Bioecologia e controle de Bonagota cranaodes (Meyrick, 1937) (Lepidoptera: Tortricidae) na cultura da macieira

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Botton, Marcos
Data de Publicação: 1999
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11146/tde-20191220-130548/
Resumo: A macieira é uma das principais frutíferas de clima temperado produzidas no Brasil onde são cultivados cerca de 28.000 ha distribuídos nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Dentre os insetos que atacam a cultura, a lagarta- enroladeira Bonagota cranaodes (Meyrick, 1937) (Lepidoptera: Tortricidae), destaca-se como uma das mais importantes causando perdas anuais de 3% a 5% da produção. A resposta dos machos de B. cranaodes a cinco concentrações do feromônio sexual sintético (E,Z, 3,5-12 Ac e Z9-16Ac, 9: 1) e o período de atratividade do composto a campo, foram avaliados em pomares de macieira do Sul do Brasil. Não foram obtidas diferenças significativas na captura de machos entre as doses de 0,25 a 3,0 μl/septo de borracha. A colocação de duas fêmeas virgens em gaiolas, no interior de armadilhas delta, resultou numa atração de machos quatro vezes superior ao feromônio sexual sintético. A concentração de 3 μl/septo de borracha permaneceu eficiente na captura de machos em pomares de macieira por três meses. Comparando-se as capturas de machos com feromônio sexual sintético (3 μl) a duas fêmeas virgens, durante os meses de fevereiro a agosto, obteve-se uma correlação significativa e positiva no número de machos capturados entre os dois atrativos, demonstrando que o feromônio sexual sintético é eficiente para detectar variações sazonais na população de B. cranaodes em pomares de macieira. As exigências térmicas da lagarta-enroladeira foram estimadas em laboratório, criando-se o inseto em dieta artificial nas temperaturas de 14, 18, 22 e 26°C, umidade relativa 70 ± 10% e fotofase de 14 horas. A temperatura base e a constante térmica para as fases de ovo, lagarta, pupa e ciclo-total (ovo-adulto) foram de 7,2 e 140; 7,1 e 410; 6,4 e 183 e 6,8°C e 745 GD. Com base nas exigências ténnicas, concluiu-se que a praga completa de 3 (São Joaquim, SC) a 4 (Fraiburgo, SC e Vacaria, RS) gerações por ano e de 2,4 a 3 gerações durante o ciclo vegetativo (outubro a abril) da cultura da macieira. A avaliação da flutuação populacional dos machos de B. cranaodes realizada através do feromônio sexual sintético em pomares de macieira, nas cultivares Gala e Fuji, indicou que os adultos são capturados durante todo o ano, inclusive no período de entressafra (maio-setembro), quando os insetos se desenvolvem em hospedeiros alternativos presentes nos pomares. Os parasitóides associados a lagarta-enroladeira e o índice de parasitismo em pomares comerciais foi avaliado em Vacaria, RS (28°30' S/50°54W) coletando-se as fases de desenvolvimento do inseto no período de janeiro a junho de 1997. Lagartas de B. cranaodes foram parasitadas por insetos da família Braconidae (Apanteles sp. e Earinus sp.) e Ichneumonidae (Itoplectis brasiliensis) sendo esta última, a espécie mais freqüente, com 51,7% dos indivíduos coletados. O índice médio de parasitismo foi de 1,7% com máximo de 6,3% na primeira quinzena de maio. Não foram encontrados parasitóides associados a fase de ovo de B. cranaodes. Com base nestas informações, verificou-se que o parasitismo não é um fator importante de mortalidade da lagarta-enroladeira nos pomares comerciais de macieira. O efeito do raleio de frutos de maçã sobre o dano provocado pela lagarta-enroladeira foi avaliado em pomares comercias das cultivares Fuji e Gala, em Vacaria, RS. Na colheita, através de amostragem, foi registrada a porcentagem de maçãs danificadas quando produzidas de forma isolada e naquelas provenientes de cachopas florais formadas por dois, tres e quatro frutos. Observou-se uma correlação significativa e positiva entre o número de frutos por cacho floral e a porcentagem de maçãs danificadas pelo inseto. Devido ao fato da cultivar Gala ser mais precoce (colheita em fevereiro), o dano médio observado foi significativamente inferior a Fuji, cuja colheita é mais tardia (abril). Frutos produzidos de forma isolada nos ramos florais foram significativamente menos danificados pela praga, indicando ser possível, através do raleio de frutos, reduzir os prejuízos causados pela lagarta-enroladeira nos pomares de macieira. Foram conduzidos experimentos de laboratório e de campo visando selecionar os melhores inseticidas para o controle de B. cranaodes em pomares de macieira. Clorpirifós-etil (Lorsban 480 CE - 72 g i.a./100 L de água), metidatiom (Supracid 400 - 60 g i.a/100 L), fosmet (Imidan 50 PM - 100 g i.a./100 L), triclorfom (Dipterex 500 - 150 g i.a./100 L), tebufenozide (Mimic 240 SC - 21,6 g i.a./100 L), fenitrotiom (Sumithion 500 CE - 75 g i.a./100 L) e carbaril (Sevin 850 PM - 153 g i.a./100 L) foram avaliados na cultivar Fuji. No laboratório, todos os inseticidas provocaram 100 % de mortalidade em lagartas do primeiro ínstar. No entanto, lagartas de 4-5° ínstar foram menos sensíveis aos inseticidas sendo controladas de forma satisfatória somente usando clorpirifós-etil, tebufenozide e triclorfom. A campo, o dano causado aos frutos foi significativamente reduzido por todos os inseticidas, após tres aplicações realizadas a intervalos de 21 dias. Em pomar comercial de macieira, duas aplicações do inseticida clorpirifós-etil após os picos de captura dos machos em armadilhas de feromônio sexual resultaram em menos de 1% de frutos danificados por lagartas de B. cranaodes na colheita. No mesmo pomar, duas aplicações de tebufenozide resultaram em 4,6% de dano comparado com 9,8% na testemunha. O efeito do armazenamento em baixa temperatura (0,5 ± 0,5°C) como método para desinfestar maçãs contendo lagartas de B. cranaodes foi avaliada em câmaras com atmosfera convencional e controlada (2 a 2,2 %C02; 1,4 a 1,8 O2). As lagartas (4-5° ínstar) foram colocados no interior de potes plásticos (4 L) contendo maçãs da cultivar Gala, avaliando-se a mortalidade aos 4, 7, 10, 14, 19, 25 e 30 dias após o armazenamento. Foi observado um aumento na mortalidade do inseto proporcional ao tempo de armazenamento. Após um período de 25 dias, observou-se completa mortalidade das lagartas. Não foram observadas diferenças significativas na taxa de mortalidade das lagartas entre tratamentos em função do tempo de armazenamento.
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spelling Bioecologia e controle de Bonagota cranaodes (Meyrick, 1937) (Lepidoptera: Tortricidae) na cultura da macieiraBioecology and control of Bonagota cranaodes (Meyrick, 1937) (Lepidoptera: Tortricidae) in apple orchardsBIOLOGIACONTROLEINSETICIDASLAGARTA-ENROLADEIRAMAÇÃA macieira é uma das principais frutíferas de clima temperado produzidas no Brasil onde são cultivados cerca de 28.000 ha distribuídos nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Dentre os insetos que atacam a cultura, a lagarta- enroladeira Bonagota cranaodes (Meyrick, 1937) (Lepidoptera: Tortricidae), destaca-se como uma das mais importantes causando perdas anuais de 3% a 5% da produção. A resposta dos machos de B. cranaodes a cinco concentrações do feromônio sexual sintético (E,Z, 3,5-12 Ac e Z9-16Ac, 9: 1) e o período de atratividade do composto a campo, foram avaliados em pomares de macieira do Sul do Brasil. Não foram obtidas diferenças significativas na captura de machos entre as doses de 0,25 a 3,0 μl/septo de borracha. A colocação de duas fêmeas virgens em gaiolas, no interior de armadilhas delta, resultou numa atração de machos quatro vezes superior ao feromônio sexual sintético. A concentração de 3 μl/septo de borracha permaneceu eficiente na captura de machos em pomares de macieira por três meses. Comparando-se as capturas de machos com feromônio sexual sintético (3 μl) a duas fêmeas virgens, durante os meses de fevereiro a agosto, obteve-se uma correlação significativa e positiva no número de machos capturados entre os dois atrativos, demonstrando que o feromônio sexual sintético é eficiente para detectar variações sazonais na população de B. cranaodes em pomares de macieira. As exigências térmicas da lagarta-enroladeira foram estimadas em laboratório, criando-se o inseto em dieta artificial nas temperaturas de 14, 18, 22 e 26°C, umidade relativa 70 ± 10% e fotofase de 14 horas. A temperatura base e a constante térmica para as fases de ovo, lagarta, pupa e ciclo-total (ovo-adulto) foram de 7,2 e 140; 7,1 e 410; 6,4 e 183 e 6,8°C e 745 GD. Com base nas exigências ténnicas, concluiu-se que a praga completa de 3 (São Joaquim, SC) a 4 (Fraiburgo, SC e Vacaria, RS) gerações por ano e de 2,4 a 3 gerações durante o ciclo vegetativo (outubro a abril) da cultura da macieira. A avaliação da flutuação populacional dos machos de B. cranaodes realizada através do feromônio sexual sintético em pomares de macieira, nas cultivares Gala e Fuji, indicou que os adultos são capturados durante todo o ano, inclusive no período de entressafra (maio-setembro), quando os insetos se desenvolvem em hospedeiros alternativos presentes nos pomares. Os parasitóides associados a lagarta-enroladeira e o índice de parasitismo em pomares comerciais foi avaliado em Vacaria, RS (28°30' S/50°54W) coletando-se as fases de desenvolvimento do inseto no período de janeiro a junho de 1997. Lagartas de B. cranaodes foram parasitadas por insetos da família Braconidae (Apanteles sp. e Earinus sp.) e Ichneumonidae (Itoplectis brasiliensis) sendo esta última, a espécie mais freqüente, com 51,7% dos indivíduos coletados. O índice médio de parasitismo foi de 1,7% com máximo de 6,3% na primeira quinzena de maio. Não foram encontrados parasitóides associados a fase de ovo de B. cranaodes. Com base nestas informações, verificou-se que o parasitismo não é um fator importante de mortalidade da lagarta-enroladeira nos pomares comerciais de macieira. O efeito do raleio de frutos de maçã sobre o dano provocado pela lagarta-enroladeira foi avaliado em pomares comercias das cultivares Fuji e Gala, em Vacaria, RS. Na colheita, através de amostragem, foi registrada a porcentagem de maçãs danificadas quando produzidas de forma isolada e naquelas provenientes de cachopas florais formadas por dois, tres e quatro frutos. Observou-se uma correlação significativa e positiva entre o número de frutos por cacho floral e a porcentagem de maçãs danificadas pelo inseto. Devido ao fato da cultivar Gala ser mais precoce (colheita em fevereiro), o dano médio observado foi significativamente inferior a Fuji, cuja colheita é mais tardia (abril). Frutos produzidos de forma isolada nos ramos florais foram significativamente menos danificados pela praga, indicando ser possível, através do raleio de frutos, reduzir os prejuízos causados pela lagarta-enroladeira nos pomares de macieira. Foram conduzidos experimentos de laboratório e de campo visando selecionar os melhores inseticidas para o controle de B. cranaodes em pomares de macieira. Clorpirifós-etil (Lorsban 480 CE - 72 g i.a./100 L de água), metidatiom (Supracid 400 - 60 g i.a/100 L), fosmet (Imidan 50 PM - 100 g i.a./100 L), triclorfom (Dipterex 500 - 150 g i.a./100 L), tebufenozide (Mimic 240 SC - 21,6 g i.a./100 L), fenitrotiom (Sumithion 500 CE - 75 g i.a./100 L) e carbaril (Sevin 850 PM - 153 g i.a./100 L) foram avaliados na cultivar Fuji. No laboratório, todos os inseticidas provocaram 100 % de mortalidade em lagartas do primeiro ínstar. No entanto, lagartas de 4-5° ínstar foram menos sensíveis aos inseticidas sendo controladas de forma satisfatória somente usando clorpirifós-etil, tebufenozide e triclorfom. A campo, o dano causado aos frutos foi significativamente reduzido por todos os inseticidas, após tres aplicações realizadas a intervalos de 21 dias. Em pomar comercial de macieira, duas aplicações do inseticida clorpirifós-etil após os picos de captura dos machos em armadilhas de feromônio sexual resultaram em menos de 1% de frutos danificados por lagartas de B. cranaodes na colheita. No mesmo pomar, duas aplicações de tebufenozide resultaram em 4,6% de dano comparado com 9,8% na testemunha. O efeito do armazenamento em baixa temperatura (0,5 ± 0,5°C) como método para desinfestar maçãs contendo lagartas de B. cranaodes foi avaliada em câmaras com atmosfera convencional e controlada (2 a 2,2 %C02; 1,4 a 1,8 O2). As lagartas (4-5° ínstar) foram colocados no interior de potes plásticos (4 L) contendo maçãs da cultivar Gala, avaliando-se a mortalidade aos 4, 7, 10, 14, 19, 25 e 30 dias após o armazenamento. Foi observado um aumento na mortalidade do inseto proporcional ao tempo de armazenamento. Após um período de 25 dias, observou-se completa mortalidade das lagartas. Não foram observadas diferenças significativas na taxa de mortalidade das lagartas entre tratamentos em função do tempo de armazenamento.Studies were conduced to develop a pheromone-trap monitoring system for apple leafroller Bonagola cranaodes (Meyrick, 1937) (Lepidoptera: Tortricidae) in apple orchards in southern Brazil. The effect of synthetic pheromone (E,Z, 3,5-12 Ac and Z9-16Ac, 9:1) concentration and period of activity were evaluated under field conditions using delta traps. There were no differences in adult catches between pheromone doses of 0.25 to 3.0 μl/rubber septa. Delta traps baited with two virgin females, were approximately four times more attractive than synthetic pheromone. The male attraction using rubber septa baited with 3 μl of synthetic pheromone decreased with the age of lure, being attractive for three months. In a period of seven months of field monitoring (February to August) using synthetic pheromone (3 μl) and two virgin females, it was observed a significative positive correlation between the two attractants, demonstrating that the synthetic pheromone is a reliable tool to estimate variation in pest population density. The thermal requirements of apple leafroller were estimated at four constant temperatures (14, 18, 22 and 26°C) under laboratory conditions (70 ± 10% R.H. and 14: 10 L:D) rearing the insect on an artificial diet. Threshold temperature and thermal requirements of eggs, larvae, pupae and biological cycle (egg to adult) were 7.2 and 140; 7.1 and 410; 6.4 and 183 and 6.8°C and 745 DD, respectively. It was estimated that the insect may accomplish from three (São Joaquim) to four (Fraiburgo and Vacaria) generations per year and 2.4 to 3 generations during apple vegetative cycle. The seasonal fluctuation of B. cranaodes males in pheromone delta traps in Fuji and Gala cultivars indicated that the adults caught during all of the year, including the inter season period (May to September) when insects breed on alternative hosts in the orchards. A survey of parasitoids associated with apple leafroller and the level of parasitism were evaluated in commercial apple orchards in Vacaria, RS (28°30' S/50°54W), collecting eggs, larvae and pupae during January to June, 1997. Three species of parasitoids (Apanteles sp., Earinus sp. and Itoplectis brasiliensis) were found associated with B. cranaodes larvae and pupae. I. brasiliensis was the more frequent specie, with 51.7% of insects collected. The average of parasitism was 1.7%, with maximum of 6.7% in the first week of May. No parasitoids were found associated with B. cranaodes eggs. Mortality caused by parasitoids was not considered important mortality factor of apple leafroller in commercial apple orchards of Southern Brazil. The effect of fruit thinning on B. cranaodes damage was evaluated in commercial orchards of Fuji and Gala cultivars. At harvest, apples produced in clusters of two, three or four fruits and isolated ones were evaluated for percentage of pest damage. A significative positive correlation between the number of fruits per c1uster and percentage of apple leafroller damage was observed. The injury to fruits was higher during late season cultivar Fuji (harvested in April) than early season Gala (February). Fruits produced in isolated floral buds were significativelly less damaged by the pest than in cluster, indicating that is possible to use apple thinning to reduce apple leafroller damage in commercial orchards. Laboratory and field experiments were conducted to select the best insecticides to control B. in apple orchards. Chlorpyriphos-ethyl (Lorsban 480 CE - 72 g a.i./100 L of water), methidathion (Supracid 400 - 60 g a.i./100 L), phosmet (Imidan 50 PM - 100 g a.i./100 L), trichlorphon (Dipterex 500 - 150 g a.i./100 L), tebufenozide (Mimic 240 SC - 21,6 g a.i./100 L), fenitrothion (Sumithion 500 CE - 75 g a.i./100 L) and carbaryl (Sevin 850 PM - 153 g a.i./100 L) were evaluated in 'Fuji' cultivar. ln laboratory, all insecticides caused 100 % of mortality of first-instars. Fourth and fifth instar larvae were less susceptible to insecticides and were satisfactorily controlled by chlorpyrifos-ethil, tebufenozide and trichlorfon. In field experiments, fruit damage was reduced by all insecticides, after three applications at 21 day intervals. In a commercial apple orchard, two applications of chlorpyrifos-ethyl after the peak of captures of males in pheromone traps resulted in less than 1% of fruit damage at harvest. In the same experiment, the insecticide tebufenozide resulted in 4.6% of fruit damage compared to 9.8% in a non treated area. Survival of B. cranaodes larvae after cold storage (0,5 ± 0,5°C) of Gala apples was evaluated for conventional and controlled atmospheres (2 to 2,2 % CO2, 1,4 to 1,8 O2). No larvae survival was observed after a period of 25 days of cold storage. The time period to desinfest apples with B. cranaodes larvae was the same in conventional and controlled atmospheres. The potential of cold storage is discussed as a post-harvest insect desinfestation method for apples.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPNakano, OctavioBotton, Marcos1999-08-25info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11146/tde-20191220-130548/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2019-12-21T01:55:02Zoai:teses.usp.br:tde-20191220-130548Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212019-12-21T01:55:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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description A macieira é uma das principais frutíferas de clima temperado produzidas no Brasil onde são cultivados cerca de 28.000 ha distribuídos nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Dentre os insetos que atacam a cultura, a lagarta- enroladeira Bonagota cranaodes (Meyrick, 1937) (Lepidoptera: Tortricidae), destaca-se como uma das mais importantes causando perdas anuais de 3% a 5% da produção. A resposta dos machos de B. cranaodes a cinco concentrações do feromônio sexual sintético (E,Z, 3,5-12 Ac e Z9-16Ac, 9: 1) e o período de atratividade do composto a campo, foram avaliados em pomares de macieira do Sul do Brasil. Não foram obtidas diferenças significativas na captura de machos entre as doses de 0,25 a 3,0 μl/septo de borracha. A colocação de duas fêmeas virgens em gaiolas, no interior de armadilhas delta, resultou numa atração de machos quatro vezes superior ao feromônio sexual sintético. A concentração de 3 μl/septo de borracha permaneceu eficiente na captura de machos em pomares de macieira por três meses. Comparando-se as capturas de machos com feromônio sexual sintético (3 μl) a duas fêmeas virgens, durante os meses de fevereiro a agosto, obteve-se uma correlação significativa e positiva no número de machos capturados entre os dois atrativos, demonstrando que o feromônio sexual sintético é eficiente para detectar variações sazonais na população de B. cranaodes em pomares de macieira. As exigências térmicas da lagarta-enroladeira foram estimadas em laboratório, criando-se o inseto em dieta artificial nas temperaturas de 14, 18, 22 e 26°C, umidade relativa 70 ± 10% e fotofase de 14 horas. A temperatura base e a constante térmica para as fases de ovo, lagarta, pupa e ciclo-total (ovo-adulto) foram de 7,2 e 140; 7,1 e 410; 6,4 e 183 e 6,8°C e 745 GD. Com base nas exigências ténnicas, concluiu-se que a praga completa de 3 (São Joaquim, SC) a 4 (Fraiburgo, SC e Vacaria, RS) gerações por ano e de 2,4 a 3 gerações durante o ciclo vegetativo (outubro a abril) da cultura da macieira. A avaliação da flutuação populacional dos machos de B. cranaodes realizada através do feromônio sexual sintético em pomares de macieira, nas cultivares Gala e Fuji, indicou que os adultos são capturados durante todo o ano, inclusive no período de entressafra (maio-setembro), quando os insetos se desenvolvem em hospedeiros alternativos presentes nos pomares. Os parasitóides associados a lagarta-enroladeira e o índice de parasitismo em pomares comerciais foi avaliado em Vacaria, RS (28°30' S/50°54W) coletando-se as fases de desenvolvimento do inseto no período de janeiro a junho de 1997. Lagartas de B. cranaodes foram parasitadas por insetos da família Braconidae (Apanteles sp. e Earinus sp.) e Ichneumonidae (Itoplectis brasiliensis) sendo esta última, a espécie mais freqüente, com 51,7% dos indivíduos coletados. O índice médio de parasitismo foi de 1,7% com máximo de 6,3% na primeira quinzena de maio. Não foram encontrados parasitóides associados a fase de ovo de B. cranaodes. Com base nestas informações, verificou-se que o parasitismo não é um fator importante de mortalidade da lagarta-enroladeira nos pomares comerciais de macieira. O efeito do raleio de frutos de maçã sobre o dano provocado pela lagarta-enroladeira foi avaliado em pomares comercias das cultivares Fuji e Gala, em Vacaria, RS. Na colheita, através de amostragem, foi registrada a porcentagem de maçãs danificadas quando produzidas de forma isolada e naquelas provenientes de cachopas florais formadas por dois, tres e quatro frutos. Observou-se uma correlação significativa e positiva entre o número de frutos por cacho floral e a porcentagem de maçãs danificadas pelo inseto. Devido ao fato da cultivar Gala ser mais precoce (colheita em fevereiro), o dano médio observado foi significativamente inferior a Fuji, cuja colheita é mais tardia (abril). Frutos produzidos de forma isolada nos ramos florais foram significativamente menos danificados pela praga, indicando ser possível, através do raleio de frutos, reduzir os prejuízos causados pela lagarta-enroladeira nos pomares de macieira. Foram conduzidos experimentos de laboratório e de campo visando selecionar os melhores inseticidas para o controle de B. cranaodes em pomares de macieira. Clorpirifós-etil (Lorsban 480 CE - 72 g i.a./100 L de água), metidatiom (Supracid 400 - 60 g i.a/100 L), fosmet (Imidan 50 PM - 100 g i.a./100 L), triclorfom (Dipterex 500 - 150 g i.a./100 L), tebufenozide (Mimic 240 SC - 21,6 g i.a./100 L), fenitrotiom (Sumithion 500 CE - 75 g i.a./100 L) e carbaril (Sevin 850 PM - 153 g i.a./100 L) foram avaliados na cultivar Fuji. No laboratório, todos os inseticidas provocaram 100 % de mortalidade em lagartas do primeiro ínstar. No entanto, lagartas de 4-5° ínstar foram menos sensíveis aos inseticidas sendo controladas de forma satisfatória somente usando clorpirifós-etil, tebufenozide e triclorfom. A campo, o dano causado aos frutos foi significativamente reduzido por todos os inseticidas, após tres aplicações realizadas a intervalos de 21 dias. Em pomar comercial de macieira, duas aplicações do inseticida clorpirifós-etil após os picos de captura dos machos em armadilhas de feromônio sexual resultaram em menos de 1% de frutos danificados por lagartas de B. cranaodes na colheita. No mesmo pomar, duas aplicações de tebufenozide resultaram em 4,6% de dano comparado com 9,8% na testemunha. O efeito do armazenamento em baixa temperatura (0,5 ± 0,5°C) como método para desinfestar maçãs contendo lagartas de B. cranaodes foi avaliada em câmaras com atmosfera convencional e controlada (2 a 2,2 %C02; 1,4 a 1,8 O2). As lagartas (4-5° ínstar) foram colocados no interior de potes plásticos (4 L) contendo maçãs da cultivar Gala, avaliando-se a mortalidade aos 4, 7, 10, 14, 19, 25 e 30 dias após o armazenamento. Foi observado um aumento na mortalidade do inseto proporcional ao tempo de armazenamento. Após um período de 25 dias, observou-se completa mortalidade das lagartas. 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