A fórmula desenvolvimento sustentável na perspectiva da Semiótica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Costa, Julia Lourenço
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-11042013-100323/
Resumo: A proposta da dissertação é analisar o sintagma desenvolvimento sustentável do ponto de vista da possibilidade do diálogo teórico interdisciplinar, visando conjugar a noção de fórmula (Krieg-Planque, 2010), advinda do campo teórico da Análise do Discurso francesa, com o conceito de configuração discursiva (Courtés, 1979-1980 e Fiorin, 1990) formulado pela Semiótica greimasiana. Como fórmula, o sintagma é compreendido como conjunto discursivo, que incorpora determinado momento sócio-histórico, passando a funcionar como sintetizador de questões políticas e sociais. A fórmula remete à cristalização, sob a qual subjazem instabilidades. Como configuração discursiva, o desenvolvimento sustentável é apreendido pelas variações temáticas e figurativas, compreendidas como investimentos semânticos que oscilam entre um núcleo invariante e suas variações de realização. Observa-se então a relação entre o núcleo e as variantes discursivas que orbitam em torno dele, fazendo parte de seu funcionamento linguístico e discursivo. Dessa maneira, a noção de fórmula pode ser pensada pela configuração discursiva própria de cada ato enunciativo que dela se utiliza, os quais, cada qual a seu modo, erigem a significação pretendida. Mediante as análises feitas de cinco anúncios publicitários publicados na revista Veja, entre os anos de 1991 e 2011, e do artigo de opinião O infiel de Luiz Felipe Pondé, publicado no jornal Folha de São Paulo, pudemos depreender que, como configuração discursiva e interdiscursiva, a fórmula funciona na cenografia (Maingueneau, 2008a), enquanto espaço delimitado por uma cena genérica estável. Mas funciona principalmente como instabilidades, à qual subjaz a orientação discursiva do enunciador, apreendida no enunciado. A cenografia é o lugar da semiotização da fórmula, à medida que nesse espaço seu funcionamento instável se reveste pela validação construída na enunciação, além de revestir semanticamente a significação pretendida por meio da configuração discursiva convocada. A semântica do nível discursivo foi priorizada como lugar de observação semiótica do fenômeno fórmula, tendo em vista que por meio dos temas e figuras nela apreendidos, é possível o vislumbre de uma visão de mundo (Fiorin, 2004) compreendida enquanto formação ideológica discursivizada.
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Como configuração discursiva, o desenvolvimento sustentável é apreendido pelas variações temáticas e figurativas, compreendidas como investimentos semânticos que oscilam entre um núcleo invariante e suas variações de realização. Observa-se então a relação entre o núcleo e as variantes discursivas que orbitam em torno dele, fazendo parte de seu funcionamento linguístico e discursivo. Dessa maneira, a noção de fórmula pode ser pensada pela configuração discursiva própria de cada ato enunciativo que dela se utiliza, os quais, cada qual a seu modo, erigem a significação pretendida. Mediante as análises feitas de cinco anúncios publicitários publicados na revista Veja, entre os anos de 1991 e 2011, e do artigo de opinião O infiel de Luiz Felipe Pondé, publicado no jornal Folha de São Paulo, pudemos depreender que, como configuração discursiva e interdiscursiva, a fórmula funciona na cenografia (Maingueneau, 2008a), enquanto espaço delimitado por uma cena genérica estável. Mas funciona principalmente como instabilidades, à qual subjaz a orientação discursiva do enunciador, apreendida no enunciado. A cenografia é o lugar da semiotização da fórmula, à medida que nesse espaço seu funcionamento instável se reveste pela validação construída na enunciação, além de revestir semanticamente a significação pretendida por meio da configuração discursiva convocada. A semântica do nível discursivo foi priorizada como lugar de observação semiótica do fenômeno fórmula, tendo em vista que por meio dos temas e figuras nela apreendidos, é possível o vislumbre de uma visão de mundo (Fiorin, 2004) compreendida enquanto formação ideológica discursivizada.The purpose of the dissertation is analyze the syntagma sustainable development from the perspective of the possibility of an interdisciplinary theoretical dialogue, aiming to conjugate the notion of formula (Krieg-Planque, 2010) arising in the theoretical field of French Discourse Analysis, with the concept of discursive configuration (Courtés, 1979-1980 and Fiorin, 1990) conceived by Greimasian Semiotics. As formula, the syntagma is comprehended as discursive set, that incorporates a specific socio-historical moment, working as a synthesizer of political and social issues. Formula refers to crystallization, under which underlies instabilities. As discursive configuration, sustainable development is apprehended through thematic and figurative variations, comprehended as semantic investments that oscillate between the invariant core and its realized variations. Then, we observe the relation between the core, and the discursive variants that orbit around it, as part of the linguistic and discursive operation. Thus, the notion of formula can be thought through its own discursive configuration in each enunciative act that it is used, which in its own way erects the intended meaning. By the analysis done of five advertisements published in Veja magazine, between the years of 1991 and 2011, and in the opinion article O infiel by Luiz Felipe Pondé, published in Folha de São Paulo newspaper, we could infer that, as discursive and interdiscursive configuration, formula works in the scenography (Maingueneau, 2008a), as delimited space by the stable generic scene, but mainly by the instability, that underlies enunciators discursive orientation, apprehended in the enunciation. Scenography is the place of the semiotization of the formula, as in this space its unstable operation takes on through validation built in the enunciation, besides coats semantically the intended meaning through its own discursive configuration. Discursive level semantics was prioritized as semiotics observation spot of the formula phenomenon, considering that through themes and figures in it apprehended, it is possible to glimpse the world vision (Fiorin, 2004) comprehend as discursivized ideological formation.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPCampos, Norma Discini deCosta, Julia Lourenço2013-02-07info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-11042013-100323/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:36Zoai:teses.usp.br:tde-11042013-100323Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:36Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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