A balança comercial do agronegócio brasileiro de 1989 a 2005:seus deteminantes, cenários e perspectivas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Simone Fioritti Silva
Data de Publicação: 2007
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://doi.org/10.11606/D.11.2007.tde-07052007-143044
Resumo: Este trabalho analisa a contribuição do agronegócio para o saldo comercial do Brasil desde 1989 de sorte a que se possa antecipar a possibilidade de ocorrer conflitos entre a geração dos superávits do setor e a manutenção do custo de vida e da inflação sob controle. Há que se determinar relações entre taxas de câmbio, taxa de crescimento do PIB, preços internacionais de commodities assim como o comportamento da produtividade com o superávit comercial do agronegócio. Uma nova classificação de balança comercial do agronegócio foi criada e usada para analisar os lados dos produtos exportados - representados pelos produtos agrícolas não processados, produtos de origem animal não processados e alimentos industrializados e dos insumos importados – representados pelos fertilizantes - para o período de 1989 a 2005. Elaboraram-se modelos de importação e exportação a fim de retratar e explicar o comportamento dessas variáveis empregando a Análise de Auto-Regressões Vetoriais (Vector Autoregression Analysis, VAR). Pôde-se observar que um aumento de 1% na atratividade – dada pelo produto do câmbio e dos preços externos - impulsiona as exportações de produtos agrícolas não processados em 1,71% imediatamente, estabilizando-se em 2% após alguns trimestres. A atratividade explica de 60% a 74% da variância dos erros de previsão dessas exportações. Um aumento de 1% atratividade eleva os preços agrícolas em 0,29% de imediato e em pouco mais de 0,2% no longo prazo. A demanda externa por fertilizantes mostrou-se inelástica: 1% de aumento no seu custo eleva o valor das importações em 0,55%. Nota-se assim que uma desvalorização cambial, por exemplo, aumenta mais as exportações de produtos do que as importações de fertilizantes. Além disso, um crescimento de 1% no PIB doméstico exerce impacto expressivo (convergindo em - 1,7%) de contenção das exportações dos produtos agrícolas. Embora estes efeitos não tenham apresentado poder relevante de explicação dos erros de previsão, eles alertam para possíveis quedas no ritmo exportador do agronegócio face a uma retomada do crescimento econômico brasileiro. Nesse caso, cada ponto percentual de crescimento do PIB teria de ser compensado por idêntica desvalorização cambial para conter a demanda interna e manter as exportações. Salientase, entretanto, que a expansão das exportações do agronegócio tem-se dado sob incremento importante da produtividade, que pode ser o elemento capaz de compatibilizar o crescimento das exportações e o atendimento do mercado interno sem pressões inflacionárias relevantes.
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Há que se determinar relações entre taxas de câmbio, taxa de crescimento do PIB, preços internacionais de commodities assim como o comportamento da produtividade com o superávit comercial do agronegócio. Uma nova classificação de balança comercial do agronegócio foi criada e usada para analisar os lados dos produtos exportados - representados pelos produtos agrícolas não processados, produtos de origem animal não processados e alimentos industrializados e dos insumos importados – representados pelos fertilizantes - para o período de 1989 a 2005. Elaboraram-se modelos de importação e exportação a fim de retratar e explicar o comportamento dessas variáveis empregando a Análise de Auto-Regressões Vetoriais (Vector Autoregression Analysis, VAR). Pôde-se observar que um aumento de 1% na atratividade – dada pelo produto do câmbio e dos preços externos - impulsiona as exportações de produtos agrícolas não processados em 1,71% imediatamente, estabilizando-se em 2% após alguns trimestres. A atratividade explica de 60% a 74% da variância dos erros de previsão dessas exportações. Um aumento de 1% atratividade eleva os preços agrícolas em 0,29% de imediato e em pouco mais de 0,2% no longo prazo. A demanda externa por fertilizantes mostrou-se inelástica: 1% de aumento no seu custo eleva o valor das importações em 0,55%. Nota-se assim que uma desvalorização cambial, por exemplo, aumenta mais as exportações de produtos do que as importações de fertilizantes. Além disso, um crescimento de 1% no PIB doméstico exerce impacto expressivo (convergindo em - 1,7%) de contenção das exportações dos produtos agrícolas. Embora estes efeitos não tenham apresentado poder relevante de explicação dos erros de previsão, eles alertam para possíveis quedas no ritmo exportador do agronegócio face a uma retomada do crescimento econômico brasileiro. Nesse caso, cada ponto percentual de crescimento do PIB teria de ser compensado por idêntica desvalorização cambial para conter a demanda interna e manter as exportações. Salientase, entretanto, que a expansão das exportações do agronegócio tem-se dado sob incremento importante da produtividade, que pode ser o elemento capaz de compatibilizar o crescimento das exportações e o atendimento do mercado interno sem pressões inflacionárias relevantes. This study aims to analyze the agribusiness contribution to Brazil\'s trade balance since 1989 until 2005 to evaluate the possibility of conflicts involving surplus generation, cost of living and inflation. The study determines the relationships among interest rates, GDP growth rate, commodities international prices as well as the productivity behavior with the agribusiness trade surplus. A new classification of the agribusiness trade balance was proposed and used to analyze the aspects of the exported products –non processed agricultural products, non processed products of animal origin, industrialized foods and imported inputs – represented by fertilizers. Imports and exports vector autoregression models were used to explain the behavior of these variables. An increase of 1% in the attractiveness – product of the exchange rate by the international prices – boosts immediately the exports of non processed agricultural products by 1.71%, stabilizing at 2% after some trimesters. The attractiveness explains 60 to 74% of the forecast error variances of these exportats. An increase of 1% in the attractiveness raises the agricultural prices by 0.29% at the first moment and slightly higher than 0.2% in the long run. The demand for fertilizers is inelastic: an increase of 1% in price generates a rise in the imports value of 0.55%. It is noted, thus, that an exchange rate devaluation stimulates more the exports of products than it does the fertilizer imports. Besides, an increase of 1% of the GDP has an expressive impact (converging into -1.7%) on agricultural products exports. Although these effects have not presented relevant power to explain the forecast errors, they signal to a possible drop of the agribusiness exporting rhythm in the face of an economic recovery of the Brazilian economy. In this case each percent point of the GDP growth would have to be compensated by an identical devaluation of the exchange rate in order to keep the exports level. It is highlighted, however, that the expansion of agribusiness exports has been attributed to an important increase in productivity, which can be the element to balance the exportation growth and the domestic market demands without relevant inflationary pressures. https://doi.org/10.11606/D.11.2007.tde-07052007-143044info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USP2023-12-21T18:23:12Zoai:teses.usp.br:tde-07052007-143044Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-12-22T12:16:30.410265Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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