Importância do Ácido Siálico e SIGLEC-1 (CD169) na infecção por Leishmania (L.) amazonensis e Leishmania (L.) infantum chagasi.
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42135/tde-12092024-170448/ |
Resumo: | Leishmania sp. são agentes etiológicos da leishmaniose, uma das doenças parasitárias mais importantes do mundo. Os promastigotas de Leishmania são recobertos por glicocálice, uma densa camada de glicoconjugados que desempenha um importante papel na infectividade e sobrevivência de Leishmania. Os ácidos siálicos (Sias) são açúcares com nove átomos de carbono geralmente presentes como resíduos terminais de glicoproteínas e glicolipídeos na superfície celular ou secretados. O papel de Sias em infecções por protozoários como Trypanosoma cruzi e Leishmania (L.) donovani foi demonstrado em estudos anteriores. A interação entre Sias de Leishmania (L.) donovani e o receptor de macrófago Siglec-1 (lectinas do tipo imunoglobulina que se ligam ao ácido siálico) contribuiu para a entrada do parasita na célula hospedeira. Devido às divergências entre as espécies de Leishmania, o objetivo deste trabalho foi avaliar a importância da interação Sias-Siglec-1 para duas espécies endêmicas no Brasil: L. (L.) amazonensis e L. (L.) infantum chagasi. Para isso, tratamos os parasitas com sialidase, removendo parte do Sias de Leishmania. Ensaios de infecção in vitro usando macrófagos derivados da medula óssea murina (MDMO) e células da linhagem humana THP-1 mostraram que a redução de Sias diminui a infecção. Esses resultados foram observados para ambas as espécies e também para duas diferentes cepas de L. (L.) infantum chagasi, MHOM / BR / 1972 / LD e MHOM / BR / 2005 / NLC, com maior impacto do tratamento com sialidase para a cepa MHOM / BR / 2005 / NLC. Em seguida, analisamos a abundância de Siglec-1 em macrófagos murinos e células THP-1 diferenciadas por citometria de fluxo. Ambas apresentaram populações positivas para Siglec-1, no entanto o bloqueio do receptor em MDMO e células THP-1 não teve impacto nas infecções por L. (L.) amazonensis e L. (L.) i. chagasi. Nossos resultados implicam que o ácido siálico é importante na infecção por L. (L.) amazonensis e L. (L.) i. chagasi e que o impacto do tratamento com sialidase pode variar entre cepas da mesma espécie. |
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Importância do Ácido Siálico e SIGLEC-1 (CD169) na infecção por Leishmania (L.) amazonensis e Leishmania (L.) infantum chagasi.The importance of Sialic acids and SIGLEC-1 (CD169) in Leishmania amazonensis and Leishmania infantum chagasi infection.LeishmaniaLeishmaniaÁcido siálicoInfecção de macrófagomacrophage infectionsialic acidLeishmania sp. são agentes etiológicos da leishmaniose, uma das doenças parasitárias mais importantes do mundo. Os promastigotas de Leishmania são recobertos por glicocálice, uma densa camada de glicoconjugados que desempenha um importante papel na infectividade e sobrevivência de Leishmania. Os ácidos siálicos (Sias) são açúcares com nove átomos de carbono geralmente presentes como resíduos terminais de glicoproteínas e glicolipídeos na superfície celular ou secretados. O papel de Sias em infecções por protozoários como Trypanosoma cruzi e Leishmania (L.) donovani foi demonstrado em estudos anteriores. A interação entre Sias de Leishmania (L.) donovani e o receptor de macrófago Siglec-1 (lectinas do tipo imunoglobulina que se ligam ao ácido siálico) contribuiu para a entrada do parasita na célula hospedeira. Devido às divergências entre as espécies de Leishmania, o objetivo deste trabalho foi avaliar a importância da interação Sias-Siglec-1 para duas espécies endêmicas no Brasil: L. (L.) amazonensis e L. (L.) infantum chagasi. Para isso, tratamos os parasitas com sialidase, removendo parte do Sias de Leishmania. Ensaios de infecção in vitro usando macrófagos derivados da medula óssea murina (MDMO) e células da linhagem humana THP-1 mostraram que a redução de Sias diminui a infecção. Esses resultados foram observados para ambas as espécies e também para duas diferentes cepas de L. (L.) infantum chagasi, MHOM / BR / 1972 / LD e MHOM / BR / 2005 / NLC, com maior impacto do tratamento com sialidase para a cepa MHOM / BR / 2005 / NLC. Em seguida, analisamos a abundância de Siglec-1 em macrófagos murinos e células THP-1 diferenciadas por citometria de fluxo. Ambas apresentaram populações positivas para Siglec-1, no entanto o bloqueio do receptor em MDMO e células THP-1 não teve impacto nas infecções por L. (L.) amazonensis e L. (L.) i. chagasi. Nossos resultados implicam que o ácido siálico é importante na infecção por L. (L.) amazonensis e L. (L.) i. chagasi e que o impacto do tratamento com sialidase pode variar entre cepas da mesma espécie.Leishmania sp. are etiological agents of leishmaniasis, one of the most important parasitic diseases in the world. Leishmania promastigotes are covered by a dense glycocalyx composed by glycoconjugates, which play an important role in Leishmania infectivity and survival. Sialic acids (Sias) are nine-carbon atoms sugars usually present as terminal residues of glycoproteins and glycolipids on the cell surface or secreted. The role of Sias in infections by protozoa such as Trypanosoma cruzi and Leishmania (L.) donovani was demonstrated in previous studies. The interaction between Leishmania donovani Sias and macrophage receptor Siglec-1 (Sialic acid-binding immunoglobulin-type lectins) contributes to the parasite\'s entry into the host cell. Due to the divergences among Leishmania species, the aim of this work was to evaluate the importance of Sias-Siglec-1 interaction for two endemic species in Brazil: L. (L.) amazonensis and L. (L.) infantum chagasi. For that, we treated parasites with sialidase, removing part of Leishmania Sias. In vitro infection assays using murine bone marrow-derived macrophages (BMDM) and cells of human lineage THP-1 showed that reduction of Sias decreased infection. These results were observed for both species and also for two different strains of L. (L.) infantum chagasi, MHOM/BR/1972/LD and MHOM/BR/2005/NLC, with the greatest impact of sialidase treatment for MHOM/BR/2005/NLC strain. We then analyzed Siglec-1 abundance in murine macrophages (BMDM) and human differentiated THP1 cells by flow cytometry. Both cells had populations with positive labeling for Siglec-1, but blocking of the receptor in BMDM and THP1 had no impact on infections by L. (L.) amazonensis and L. (L.) i. chagasi, Our results imply that sialic acid is important for L. amazonensis and L. i. chagasi infection and that the impact of sialidase treatment may vary between strains of the same species.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPCarboni, Beatriz Simonsen StolfOliveira, Tainá Cavalcante de2021-08-31info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42135/tde-12092024-170448/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-09-18T11:35:02Zoai:teses.usp.br:tde-12092024-170448Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-09-18T11:35:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Leishmania sp. são agentes etiológicos da leishmaniose, uma das doenças parasitárias mais importantes do mundo. Os promastigotas de Leishmania são recobertos por glicocálice, uma densa camada de glicoconjugados que desempenha um importante papel na infectividade e sobrevivência de Leishmania. Os ácidos siálicos (Sias) são açúcares com nove átomos de carbono geralmente presentes como resíduos terminais de glicoproteínas e glicolipídeos na superfície celular ou secretados. O papel de Sias em infecções por protozoários como Trypanosoma cruzi e Leishmania (L.) donovani foi demonstrado em estudos anteriores. A interação entre Sias de Leishmania (L.) donovani e o receptor de macrófago Siglec-1 (lectinas do tipo imunoglobulina que se ligam ao ácido siálico) contribuiu para a entrada do parasita na célula hospedeira. Devido às divergências entre as espécies de Leishmania, o objetivo deste trabalho foi avaliar a importância da interação Sias-Siglec-1 para duas espécies endêmicas no Brasil: L. (L.) amazonensis e L. (L.) infantum chagasi. Para isso, tratamos os parasitas com sialidase, removendo parte do Sias de Leishmania. Ensaios de infecção in vitro usando macrófagos derivados da medula óssea murina (MDMO) e células da linhagem humana THP-1 mostraram que a redução de Sias diminui a infecção. Esses resultados foram observados para ambas as espécies e também para duas diferentes cepas de L. (L.) infantum chagasi, MHOM / BR / 1972 / LD e MHOM / BR / 2005 / NLC, com maior impacto do tratamento com sialidase para a cepa MHOM / BR / 2005 / NLC. Em seguida, analisamos a abundância de Siglec-1 em macrófagos murinos e células THP-1 diferenciadas por citometria de fluxo. Ambas apresentaram populações positivas para Siglec-1, no entanto o bloqueio do receptor em MDMO e células THP-1 não teve impacto nas infecções por L. (L.) amazonensis e L. (L.) i. chagasi. Nossos resultados implicam que o ácido siálico é importante na infecção por L. (L.) amazonensis e L. (L.) i. chagasi e que o impacto do tratamento com sialidase pode variar entre cepas da mesma espécie. |
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