Incidência da Síndrome de Burnout em técnicos e auxiliares de enfermagem e sua associação com o estresse precoce e estratégias de enfrentamento
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2013 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22131/tde-25092013-153912/ |
Resumo: | O estresse não incide apenas na vida adulta, ele pode ocorrer precocemente e repercutir na maneira como o indivíduo enfrenta as situações estressantes, seja na vida pessoal como no ambiente profissional. Neste contexto, como consequência do estresse crônico e uso de estratégias de enfrentamento inadequadas o profissional poderá ter risco aumentado para desenvolver a Síndrome de Burnout. Com o objetivo de analisar a prevalência e associação entre Síndrome de Burnout, estresse precoce e estratégias de enfrentamento em técnicos e auxiliares de enfermagem de um hospital geral do interior de São Paulo, desenvolveu-se um estudo transversal, de abordagem quantitativa, utilizando os instrumentos: questionário sociodemográfico, de condições de trabalho e saúde, Maslach Burnout Inventory (MBI), Escala de Modos de Enfrentamento dos Problemas (EMEP) e Childhood Traume Questionnaire (CTQ). Utilizou-se estatística descritiva e analítica, realizando-se testes Qui- quadrado, com coeficiente de correlação de Pearson e regressão logística considerando nível de significância de 0,05. Obteve-se aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa e a amostra foi aleatorizada com 338 técnicos e auxiliares de enfermagem, houve 8,2% de recusas totalizando 310 participantes. Prevaleceram mulheres (76,1%), com idade media de 47,1 anos (DP 10,94), casado ou com companheiro (58,1%), com filhos (74,5%), são auxiliares de enfermagem (85,5%), trabalham em serviços de alta complexidade (88,7%), média de tempo de serviço de 12,6 anos (DP 8,75), com único vínculo empregatício (79,4%), passaram por consulta média no último ano (88,4%) e tiveram afastamento do trabalho no último ano (50%). A prevalência da Síndrome de Burnout foi de 7,4% e as estratégias de enfrentamento mais utilizadas foram as focalizadas no problema (60%). Quanto a prevalência de estresse precoce, esta foi de 31,3%. A Síndrome de Burnout teve associação com as variáveis morar sozinho (p=0,03), não ter filhos (p=0,04) e ter passado por consulta médica (p=0,05). A Síndrome de Burnout mostrou-se mais frequente entre os participantes que não utilizam as estratégias focalizadas no problema (p=0,01) e também entre os participantes que utilizam de estratégias de busca por suporte social (p=0,02). Ao analisar a Síndrome de Burnout por meio de suas dimensões, verificou-se que a Exaustão Emocional mostrou-se mais significativa entre as mulheres (p=0,02), que possuem ensino superior (p=0,04), que residem sozinhas (p<0,00), que possuem tempo de serviço variando de 6 a 10 anos (p<0,00), que tiveram afastamento do trabalho (p<0,00) e referiram ter doença crônica (p=0,01). Já a Despersonalização mostrou-se mais significativa entre os participantes que passaram por consulta médica no último ano (p=0,04) e a Realização Pessoal mostrou-se mais significativa entre os participantes que moram sozinhos (p<0,00) e com tempo de serviço variando de 21 a 25 anos (p=0,02). Os resultados deste estudo indicam considerável prevalência da Síndrome de Burnout entre estes trabalhadores e preocupante risco para o desenvolvimento desta para grande parte deles. O estresse precoce, presente em significante parcela destes trabalhadores, embora não associado à Síndrome de Burnout neste estudo, também demonstrou ser um fenômeno importante, principalmente se consideradas as possíveis consequências à saúde destas pessoas e também ao modo de enfrentamento dos problemas na vida adulta. |
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Incidência da Síndrome de Burnout em técnicos e auxiliares de enfermagem e sua associação com o estresse precoce e estratégias de enfrentamentoBurnout syndrome incidence in technicians and nursing assistants and their association with early life stress and coping strategiesBurnout SyndromeCoping StrategiesCTQCTQEarly stressEMEPEMEPenfermagemEstratégias de enfrentamentoEstresse precoceMBINursingSíndrome de BurnoutO estresse não incide apenas na vida adulta, ele pode ocorrer precocemente e repercutir na maneira como o indivíduo enfrenta as situações estressantes, seja na vida pessoal como no ambiente profissional. Neste contexto, como consequência do estresse crônico e uso de estratégias de enfrentamento inadequadas o profissional poderá ter risco aumentado para desenvolver a Síndrome de Burnout. Com o objetivo de analisar a prevalência e associação entre Síndrome de Burnout, estresse precoce e estratégias de enfrentamento em técnicos e auxiliares de enfermagem de um hospital geral do interior de São Paulo, desenvolveu-se um estudo transversal, de abordagem quantitativa, utilizando os instrumentos: questionário sociodemográfico, de condições de trabalho e saúde, Maslach Burnout Inventory (MBI), Escala de Modos de Enfrentamento dos Problemas (EMEP) e Childhood Traume Questionnaire (CTQ). Utilizou-se estatística descritiva e analítica, realizando-se testes Qui- quadrado, com coeficiente de correlação de Pearson e regressão logística considerando nível de significância de 0,05. Obteve-se aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa e a amostra foi aleatorizada com 338 técnicos e auxiliares de enfermagem, houve 8,2% de recusas totalizando 310 participantes. Prevaleceram mulheres (76,1%), com idade media de 47,1 anos (DP 10,94), casado ou com companheiro (58,1%), com filhos (74,5%), são auxiliares de enfermagem (85,5%), trabalham em serviços de alta complexidade (88,7%), média de tempo de serviço de 12,6 anos (DP 8,75), com único vínculo empregatício (79,4%), passaram por consulta média no último ano (88,4%) e tiveram afastamento do trabalho no último ano (50%). A prevalência da Síndrome de Burnout foi de 7,4% e as estratégias de enfrentamento mais utilizadas foram as focalizadas no problema (60%). Quanto a prevalência de estresse precoce, esta foi de 31,3%. A Síndrome de Burnout teve associação com as variáveis morar sozinho (p=0,03), não ter filhos (p=0,04) e ter passado por consulta médica (p=0,05). A Síndrome de Burnout mostrou-se mais frequente entre os participantes que não utilizam as estratégias focalizadas no problema (p=0,01) e também entre os participantes que utilizam de estratégias de busca por suporte social (p=0,02). Ao analisar a Síndrome de Burnout por meio de suas dimensões, verificou-se que a Exaustão Emocional mostrou-se mais significativa entre as mulheres (p=0,02), que possuem ensino superior (p=0,04), que residem sozinhas (p<0,00), que possuem tempo de serviço variando de 6 a 10 anos (p<0,00), que tiveram afastamento do trabalho (p<0,00) e referiram ter doença crônica (p=0,01). Já a Despersonalização mostrou-se mais significativa entre os participantes que passaram por consulta médica no último ano (p=0,04) e a Realização Pessoal mostrou-se mais significativa entre os participantes que moram sozinhos (p<0,00) e com tempo de serviço variando de 21 a 25 anos (p=0,02). Os resultados deste estudo indicam considerável prevalência da Síndrome de Burnout entre estes trabalhadores e preocupante risco para o desenvolvimento desta para grande parte deles. O estresse precoce, presente em significante parcela destes trabalhadores, embora não associado à Síndrome de Burnout neste estudo, também demonstrou ser um fenômeno importante, principalmente se consideradas as possíveis consequências à saúde destas pessoas e também ao modo de enfrentamento dos problemas na vida adulta.Stress does not occur only in adult life, but also in early life and results in the way individuals face stressful situations, in both their personal and professional life. In this context, as a consequence of chronic stress and inadequate coping strategies the nursing professional may have an increased risk of developing Burnout Syndrome. This study had the objective of analyzing the prevalence and association among Burnout Syndrome, early stress and coping strategies with technicians and nursing assistants of a general hospital in the countryside of São Paulo, developing a quantitative, cross-sectional study, using such tools: social- demographic questionnaire about health and working conditions, Maslach Burnout Inventory (MBI), Scale of Ways to copy with Problems, and Childhood Trauma Questionnaire (CTQ). The descriptive and analytical statistics was used, carrying out chi-square tests by Pearson and logistic regression considering 0, 05 significance level. Approval from the Ethics Committee was obtained and the sample was gotten randomly with 338 technicians and nursing assistants with 8.2% refusals totalizing 310 participants. Women (76,1%) prevailed with ages of 47.1 years old (DP 10,94), married or with a partner (58,1%), with children (74,5%), working as nursing assistants (85,5%), and with high complexity (88,7%), medium service time of 12,6 years (DP 8,75) with service bonds (79,4%), underwent medical consultation last year (88,4%) and were laid off in the last year (50%). Burnout syndrome prevalence was 7,4% and the most used coping strategies were those focused on the problem (60%). The early stress prevalence was 31,3%. Burnout syndrome is regarded to living alone (p= 0,03), not having children (p=0,04) and having had a doctor\'s consultation (p= 0,05). Burnout syndrome was more frequent with those who did not use the strategies focused on the problem (p= 0,01) and also those who used searching strategies for social support (p= 0,02). It was possible to verify the Emotional Exhaustion when the burnout syndrome was analyzed according to its dimensions, showing more expressive among women (p= 0, 02), who have a college degree (p= 0, 04), who live alone (p< 0,00), who have six to ten years of service (p< 0,00), who were laid off (p< 0,00), and mentioned having chronic disease (p= 0,01). The depersonalization has shown to be more significative among the participants who had an appointment with a doctor in the last year (p= 0,04) and the personal achievement showed to be more expressive with participants who live alone (p= 0,00) and the service time ranging from 21 to 25 years (p=0,02). The results of this study indicate considerable prevalence of burnout syndrome among these workers and worrying risk for developing this for most of them. The early stress present in a significant portion of these workers, although not associated with burnout syndrome in this study, also proved to be an important phenomenon, especially when considering the possible consequences to the health of these people and also to the way of dealing with problems in adulthood.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPCardoso, LucilenePereira, Sandra de Souza2013-08-13info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22131/tde-25092013-153912/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:37Zoai:teses.usp.br:tde-25092013-153912Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:37Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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O estresse não incide apenas na vida adulta, ele pode ocorrer precocemente e repercutir na maneira como o indivíduo enfrenta as situações estressantes, seja na vida pessoal como no ambiente profissional. Neste contexto, como consequência do estresse crônico e uso de estratégias de enfrentamento inadequadas o profissional poderá ter risco aumentado para desenvolver a Síndrome de Burnout. Com o objetivo de analisar a prevalência e associação entre Síndrome de Burnout, estresse precoce e estratégias de enfrentamento em técnicos e auxiliares de enfermagem de um hospital geral do interior de São Paulo, desenvolveu-se um estudo transversal, de abordagem quantitativa, utilizando os instrumentos: questionário sociodemográfico, de condições de trabalho e saúde, Maslach Burnout Inventory (MBI), Escala de Modos de Enfrentamento dos Problemas (EMEP) e Childhood Traume Questionnaire (CTQ). Utilizou-se estatística descritiva e analítica, realizando-se testes Qui- quadrado, com coeficiente de correlação de Pearson e regressão logística considerando nível de significância de 0,05. Obteve-se aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa e a amostra foi aleatorizada com 338 técnicos e auxiliares de enfermagem, houve 8,2% de recusas totalizando 310 participantes. Prevaleceram mulheres (76,1%), com idade media de 47,1 anos (DP 10,94), casado ou com companheiro (58,1%), com filhos (74,5%), são auxiliares de enfermagem (85,5%), trabalham em serviços de alta complexidade (88,7%), média de tempo de serviço de 12,6 anos (DP 8,75), com único vínculo empregatício (79,4%), passaram por consulta média no último ano (88,4%) e tiveram afastamento do trabalho no último ano (50%). A prevalência da Síndrome de Burnout foi de 7,4% e as estratégias de enfrentamento mais utilizadas foram as focalizadas no problema (60%). Quanto a prevalência de estresse precoce, esta foi de 31,3%. A Síndrome de Burnout teve associação com as variáveis morar sozinho (p=0,03), não ter filhos (p=0,04) e ter passado por consulta médica (p=0,05). A Síndrome de Burnout mostrou-se mais frequente entre os participantes que não utilizam as estratégias focalizadas no problema (p=0,01) e também entre os participantes que utilizam de estratégias de busca por suporte social (p=0,02). Ao analisar a Síndrome de Burnout por meio de suas dimensões, verificou-se que a Exaustão Emocional mostrou-se mais significativa entre as mulheres (p=0,02), que possuem ensino superior (p=0,04), que residem sozinhas (p<0,00), que possuem tempo de serviço variando de 6 a 10 anos (p<0,00), que tiveram afastamento do trabalho (p<0,00) e referiram ter doença crônica (p=0,01). Já a Despersonalização mostrou-se mais significativa entre os participantes que passaram por consulta médica no último ano (p=0,04) e a Realização Pessoal mostrou-se mais significativa entre os participantes que moram sozinhos (p<0,00) e com tempo de serviço variando de 21 a 25 anos (p=0,02). Os resultados deste estudo indicam considerável prevalência da Síndrome de Burnout entre estes trabalhadores e preocupante risco para o desenvolvimento desta para grande parte deles. O estresse precoce, presente em significante parcela destes trabalhadores, embora não associado à Síndrome de Burnout neste estudo, também demonstrou ser um fenômeno importante, principalmente se consideradas as possíveis consequências à saúde destas pessoas e também ao modo de enfrentamento dos problemas na vida adulta. |
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