O jardim das doenças: estudo sobre o desenvolvimento da nosologia moderna e suas relações com a estatística médica
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-29012024-173903/ |
Resumo: | As doenças, assim como outros fenômenos naturais, apresentam regularidades em suas manifestações que permitem organizá-las em grupos mais ou menos homogêneos e considerar os casos de diferentes indivíduos como representantes de uma mesma classe. Na história da medicina, cabe à nosologia, disciplina médica consolidada em meados do século XVIII, definir e classificar sistematicamente as doenças. Os nosologistas defendiam que, da mesma forma como a botânica classifica as plantas com base em suas características visíveis, a taxonomia das doenças deveria classificá-las com base em seus fenômenos perceptíveis, isto é, os sintomas, e não em suas causas, supostamente ocultas. O empirismo encontra-se como posição filosófica geralmente assumida nos escritos dos nosologistas, assim como nos primeiros trabalhos que tentam quantificar os fenômenos mórbidos. De fato, muitos médicos dedicaram-se às duas tarefas de classificação e quantificação das doenças. Nesta tese, refazemos a história da formação da nosologia e da estatística médica como disciplinas médicas autônomas, ressaltando suas relações mútuas e com o pensamento filosófico e apontando como, em seu desenvolvimento histórico, consolidaram-se padrões de obtenção e desenvolvimento do conhecimento, que permanecem assinaláveis e centrais na medicina ocidental contemporânea. A classificação das doenças revela-se como pré-requisito fundamental para a sua quantificação, e a validade dos estudos quantitativos como largamente dependente da classificação de base. |
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O jardim das doenças: estudo sobre o desenvolvimento da nosologia moderna e suas relações com a estatística médicaThe garden of diseases: a study on the development of modern nosology and its relations with medical statisticsClassificaçãoClassificationEpistemologiaEpistemologyEstatística médicaMedical statisticsNosologiaNosologyQuantificaçãoQuantificationAs doenças, assim como outros fenômenos naturais, apresentam regularidades em suas manifestações que permitem organizá-las em grupos mais ou menos homogêneos e considerar os casos de diferentes indivíduos como representantes de uma mesma classe. Na história da medicina, cabe à nosologia, disciplina médica consolidada em meados do século XVIII, definir e classificar sistematicamente as doenças. Os nosologistas defendiam que, da mesma forma como a botânica classifica as plantas com base em suas características visíveis, a taxonomia das doenças deveria classificá-las com base em seus fenômenos perceptíveis, isto é, os sintomas, e não em suas causas, supostamente ocultas. O empirismo encontra-se como posição filosófica geralmente assumida nos escritos dos nosologistas, assim como nos primeiros trabalhos que tentam quantificar os fenômenos mórbidos. De fato, muitos médicos dedicaram-se às duas tarefas de classificação e quantificação das doenças. Nesta tese, refazemos a história da formação da nosologia e da estatística médica como disciplinas médicas autônomas, ressaltando suas relações mútuas e com o pensamento filosófico e apontando como, em seu desenvolvimento histórico, consolidaram-se padrões de obtenção e desenvolvimento do conhecimento, que permanecem assinaláveis e centrais na medicina ocidental contemporânea. A classificação das doenças revela-se como pré-requisito fundamental para a sua quantificação, e a validade dos estudos quantitativos como largamente dependente da classificação de base.Like other natural phenomena, the symptoms of diseases present some regularities that make it possible to consider the cases of different individuals as representatives of limited and distinct classes. Nosology is the name given to a scientific branch structured during the 18th century, whose importance to the history of medicine lies in the definition and systematic classification of diseases. The authors that contributed to the formation of nosology advocated that the sensible morbid phenomena, and not their causes, should form the basis of the classification of diseases. They used as their model the works of botanists and the taxonomy of plants, generally based on their visible characteristics. The nosologists adopted some version of empiricism as their philosophical doctrine. So also did the first writers that tried to quantify morbid phenomena. Indeed, many of them have worked on these two different tasks, i.e., classifying and quantifying diseases. In this thesis, we reconstruct the historical development of nosology and medical statistics as autonomous medical disciplines, underlying the relations they share with each other and with philosophical thinking. Following that process, we intend to indicate some forms of production of scientific knowledge that persist in contemporary Western medicine. The classification of diseases is a fundamental prerequisite to their quantification, and the validity of quantitative studies depends on the taxonomy adopted.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPMariconda, Pablo RubenHadad Filho, Álvaro2023-08-23info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-29012024-173903/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-01-29T22:12:02Zoai:teses.usp.br:tde-29012024-173903Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-01-29T22:12:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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