Fisiografia e geologia de superfície da planície costeira do Rio Grande do Sul

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Delaney, Patrick John Victor
Data de Publicação: 1962
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44997/tde-29082016-151600/
Resumo: Este trabalho refere-se a uma porção da costa leste da América do Sul, uma unidade fisiográfica e geológica aqui denominada a Planície Costeira do Rio Grande do Sul. A área referida é uma planície de areia, baixa, tendo por limite leste o Oceano Atlântico, e como limite oeste uma faixa arqueada de terras altas. A última é um limite fisiográfico natural, onde as rochas cristalinas resistentes contrastam com a planície de areia adjacente. As rochas que compõe as terras altas variam em idade de pré-Cambriano Jurássico. Geralmente, as mais antigas são ígneas ácidas e metamórficas, as do Paleozóico Superior são siltitos, as do Triássico são arenitos eólicos e as do Jurássico são lavas basálticas. Em Coxilha das Lombas e ao sul de Itapoã afloram rochas ígneas ácidas e metamórficas que atravessam o Guaíba, o que é testemunhado por pequenas ilhas, indo até a Serra de Tapes, onde formam elevações de 100 a 400 m. São Lourenço do Sul é a única localidade na Lagoa dos Patos, ao sul do estuário do Guaíba, onde afloram estas rochas. A faixa arqueada de rochas graníticas e metamórficas passa a oeste de Pelotas, dirige-se até Jaguarão e continua pelo Uruguai, onde encontra o oceano em Santa Tereza. As rochas do Paleozóico Superior não são particularmente importantes na Planície Costeira mas as rochas do Triássico são extremamente importante. Eles afloram em duas zonas distintas: (1) na porção sul, oeste e noroeste da Lagoa dos Barros e (2) na faixa arqueada da margem oeste da Lagoa Itapeva, até o oceano em Tôrres. São arenitos eólicos vermelhos à rosa pertencentes à formação Botucatu. O Jurássico é constituído exclusivamente por lavas basálticas da formação Serra Geral, estando presentes na superfície desde a margem norte da Lagoa dos Barros até Tôrres. Testemunhos de basalto foram encontrados em Itapeva e na Ilha dos Lobos. As unidades geomórficas de maior importância são promontórios, planícies, penínsulas, esporões, esporões recurvados, deltas, praias, campos de dunas, pântanos de água doce, ilhas, plataforma continental, lagunas, lagoas e embocaduras. Agentes climáticos como temperatura e regime dos ventos tem um papel muito importante na formação de muitas feições fisiográficas. São três tipos de sambaquis na Planície Costeira do Rio Grande do Sul: (1) concheiros, (2) restos de cozinha e (3) montículos de terra. Existem duas unidades tectônicas na Planície Costeira, a bacia de Pelotas e o homoclinal de Osório. A primeira é preenchida de rochas Cenozóicas e a última é constituída por rochas Mesozóicas coberto em parte por rochas quaternárias. Durante o percurso de mapeamento foram encontradas quatro novas formações as quais são de mais velho para mais jovem: Itapoã, Graxaim, Chuí e Quinta. A zona de falhamento formadora da borda leste da planície soerguida de Viamão é denominada sistema de falhas Coxilha das Lombas. Esta pode ser mapeada em superfície pelo menos por 160 quilômetros, possuindo uma escarpa de falhas de aproximadamente 50 a 70 metros. As direções de juntas mais importantes são: N 30°- 45° E, N 70° E e N 5° E. Os eventos da história da área durante o Quaternário são: (a) deposição da formação Itapoã; (b) falhamento Coxilha das Lombas; (c) clima quente, úmido, com períodos secos, provocando a formação da laterita Serra de Tapes; (d) deposição da formação Graxaim com mamíferos fósseis, indicando um ambiente de estepe, semi-árido e frio; (e) abaixamento do nível do mar provocando escavações e encaixamento dos rios em seus vales; (f) deposição da formação Chuí e posterior calcificação provocada por um clima mais seco; (g) gradual epirogenia da porção leste da Planície Costeira e a formação das Grandes Lagunas; (h) um posterior nível do mar mais alto que é evidenciado por plataformas de abrasão, cavernas marinhas e conglomerados marinhos; (i) gradual abaixamento do ) nível do mar até o nível atual, possibilitando o aumento da costa e deixando a abundância de areia que foi transportada pelo vento formando grandes campos de dunas, dunas isoladas, línguas de areia e, indiretamente os principais aspectos fisiográficos na Planície Costeira do Rio Grande do Sul.
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