Exposição e reatividade do prematuro ao ruído intenso durante o cuidado em incubadora
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2007 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-14112007-141101/ |
Resumo: | Introdução: Os níveis sonoros encontrados nas incubadoras e o ruído adicional gerado durante a manipulação destas revelam que os recém-nascidos (RN) pré-termo e de alto risco estão expostos a um ambiente ruidoso, permanecendo longos períodos nesse ambiente, sem a chance de momentos que possibilitem o repouso auditivo. Objetivos: Avaliar a exposição e a reatividade do prematuro diante do ruído em incubadora durante o cuidado recebido na unidade neonatal de cuidados intermediários de um hospital universitário de Ribeirão Preto - SP. Método: Estudo observacional prospectivo realizado na unidade neonatal de cuidados intermediários de um hospital universitário de Ribeirão Preto - SP. Participaram da etapa de dimensionamento dos níveis e fontes de ruído 35 prematuros, sendo que em 20 deles também se analisou as respostas fisiológicas (freqüência cardíaca e saturação de oxigênio) e comportamentais (atividades reflexas, corporais, faciais e mudanças de estado de sono e vigília) diante de ruídos intensos. O ruído foi mensurado utilizando um medidor de níveis de pressão sonora (NPS), dosímetro Quest-400, fixado dentro da incubadora, por duas horas durante os cuidados prestados ao RN. Diante de Lmax maiores que 65dBA foram investigadas as fontes de ruído e as respostas fisiológicas e comportamentais do bebê, as quais foram filmadas por quatro câmeras conectadas a uma placa de vídeo instalada em um computador. Resultados: O Leq esteve na faixa de 47,6 a 88,7dBA. Todos os RN estavam com Leq acima do limite de 45dBA recomendado por organizações internacionais e mais da metade estavam com Leq médios superiores ao limite de 60dBA permitido em incubadora pela norma brasileira. Os Lmin variaram de 46,9 a 61,6dBA, os Lmax de 49 a 97,2dBA e os Lpeak de 87 a 135,7dBA. As principais fontes de ruído intenso foram: conversa na unidade e no entorno da incubadora, manuseio do balcão, vocalizações do RN, abrir e fechar portinholas e movimentação de cadeira na unidade. As diferenças na freqüência cardíaca e na saturação de oxigênio, nos períodos anterior e posterior ao ruído intenso, não foram estatisticamente significativas. Diante do ruído intenso, 62,4% dos RN desencadearam o reflexo cócleopalpebral e 20% o sobressalto, 42,1% apresentaram manifestações faciais, 55% atividades corporais e 60% mudanças no padrão de sono e vigília, havendo diferença estatisticamente significativa entre os períodos analisados. Conclusão: Os níveis sonoros mensurados foram intensos e decorrentes de fontes diversas: conversação da equipe e familiares, manifestações do próprio bebê, cuidado direto ao RN, manejo da incubadora e do ambiente externo no entorno da mesma e na enfermaria da unidade neonatal. Acredita-se que o ruído devido a essas fontes pode ser minimizado com mudança de atitude dos profissionais. Constata-se que o ruído a que os bebês estão expostos nas incubadoras durante os cuidados recebidos constitui evento estressante, pois modifica o estado comportamental do RN e desencadeia nele respostas reflexas, corporais, manifestações faciais e mudança no estado de sono e vigília diante dos ruídos intensos e súbitos. |
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Exposição e reatividade do prematuro ao ruído intenso durante o cuidado em incubadoraThe Preterm babies\' exposition and reactivity at the intense noise during care in incubators.IncubadorasIncubatorsNeonatologiaNeonatologyNoisePrematurePrematuroReactivity-StabilityReatividade-EstabilidadeRuídoIntrodução: Os níveis sonoros encontrados nas incubadoras e o ruído adicional gerado durante a manipulação destas revelam que os recém-nascidos (RN) pré-termo e de alto risco estão expostos a um ambiente ruidoso, permanecendo longos períodos nesse ambiente, sem a chance de momentos que possibilitem o repouso auditivo. Objetivos: Avaliar a exposição e a reatividade do prematuro diante do ruído em incubadora durante o cuidado recebido na unidade neonatal de cuidados intermediários de um hospital universitário de Ribeirão Preto - SP. Método: Estudo observacional prospectivo realizado na unidade neonatal de cuidados intermediários de um hospital universitário de Ribeirão Preto - SP. Participaram da etapa de dimensionamento dos níveis e fontes de ruído 35 prematuros, sendo que em 20 deles também se analisou as respostas fisiológicas (freqüência cardíaca e saturação de oxigênio) e comportamentais (atividades reflexas, corporais, faciais e mudanças de estado de sono e vigília) diante de ruídos intensos. O ruído foi mensurado utilizando um medidor de níveis de pressão sonora (NPS), dosímetro Quest-400, fixado dentro da incubadora, por duas horas durante os cuidados prestados ao RN. Diante de Lmax maiores que 65dBA foram investigadas as fontes de ruído e as respostas fisiológicas e comportamentais do bebê, as quais foram filmadas por quatro câmeras conectadas a uma placa de vídeo instalada em um computador. Resultados: O Leq esteve na faixa de 47,6 a 88,7dBA. Todos os RN estavam com Leq acima do limite de 45dBA recomendado por organizações internacionais e mais da metade estavam com Leq médios superiores ao limite de 60dBA permitido em incubadora pela norma brasileira. Os Lmin variaram de 46,9 a 61,6dBA, os Lmax de 49 a 97,2dBA e os Lpeak de 87 a 135,7dBA. As principais fontes de ruído intenso foram: conversa na unidade e no entorno da incubadora, manuseio do balcão, vocalizações do RN, abrir e fechar portinholas e movimentação de cadeira na unidade. As diferenças na freqüência cardíaca e na saturação de oxigênio, nos períodos anterior e posterior ao ruído intenso, não foram estatisticamente significativas. Diante do ruído intenso, 62,4% dos RN desencadearam o reflexo cócleopalpebral e 20% o sobressalto, 42,1% apresentaram manifestações faciais, 55% atividades corporais e 60% mudanças no padrão de sono e vigília, havendo diferença estatisticamente significativa entre os períodos analisados. Conclusão: Os níveis sonoros mensurados foram intensos e decorrentes de fontes diversas: conversação da equipe e familiares, manifestações do próprio bebê, cuidado direto ao RN, manejo da incubadora e do ambiente externo no entorno da mesma e na enfermaria da unidade neonatal. Acredita-se que o ruído devido a essas fontes pode ser minimizado com mudança de atitude dos profissionais. Constata-se que o ruído a que os bebês estão expostos nas incubadoras durante os cuidados recebidos constitui evento estressante, pois modifica o estado comportamental do RN e desencadeia nele respostas reflexas, corporais, manifestações faciais e mudança no estado de sono e vigília diante dos ruídos intensos e súbitos.Introduction: The sound levels found in incubators and the additional noise generated during the manipulation of them reveal that the preterm and high-risk newly born babies (RN) are exposed to a noisy environment and are kept for long periods in this environment without chance to have auditive rest. Objectives: To evaluate the exposition of premature babies and their reactivity to the incubator noise during the care delivered in the intermediate care neonatal unit of a school hospital in Ribeirão Preto - SP, Brazil. Method: Prospective observational study performed in the intermediate care neonatal unit of a school hospital in Ribeirão Preto. A total of 35 premature babies participated in the evaluation of noise levels and sources. The analysis of the physiological (cardiac frequency and oxygen saturation) and behavioral (reflexive, bodily, facial activities and sleep and awake pattern) responses to intense noise was also performed in 20 of the babies studied. The noise levels were measured through the sound pressure level meter (NPS), dosimeter Quest-400, fixed inside the incubator for two hours during the care delivered to the newly born baby. The noise sources as well as the physiological and behavioral responses were investigated when Lmax above 65dBA was identified. These responses were filmed using four cameras connected to a video card installed in a computer. Results: The Leq was around 47.6 to 88.7dBA, and all of them were exposed to Leq above the limit 45dBA recommended by international organizations. More than half were exposed to average Leq above 60dBA, allowed in incubators by the Brazilian norms. The Lmin varied from 46.9 to 61.6dBA, the Lmax from 49 to 97.2dBA and the Lpeak from 87 to 135.7dBA. The main sources of intense noise were: chat in the unit and around the incubator, balcony handling, the RN vocalization, opening and closing the portholes and moving chairs in the unit. The differences in the cardiac frequency and in the oxygen saturation were not significantly different in the previous and post periods to the intense noise. When exposed to intense noise, 63.2% of the RN reacted with the cochleopalpebral and 20% with the startle reflex, 42.1% presented facial expressions, 55% body activities and 60% changed their sleep and wake pattern. There were statistically significant differences between the periods analyzed. Conclusion: The sound levels measured were intense and from several sources: team and family chatting, the own baby?s manifestations, direct care to the RN, handling the incubator and external environment around it and in the nursing ward of the neonatal unit. It is believed that the noise from these sources can be minimized by changes in the professionals\' attitudes. It is evidenced that the noise to which the babies are exposed in the incubators during the care delivery constitutes a stressing event because it modifies the RN\'s behavior, eliciting reflexive, bodily responses, facial manifestations and changing their sleep and wake states when facing intense and abrupt noises.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPScochi, Carmen Gracinda SilvanRodarte, Milena Domingos de Oliveira2007-10-08info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-14112007-141101/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:09:54Zoai:teses.usp.br:tde-14112007-141101Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:09:54Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Introdução: Os níveis sonoros encontrados nas incubadoras e o ruído adicional gerado durante a manipulação destas revelam que os recém-nascidos (RN) pré-termo e de alto risco estão expostos a um ambiente ruidoso, permanecendo longos períodos nesse ambiente, sem a chance de momentos que possibilitem o repouso auditivo. Objetivos: Avaliar a exposição e a reatividade do prematuro diante do ruído em incubadora durante o cuidado recebido na unidade neonatal de cuidados intermediários de um hospital universitário de Ribeirão Preto - SP. Método: Estudo observacional prospectivo realizado na unidade neonatal de cuidados intermediários de um hospital universitário de Ribeirão Preto - SP. Participaram da etapa de dimensionamento dos níveis e fontes de ruído 35 prematuros, sendo que em 20 deles também se analisou as respostas fisiológicas (freqüência cardíaca e saturação de oxigênio) e comportamentais (atividades reflexas, corporais, faciais e mudanças de estado de sono e vigília) diante de ruídos intensos. O ruído foi mensurado utilizando um medidor de níveis de pressão sonora (NPS), dosímetro Quest-400, fixado dentro da incubadora, por duas horas durante os cuidados prestados ao RN. Diante de Lmax maiores que 65dBA foram investigadas as fontes de ruído e as respostas fisiológicas e comportamentais do bebê, as quais foram filmadas por quatro câmeras conectadas a uma placa de vídeo instalada em um computador. Resultados: O Leq esteve na faixa de 47,6 a 88,7dBA. Todos os RN estavam com Leq acima do limite de 45dBA recomendado por organizações internacionais e mais da metade estavam com Leq médios superiores ao limite de 60dBA permitido em incubadora pela norma brasileira. Os Lmin variaram de 46,9 a 61,6dBA, os Lmax de 49 a 97,2dBA e os Lpeak de 87 a 135,7dBA. As principais fontes de ruído intenso foram: conversa na unidade e no entorno da incubadora, manuseio do balcão, vocalizações do RN, abrir e fechar portinholas e movimentação de cadeira na unidade. As diferenças na freqüência cardíaca e na saturação de oxigênio, nos períodos anterior e posterior ao ruído intenso, não foram estatisticamente significativas. Diante do ruído intenso, 62,4% dos RN desencadearam o reflexo cócleopalpebral e 20% o sobressalto, 42,1% apresentaram manifestações faciais, 55% atividades corporais e 60% mudanças no padrão de sono e vigília, havendo diferença estatisticamente significativa entre os períodos analisados. Conclusão: Os níveis sonoros mensurados foram intensos e decorrentes de fontes diversas: conversação da equipe e familiares, manifestações do próprio bebê, cuidado direto ao RN, manejo da incubadora e do ambiente externo no entorno da mesma e na enfermaria da unidade neonatal. Acredita-se que o ruído devido a essas fontes pode ser minimizado com mudança de atitude dos profissionais. Constata-se que o ruído a que os bebês estão expostos nas incubadoras durante os cuidados recebidos constitui evento estressante, pois modifica o estado comportamental do RN e desencadeia nele respostas reflexas, corporais, manifestações faciais e mudança no estado de sono e vigília diante dos ruídos intensos e súbitos. |
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