O vestir do Axé Ilê Obá: os trajes de um terreiro de candomblé paulista
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2024 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-06082024-182923/ |
Resumo: | O objetivo desta pesquisa é refletir acerca do vestuário do terreiro de candomblé Axé Ilê Obá, o primeiro a ser tombado como patrimônio histórico em São Paulo. A proposta é analisar os trajes presentes desde a fundação da casa, perpassando pela sucessão dos seus três líderes religiosos. Caio Egydio – Pai Caio de Xangô – iniciou o terreiro como Congregação Espírita Beneficente Pai Jerônimo, em 1950, assumindo como babalorixá (sacerdote líder de um terreiro de candomblé queto) até sua morte em 1985. Ele foi sucedido por sua sobrinha Sylvia Egydio – Mãe Sylvia de Oxalá - que esteve à frente de 1986 a 2014. Após a morte de Sylvia, sua filha Paula Regina Egydio – Mãe Paula de Iansã – assumiu, ocupando o cargo de ialorixá (sacerdotisa líder de um terreiro de candomblé queto) de 2015 até a atualidade. Para analisar o vestuário dos candomblecistas do Axé Ilê Obá destas três fases, tomarei fontes que partem dos próprios adeptos: o livro O perfil do Aché Ile Obá, de Sylvia Egydio (1980), dissertações produzidas pelos adeptos da casa; e o acervo de imagens produzidas pelos fotógrafos oficiais que me foram cedidas para a pesquisa. A análise irá distinguir as roupas utilizadas no cotidiano do terreiro, nas festas públicas e os trajes dos orixás. A importância de analisar as mudanças nestas três fases é verificar o impacto estético que o babalorixá e as ialorixás promovem no vestuário dos adeptos daquele terreiro, segundo seu gosto pessoal, o orixá deste sacerdote, e suas relações pessoais com costureiros e ateliês que produzem roupas para a casa. Nesta análise observou-se, por exemplo, um uso maior de tons pastéis, enquanto Sylvia de Oxalá era ialorixá. Percebeu-se também o início do uso do wax print, atualmente, devido aos ateliês que empregam este tecido, fortalecendo esteticamente um movimento de (re)africanização dos candomblés. No entanto, percebe-se uma continuidade na forma e nas silhuetas, mesmo com a mudança dos líderes religiosos. Assim, entende-se como babalorixás e ialorixás influenciam o mercado de vestuário do candomblé |
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O vestir do Axé Ilê Obá: os trajes de um terreiro de candomblé paulistaAxé Ilê Obá\'s dressing: the clothes of a Candomblé terreiro in São PauloAxé Ilê ObáAxé Ilê ObáCandombléCandombléClothingVestuárioO objetivo desta pesquisa é refletir acerca do vestuário do terreiro de candomblé Axé Ilê Obá, o primeiro a ser tombado como patrimônio histórico em São Paulo. A proposta é analisar os trajes presentes desde a fundação da casa, perpassando pela sucessão dos seus três líderes religiosos. Caio Egydio – Pai Caio de Xangô – iniciou o terreiro como Congregação Espírita Beneficente Pai Jerônimo, em 1950, assumindo como babalorixá (sacerdote líder de um terreiro de candomblé queto) até sua morte em 1985. Ele foi sucedido por sua sobrinha Sylvia Egydio – Mãe Sylvia de Oxalá - que esteve à frente de 1986 a 2014. Após a morte de Sylvia, sua filha Paula Regina Egydio – Mãe Paula de Iansã – assumiu, ocupando o cargo de ialorixá (sacerdotisa líder de um terreiro de candomblé queto) de 2015 até a atualidade. Para analisar o vestuário dos candomblecistas do Axé Ilê Obá destas três fases, tomarei fontes que partem dos próprios adeptos: o livro O perfil do Aché Ile Obá, de Sylvia Egydio (1980), dissertações produzidas pelos adeptos da casa; e o acervo de imagens produzidas pelos fotógrafos oficiais que me foram cedidas para a pesquisa. A análise irá distinguir as roupas utilizadas no cotidiano do terreiro, nas festas públicas e os trajes dos orixás. A importância de analisar as mudanças nestas três fases é verificar o impacto estético que o babalorixá e as ialorixás promovem no vestuário dos adeptos daquele terreiro, segundo seu gosto pessoal, o orixá deste sacerdote, e suas relações pessoais com costureiros e ateliês que produzem roupas para a casa. Nesta análise observou-se, por exemplo, um uso maior de tons pastéis, enquanto Sylvia de Oxalá era ialorixá. Percebeu-se também o início do uso do wax print, atualmente, devido aos ateliês que empregam este tecido, fortalecendo esteticamente um movimento de (re)africanização dos candomblés. No entanto, percebe-se uma continuidade na forma e nas silhuetas, mesmo com a mudança dos líderes religiosos. Assim, entende-se como babalorixás e ialorixás influenciam o mercado de vestuário do candombléThe aim of this research is to reflect upon the clothes of the candomblé terreiro (place of worship) Axé Ilê Obá, the first to be recognized as a historical heritage site in São Paulo. The proposal is to analyze the garments present since the foundation of the house, spanning the successions of its three religious\' leaders. Caio Egydio – Father Caio of Xangô – initiated the terreiro as the Beneficent Spiritist Congregation Father Jerônimo in 1950, assuming the role of babalorixá (the leader of a candomblé terreiro in the queto tradition) until his death in 1985. He was succeeded by his niece Sylvia Egydio – Mother Sylvia of Oxalá – who led from 1986 to 2014. After Sylvia\'s passing, her daughter Paula Regina Egydio – Mother Paula of Iansã – assumed the position of ialorixá (the leader of a candomblé terreiro) from 2015 to the present day. To analyze the attire of candomblé practitioners from Axé Ilê Obá in these three phases, I will draw upon sources originating from the devotees themselves: the book O perfil do Aché Ile Obá by Sylvia Egydio (1980), dissertations produced by members of the house, and the collection of images provided by official photographers for this research. The analysis will differentiate the clothing worn in the terreiro\'s everyday life, during public celebrations, and the clothes associated with the orixás. The significance of examining the changes across these three phases lies in understanding the aesthetic impact that the babalorixá and ialorixás have on the costume of the terreiro\'s followers, influenced by their personal preferences, the orixá of the priest, and their personal relationships with tailors and workshops producing clothing for the house. In this analysis, it was observed, for instance, a greater use of pastel tones during Sylvia of Oxalá\'s tenure as ialorixá. The initiation of the use of wax print was also noted, attributed to the workshops employing this fabric, aesthetically reinforcing a movement of (re)Africanization within candomblé. However, regarding forms and silhouettes, a continuity is noticeable, even with the change of religious leaders. Thus, the influence of the babalorixá and ialorixás on the candomblé clothes market is understoodBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSouza, Marina de Mello eOkasaki, Aymê2024-05-13info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-06082024-182923/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-08-06T21:45:02Zoai:teses.usp.br:tde-06082024-182923Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-08-06T21:45:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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