Fatores de risco cardiovascular modificáveis e segurança da sessão de exercício físico combinado na arterite de Takayasu: estudo multicêntrico e randomizado
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5140/tde-20072021-162648/ |
Resumo: | Introdução. A arterite de Takayasu (TAK) é uma vasculite sistêmica primária com alta frequência de morbimortalidade, de doenças cardiovasculares e de seus fatores de risco. Entretanto, há fatores de risco cardiovascular modificáveis, ainda pouco estudados na TAK, que poderiam influenciar nesta morbimortalidade, como, por exemplo, a menor a capacidade aeróbia e potência aeróbia, a menor força muscular, o menor nível de atividade física e a pior composição corporal. Objetivos. Avaliar os fatores de risco cardiovascular modificáveis em pacientes do sexo feminino com TAK. Adicionalmente, avaliar o exercício físico combinado quanto a efeitos adversos, reativação da doença, e sua segurança. Secundariamente, avaliar a qualidade de vida, capacidade funcional, capacidade de realização de atividades da vida diária, e comorbidades pré-existentes. Por fim, correlacionar fatores de risco cardiovascular modificáveis, por exemplo, a potência aeróbia e força com a capacidade funcional, qualidade de vida e composição corporal. Métodos. Trata-se de um estudo clínico multicêntrico, randomizado, realizado no período de 2019 a 2020, em duas fases. Na primeira fase, foi realizada uma análise transversal em que 20 mulheres adultas com TAK (ACR 1990) foram pareadas por sexo, etnia, idade e índice de massa corporal com 16 controles sem doenças reumáticas, para avaliação dos fatores de risco cardiovascular modificáveis, isto é, capacidade e potência aeróbia (VO2 pico relativo e absoluto, limiares metabólicos e frequência cardíaca em teste, razão de troca respiratória), força, composição corporal (massa magra, massa gorda, tecido adiposo, massa corporal, índice de massa corporal e circunferências e razão cintura- quadril), atividade física, equivalente metabólica semanal (Questionário Internacional de Atividade Física - Formulário Curto, IPAQ-SF) e capacidade funcional / atividades de vida diária (Health Assessment Questionnaire - HAQ e Short-Form Health Survey questionários - SF-36), status da doença (Indian Takayasu Clinical Activity Score 2010, National Institute of Healthy, proteína C reativa - PCR e velocidade de hemossedimentação - VHS). Na segunda fase (randomização), 14 dos 20 pacientes com TAK foram randomizadas (1:1) para se submeterem ou não a uma sessão aguda de exercício físico combinado, com o objetivo de avaliar a segurança durante a sessão, reativação da doença e efeitos adversos (agudamente e após um mês de acompanhamento). Resultados. As 20 pacientes com TAK e 16 mulheres do grupo controle apresentavam, respectivamente, idade, etnia, e índice de massa corporal comparável entre si (P>0,05). Quando comparadas ao grupo controle, também apresentavam redução do VO2 pico (absoluto e relativo), redução da força em membros inferiores, aumento do tecido adiposo visceral, redução da capacidade de caminhada, diminuição do equivalente metabólico semanal, da capacidade de caminhada, da capacidade funcional (HAQ e SF-36) (P<0,05). Entretanto, não houve correlações entre a redução da potência aeróbia, da força e as variáveis funcionais avaliadas. Após a randomização, as pacientes submetidas ao exercício físico combinado não apresentaram eventos adversos, recidivas ou piora aguda da doença ou após um mês de seguimento. Com relação aos reagentes de fase aguda, não foram encontradas diferenças significativas pré e pós-sessão (0, 30, 60, 90, 120 minutos). Em todas as fases, não foram observados efeitos adversos, intercorrências (clínicas e laboratoriais) ou recidivas da doença. Conclusões. As pacientes do grupo TAK apresentam significativa piora dos fatores de risco cardiovascular modificáveis (potência aeróbia, força de membros inferiores, tecido adiposo visceral, relação cintura-quadril e nível de atividade física). Além disso, apresentando piora da qualidade de vida, da capacidade funcional e da capacidade de realização das atividades da vida diária. O aumento da presença de fatores de risco cardiovascular modificáveis (potência aeróbia e força muscular) não se correlacionou à menor qualidade de vida, menor capacidade funcional, e com a pior composição corporal. O exercício físico combinado foi seguro agudamente e após um mês da sessão. |
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Fatores de risco cardiovascular modificáveis e segurança da sessão de exercício físico combinado na arterite de Takayasu: estudo multicêntrico e randomizadoModifiable cardiovascular risk factors and safety of the combined exercise session in Takayasu\'s arteritis: multicenter, randomized studyArterite de TakayasuExercício físicoExerciseFatores de riscoRisk factorsSafetySegurançaTakayasu's arteritisVasculites.Vasculitis.Introdução. A arterite de Takayasu (TAK) é uma vasculite sistêmica primária com alta frequência de morbimortalidade, de doenças cardiovasculares e de seus fatores de risco. Entretanto, há fatores de risco cardiovascular modificáveis, ainda pouco estudados na TAK, que poderiam influenciar nesta morbimortalidade, como, por exemplo, a menor a capacidade aeróbia e potência aeróbia, a menor força muscular, o menor nível de atividade física e a pior composição corporal. Objetivos. Avaliar os fatores de risco cardiovascular modificáveis em pacientes do sexo feminino com TAK. Adicionalmente, avaliar o exercício físico combinado quanto a efeitos adversos, reativação da doença, e sua segurança. Secundariamente, avaliar a qualidade de vida, capacidade funcional, capacidade de realização de atividades da vida diária, e comorbidades pré-existentes. Por fim, correlacionar fatores de risco cardiovascular modificáveis, por exemplo, a potência aeróbia e força com a capacidade funcional, qualidade de vida e composição corporal. Métodos. Trata-se de um estudo clínico multicêntrico, randomizado, realizado no período de 2019 a 2020, em duas fases. Na primeira fase, foi realizada uma análise transversal em que 20 mulheres adultas com TAK (ACR 1990) foram pareadas por sexo, etnia, idade e índice de massa corporal com 16 controles sem doenças reumáticas, para avaliação dos fatores de risco cardiovascular modificáveis, isto é, capacidade e potência aeróbia (VO2 pico relativo e absoluto, limiares metabólicos e frequência cardíaca em teste, razão de troca respiratória), força, composição corporal (massa magra, massa gorda, tecido adiposo, massa corporal, índice de massa corporal e circunferências e razão cintura- quadril), atividade física, equivalente metabólica semanal (Questionário Internacional de Atividade Física - Formulário Curto, IPAQ-SF) e capacidade funcional / atividades de vida diária (Health Assessment Questionnaire - HAQ e Short-Form Health Survey questionários - SF-36), status da doença (Indian Takayasu Clinical Activity Score 2010, National Institute of Healthy, proteína C reativa - PCR e velocidade de hemossedimentação - VHS). Na segunda fase (randomização), 14 dos 20 pacientes com TAK foram randomizadas (1:1) para se submeterem ou não a uma sessão aguda de exercício físico combinado, com o objetivo de avaliar a segurança durante a sessão, reativação da doença e efeitos adversos (agudamente e após um mês de acompanhamento). Resultados. As 20 pacientes com TAK e 16 mulheres do grupo controle apresentavam, respectivamente, idade, etnia, e índice de massa corporal comparável entre si (P>0,05). Quando comparadas ao grupo controle, também apresentavam redução do VO2 pico (absoluto e relativo), redução da força em membros inferiores, aumento do tecido adiposo visceral, redução da capacidade de caminhada, diminuição do equivalente metabólico semanal, da capacidade de caminhada, da capacidade funcional (HAQ e SF-36) (P<0,05). Entretanto, não houve correlações entre a redução da potência aeróbia, da força e as variáveis funcionais avaliadas. Após a randomização, as pacientes submetidas ao exercício físico combinado não apresentaram eventos adversos, recidivas ou piora aguda da doença ou após um mês de seguimento. Com relação aos reagentes de fase aguda, não foram encontradas diferenças significativas pré e pós-sessão (0, 30, 60, 90, 120 minutos). Em todas as fases, não foram observados efeitos adversos, intercorrências (clínicas e laboratoriais) ou recidivas da doença. Conclusões. As pacientes do grupo TAK apresentam significativa piora dos fatores de risco cardiovascular modificáveis (potência aeróbia, força de membros inferiores, tecido adiposo visceral, relação cintura-quadril e nível de atividade física). Além disso, apresentando piora da qualidade de vida, da capacidade funcional e da capacidade de realização das atividades da vida diária. O aumento da presença de fatores de risco cardiovascular modificáveis (potência aeróbia e força muscular) não se correlacionou à menor qualidade de vida, menor capacidade funcional, e com a pior composição corporal. O exercício físico combinado foi seguro agudamente e após um mês da sessão.Introduction. Takayasu arteritis (TAK) is a primary systemic vasculitis with a high frequency of morbidity and mortality, cardiovascular disease and its risk factors. However, there are modifiable cardiovascular risk factors, still little studied in TAK, that could influence this morbidity and mortality, such as, for example, the lower aerobic capacity and aerobic power, the lower muscle strength, the lower level of physical activity and the worst composition body. Objectives. To evaluate the modifiable cardiovascular risk factors in female patients with TAK. Additionally, to evaluate the combined physical exercise for adverse effects, reactivation of the disease, its safety. Secondarily, assess the quality of life, functional capacity, ability to perform activities of daily living, and pre-existing comorbidities. Finally, to correlate modifiable cardiovascular risk factors, for example, aerobic power and strength with functional capacity, quality of life, and body composition. Methods This is a multicenter, randomized clinical study, carried out from 2019 to 2020, in two phases. In the first phase, a cross-sectional analysis was carried out in which 20 adult women with TAK (ACR 1990) were paired by sex, ethnicity, age, and body mass index with 16 controls without rheumatic diseases, to assess the modifiable cardiovascular risk factors, that is, aerobic capacity and power (VO2 relative and absolute peak, metabolic thresholds and heart rate, respiratory exchange ratio), strength, body composition (lean mass, fat mass, adipose tissue, body mass, body mass index and circumferences, and ratio waist-to-hip), physical activity, weekly metabolic equivalent (International Physical Activity Questionnaire - Short Form, IPAQ-SF) and functional capacity/activities of daily living (Health Assessment Questionnaire - HAQ and Short- Form Health Survey questionnaires - SF-36 ), disease status (Indian Takayasu Clinical Activity Score 2010, National Institute of Healthy, C-reactive protein - CRP and erythrocyte sedimentation rate - ESR). In the second phase (randomization), 14 of the 20 patients with TAK were randomized (1: 1) to undergo or not an acute session of combined physical exercise, to assess safety during the session, reactivation of the disease, and effects adverse effects (acutely and after a month of follow-up). Results. The 20 patients with TAK and 16 women in the control group had, respectively, age, ethnicity, and body mass index comparable to each other (P> 0.05). When compared to the control group, they also showed a reduction in peak VO2 (absolute and relative), reduced strength in lower limbs, increased visceral adipose tissue, reduced walking capacity, decreased weekly metabolic equivalent, walking ability, capacity functional (HAQ and SF-36) (P <0.05). However, there were no correlations between the reduction in aerobic power, strength, and the functional variables evaluated. After randomization, patients undergoing combined physical exercise did not experience adverse events, relapses, or acute worsening of the disease or after a month of follow-up. Regarding acute phase reagents, no significant differences were found before and after the session (0, 30, 60, 90, 120 minutes). In all phases, no adverse effects, complications (clinical and laboratory), or recurrences of the disease were observed. Conclusions. The patients in the TAK group have a significant worsening of the modifiable cardiovascular risk factors (aerobic power, lower limb strength, visceral adipose tissue, waist-to-hip ratio, and level of physical activity). In addition, it has worsened quality of life, functional capacity, and ability to perform activities of daily living. The increase in the presence of modifiable cardiovascular risk factors (aerobic power and muscle strength) was not correlated with lower quality of life, lower functional capacity, and worse body composition. The combined physical exercise was safe acutely and after one month of the session.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPShinjo, Samuel KatsuyukiSantos, Alexandre Moura dos2021-01-26info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5140/tde-20072021-162648/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-08-05T14:36:02Zoai:teses.usp.br:tde-20072021-162648Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-08-05T14:36:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Introdução. A arterite de Takayasu (TAK) é uma vasculite sistêmica primária com alta frequência de morbimortalidade, de doenças cardiovasculares e de seus fatores de risco. Entretanto, há fatores de risco cardiovascular modificáveis, ainda pouco estudados na TAK, que poderiam influenciar nesta morbimortalidade, como, por exemplo, a menor a capacidade aeróbia e potência aeróbia, a menor força muscular, o menor nível de atividade física e a pior composição corporal. Objetivos. Avaliar os fatores de risco cardiovascular modificáveis em pacientes do sexo feminino com TAK. Adicionalmente, avaliar o exercício físico combinado quanto a efeitos adversos, reativação da doença, e sua segurança. Secundariamente, avaliar a qualidade de vida, capacidade funcional, capacidade de realização de atividades da vida diária, e comorbidades pré-existentes. Por fim, correlacionar fatores de risco cardiovascular modificáveis, por exemplo, a potência aeróbia e força com a capacidade funcional, qualidade de vida e composição corporal. Métodos. Trata-se de um estudo clínico multicêntrico, randomizado, realizado no período de 2019 a 2020, em duas fases. Na primeira fase, foi realizada uma análise transversal em que 20 mulheres adultas com TAK (ACR 1990) foram pareadas por sexo, etnia, idade e índice de massa corporal com 16 controles sem doenças reumáticas, para avaliação dos fatores de risco cardiovascular modificáveis, isto é, capacidade e potência aeróbia (VO2 pico relativo e absoluto, limiares metabólicos e frequência cardíaca em teste, razão de troca respiratória), força, composição corporal (massa magra, massa gorda, tecido adiposo, massa corporal, índice de massa corporal e circunferências e razão cintura- quadril), atividade física, equivalente metabólica semanal (Questionário Internacional de Atividade Física - Formulário Curto, IPAQ-SF) e capacidade funcional / atividades de vida diária (Health Assessment Questionnaire - HAQ e Short-Form Health Survey questionários - SF-36), status da doença (Indian Takayasu Clinical Activity Score 2010, National Institute of Healthy, proteína C reativa - PCR e velocidade de hemossedimentação - VHS). Na segunda fase (randomização), 14 dos 20 pacientes com TAK foram randomizadas (1:1) para se submeterem ou não a uma sessão aguda de exercício físico combinado, com o objetivo de avaliar a segurança durante a sessão, reativação da doença e efeitos adversos (agudamente e após um mês de acompanhamento). Resultados. As 20 pacientes com TAK e 16 mulheres do grupo controle apresentavam, respectivamente, idade, etnia, e índice de massa corporal comparável entre si (P>0,05). Quando comparadas ao grupo controle, também apresentavam redução do VO2 pico (absoluto e relativo), redução da força em membros inferiores, aumento do tecido adiposo visceral, redução da capacidade de caminhada, diminuição do equivalente metabólico semanal, da capacidade de caminhada, da capacidade funcional (HAQ e SF-36) (P<0,05). Entretanto, não houve correlações entre a redução da potência aeróbia, da força e as variáveis funcionais avaliadas. Após a randomização, as pacientes submetidas ao exercício físico combinado não apresentaram eventos adversos, recidivas ou piora aguda da doença ou após um mês de seguimento. Com relação aos reagentes de fase aguda, não foram encontradas diferenças significativas pré e pós-sessão (0, 30, 60, 90, 120 minutos). Em todas as fases, não foram observados efeitos adversos, intercorrências (clínicas e laboratoriais) ou recidivas da doença. Conclusões. As pacientes do grupo TAK apresentam significativa piora dos fatores de risco cardiovascular modificáveis (potência aeróbia, força de membros inferiores, tecido adiposo visceral, relação cintura-quadril e nível de atividade física). Além disso, apresentando piora da qualidade de vida, da capacidade funcional e da capacidade de realização das atividades da vida diária. O aumento da presença de fatores de risco cardiovascular modificáveis (potência aeróbia e força muscular) não se correlacionou à menor qualidade de vida, menor capacidade funcional, e com a pior composição corporal. O exercício físico combinado foi seguro agudamente e após um mês da sessão. |
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