Caracterização e conservação pós-colheita de cambuci, fruto nativo da Mata Atlântica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Tokairin, Tatiane de Oliveira
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11136/tde-24082017-134117/
Resumo: Diversas mirtáceas são nativas dos biomas brasileiros, sendo que a Mata Atlântica é o local onde muitas das espécies desta família ocorrem e têm grande importância pela qualidade de seus frutos. Dentre as espécies do gênero, o cambuci [Campomanesia phaea (O. Berg.) Landrum] é apontado com grande potencial funcional e sensorial que pode ser explorado comercialmente, devido às suas características nutricionais e funcionais. Entretanto, a carência de informações técnicas sobre a espécie, aliada à falta de tecnologias adequadas à conservação in natura e processamento dos frutos, colocam em risco a exploração do seu potencial comercial e de consumo. Em decorrência desse panorama, os objetivos do presente trabalho foram: (1) avaliar a diversidade entre cambucizeiros originados de semente, quanto aos seus aspectos físicos e químicos, compostos bioativos e compostos voláteis, (2) determinar o ponto adequado de colheita e comportamento respiratório dos frutos e por fim, (3) investigar a influência da temperatura de armazenamento na qualidade e na fisiologia pós-colheita de cambuci, com o intuito de fornecer subsídios técnicos/científicos à exploração comercial desta frutífera. Os resultados da caracterização físico-química dos frutos e dos teores de voláteis revelaram diferenças entre as árvores matrizes, os locais de colheita e entre as safras dos anos de 2014 e 2015. O estádio de maturação 2, caracterizado por frutos maduros colhidos na planta, com coloração verde-amarelada e região equatorial levemente arredondada, foi definido como o ponto de colheita ideal para cambuci. Os frutos do E2 possuíam qualidade igual ou superior aos frutos dos outros estádios avaliados, tendo menor adstringência, conteúdo superior de ácido ascórbico e vida-útil pós-colheita acrescida em pelo menos 2 dias, por terem menor perda por podridões, maior firmeza da polpa e menor perda de massa frutos. Os frutos cambuci apresentaram padrão respiratório não-climatérico. Apresentaram também alteração da qualidade sensorial, ao longo dos dias após a colheita, entre os estádios de maturação, constatado pelo perfil dos compostos voláteis, tanto pela abundância de metabólitos, como pela nota aromática. Frutos mais verdes apresentam aromas herbáceo, etéreo ou pungente e à medida que amadureceram passaram a apresentar aromas frutados e canforados. O armazenamento dos frutos a baixa temperatura comprovou ser uma alternativa viável para a pós-colheita dos frutos de cambuci, contribuindo para a sua conservação, prolongando sua vida útil. Os resultados obtidos abrem perspectivas para o desenvolvimento da fruticultura do cambuci, haja vista a variabilidade genética entre os genótipos produtivos aqui demonstrada. Dessa forma, há subsídios para a implementação de programas de melhoramento da espécie com vistas ao aumento na produtividade dos plantios, atendendo à sua cadeia produtiva. Ademais, os resultados dão suporte para a definição de procedimentos de pós-colheita do cambuci, fundamentados em informações técnicas que garantem metodologia específica para a colheita e armazenagem dos frutos de cambuci. Portanto, os resultados descritos representam um avanço frente à definição de práticas de colheita e armazenagem dos frutos, garantindo assim a expansão da fruticultura da espécie.
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Entretanto, a carência de informações técnicas sobre a espécie, aliada à falta de tecnologias adequadas à conservação in natura e processamento dos frutos, colocam em risco a exploração do seu potencial comercial e de consumo. Em decorrência desse panorama, os objetivos do presente trabalho foram: (1) avaliar a diversidade entre cambucizeiros originados de semente, quanto aos seus aspectos físicos e químicos, compostos bioativos e compostos voláteis, (2) determinar o ponto adequado de colheita e comportamento respiratório dos frutos e por fim, (3) investigar a influência da temperatura de armazenamento na qualidade e na fisiologia pós-colheita de cambuci, com o intuito de fornecer subsídios técnicos/científicos à exploração comercial desta frutífera. Os resultados da caracterização físico-química dos frutos e dos teores de voláteis revelaram diferenças entre as árvores matrizes, os locais de colheita e entre as safras dos anos de 2014 e 2015. O estádio de maturação 2, caracterizado por frutos maduros colhidos na planta, com coloração verde-amarelada e região equatorial levemente arredondada, foi definido como o ponto de colheita ideal para cambuci. Os frutos do E2 possuíam qualidade igual ou superior aos frutos dos outros estádios avaliados, tendo menor adstringência, conteúdo superior de ácido ascórbico e vida-útil pós-colheita acrescida em pelo menos 2 dias, por terem menor perda por podridões, maior firmeza da polpa e menor perda de massa frutos. Os frutos cambuci apresentaram padrão respiratório não-climatérico. Apresentaram também alteração da qualidade sensorial, ao longo dos dias após a colheita, entre os estádios de maturação, constatado pelo perfil dos compostos voláteis, tanto pela abundância de metabólitos, como pela nota aromática. Frutos mais verdes apresentam aromas herbáceo, etéreo ou pungente e à medida que amadureceram passaram a apresentar aromas frutados e canforados. O armazenamento dos frutos a baixa temperatura comprovou ser uma alternativa viável para a pós-colheita dos frutos de cambuci, contribuindo para a sua conservação, prolongando sua vida útil. Os resultados obtidos abrem perspectivas para o desenvolvimento da fruticultura do cambuci, haja vista a variabilidade genética entre os genótipos produtivos aqui demonstrada. Dessa forma, há subsídios para a implementação de programas de melhoramento da espécie com vistas ao aumento na produtividade dos plantios, atendendo à sua cadeia produtiva. Ademais, os resultados dão suporte para a definição de procedimentos de pós-colheita do cambuci, fundamentados em informações técnicas que garantem metodologia específica para a colheita e armazenagem dos frutos de cambuci. Portanto, os resultados descritos representam um avanço frente à definição de práticas de colheita e armazenagem dos frutos, garantindo assim a expansão da fruticultura da espécie.There are several Myrtaceae native to the Brazilian biomes, being the Atlantic Forest the place where many of them occur, having great importance for the quality of its fruits. Among the species of the genus, cambuci [Campomanesia phaea (O. Berg.) Landrum] has great functional and sensorial potential, being able to be exploited commercially due to its nutritional and phytotherapeutic characteristics. However, the lack of technical information about the species, coupled with the lack of appropriate technologies for in natura conservation and fruit processing, delay the exploitation of its commercial and consumption potential. Due to this background, the objectives of this study were: (1) assess the diversity among cambucizeiros originated by seeds and their physical and chemical quality, bioactive compounds and volatile compounds, (2) determine the appropriate maturity stage for harvest and respiration rate, (3) to investigate the influence of storage temperature on cambuci quality and postharvest physiology, with the purpose of providing technical/scientific subsidies to the commercial exploitation of this fruit. The results of the physicochemical characterization of the fruits and the volatile contents revealed differences between the matrix trees, harvesting sites and between the harvests of 2014 and 2015. The maturation stage 2, characterized by ripe fruits harvested in the plant, with a yellowish-green coloration and slightly rounded equatorial region, was defined as the ideal picking for cambuci. The fruits had an equal or higher quality than the fruits of the other maturity stages, with lower astringency, higher ascorbic acidcontent and postharvest life at least 2 days larger. These results were obtained because in this maturity stages, fruits had less rot loss, greater pulp firmness and fresh weight loss. The cambuci fruits showed a non-climacteric respiratory pattern. They also showed changes in the sensorial quality, along the days after harvesting and between the stages of maturation, verified by the volatile compounds, the abundance of metabolites and aromatic notes. Greener fruits have herbaceous, ethereal or pungent aromas, and as they mature, they have fruity and camphorated aromas. The fruits storage at low temperature proved to be a viable alternative for the postharvest of cambucis, contributing to its conservation, prolonging its shelf-life, without compromising its quality. The results obtained open perspectives for the development of cambuci produce, given the genetic variability among the productive genotypes demonstrated here. Thus, there are subsidies for the implementation of breeding programs of the species for increasing the productivity, considering their productive chain. In addition, the results support the definition of postharvest procedures for cambuci, foundations in technical information that guarantee specific methodology for the harvest and storage of cambuci fruits. Therefore, the results described here represent an advance in harvesting practices and storage of the cambuci fruits, guaranteeing the expansion of production of the species.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPJacomino, Angelo PedroTokairin, Tatiane de Oliveira2017-03-31info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11136/tde-24082017-134117/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2018-07-17T16:38:18Zoai:teses.usp.br:tde-24082017-134117Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212018-07-17T16:38:18Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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