Representações da mulher caipira no cinema brasileiro: Amélia (2000), de Ana Carolina, e Uma vida em segredo (2001), de Suzana Amaral

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Erika Amaral Pereira
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://doi.org/10.11606/D.27.2020.tde-04032021-155905
Resumo: Na virada dos anos 1990 para 2000, período conhecido como a Retomada, imagens da vida rural e de sujeitos caipiras, popularizadas desde os anos 1960 por figuras como o Jeca Tatu de Amácio Mazzaropi, ganham novo espaço no cinema brasileiro, bem como uma outra face: dessa vez, o protagonismo das narrativas fílmicas é de mulheres caipiras, em filmes escritos e dirigidos por mulheres cineastas. Com o objetivo de analisar as representações da caracterização cinematográfica da cultura caipira através de personagens femininas, investigamos os filmes Amélia (2000), de Ana Carolina e Uma vida em segredo (2001), de Suzana Amaral. Em ambos os filmes, busca-se examinar se tais representações, quando construídas por artistas mulheres, diferenciam-se das imagens tradicionais, desenhadas pela perspectiva masculina e patriarcal, a respeito da cultura caipira. Para tanto, parte-se do estudo de elementos associados aos hábitos e práticas da vida rural e aos modos de vida de comunidades interioranas presentes na narrativa, somado à análise comparativa entre os filmes e representações da mulher caipira consolidadas na história da arte e do cinema brasileiros - como a obra do pintor Almeida Júnior e filmes de Mazzaropi. Em Amélia, ambientado no início do século XX, encontramos elementos fílmicos para discutir o colonialismo cultural, assim como o embate entre a ruralidade de Minas Gerais, na figura das três caipiras, e o cosmopolitismo do Rio de Janeiro, na figura da atriz francesa Sarah Bernhardt, nuançado pela convivência conflituosa entre mulheres. Já em Uma vida em segredo, torna-se possível analisar modelos de feminilidade ideal formados pela expectativa burguesa e urbana, em contraposição à simplicidade e rusticidade dos modos da mulher da roça, bem como diferenças intragênero, como os papéis sociais de mulheres negras e brancas, e a posição da mulher na família patriarcal. Desta forma, analisa-se como se manifestam, na dimensão fílmica, as opções estéticas que se originam no trabalho da mulher artista inserida no meio cinematográfico brasileiro. Busca-se, assim, explorar a especificidade dos olhares de cineastas mulheres sobre as personagens mulheres caipiras.
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spelling info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis Representações da mulher caipira no cinema brasileiro: Amélia (2000), de Ana Carolina, e Uma vida em segredo (2001), de Suzana Amaral - 2020-12-17Eduardo Victorio MorettinMargarida Maria AdamattiAna Paula Cavalcanti SimioniErika Amaral PereiraUniversidade de São PauloMeios e Processos AudiovisuaisUSPBR Brazilian film history caipira culture cinema de autoria feminina cultura caipira história do cinema brasileiro women-authored cinema Na virada dos anos 1990 para 2000, período conhecido como a Retomada, imagens da vida rural e de sujeitos caipiras, popularizadas desde os anos 1960 por figuras como o Jeca Tatu de Amácio Mazzaropi, ganham novo espaço no cinema brasileiro, bem como uma outra face: dessa vez, o protagonismo das narrativas fílmicas é de mulheres caipiras, em filmes escritos e dirigidos por mulheres cineastas. Com o objetivo de analisar as representações da caracterização cinematográfica da cultura caipira através de personagens femininas, investigamos os filmes Amélia (2000), de Ana Carolina e Uma vida em segredo (2001), de Suzana Amaral. Em ambos os filmes, busca-se examinar se tais representações, quando construídas por artistas mulheres, diferenciam-se das imagens tradicionais, desenhadas pela perspectiva masculina e patriarcal, a respeito da cultura caipira. Para tanto, parte-se do estudo de elementos associados aos hábitos e práticas da vida rural e aos modos de vida de comunidades interioranas presentes na narrativa, somado à análise comparativa entre os filmes e representações da mulher caipira consolidadas na história da arte e do cinema brasileiros - como a obra do pintor Almeida Júnior e filmes de Mazzaropi. Em Amélia, ambientado no início do século XX, encontramos elementos fílmicos para discutir o colonialismo cultural, assim como o embate entre a ruralidade de Minas Gerais, na figura das três caipiras, e o cosmopolitismo do Rio de Janeiro, na figura da atriz francesa Sarah Bernhardt, nuançado pela convivência conflituosa entre mulheres. Já em Uma vida em segredo, torna-se possível analisar modelos de feminilidade ideal formados pela expectativa burguesa e urbana, em contraposição à simplicidade e rusticidade dos modos da mulher da roça, bem como diferenças intragênero, como os papéis sociais de mulheres negras e brancas, e a posição da mulher na família patriarcal. Desta forma, analisa-se como se manifestam, na dimensão fílmica, as opções estéticas que se originam no trabalho da mulher artista inserida no meio cinematográfico brasileiro. Busca-se, assim, explorar a especificidade dos olhares de cineastas mulheres sobre as personagens mulheres caipiras. At the turn of the 21st century, a period in Brazilian film history known as the Renaissance, depictions of rural life - universalized by Amácio Mazzaropi\'s Jeca Tatu since the 1960s - surface in cinema with a new trait: this time, filmic narratives are commanded by female characters - the caipira women -, in films written and directed by women. In this research, we aim to cast light on the representations of caipira culture in Amélia (2000), by Ana Carolina, and A hidden life (2001), by Suzana Amaral. Both films are examined considering if and how the portrayal of caipira, when female-authored, differentiates from traditional images related to a masculinist patriarchal standpoint. Therefore, we propose a filmic analysis of the cinematographic representations of habits, practices and modes of life from rural origins, associated with a comparative analysis of both films and the depiction of caipira women throughout Brazilian art and film history, such as Almeida Júnior\'s paintings and Mazzaropi\'s films. In Amélia, set in 1905, we discuss cultural colonialism as well as the conflict between women from Minas Gerais - the rural dimension, embodied by the three caipiras - and Rio de Janeiro - the cosmopolitan capital, epitomized by the French actress Sarah Bernardt. Whereas in A hidden life we dissertate on the ideal femininity according to the urban bourgeoise expectations, counterposed to the rustic manners of the woman peasant, in addition to the investigation of differences among women such as race and the role in the patriarchal family. Hence, we evaluate the filmic aesthetic strategies conducted by women artists in Brazilian cinema, hoping to explore women\'s regards towards women characters. https://doi.org/10.11606/D.27.2020.tde-04032021-155905info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USP2023-12-21T18:10:40Zoai:teses.usp.br:tde-04032021-155905Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-12-22T12:05:51.517010Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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