões. No capítulo 1, investigamos como a produção de ovos pode comprometer a produção de defesas químicas (benzoquinonas) e quais as conseqüências da redução do volume de secreção liberada sobre a capacidade de defesa das fêmeas de Acutisoma longipes. Nossos resultados apontam que a quantidade de secreção produzida por fêmeas ovígeras é quase 50% inferior à das fêmeas não-ovígeras. Como conseqüência, a secreção liberada por fêmeas ovígeras é menos eficiente em deter formigas e aranhas do que a secreção liberada por fêmeas não-ovígeras. No capítulo 2, investigamos como a quantidade e a qualidade da dieta influenciam a produção de defesas químicas (benzoquinonas) em Magnispina neptunus. Demonstramos que a produção de defesas químicas é condição dependente, pois indivíduos bem alimentados produziram mais secreção que indivíduos mal alimentados. Entretanto, indivíduos que receberam aporte extra dos precursores da secreção não incrementaram nem a quantidade total nem a concentração da secreção. Por fim, o capítulo 3 teve como objetivo investigar possíveis demandas conflitantes (trade-offs) entre o esforço de acasalamento (produção de armamentos) e o esforço somático (defesas químicas) de machos e fêmeas em um clado de opiliões neotropicais. Usando uma abordagem comparativa, mostramos que fêmeas produzem mais defesas químicas (benzoquinonas) que machos, mas não há uma relação negativa entre o dimorfismo sexual morfológico e o dimorfismo na quantidade de defesas químicas produzidas por machos e fêmeas. Coletivamente, os resultados obtidos aqui apontam que a produção de defesas químicas em opiliões é custosa e que está sujeita a demandas conflitantes com outros componentes de aptidão.The forms of animal defenses found in nature are incredibly diverse and comprise many strategies that minimize the changes of a prey being detected or attacked by a predator. The emission of chemical secretions is a widespread defense among arthropods, and several studies have already demonstrated the efficiency of chemical defenses against predation. Although chemical defenses confer obvious survival benefits, the production of deterrent compounds may be costly for the individuals. The main goal of this thesis was to evaluate the costs of producing chemical defenses in a particular arthropod group, the harvestmen. In chapter 1 we investigated how egg production may compromise the production of chemical defenses (benzoquinones) by females of Acutisoma longipes, and whether a reduction in the amount of secretions released by ovigerous females make then more vulnerable to predation. Our results indicate that ovigerous females produce almost 50% less secretion than non-ovigerous females. Moreover, the low amount of secretion released by ovigerous females is less efficient than the amount released by non−ovigerous females in deterring ants and spiders. In chapter 2 we investigated how the quantity and quality of food influence the production of chemical defenses (benzoquinones) in Magnispina neptunus. We demonstrate that the production of chemical defenses is clearly condition dependent because well fed individuals produced more secretion than poorly fed individuals. However, individuals that received in the diet an input of the benzoquinones\' precursor did not show an increase in the amount and concentration of secretion released. Finally, in chapter 3 we investigated possible trade-offs between mating effort (i.e., investment in weaponry) and somatic effort (i.e., investment in chemical secretions) in males and females of several harvestman species belonging to the family Gonyleptidae. Using a comparative approach, we showed that females consistently produce more secretion than males, but there is no negative relationship between morphological sexual dimorphism and sexual dimorphism in the amount of secretion released by males and females. Taken together, our findings indicate that the production of chemical defenses in harvestmen is costly and is under allocation trade-offs with other fitness components.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPMachado, GlaucoGonçalves, Taís Maria de Nazareth2015-12-07info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41134/tde-15032016-144120/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2018-03-15T06:00:09Zoai:teses.usp.br:tde-15032016-144120Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212018-03-15T06:00:09Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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