Variação espacial nas tendências temporais para incidência da tuberculose pulmonar e extrapulmonar concomitante em áreas de risco, Manaus (Brasil)

• Autor(a) principal: Bruce, Alexandre Tadashi Inomata
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
• Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-23052023-150000/
• topic: Análise espacial; Análise espaço-temporal; Epidemiologia; Epidemiology; Public health; Saúde pública; Spatial analysis; Spatio-temporal analysis; Tuberculose; Tuberculosis

Embora evitável e curável, a tuberculose (TB) ainda ocorre em países pobres ou em desenvolvimento, principalmente nas regiões metropolitanas das grandes cidades. A doença é considerada um grave problema de saúde pública e está diretamente ligada a questões sociais. Neste estudo analisou-se as variações das tendências temporais em áreas de risco para TB concomitante e caracterizou-se o perfil clínico e epidemiológico dos casos em um município hiperendêmico da Região Amazônica do Brasil. Trata-se de um estudo ecológico, realizado no município de Manaus, região norte do Brasil. A população foi composta de casos de TB pulmonar e extrapulmonar concomitantes, notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), entre 1º de janeiro de 2009 e 31 de dezembro de 2018. Para detecção de clusters de risco foram utilizadas técnicas estatísticas de varredura espacial e espaço-temporal. A análise de Variação Espacial em Tendências Temporais (SVTT) foi usada para detectar e inferir clusters para tendências de tempo significativamente diferentes. Entre 2009 e 2018, foram registrados 873 casos concomitantes de TB em Manaus. Usando estatísticas de varredura puramente espaciais, identificou-se dois grupos de risco. O risco relativo (RR) dos clusters foi de 2,21 (Intervalo de Confiança (IC) de 95%: 1,57-2,88; p = 0,0031) e 2,03 (IC 95%: 1,58-2,58; P = 0,0029). Utilizando a Varredura Espaço-temporal, identificou-se um cluster de risco com RR = 3,57 (IC 95%: 2,84-4,41; p = 0,014), entre 2017 e 2018. Para análises de SVTT, três clusters com variações espaciais foram detectados no tendências: SVTT 1 (p = 0,042), SVTT 2 (p = 0,046) e cluster SVTT 3 (p = 0,036). O estudo avança no conhecimento ao evidenciar que as áreas urbanas mais afetadas pela tuberculose se sobrepõem às áreas e comunidades carentes. Segundo os resultados do estudo e a progressão da TB nessas áreas, dificilmente a região alcançará as metas estabelecidas na Estratégia End TB, de eliminação da doença até 2050.