Estudos sôbre os agentes causais das antracnoses dos frutos de pimentão (Capsicum annuum L.), Berinjela (Solanum melongena L.) e jiló (Solanum gilo Raddj) que ocorrem nos núcleos rurais do Distrito Federal

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Takatsu, Armando
Data de Publicação: 1970
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/0/tde-20240301-144528/
Resumo: No presente trabalho, foram feitos estudos sôbre os agentes causais das antracnoses dos frutos de pimentão (Capsicum annum L.) berinjela (Solanum melongena L.) e jiló (Solanum jiló Raddi) que ocorrem nos núcleos rurais do Distrito Federal, procurando-se obter as informações sôbre os seguintes aspectos: a) Se os agentes causais das antracnoses do pimentão, berinjela e jiló são fungos da mesma espécie ou variedade fisiológica. b) Identificação das espécies do gênero Colletotrichum que ocorrem frequentemente nos frutos debilitados ou feridos e muitas vêzes confundidas como espécies patogênicas importantes. c) Correlação entre os agentes causais das antracnoses das plantas acima citadas com o do tomateiro (Lycopersicon esculentum Mill.). d) Informações adicionais para a melhor compreensão da etiologia destas doenças. Para a obtenção destas informações, os trabalhos foram executados em três etapas. Na primeira foram feitos os estudos morfológicos das linhagens de fungos selecionadas como amostras representativas segundo a sua procedência, plantas hospedeiras e aspectos morfológicos. Na segunda etapa, estudou-se os níveis de patogenicidade destas linhagens selecionadas nas plantas hospedeiras acima citadas, incluindo-se também o tomateiro. Com base nos resultados obtidos, foram examinadas, na terceira fase, as condições de temperatura e umidade, assim como o tempo necessários para a ocorrência da infecção e desenvolvimento de sintomas para a forma altamente patogênica. Baseando-se nos resultados obtidos foram tiradas as seguintes conclusões: 1. Os fungos isolados das Solanáceas no presente trabalho compreendem três espécies distintas: Colletotrichum gloeosporioides Penz., Colletotrichum atramentarium (Berk. & Br.) Taub. e Colletotrichum dematium (Pers. & Fries) Grove. 2. Entre a espécie Colletotrichum gloeosporioide ocorrem duas formas fisiológicas distintas. A primeira, altamente patogênica que pode afetar os frutos de pimentão, berinjela e jiló em qualquer fase do desenvolvimemto e a segunda que desenvolve em frutos maduros de pimentão. Estas duas formas, entretanto, apresentam as mesmas características morfológicas e sintomatológicas quando inoculados em frutos de pimentão maduros. 3. Os danos severos de antracnose dos frutos de pimentão, berinjela e jiló, observados no Distrito Federal, são causados pela forma fisiológica altamente patogênica de Colletotrichum gloeosporioides citada no item acima. 4. As espécies Colletotrichum atramentarium e C. dematium, assim como a forma pouco patogênica de Colletotrichum gloeosporioides isolada de pimentão maduro são patógenos de frutos maduros ou de tecidos debilitados. 5. As linhagens de Colletotrichum gloeosporioides isoladas do mamoeiro, abacateiro e mangueira para estudos comparativos, são formas fisiológicas distintas daquelas que afetamos frutos de pimentão, berinjela e jiló, nã apresentando nenhum indício de patogenicidade nestas plantas hospedeiras. 6. As duas formas fisiológicas de Colletotrichum gloeosporioides patogênicas às Solanáceas estudadas neste trabalho podem ser consideradas também como agentes causais da antracnose do tomateiro. Penetram através da cutícula intactados frutos e produzem manchas ou podridões típicas da moléstia. 7. Para a forma altamente patogênica de Colletrotricum gloeosporioides considerada nos itens acima, a faixa ótima de temperatura para o crescimento “in vitro”, assim como para a ocorrência da infecção e colonização dos frutos se situa entre 25 a 30ºC. A infecção dos frutos pode ocorrer ainda em temperaturas situadas abaixo de 25ºC, distanciando-se porém o espaço entre a inoculação e o aparecimento de sintomas. Acima de 30ºC, entretanto, a sua atividade decresce abruptamente, sendo praticamente nula a 35ºC. 8. Quanto à umidade, êste mesmo fungo necessita de um filme d’água sôbre os seus conídios inoculados em frutos para ocorrer a germinação e formação de apressórios. 9. Nestas condições de temperatura e umidade ideais o tempo necessário para a germinaçao dos conídios e a formação de apressórios que se fixam firmemente na cutícula dos frutos se situa entre 16 a 18 horas.
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Para a obtenção destas informações, os trabalhos foram executados em três etapas. Na primeira foram feitos os estudos morfológicos das linhagens de fungos selecionadas como amostras representativas segundo a sua procedência, plantas hospedeiras e aspectos morfológicos. Na segunda etapa, estudou-se os níveis de patogenicidade destas linhagens selecionadas nas plantas hospedeiras acima citadas, incluindo-se também o tomateiro. Com base nos resultados obtidos, foram examinadas, na terceira fase, as condições de temperatura e umidade, assim como o tempo necessários para a ocorrência da infecção e desenvolvimento de sintomas para a forma altamente patogênica. Baseando-se nos resultados obtidos foram tiradas as seguintes conclusões: 1. Os fungos isolados das Solanáceas no presente trabalho compreendem três espécies distintas: Colletotrichum gloeosporioides Penz., Colletotrichum atramentarium (Berk. & Br.) Taub. e Colletotrichum dematium (Pers. & Fries) Grove. 2. Entre a espécie Colletotrichum gloeosporioide ocorrem duas formas fisiológicas distintas. A primeira, altamente patogênica que pode afetar os frutos de pimentão, berinjela e jiló em qualquer fase do desenvolvimemto e a segunda que desenvolve em frutos maduros de pimentão. Estas duas formas, entretanto, apresentam as mesmas características morfológicas e sintomatológicas quando inoculados em frutos de pimentão maduros. 3. Os danos severos de antracnose dos frutos de pimentão, berinjela e jiló, observados no Distrito Federal, são causados pela forma fisiológica altamente patogênica de Colletotrichum gloeosporioides citada no item acima. 4. As espécies Colletotrichum atramentarium e C. dematium, assim como a forma pouco patogênica de Colletotrichum gloeosporioides isolada de pimentão maduro são patógenos de frutos maduros ou de tecidos debilitados. 5. As linhagens de Colletotrichum gloeosporioides isoladas do mamoeiro, abacateiro e mangueira para estudos comparativos, são formas fisiológicas distintas daquelas que afetamos frutos de pimentão, berinjela e jiló, nã apresentando nenhum indício de patogenicidade nestas plantas hospedeiras. 6. As duas formas fisiológicas de Colletotrichum gloeosporioides patogênicas às Solanáceas estudadas neste trabalho podem ser consideradas também como agentes causais da antracnose do tomateiro. Penetram através da cutícula intactados frutos e produzem manchas ou podridões típicas da moléstia. 7. Para a forma altamente patogênica de Colletrotricum gloeosporioides considerada nos itens acima, a faixa ótima de temperatura para o crescimento “in vitro”, assim como para a ocorrência da infecção e colonização dos frutos se situa entre 25 a 30ºC. A infecção dos frutos pode ocorrer ainda em temperaturas situadas abaixo de 25ºC, distanciando-se porém o espaço entre a inoculação e o aparecimento de sintomas. Acima de 30ºC, entretanto, a sua atividade decresce abruptamente, sendo praticamente nula a 35ºC. 8. Quanto à umidade, êste mesmo fungo necessita de um filme d’água sôbre os seus conídios inoculados em frutos para ocorrer a germinação e formação de apressórios. 9. Nestas condições de temperatura e umidade ideais o tempo necessário para a germinaçao dos conídios e a formação de apressórios que se fixam firmemente na cutícula dos frutos se situa entre 16 a 18 horas.In the present work studies were made on the causal agent of antracnoses of pimento (Capsicum annum L.), egg-plant (Solanum melongena L.) and jilo (Solanum gilo Raddi) ocurring in the Federal District of Brazil. In these studies aspects of morphology and pathogenicity levels of the causal agents and ethiology of the diseases were involved. According to the results obtained, the following conclusions may be draught: The fungi isolated from Solanaceae were: Colletotrichum gloeosporioides Penz., C. atramentarium (Berk. & Br.) Taub. and C. dematium (Pers. & Fr.) Grove. In C. gloeosporioides two distinct physiological forms were found. One highly pathogenic, which may affect the fruits of pimento, egg-plant and jilo in alI phases of their development. The other develops in the rippened pimento fruits. These two forms, however, presents the same morphological and symptomatological caracteristics when inoculated on the rippened pimento fruits. Consequently, it is impossible to distinguish from one to another when they are developed in this host substract. The severe damages of antracnoses of pimento, egg-plant and gilo fruits observed in Federal District of Brazil are caused by higly pathogenic form of C. gloeosporioides. C. atramentarium, C. dematium and the less pathogenic forms of C. gloeosporioides isolated from rippened pimento fruits are pathogens of weakened tissues or rippened fruits. The forms of C. gloeosporioides isolated from papaya (Carica papaya L.) avocado (Persea spp) and mango (Mangifera indica L.) for comparative studies are distinct physiological forms from those which affect the pimento, egg-plant and jilo fruits. They are not pathogens on those host plants. The two physiological forms of C. gloeosporioidespathogenic to Solanaceae related above may be also considered as a causal agent of antracnose of tomato (Lycopersicum esculentum Mill.). They penetrate throw intact cuticule of fruits and produce typical rot symptoms of the disease. For the highly pathogenic form of C. gloeosporioides considered in this work, the optimal temperature range for growth “in vitro” and occurence of infection and colonization of fruit tissues was from 25 to 30ºC. The infection of fruits may also occur at temperatures below 25ºC; however the time required for symptoms development increased as the temperatures were lowered. Above 30ºC, on the other hand, their activity decresed sharply, being reduced to a minimal at 35ºC with no infection occuring in the fruits at this temperature. Under optimal temperature and moisture conditions the time required for successful germination and apressoria formation was between 16 to 18 hours.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPCarvalho, Paulo de Campos Torres deTakatsu, Armando1970-01-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/0/tde-20240301-144528/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-04-17T14:27:57Zoai:teses.usp.br:tde-20240301-144528Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-04-17T14:27:57Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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