As possibilidades de reflexão na indústria cultural

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Monti, Manuela
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-07022013-114508/
Resumo: Este trabalho parte da seguinte pergunta: É possível reflexão na indústria cultural? Hoje, a amplitude da utilização deste conceito atingiu proporções que, concentrando-se de um lado naqueles que nele veem um sentido mais positivista, como um sistema que seria integrador, e, em contrapartida, naqueles que, considerados pessimistas, concebem o sistema totalitário da indústria cultural como sinônimo do final dos tempos, mais se afundam nos dualismos que impedem a reflexão, acabando por ignorar quaisquer possibilidades de ambiguidades na sociedade e no próprio sistema. Na contramão disto e a fim de responder tal questão, este trabalho objetiva apresentar e discutir as contradições do conceito de indústria cultural, por meio dos textos dos autores frankfurtianos que o criaram, especialmente Theodor W. Adorno e Max Horkheimer, de modo a desmistificar e diminuir as distâncias dos abismos dualistas a que os estudos sobre este sistema têm sido tratados. Norteada pelos princípios da Teoria Crítica da Sociedade, esta pesquisa espera mostrar que, ao contrário do que comumente é compreendido a respeito do estudo desse conceito, este também possui as suas contradições, não podendo ser reduzido a definições que se estabelecem em blocos opostos. Se, por um lado, pode ser verdadeira a consideração da indústria cultural como apocalíptica, em virtude de seu caráter totalitário e como mediação primordial para a manutenção da ordem injusta e reificação dos indivíduos, também por outro, não menos o é a concepção de que ela carrega em si mesma os antídotos dessa totalidade na medida em que justamente os nega. Fruto da dialética do esclarecimento, a indústria cultural, como a expressão da barbárie e enquanto espírito objetivo relembraria a natureza de dominação presente na contradição desse mesmo espírito e por isso, também a verdadeira humanidade pendente inerente a essa mesma dialética, apresentando ainda resistências, tanto entre si mesma e a realidade, expressas pela negatividade das obras de arte que ainda conseguem contradizê-la, quanto inerentes a esse mesmo sistema. Dialética essa que, como se mostrará, não se atém somente aos países onde o conceito de indústria cultural fora criado ou no velho continente, mas está presente inclusive naqueles que, sob a égide do atraso como querem os que defendem uma espécie de puerilidade estabeleceria uma possível autonomia a esse sistema; no samba e até mesmo na defesa pela arte popular
id USP_447d814d5b3531a59b72dcbad7f8c774
oai_identifier_str oai:teses.usp.br:tde-07022013-114508
network_acronym_str USP
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository_id_str 2721
spelling As possibilidades de reflexão na indústria culturalThe possibilities of reflection in the cultural industryContradiçãocontradictionCritical TheoryCultural industrycultural industry (Brazil)Indústria culturalIndústria cultural (Brasil)resistanceResistênciaTeoria CríticaEste trabalho parte da seguinte pergunta: É possível reflexão na indústria cultural? Hoje, a amplitude da utilização deste conceito atingiu proporções que, concentrando-se de um lado naqueles que nele veem um sentido mais positivista, como um sistema que seria integrador, e, em contrapartida, naqueles que, considerados pessimistas, concebem o sistema totalitário da indústria cultural como sinônimo do final dos tempos, mais se afundam nos dualismos que impedem a reflexão, acabando por ignorar quaisquer possibilidades de ambiguidades na sociedade e no próprio sistema. Na contramão disto e a fim de responder tal questão, este trabalho objetiva apresentar e discutir as contradições do conceito de indústria cultural, por meio dos textos dos autores frankfurtianos que o criaram, especialmente Theodor W. Adorno e Max Horkheimer, de modo a desmistificar e diminuir as distâncias dos abismos dualistas a que os estudos sobre este sistema têm sido tratados. Norteada pelos princípios da Teoria Crítica da Sociedade, esta pesquisa espera mostrar que, ao contrário do que comumente é compreendido a respeito do estudo desse conceito, este também possui as suas contradições, não podendo ser reduzido a definições que se estabelecem em blocos opostos. Se, por um lado, pode ser verdadeira a consideração da indústria cultural como apocalíptica, em virtude de seu caráter totalitário e como mediação primordial para a manutenção da ordem injusta e reificação dos indivíduos, também por outro, não menos o é a concepção de que ela carrega em si mesma os antídotos dessa totalidade na medida em que justamente os nega. Fruto da dialética do esclarecimento, a indústria cultural, como a expressão da barbárie e enquanto espírito objetivo relembraria a natureza de dominação presente na contradição desse mesmo espírito e por isso, também a verdadeira humanidade pendente inerente a essa mesma dialética, apresentando ainda resistências, tanto entre si mesma e a realidade, expressas pela negatividade das obras de arte que ainda conseguem contradizê-la, quanto inerentes a esse mesmo sistema. Dialética essa que, como se mostrará, não se atém somente aos países onde o conceito de indústria cultural fora criado ou no velho continente, mas está presente inclusive naqueles que, sob a égide do atraso como querem os que defendem uma espécie de puerilidade estabeleceria uma possível autonomia a esse sistema; no samba e até mesmo na defesa pela arte popularThis study starts from the following question: Is reflection possible in cultural industry? Today, the amplitude of this concept has reached proportions which, concentrating on the one hand on those who see in it a positivist sense, as an integrator system, and, on the other hand on those who are considered pessimistic, by conceiving the totalitarian system of the cultural industry as a synonym of the end of times, more and more sink into dualisms which prevent reflection, ignoring any possible ambiguities in society and in the system itself. Contrary of this point and in order to answer that question, this study aims to present and discuss the contradictions of the concept of cultural industry, through the texts of the authors of the Frankfurt School who created it, especially Theodor W. Adorno and Max Horkheimer, in order to demystify and reduce the distances of the dual abysses which studies of this system have been treated. Guided by the principles of the Critical Theory of Society, this research hopes to show that, on the contrary of what is commonly understood about the study of this concept, it has also its contradictions and can not be reduced to definitions which are set into opposing blocs. If, on the one hand, the consideration of the cultural industry as apocalyptic is true, because of its totalitarian character and as the essential mediation for the maintenance of the unfair order and reification of individuals, also on the other hand, it is not less as well the concept in which it carries in itself the antidotes of this totality as far as it denies it. Result of the dialectic of enlightenment, the cultural industry, as an expression of barbarity and while as an objective spirit would remind the nature of domination present in the contradiction of this same spirit, and therefore, also the true pending humanity inherent to the very same dialectic, still presenting resistances, even between itself and reality, expressed by the negativity of those arts which can still contradict it, as well as resistances inherent this very same system. Such dialectic which, as this study intends to show, does not only hold on the countries where the concept of cultural industry was created or in the old continent, but it is also present in those where, under the aegis of the delay such as those who want to advocate a kind of puerility of these countries could establish a possible autonomy of this system; in samba and even in the defense of folk artBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPCrochik, Jose LeonMonti, Manuela2012-12-05info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-07022013-114508/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:35Zoai:teses.usp.br:tde-07022013-114508Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:35Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.none.fl_str_mv As possibilidades de reflexão na indústria cultural
The possibilities of reflection in the cultural industry
title As possibilidades de reflexão na indústria cultural
spellingShingle As possibilidades de reflexão na indústria cultural
Monti, Manuela
Contradição
contradiction
Critical Theory
Cultural industry
cultural industry (Brazil)
Indústria cultural
Indústria cultural (Brasil)
resistance
Resistência
Teoria Crítica
title_short As possibilidades de reflexão na indústria cultural
title_full As possibilidades de reflexão na indústria cultural
title_fullStr As possibilidades de reflexão na indústria cultural
title_full_unstemmed As possibilidades de reflexão na indústria cultural
title_sort As possibilidades de reflexão na indústria cultural
author Monti, Manuela
author_facet Monti, Manuela
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Crochik, Jose Leon
dc.contributor.author.fl_str_mv Monti, Manuela
dc.subject.por.fl_str_mv Contradição
contradiction
Critical Theory
Cultural industry
cultural industry (Brazil)
Indústria cultural
Indústria cultural (Brasil)
resistance
Resistência
Teoria Crítica
topic Contradição
contradiction
Critical Theory
Cultural industry
cultural industry (Brazil)
Indústria cultural
Indústria cultural (Brasil)
resistance
Resistência
Teoria Crítica
description Este trabalho parte da seguinte pergunta: É possível reflexão na indústria cultural? Hoje, a amplitude da utilização deste conceito atingiu proporções que, concentrando-se de um lado naqueles que nele veem um sentido mais positivista, como um sistema que seria integrador, e, em contrapartida, naqueles que, considerados pessimistas, concebem o sistema totalitário da indústria cultural como sinônimo do final dos tempos, mais se afundam nos dualismos que impedem a reflexão, acabando por ignorar quaisquer possibilidades de ambiguidades na sociedade e no próprio sistema. Na contramão disto e a fim de responder tal questão, este trabalho objetiva apresentar e discutir as contradições do conceito de indústria cultural, por meio dos textos dos autores frankfurtianos que o criaram, especialmente Theodor W. Adorno e Max Horkheimer, de modo a desmistificar e diminuir as distâncias dos abismos dualistas a que os estudos sobre este sistema têm sido tratados. Norteada pelos princípios da Teoria Crítica da Sociedade, esta pesquisa espera mostrar que, ao contrário do que comumente é compreendido a respeito do estudo desse conceito, este também possui as suas contradições, não podendo ser reduzido a definições que se estabelecem em blocos opostos. Se, por um lado, pode ser verdadeira a consideração da indústria cultural como apocalíptica, em virtude de seu caráter totalitário e como mediação primordial para a manutenção da ordem injusta e reificação dos indivíduos, também por outro, não menos o é a concepção de que ela carrega em si mesma os antídotos dessa totalidade na medida em que justamente os nega. Fruto da dialética do esclarecimento, a indústria cultural, como a expressão da barbárie e enquanto espírito objetivo relembraria a natureza de dominação presente na contradição desse mesmo espírito e por isso, também a verdadeira humanidade pendente inerente a essa mesma dialética, apresentando ainda resistências, tanto entre si mesma e a realidade, expressas pela negatividade das obras de arte que ainda conseguem contradizê-la, quanto inerentes a esse mesmo sistema. Dialética essa que, como se mostrará, não se atém somente aos países onde o conceito de indústria cultural fora criado ou no velho continente, mas está presente inclusive naqueles que, sob a égide do atraso como querem os que defendem uma espécie de puerilidade estabeleceria uma possível autonomia a esse sistema; no samba e até mesmo na defesa pela arte popular
publishDate 2012
dc.date.none.fl_str_mv 2012-12-05
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-07022013-114508/
url http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-07022013-114508/
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv
dc.rights.driver.fl_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.coverage.none.fl_str_mv
dc.publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
dc.source.none.fl_str_mv
reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv virginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.br
_version_ 1809090469570805760