Caracterização biológica do muco epidérmico da arraia de água doce Paratrygon aiereba

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Turíbio, Thompson de Oliveira
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/85/85131/tde-04022020-161042/
Resumo: A epidemiologia dos agravos por peixes peçonhentos é pouco relatada, apesar da elevada morbidade e relevância para a saúde. Na região central do Brasil, as bacias do Tocantins e do rio Araguaia são muito utilizadas para atividades recreativas, especialmente entre junho e agosto. Apesar da dificuldade da identificação do animal causador do acidente por parte do acidentado, a maioria dos trabalhos cita que o gênero Potamotrygon é o mais relacionado a estes agravos. Por outro lado, arraias do gênero Paratrygon embora apresentem um ferrão menor que arraias de outros gêneros, causam bastante acidentes por se camuflarem com facilidade devido a sua cor clara, se confundindo com o fundo dos rios e lagos. O objetivo foi identificar atividades biológicas do muco da arraia Paratrygon aiereba. Os desenhos experimentais utilizando a secreção epidérmica foram a atividade edemaciante, por meio de Pletismografia, a dinâmica da alteração no sistema microcirculatório usando a microscopia intravital, a atividade nociceptiva através de estímulos químicos, o dano celular e atividade necrosante. Analisando o comportamento da atividade edemaciante em relação ao tempo, nota-se que o efeito do edema é mais acentuado nas primeiras horas do acidente, entretanto averígua-se que após 4h do acidente esta ação tende a diminuir. O modelo proposto aponta que o tempo é um fator determinante na formação do edema (p<0.0001), posto isso, realizou-se um teste para verificar se entre os tempos estudados havia diferença significativa, sendo que há uma forte significância (p<0.0001), entre os volumes das patas que receberam o muco e as patas que receberam PBS Com relação a atividade nociceptiva pode-se notar que as concentrações testes apresentaram diferença significativa em relação ao controle PBS (p<0,05). Foi verificado que a atividade nociceptiva não apresentou uma relação dose dependente direta, posto que as maiores médias foram detectadas nas menores concentrações. Com relação a dinâmica do rolamento de leucócito, verificou-se que ao final dos 30 minutos do experimento, notou-se que na concentração de 25 &mu;g de muco, houve um aumento de aproximadamente 4 vezes em relação ao tempo basal. Nos tempos (10, 20 e 30 minutos), ao comparar a quantidaade de 12,5 &mu;g com as concentrações de 100 &mu;g e 200&mu;g, apresentaram diferenças estatísticas (p<0,0001), sendo o efeito da concentração foi considerado extremamente significante. Foram determinados os níveis de lesão celular com liberação de conteúdo citoplasmático, sendo que há uma significância extremamente forte (p< 0,0001) entre os tratamentos. Foi verificado que o muco de arraia Paratrygon aiereba não causou atividade necrosante no modelo e na concentração utilizada neste trabalho. Por fim, conclui-se que o muco da arraia Paratrygon aiereba pode causar atividade edemaciante, atividade nociceptiva, interação leucócito-endotélio e danos celulares. Entretanto, não foi verificado atividade necrosante, com o modelo experimental adotado, causado pelo muco da arraia Paratrygon aiereba.
id USP_48ef5979d9fb33f3869d87b19a72ef4f
oai_identifier_str oai:teses.usp.br:tde-04022020-161042
network_acronym_str USP
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository_id_str 2721
spelling Caracterização biológica do muco epidérmico da arraia de água doce Paratrygon aierebaBiological characterization of the epidermic mucus of freshwater stringray Paratrygon aierebaParatrygon aierebaParatrygon airebaarraiabiological characterizationcaracterização biológicastingrayA epidemiologia dos agravos por peixes peçonhentos é pouco relatada, apesar da elevada morbidade e relevância para a saúde. Na região central do Brasil, as bacias do Tocantins e do rio Araguaia são muito utilizadas para atividades recreativas, especialmente entre junho e agosto. Apesar da dificuldade da identificação do animal causador do acidente por parte do acidentado, a maioria dos trabalhos cita que o gênero Potamotrygon é o mais relacionado a estes agravos. Por outro lado, arraias do gênero Paratrygon embora apresentem um ferrão menor que arraias de outros gêneros, causam bastante acidentes por se camuflarem com facilidade devido a sua cor clara, se confundindo com o fundo dos rios e lagos. O objetivo foi identificar atividades biológicas do muco da arraia Paratrygon aiereba. Os desenhos experimentais utilizando a secreção epidérmica foram a atividade edemaciante, por meio de Pletismografia, a dinâmica da alteração no sistema microcirculatório usando a microscopia intravital, a atividade nociceptiva através de estímulos químicos, o dano celular e atividade necrosante. Analisando o comportamento da atividade edemaciante em relação ao tempo, nota-se que o efeito do edema é mais acentuado nas primeiras horas do acidente, entretanto averígua-se que após 4h do acidente esta ação tende a diminuir. O modelo proposto aponta que o tempo é um fator determinante na formação do edema (p<0.0001), posto isso, realizou-se um teste para verificar se entre os tempos estudados havia diferença significativa, sendo que há uma forte significância (p<0.0001), entre os volumes das patas que receberam o muco e as patas que receberam PBS Com relação a atividade nociceptiva pode-se notar que as concentrações testes apresentaram diferença significativa em relação ao controle PBS (p<0,05). Foi verificado que a atividade nociceptiva não apresentou uma relação dose dependente direta, posto que as maiores médias foram detectadas nas menores concentrações. Com relação a dinâmica do rolamento de leucócito, verificou-se que ao final dos 30 minutos do experimento, notou-se que na concentração de 25 &mu;g de muco, houve um aumento de aproximadamente 4 vezes em relação ao tempo basal. Nos tempos (10, 20 e 30 minutos), ao comparar a quantidaade de 12,5 &mu;g com as concentrações de 100 &mu;g e 200&mu;g, apresentaram diferenças estatísticas (p<0,0001), sendo o efeito da concentração foi considerado extremamente significante. Foram determinados os níveis de lesão celular com liberação de conteúdo citoplasmático, sendo que há uma significância extremamente forte (p< 0,0001) entre os tratamentos. Foi verificado que o muco de arraia Paratrygon aiereba não causou atividade necrosante no modelo e na concentração utilizada neste trabalho. Por fim, conclui-se que o muco da arraia Paratrygon aiereba pode causar atividade edemaciante, atividade nociceptiva, interação leucócito-endotélio e danos celulares. Entretanto, não foi verificado atividade necrosante, com o modelo experimental adotado, causado pelo muco da arraia Paratrygon aiereba.The epidemiology of the diseases by venomous fish is little reported, despite high morbidity and relevance to health. In the central region of Brazil, the Tocantins and Araguaia River Basins are widely used for recreational activities, especially between June and August. Despite the difficulty of identifying the animal causing the accident by the injured, most of the works affirms that the genus Potamotrygon is the most related to these diseases. On the other hand, stingrays of the genus Paratrygon, although presenting a stinger smaller than stingrays of other genera, its causes enough accidents by camouflaging themselves easily due to their light color, confusing with the ground of the rivers and lakes. The objective was to identify biological activities of the Paratrygon aiereba stingray\'s mucus. The effects of the edemaciant activity of stingray\'s mucus were evaluated, through a sample design composed of groups of six female Swiss mice (25-30 g) were inoculated with 50 &mu;L in the hind paws, receiving 25, 50 and 100 &mu;g of mucus in the right paw, and in the left paw PBS solution (negative control). The dynamics of the alteration in the microcirculatory system was determined using intravital microscopy, by transillumination of the cremaster muscle after topical application of the Paratrygon aiereba mucus. Administration of 20 &mu;l of sterile PBS was used as a control. Groups of 6 male Swiss mice (25-30 g) were inoculated with 30 &mu;L containing the amounts of 12.5 &mu;g, 25 &mu;g, 50 &mu;g, 100 &mu;g and 200 &mu;g of mucus. Female Swiss mice (25-30 g) (n = 30) were placed individually under inverted glass funnels located on a reflecting surface to facilitate observation. To verify cell damage, the animals chosen for the experiment were the female Swiss mice (n = 30 animals). These were divided into 6 treatments each one with five animals, one control group and five test groups (12.5 &mu;g / 50 &mu;l, 25 &mu;g / 50 &mu;l, 50 &mu;g / 50 &mu;l, 100 &mu;g / 50 &mu;l and 200 &mu;g / 50 &mu;l). In relation to poisoning by stingray accident, the effects of mucus on necrotizing activity were studied. Groups of 6 female Swiss mice (25-30 g) were inoculated with 50 &mu;L of the mucus samples (200 &mu;g) and PBS (negative control) on the dorsum. Analyzing the behavior of the edemaciant activity in relation to the time, it is noticed that the effect of the edema is more accentuated in the first hours of the accident; however, it is found that after 4h of the accident this action tends to decrease. With regard to nociceptive activity, it can be observed that the test concentrations showed a significant difference in relation to the PBS control (p <0.05). At the end of the 30 minutes of the experiment, it was noted that there was a concentration of 25 &mu;g of mucus, approximately 4-fold increase over baseline time. Cellular lesion levels with cytoplasmic content release were determined, and there are an extremely strong significance (p <0.0001) between the treatments. It was verified that the mucus of the Paratrygon aireba did not cause necrotic activity in the model and concentration used in this study. Finally, it is concluded that the Paratrygon aiereba mucus may cause edematizing activity, nociceptive activity, leukocyte-endothelium interaction and cellular damage. However, necrotizing activity caused by the mucus of the Paratrygon aereba stingray was not observed.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPAndrade, Delvonei Alves deTuríbio, Thompson de Oliveira2018-04-19info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/85/85131/tde-04022020-161042/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2020-02-07T17:21:02Zoai:teses.usp.br:tde-04022020-161042Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212020-02-07T17:21:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.none.fl_str_mv Caracterização biológica do muco epidérmico da arraia de água doce Paratrygon aiereba
Biological characterization of the epidermic mucus of freshwater stringray Paratrygon aiereba
title Caracterização biológica do muco epidérmico da arraia de água doce Paratrygon aiereba
spellingShingle Caracterização biológica do muco epidérmico da arraia de água doce Paratrygon aiereba
Turíbio, Thompson de Oliveira
Paratrygon aiereba
Paratrygon aireba
arraia
biological characterization
caracterização biológica
stingray
title_short Caracterização biológica do muco epidérmico da arraia de água doce Paratrygon aiereba
title_full Caracterização biológica do muco epidérmico da arraia de água doce Paratrygon aiereba
title_fullStr Caracterização biológica do muco epidérmico da arraia de água doce Paratrygon aiereba
title_full_unstemmed Caracterização biológica do muco epidérmico da arraia de água doce Paratrygon aiereba
title_sort Caracterização biológica do muco epidérmico da arraia de água doce Paratrygon aiereba
author Turíbio, Thompson de Oliveira
author_facet Turíbio, Thompson de Oliveira
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Andrade, Delvonei Alves de
dc.contributor.author.fl_str_mv Turíbio, Thompson de Oliveira
dc.subject.por.fl_str_mv Paratrygon aiereba
Paratrygon aireba
arraia
biological characterization
caracterização biológica
stingray
topic Paratrygon aiereba
Paratrygon aireba
arraia
biological characterization
caracterização biológica
stingray
description A epidemiologia dos agravos por peixes peçonhentos é pouco relatada, apesar da elevada morbidade e relevância para a saúde. Na região central do Brasil, as bacias do Tocantins e do rio Araguaia são muito utilizadas para atividades recreativas, especialmente entre junho e agosto. Apesar da dificuldade da identificação do animal causador do acidente por parte do acidentado, a maioria dos trabalhos cita que o gênero Potamotrygon é o mais relacionado a estes agravos. Por outro lado, arraias do gênero Paratrygon embora apresentem um ferrão menor que arraias de outros gêneros, causam bastante acidentes por se camuflarem com facilidade devido a sua cor clara, se confundindo com o fundo dos rios e lagos. O objetivo foi identificar atividades biológicas do muco da arraia Paratrygon aiereba. Os desenhos experimentais utilizando a secreção epidérmica foram a atividade edemaciante, por meio de Pletismografia, a dinâmica da alteração no sistema microcirculatório usando a microscopia intravital, a atividade nociceptiva através de estímulos químicos, o dano celular e atividade necrosante. Analisando o comportamento da atividade edemaciante em relação ao tempo, nota-se que o efeito do edema é mais acentuado nas primeiras horas do acidente, entretanto averígua-se que após 4h do acidente esta ação tende a diminuir. O modelo proposto aponta que o tempo é um fator determinante na formação do edema (p<0.0001), posto isso, realizou-se um teste para verificar se entre os tempos estudados havia diferença significativa, sendo que há uma forte significância (p<0.0001), entre os volumes das patas que receberam o muco e as patas que receberam PBS Com relação a atividade nociceptiva pode-se notar que as concentrações testes apresentaram diferença significativa em relação ao controle PBS (p<0,05). Foi verificado que a atividade nociceptiva não apresentou uma relação dose dependente direta, posto que as maiores médias foram detectadas nas menores concentrações. Com relação a dinâmica do rolamento de leucócito, verificou-se que ao final dos 30 minutos do experimento, notou-se que na concentração de 25 &mu;g de muco, houve um aumento de aproximadamente 4 vezes em relação ao tempo basal. Nos tempos (10, 20 e 30 minutos), ao comparar a quantidaade de 12,5 &mu;g com as concentrações de 100 &mu;g e 200&mu;g, apresentaram diferenças estatísticas (p<0,0001), sendo o efeito da concentração foi considerado extremamente significante. Foram determinados os níveis de lesão celular com liberação de conteúdo citoplasmático, sendo que há uma significância extremamente forte (p< 0,0001) entre os tratamentos. Foi verificado que o muco de arraia Paratrygon aiereba não causou atividade necrosante no modelo e na concentração utilizada neste trabalho. Por fim, conclui-se que o muco da arraia Paratrygon aiereba pode causar atividade edemaciante, atividade nociceptiva, interação leucócito-endotélio e danos celulares. Entretanto, não foi verificado atividade necrosante, com o modelo experimental adotado, causado pelo muco da arraia Paratrygon aiereba.
publishDate 2018
dc.date.none.fl_str_mv 2018-04-19
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/85/85131/tde-04022020-161042/
url https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/85/85131/tde-04022020-161042/
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv
dc.rights.driver.fl_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.coverage.none.fl_str_mv
dc.publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
dc.source.none.fl_str_mv
reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv virginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.br
_version_ 1809090361742589952