Antigenicidade da proteína de superfície do merozoíto 1 de Plasmodium malariae, Plasmodium vivax e Plasmodium falciparum em infecções naturais de humanos e primatas não humanos em ensaio multiplex

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Monteiro, Eliana Ferreira
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5179/tde-06122021-124017/
Resumo: No Brasil, quase todos os casos de malária ocorrem na Região Amazônica, onde predominam infecções causadas por Plasmodium vivax. Na Região Extra-Amazônica, a malária autóctone é causada por P. vivax ou P. malariae, em áreas de Mata Atlântica. Mundialmente, P. malariae apresenta ampla distribuição geográfica, em geral com parasitemias baixas e em coinfecções, dificultando seu diagnóstico e levando a uma taxa de prevalência subestimada. A Proteína de Superfície do Merozoíto 1 (MSP1), além de ser candidata à vacina contra a malária, é altamente imunogênica. Estudos para detecção de anticorpos contra proteínas recombinantes de Plasmodium são cada vez mais utilizados para mapear distribuição geográfica, soroprevalência e intensidade de transmissão de malária, mas nenhum levantamento soroepidemiológico, utilizando proteínas recombinantes de P. malariae, foi realizado no Brasil. Assim, neste trabalho foram utilizadas proteínas recombinantes da MSP1de P. malariae, bem como de P. falciparum e P. vivax, para a detecção de anticorpos anti-MSP1 dessas espécies de parasitas em amostras de soros. A proteína GST (Glutationa S-transferase) e proteínas em fusão com GST representando diferentes regiões da MSP1 de P. malariae (PmMSP1F1, PmMSP1F2, PmMSP1F3, PmMSP1F4 e PmMSP119), além das proteínas recombinantes da região C-terminal da MSP1 de P. vivax (PvMSP119) e P. falciparum (PfMSP119), foram utilizadas. Para determinação das respostas de IgG em soros de primatas não-humanos (PNHs) da Região Amazônica, Mata Atlântica e Cerrado, e de humanos de três localidades, Região Amazônica (Ramal do Granada/AC e Porto Velho/RO) e Mata Atlântica (Intervales/SP), as proteínas foram covalentemente acopladas a beads carboxiladas e utilizadas em ensaios multiplex. Os resultados dos PNHs mostraram que cerca de 40% dos soros reconheceram as proteínas recombinantes de uma ou mais espécies de Plasmodium. Um número relativamente maior de soros reativos foi encontrado em animais da Mata Atlântica, possivelmente refletindo antiga circulação parasitária mais intensa entre os PNHs, devido à proximidade com humanos em uma densidade populacional mais elevada. Para os soros de humanos, a positividade foi de 69,5% para as amostras que reconheceram pelo menos uma proteína recombinante. O índice de reatividade para a porção C-terminal do P. falciparum foi significativamente maior em comparação com as outras proteínas recombinantes, seguido pela C-terminal de P. vivax e pela porção N-terminal de P. malariae. Entre as proteínas recombinantes de P. malariae, a porção N-terminal de P. malariae apresentou o maior índice de reatividade isoladamente. Nos humanos, os altos índices de reatividade de anticorpos IgG contra as proteínas recombinantes de P. vivax nas três localidades, P. malariae na região de Mata Atlântica, e P. falciparum na região Amazônica suportam a hipótese de que existe a frequente circulação dos parasitas em infecções assintomáticas. Este estudo valida o uso do ensaio multiplex para medir anticorpos IgG adquiridos naturalmente em humanos e símios contra proteínas MSP1 recombinantes de P. malariae. Nossos resultados também demonstram que essas proteínas são ferramentas importantes para levantamentos soroepidemiológicos, podendo ser utilizadas em programas de vigilância e eliminação da malária
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Mundialmente, P. malariae apresenta ampla distribuição geográfica, em geral com parasitemias baixas e em coinfecções, dificultando seu diagnóstico e levando a uma taxa de prevalência subestimada. A Proteína de Superfície do Merozoíto 1 (MSP1), além de ser candidata à vacina contra a malária, é altamente imunogênica. Estudos para detecção de anticorpos contra proteínas recombinantes de Plasmodium são cada vez mais utilizados para mapear distribuição geográfica, soroprevalência e intensidade de transmissão de malária, mas nenhum levantamento soroepidemiológico, utilizando proteínas recombinantes de P. malariae, foi realizado no Brasil. Assim, neste trabalho foram utilizadas proteínas recombinantes da MSP1de P. malariae, bem como de P. falciparum e P. vivax, para a detecção de anticorpos anti-MSP1 dessas espécies de parasitas em amostras de soros. A proteína GST (Glutationa S-transferase) e proteínas em fusão com GST representando diferentes regiões da MSP1 de P. malariae (PmMSP1F1, PmMSP1F2, PmMSP1F3, PmMSP1F4 e PmMSP119), além das proteínas recombinantes da região C-terminal da MSP1 de P. vivax (PvMSP119) e P. falciparum (PfMSP119), foram utilizadas. Para determinação das respostas de IgG em soros de primatas não-humanos (PNHs) da Região Amazônica, Mata Atlântica e Cerrado, e de humanos de três localidades, Região Amazônica (Ramal do Granada/AC e Porto Velho/RO) e Mata Atlântica (Intervales/SP), as proteínas foram covalentemente acopladas a beads carboxiladas e utilizadas em ensaios multiplex. Os resultados dos PNHs mostraram que cerca de 40% dos soros reconheceram as proteínas recombinantes de uma ou mais espécies de Plasmodium. Um número relativamente maior de soros reativos foi encontrado em animais da Mata Atlântica, possivelmente refletindo antiga circulação parasitária mais intensa entre os PNHs, devido à proximidade com humanos em uma densidade populacional mais elevada. Para os soros de humanos, a positividade foi de 69,5% para as amostras que reconheceram pelo menos uma proteína recombinante. O índice de reatividade para a porção C-terminal do P. falciparum foi significativamente maior em comparação com as outras proteínas recombinantes, seguido pela C-terminal de P. vivax e pela porção N-terminal de P. malariae. Entre as proteínas recombinantes de P. malariae, a porção N-terminal de P. malariae apresentou o maior índice de reatividade isoladamente. Nos humanos, os altos índices de reatividade de anticorpos IgG contra as proteínas recombinantes de P. vivax nas três localidades, P. malariae na região de Mata Atlântica, e P. falciparum na região Amazônica suportam a hipótese de que existe a frequente circulação dos parasitas em infecções assintomáticas. Este estudo valida o uso do ensaio multiplex para medir anticorpos IgG adquiridos naturalmente em humanos e símios contra proteínas MSP1 recombinantes de P. malariae. Nossos resultados também demonstram que essas proteínas são ferramentas importantes para levantamentos soroepidemiológicos, podendo ser utilizadas em programas de vigilância e eliminação da maláriaIn Brazil, almost all malaria cases occur in the Amazon region, where infections caused by Plasmodium vivax predominate. In the Extra-Amazon Region, autochthonous malaria is caused by P. vivax or P. malariae, in Atlantic Forest areas. Worldwide, P. malariae has a wide geographic distribution, generally with low parasitemias and in coinfections, making its diagnosis difficult and leading to an underestimated prevalence rate. Merozoite Surface Protein 1 (MSP1), in addition to being a vaccine candidate against malaria, is highly immunogenic. Studies to detect antibodies against recombinant proteins from Plasmodium are increasingly used to map geographic distribution, seroprevalence and intensity of malaria transmission, but no seroepidemiological survey using recombinant proteins from P. malariae has been carried out in Brazil. Thus, in this work, recombinant proteins from P. malariae MSP1, as well as from P. falciparum and P. vivax, were used for the detection of anti-MSP1 antibodies of these species in serum samples. GST protein (Glutathione S-transferase) and GST fusion proteins representing different regions of P. malariae MSP1 (PmMSP1F1, PmMSP1F2, PmMSP1F3, PmMSP1F4 and PmMSP119), in addition to recombinant proteins from the C-terminal region of P. vivax (PvMSP119) and P. falciparum (PfMSP119) were used. To determine IgG responses in sera from non-human primates (NHPs) from the Amazon Region, Atlantic Forest and Cerrado, and from humans from three localities, Amazon Region (Ramal do Granada/AC and Porto Velho/RO) and Atlantic Forest (Intervales/SP), the proteins were covalently coupled to carboxylated beads and used in multiplex assays. The results of the NHPs showed that about 40% of the sera recognized the recombinant proteins of one or more Plasmodium species. A relatively larger number of reactive sera were found in animals from the Atlantic Forest, possibly reflecting more intense former parasitic circulation among NHPs, due to the proximity to humans at a higher population density. For human sera, the positivity was 69.5% for samples that recognized at least one recombinant protein. The reactivity index for the C-terminal portion of P. falciparum was significantly higher compared to the other recombinant proteins, followed by the C-terminal portion of P. vivax and the N-terminal portion of P. malariae. Among the recombinant proteins of P. malariae, the N-terminal portion showed the highest rate of reactivity alone. In humans, the high levels of IgG antibody reactivity against P. vivax recombinant proteins in the three locations, P. malariae in the Atlantic Forest region, and P. falciparum in the Amazon region support the hypothesis that there is frequent circulation of these parasites in asymptomatic infections. This study validates the use of the multiplex assay to measure naturally acquired IgG antibodies against P. malariae recombinant MSP1 proteins in humans and NHPs. Our results also demonstrate that these proteins are important tools for seroepidemiological surveys and can be used in malaria surveillance and elimination programsBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPKirchgatter, KarinMonteiro, Eliana Ferreira2021-09-10info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5179/tde-06122021-124017/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2021-12-09T20:04:01Zoai:teses.usp.br:tde-06122021-124017Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212021-12-09T20:04:01Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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