Lesões melanocíticas focais da mucosa oral: estudo epidemiológico, morfológico e imuno-histoquímico
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/23/23154/tde-04052021-112634/ |
Resumo: | Lesões pigmentadas na cavidade oral podem variar desde alterações fisiológicas a manifestações de doenças sistêmicas e neoplasias malignas. A identificação de lesões melanocíticas intraorais pode constituir um dilema diagnóstico para o cirurgião-dentista. Este trabalho teve como objetivo compilar as lesões focais de origem melanocítica diagnosticadas no Serviço de Patológica Cirúrgica da Faculdade de Odontologia de Universidade de São Paulo, no período de 2001 a 2019, e analisar as suas respectivas características clínicas e histopatológicas. Além disso, foram realizados estudos de imuno-histoquímica para as proteínas p16, CDK4 e PTEN, com o propósito de comparar suas expressões em nevos melanocíticos e melanomas. Para comparação entre as variáveis foram utilizados os testes estatísticos adequados e valores de p < 0,05 foram considerados significantes. Foram identificadas 341 lesões melanocíticas dentre 64.695 amostras recebidas para análise histopatológica no serviço. Destes casos 191 foram diagnosticados como mácula melanótica (0,3%); 112 nevos melanocíticos (0,17%); 14 lentigos simples de mucosa (0,02%); 12 melanomas orais (0,02%); nove lentigos actínicos (0,01%) e um melanoacantoma (0,001%). Em geral, todas as lesões estudadas foram mais comuns em mulheres (n=218; 65,5%) de cor da pele branca (n=217; 74%). O principal aspecto clínico relado foi de mancha (n=124; 67,6%), com coloração enegrecida/acastanhada (n=247; 80,7%). As lesões melanocíticas ocorreram principalmente em vermelhão de lábio (n=83; 25,6%), seguido por palato (n=74; 22,8%), mucosa jugal (n=56; 17,3%), mucosa labial (n=46; 14,2%) e gengiva (n=30; 9,2%). Os casos de mácula melanótica foram mais comuns em vermelhão de lábio, enquanto os nevos melanocíticos ocorreram mais em palato. A idade dos pacientes foi maior em pacientes com melanoma (p = 0,002) e esse casos apresentaram menor média de duração até o momento do diagnóstico (15 meses) (p = 0,02). A maioria das lesões era pequena e apenas os melanomas orais apresentaram um tamanho maior quando comparados às outras lesões (p < 0,0001). O estudo morfológico dos casos confirmou as características histopatológicas descritas para cada lesão. As máculas melanóticas apresentavam depósito de pigmento melânico ao longo da camada basal do epitélio, enquanto os lentigos simples de mucosa exibiam aumento do número de melanócitos ao longo da camada basal e cristas epiteliais alongadas; os lentigos actínicos exibiam as mesmas características, além de elastose solar. O caso de melanoacantoma exibia acantose epitelial e presença de melanócitos dendríticos na camada espinhosa do epitélio. Os nevos melanocíticos consistiam em uma proliferação de células névicas de morfologia epitelioide, ovoide ou fusiforme, com quantidade variada de melanina. Foram observados 50 (44,6%) nevos intramucosos, 27 (24,1%) nevos compostos, 23 (20,5%) nevos azuis, seis nevos azuis combinados (5,4%), cinco (4,5%) nevos juncionais e um (0,9%) nevo displásico. Os melanomas em sua maioria exibiam proliferação de melanócitos atípicos em região juncional do epitélio e também na profundidade do tecido conjuntivo; apenas um caso foi classificado com melanoma in situ. Para o estudo imuno-histoquímico, as proteínas CDK4, p16 e PTEN foram avaliadas de forma semi-quantitativa em 42 casos de nevos melanocíticos e 5 casos de melanoma. CDK4 exibiu alta expressão nuclear nos casos de nevos melanocíticos e melanomas. Já p16 apresentou baixa expressão nuclear nos casos de nevos melanocíticos orais, e moderada expressão em melanomas orais. PTEN apresentou alta expressão citoplasmática em todos os casos estudados. Conclui-se que as lesões melanocíticas focais mais comuns em mucosa oral são máculas melanóticas e nevos melanocíticos. Lentigo simples de mucosa, lentigo actínico, melanoacantoma e melanoma são lesões raras na mucosa oral. As proteínas CDK4 e PTEN apresentam expressão imuno-histoquímica elevada em nevos melanocíticos e melanomas orais. A proteína p16 apresenta baixa expressão imuno-histoquímica em nevos melanocíticos orais e expressão moderada em melanomas orais. |
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Lesões melanocíticas focais da mucosa oral: estudo epidemiológico, morfológico e imuno-histoquímicoFocal melanocytic lesions of the oral mucosa: epidemiological, morphological and immunohistochemical studyActinic lentigoImmunohistochemistryImuno-histoquímicaLentigo actínicoLentigo simplesLentigo simplexLesões melanocíticasMácula melanóticaMelanocytic lesionsMelanocytic nevusMelanomaMelanomaMelanotic maculeNevo melanocíticoLesões pigmentadas na cavidade oral podem variar desde alterações fisiológicas a manifestações de doenças sistêmicas e neoplasias malignas. A identificação de lesões melanocíticas intraorais pode constituir um dilema diagnóstico para o cirurgião-dentista. Este trabalho teve como objetivo compilar as lesões focais de origem melanocítica diagnosticadas no Serviço de Patológica Cirúrgica da Faculdade de Odontologia de Universidade de São Paulo, no período de 2001 a 2019, e analisar as suas respectivas características clínicas e histopatológicas. Além disso, foram realizados estudos de imuno-histoquímica para as proteínas p16, CDK4 e PTEN, com o propósito de comparar suas expressões em nevos melanocíticos e melanomas. Para comparação entre as variáveis foram utilizados os testes estatísticos adequados e valores de p < 0,05 foram considerados significantes. Foram identificadas 341 lesões melanocíticas dentre 64.695 amostras recebidas para análise histopatológica no serviço. Destes casos 191 foram diagnosticados como mácula melanótica (0,3%); 112 nevos melanocíticos (0,17%); 14 lentigos simples de mucosa (0,02%); 12 melanomas orais (0,02%); nove lentigos actínicos (0,01%) e um melanoacantoma (0,001%). Em geral, todas as lesões estudadas foram mais comuns em mulheres (n=218; 65,5%) de cor da pele branca (n=217; 74%). O principal aspecto clínico relado foi de mancha (n=124; 67,6%), com coloração enegrecida/acastanhada (n=247; 80,7%). As lesões melanocíticas ocorreram principalmente em vermelhão de lábio (n=83; 25,6%), seguido por palato (n=74; 22,8%), mucosa jugal (n=56; 17,3%), mucosa labial (n=46; 14,2%) e gengiva (n=30; 9,2%). Os casos de mácula melanótica foram mais comuns em vermelhão de lábio, enquanto os nevos melanocíticos ocorreram mais em palato. A idade dos pacientes foi maior em pacientes com melanoma (p = 0,002) e esse casos apresentaram menor média de duração até o momento do diagnóstico (15 meses) (p = 0,02). A maioria das lesões era pequena e apenas os melanomas orais apresentaram um tamanho maior quando comparados às outras lesões (p < 0,0001). O estudo morfológico dos casos confirmou as características histopatológicas descritas para cada lesão. As máculas melanóticas apresentavam depósito de pigmento melânico ao longo da camada basal do epitélio, enquanto os lentigos simples de mucosa exibiam aumento do número de melanócitos ao longo da camada basal e cristas epiteliais alongadas; os lentigos actínicos exibiam as mesmas características, além de elastose solar. O caso de melanoacantoma exibia acantose epitelial e presença de melanócitos dendríticos na camada espinhosa do epitélio. Os nevos melanocíticos consistiam em uma proliferação de células névicas de morfologia epitelioide, ovoide ou fusiforme, com quantidade variada de melanina. Foram observados 50 (44,6%) nevos intramucosos, 27 (24,1%) nevos compostos, 23 (20,5%) nevos azuis, seis nevos azuis combinados (5,4%), cinco (4,5%) nevos juncionais e um (0,9%) nevo displásico. Os melanomas em sua maioria exibiam proliferação de melanócitos atípicos em região juncional do epitélio e também na profundidade do tecido conjuntivo; apenas um caso foi classificado com melanoma in situ. Para o estudo imuno-histoquímico, as proteínas CDK4, p16 e PTEN foram avaliadas de forma semi-quantitativa em 42 casos de nevos melanocíticos e 5 casos de melanoma. CDK4 exibiu alta expressão nuclear nos casos de nevos melanocíticos e melanomas. Já p16 apresentou baixa expressão nuclear nos casos de nevos melanocíticos orais, e moderada expressão em melanomas orais. PTEN apresentou alta expressão citoplasmática em todos os casos estudados. Conclui-se que as lesões melanocíticas focais mais comuns em mucosa oral são máculas melanóticas e nevos melanocíticos. Lentigo simples de mucosa, lentigo actínico, melanoacantoma e melanoma são lesões raras na mucosa oral. As proteínas CDK4 e PTEN apresentam expressão imuno-histoquímica elevada em nevos melanocíticos e melanomas orais. A proteína p16 apresenta baixa expressão imuno-histoquímica em nevos melanocíticos orais e expressão moderada em melanomas orais.Pigmented lesions in the oral cavity may range from physiological changes to manifestations of systemic diseases and malignant neoplasms. The identification of intraoral melanocytic lesions may constitute a diagnostic dilemma for the dentist. This study aimed to compile the focal lesions of melanocytic origin diagnosed at the Service of Surgical Pathology of the School of Dentistry of the University of São Paulo, from 2001 to 2019, and to analyze their respective clinical and histopathological characteristics. In addition, immunohistochemical studies for p16, CDK4 and PTEN proteins were performed to compare their expression in melanocytic nevi and melanomas. To compare the variables, appropriate statistical tests were used and values of p <0.05 were considered significant. We identified 341 lesions among 64,695 samples received for histopathological analysis at this service. Of these cases, 191 were diagnosed as melanotic macule (0.3%); 112 melanocytic nevi (0.17%); 14 mucosal lentigines simplex (0.02%); 12 oral melanomas (0.02%); nine actinic lentigines (0.01%) and one melanoacanthoma (0.001%). In general, all lesions studied were more common in women (n=218; 65.5%) with white skin color (n=217; 74%). The main reported clinical aspect was macular (n=124; 67.6%), with blackish/brownish color (n=247; 80.7%). Melanocytic lesions occurred mainly in lip vermilion (n=83; 25.6%), followed by palate (n=74; 22.8%), buccal mucosa (n=56; 17.3%), lip mucosa (n=46; 14.2%) and gingiva (n=30; 9.2%). Cases of melanotic macule were more common in lip vermilion, while melanocytic nevi occurred more in the palate. The age of the patients was higher in melanoma patients (p = 0.002) and these cases had a shorter average duration until the time of diagnosis (15 months) (p = 0.02). Most lesions were small and only oral melanomas were larger in size when compared to other lesions (p <0.0001). The morphological study of the cases confirmed the histopathological characteristics described for each lesion. Melanotic macules showed deposition of melanic pigment along the basal layer of the epithelium, while mucosal lentigines simplex showed increased number of melanocytes along the basal layer and elongated epithelial ridges; actinic lentigines exhibited the same characteristics, as well as solar elastosis. The case of melanoacanthoma exhibited epithelial acanthosis and the presence of dendritic melanocytes in the spinous layer of the epithelium. Melanocytic nevi consisted of a proliferation of nevus cells of epithelioid, ovoid or fusiform morphology with varying amounts of melanin. We observed 50 (44.6%) intramucosal nevi, 27 (24.1%) compound nevi, 23 (20.5%) blue nevi, six combined blue nevi (5.4%), five (4.5%) junctional nevi and one (0.9%) dysplastic nevus. Most melanomas exhibited proliferation of atypical melanocytes in the junctional region of the epithelium and also in the connective tissue depth; only one case was classified as melanoma in situ. For the immunohistochemical study, CDK4, p16 and PTEN proteins were evaluated semi-quantitatively in 42 cases of melanocytic nevi and 5 cases of melanoma. CDK4 exhibited high nuclear expression in cases of melanocytic nevi and melanomas. On the other hand, p16 showed low nuclear expression in cases of oral melanocytic nevi, and moderate expression in oral melanomas. PTEN showed high cytoplasmic expression in all cases studied. In conclusion, we observed that the most common focal melanocytic lesions in the oral mucosa are melanotic macules and melanocytic nevi. Mucosal lentigo simplex, actinic lentigo, melanoacanthoma, and melanoma are rare lesions in the oral mucosa. CDK4 and PTEN proteins show high immunohistochemical expression in melanocytic nevi and oral melanomas. Whereas p16 protein shows low immunohistochemical expression in oral melanocytic nevi and moderate expression in oral melanomas.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPMartins, Marília TrierveilerConceição, Thalita Santana2020-02-03info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/23/23154/tde-04052021-112634/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2021-05-04T20:28:02Zoai:teses.usp.br:tde-04052021-112634Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212021-05-04T20:28:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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